Número 60 - Nova fase: 012
O escândalo
Começamos nosso boletim de hoje falando a respeito do verdadeiro escândalo que está sendo observado na Biblioteca Nacional. Alguns meses atrás eu tinha lido uma pessoa do Rio fazer denúncias no Orkut a respeito, mas a coisa passou e eu perdi o local onde ela escreveu. Vendo esta notícia na terça, 8 de novembro, o que ela falara me veio à cabeça. Era sobre um acordo entre a Biblioteca Nacional e aquela editora que faz a revista Nossa História. Fiquei pensando se haveria alguma relação entre as situações.
Vejam a notícia, como saiu no Portal Terra:
Investigação de irregularidades na Biblioteca Nacional, realizada por uma comissão destinada a averiguar irregularidades na instituição, revelou que 990 imagens desapareceram do setor de iconografia. O número de peças desaparecidas é bem maior que o imaginado: até a conclusão do inventário parcial, o órgão registrava o sumiço de 150.
Informado do fato, o Ministério da Cultura, por meio de sua assessoria, afirma que não pode dar mais detalhes do episódio, alegando que o inquérito sobre o desaparecimento, a cargo da Polícia Federal, corre sob segredo de Justiça.
O número de obras subtraídas do acervo, no entanto, pode ser ainda maior, já que inventários parciais continuam em curso, de acordo com a administração interina da biblioteca. A PF, por sua vez, diz que ainda não recebeu a atualização do número de imagens retirado do acervo.
O material desaparecido inclui várias imagens do brasileiro Marc Ferrez, fotógrafo oficial do Império responsável pelo registro de episódios históricos do País, como a Proclamação da República e reformas urbanísticas realizadas no Rio de Janeiro - cidade onde a biblioteca está localizada. Também sumiram obras dos alemães August Stahl e Guilherme Liebenau, retratistas do cotidiano de Pernambuco e Minas Gerais. Também desapareceu a gravura "Cascade de Tijucca", de 1835, do alemão Johann Moritz Rugendas.
Informado do fato, o Ministério da Cultura, por meio de sua assessoria, afirma que não pode dar mais detalhes do episódio, alegando que o inquérito sobre o desaparecimento, a cargo da Polícia Federal, corre sob segredo de Justiça.
O número de obras subtraídas do acervo, no entanto, pode ser ainda maior, já que inventários parciais continuam em curso, de acordo com a administração interina da biblioteca. A PF, por sua vez, diz que ainda não recebeu a atualização do número de imagens retirado do acervo.
O material desaparecido inclui várias imagens do brasileiro Marc Ferrez, fotógrafo oficial do Império responsável pelo registro de episódios históricos do País, como a Proclamação da República e reformas urbanísticas realizadas no Rio de Janeiro - cidade onde a biblioteca está localizada. Também sumiram obras dos alemães August Stahl e Guilherme Liebenau, retratistas do cotidiano de Pernambuco e Minas Gerais. Também desapareceu a gravura "Cascade de Tijucca", de 1835, do alemão Johann Moritz Rugendas.
A crise na França
E a França, hem? Doze dias de violência sem conta...
Isso me faz recordar das minhas últimas turmas do curso de História do Uni-BH. Na disciplina A Era Contemporânea, lemos e discutimos um capítulo do Robert Kurz, do livro O colapso da modernização, em que ele nos mostra a perspectiva horripilante de uma era de trevas por conta da crise do sistema mundial produtor de mercadorias: com a revolução tecnológica, a produção atinge patamares jamais alcançados, mas a diminuição abrupta de mão-de-obra leva ao impasse – quem vai comprar as mercadorias que podem ser produzidas? Na verdade, apenas 10% da população mundial tem essa capacidade de consumo. E os 90%, aqueles que o Kurz chama de “perdedores”? O que lhes resta?
Isso me faz recordar das minhas últimas turmas do curso de História do Uni-BH. Na disciplina A Era Contemporânea, lemos e discutimos um capítulo do Robert Kurz, do livro O colapso da modernização, em que ele nos mostra a perspectiva horripilante de uma era de trevas por conta da crise do sistema mundial produtor de mercadorias: com a revolução tecnológica, a produção atinge patamares jamais alcançados, mas a diminuição abrupta de mão-de-obra leva ao impasse – quem vai comprar as mercadorias que podem ser produzidas? Na verdade, apenas 10% da população mundial tem essa capacidade de consumo. E os 90%, aqueles que o Kurz chama de “perdedores”? O que lhes resta?
Em seguida, fazíamos um seminário com a leitura de 4 livros: A Sociedade Informática, de Adam Schaff; Guerra Civil, de Hans Magnus Enzensberger; O Horror Econômico, de Viviane Forrester e O lucro ou as pessoas, de Noam Chomsky.
Schaff, num trabalho elogiado até pelo austero Clube de Roma, discorria, no início dos anos 80, sobre as 3 revoluções que criaram a Sociedade Informática: a revolução micro-eletrônica, a revolução energética e a revolução biotecnológica, tentando mostrar, em tom bastante otimista, que elas propiciariam a criação de um mundo novo em que a luta de classes estaria extinta pelo simples fato de que a classe operária deixaria de existir, já que todo o trabalho manual seria feito por robôs. Mas, o mais importante, alertava ele que os mesmos elementos que poderiam propiciar este mundo novo em que o ser humano se realizaria integralmente, poderiam levar a humanidade ao inverso, ou seja, um período de controle autoritário sobre as pessoas, uniformização cultural com a imposição de uma cultura dominante etc e etc...
Enzensberger, filósofo e crítico literário alemão, perturbava a todos com seu conceito de Guerra Civil. Não se trata da guerra civil a que estamos habituados como a guerra das Duas Rosas, na Inglaterra, ou as guerras religiosas francesas, ou o conflito entre Brancos e Vermelhos na Revolução Russa de 1917. Não. Para ele, a guerra civil se manifestaria de uma forma global, pois ela se propaga como se metástase fosse. Começa com muros pichados, com olhares atravessados para o vizinho imigrante, evolui para brigas e conflitos em campos de futebol e chega aquele momento em que todos estão lutando contra todos, sem ideologia, sem objetivo: é a guerra civil molecular, como ele a denomina. E o mais assustador, é a discussão que ele propõe: seria a guerra civil a exceção ou a regra do comportamento humano? Somos os “bons selvagens” de Rousseau ou o “homo homini lupus” de Hobbes?
Viviane Forrester, muito a propósito da situação atual, é francesa. Uma simpática “madame”, crítica literária, bem nascida e bem moradora, mas que explode toda a sua indignação ao observar o que é a realidade da maioria dos habitantes dos subúrbios franceses, privados de emprego, não-aceitos por sua origem étnica. Indigna-se com o fato de que a sociedade transfere ao desempregado a “culpa” por estar nesta situação. E indigna-se mais ainda ao perceber que a solução para o problema será o extermínio puro e simples dos “perdedores” ou “excluídos”, ou que nome venham a ter. Não haverá lugar para eles no mundo marcado pelo “horror econômico”.
Finalmente, a leitura de Chomsky visava alertar para o que é o neoliberalismo (Consenso de Washington é a mesma coisa) e seus resultados visíveis, particularmente na América Latina (Chiapas e zapatistas). Terminava falando da “arma definitiva” – de um lado, para as grandes corporações que dominam completamente os governos neoliberais, esta arma era o AMI – Acordo Multilateral de investimentos, que estava sendo feito às escondidas, e só foi descoberto porque provocou tal indignação no Parlamento australiano que veio à tona. É uma imposição totalmente descabida (eufemisticamente chamada de proteção aos investidores), que retira dos Estados Nacionais até o direito de controlar as corporações multinacionais – que, diga-se de passagem, podem acionar judicialmente o Estado (e isso foi de fato feito – pasmem! por empresas norte-americanas contra o governo do México e do Canadá – aliados deles no Nafta!!!! Imaginem se fossem inimigos!!!). A gritaria foi tanta que agora os norte-americanos optaram por Acordos Bilaterais de Investimentos, como fizeram com o Chile e provavelmente vão fazer com o Paraguai. Por causa desses acordos bilaterais a Argentina afundou como todos nós vimos. O Uruguai escapuliu do pior porque os cidadãos elegeram o atual presidente que brecou a aprovação do tratado. Para o povo, a Arma Definitiva, segundo Chomsky, é a organização e a resistência, como ele não se cansou de falar nos Fóruns de Porto Alegre.
Pois bem...esta longa digressão foi apenas para dizer que os acontecimentos da França atualmente não podem e não devem ser observados apenas sob o ponto de vista de uma certa imprensa (até imagino o que a Veja vai falar sobre isso....). Lembro que houve um tempo em que se falava que quando a França gripava todo o mundo espirrava... Já houve repercussões na Bélgica e na Alemanha. Vai parar por ai? Aguardemos...
O perigo maior: leis de exceção (toque de recolher, por exemplo), podem dar às elites e à classe média aquela segurança, aquela aparência de ORDEM...cujo desdobramento historicamente tem sido o fascismo.
Enquanto esperamos, vamos dar a voz ao Observatório da Imprensa, com a jornalista Leneide Duarte-Plon:
PARIS ESTÁ EM CHAMAS Mídia, violência e racismo nas cités
Leneide Duarte-Plon, de Paris (*)
Pois bem...esta longa digressão foi apenas para dizer que os acontecimentos da França atualmente não podem e não devem ser observados apenas sob o ponto de vista de uma certa imprensa (até imagino o que a Veja vai falar sobre isso....). Lembro que houve um tempo em que se falava que quando a França gripava todo o mundo espirrava... Já houve repercussões na Bélgica e na Alemanha. Vai parar por ai? Aguardemos...
O perigo maior: leis de exceção (toque de recolher, por exemplo), podem dar às elites e à classe média aquela segurança, aquela aparência de ORDEM...cujo desdobramento historicamente tem sido o fascismo.
Enquanto esperamos, vamos dar a voz ao Observatório da Imprensa, com a jornalista Leneide Duarte-Plon:
PARIS ESTÁ EM CHAMAS Mídia, violência e racismo nas cités
Leneide Duarte-Plon, de Paris (*)
O nome tem sonoridades que fazem sonhar: Clichy-sous-Bois. Mas que ninguém se engane. O bosque está em chamas. Foi nesse lugar, que evoca aprazíveis passeios a pé sobre as folhas do outono, que a França começou a despertar para o mais recente pesadelo. Clichy-sous-Bois é apenas uma cidade-dormitório de Paris, onde começou o fogo que uma polícia bem equipada e bem treinada tenta, em vão, há 11 dias conter. Talvez porque o problema não é policial, mas social. E não é de Clichy, mas da França inteira.
A banlieue parisiense foi o epicentro de um furacão que se espalhou pela França e até agora não se sabe onde vai parar. As conseqüências visíveis são carros, ônibus, escolas e lojas incendiadas. Até esta segunda-feira (7/11), 1.320 pessoas já haviam sido presas por "incitarem à violência ou participarem diretamente de atos violentos". Nos 11 dias de enfrentamentos da polícia com os jovens, 4.700 carros foram incendiados, diversas lojas, escolas, centros de lazer e creches foram consumidos pelo fogo.
Por que a onda de violência?
Como se sabe, o papel da imprensa é não somente informar e relatar, mas contextualizar, explicar, analisar. E isso os jornais franceses, sobretudo os de circulação nacional como Le Monde, Libération, L’Humanité e Le Figaro, têm se esforçado por fazer.
Os que estão mais à esquerda não deixam de apontar a responsabilidade do governo de direita de Jacques Chirac e Dominique de Villepin nos acontecimentos recentes. Libération lembrava na segunda-feira (7/11) que a direita destruiu o projeto do governo ex-primeiro ministro Lionel Jospin de polícia de proximidade, além de ter cortado todas as verbas para ações sociais nos municípios.
Entrevistado ao vivo em cadeia de televisão, o primeiro-ministro Villepin anunciou nesta segunda-feira a volta das verbas para os programas sociais e se recusou a comentar os excessos verbais do ministro do Interior Nicolas Sarkozy, invocando o interesse de união do governo para combater a violência. Ele anunciou também a restauração de uma lei de 1955 que decreta o toque de recolher quando necessário. O principal telejornal noturno do canal France2 entrevistou no domingo (6/11) um sociólogo para tentar explicar por que os jovens incendeiam carros e até mesmo escolas e creches de suas próprias comunidades. Ele deu uma lição de sociologia que não seria desaprovada por Pierre Bourdieu, apesar do (sempre escasso) tempo televisivo.
Para tentar entender as razões da violência, o jornal Herald Tribune (5/11) entrevistou dois jovens "originários da imigração" – como os chamam os jornais franceses. Ambos falavam do mal-estar e da crise de identidade em que vivem. O filho de africanos e o filho de argelinos contavam ao jornal a dificuldade de viver num país que lhes dá a nacionalidade, mas não os considera 100% franceses. Eles, por outro lado, não se sentem nem um pouco ligados ao país de origem dos pais. O resultado é uma crise identitária. Da leitura dos jornais, o que se constata é a incapacidade do mundo político de dizer qualquer coisa coerente sobre a questão da imigração.
Os que estão mais à esquerda não deixam de apontar a responsabilidade do governo de direita de Jacques Chirac e Dominique de Villepin nos acontecimentos recentes. Libération lembrava na segunda-feira (7/11) que a direita destruiu o projeto do governo ex-primeiro ministro Lionel Jospin de polícia de proximidade, além de ter cortado todas as verbas para ações sociais nos municípios.
Entrevistado ao vivo em cadeia de televisão, o primeiro-ministro Villepin anunciou nesta segunda-feira a volta das verbas para os programas sociais e se recusou a comentar os excessos verbais do ministro do Interior Nicolas Sarkozy, invocando o interesse de união do governo para combater a violência. Ele anunciou também a restauração de uma lei de 1955 que decreta o toque de recolher quando necessário. O principal telejornal noturno do canal France2 entrevistou no domingo (6/11) um sociólogo para tentar explicar por que os jovens incendeiam carros e até mesmo escolas e creches de suas próprias comunidades. Ele deu uma lição de sociologia que não seria desaprovada por Pierre Bourdieu, apesar do (sempre escasso) tempo televisivo.
Para tentar entender as razões da violência, o jornal Herald Tribune (5/11) entrevistou dois jovens "originários da imigração" – como os chamam os jornais franceses. Ambos falavam do mal-estar e da crise de identidade em que vivem. O filho de africanos e o filho de argelinos contavam ao jornal a dificuldade de viver num país que lhes dá a nacionalidade, mas não os considera 100% franceses. Eles, por outro lado, não se sentem nem um pouco ligados ao país de origem dos pais. O resultado é uma crise identitária. Da leitura dos jornais, o que se constata é a incapacidade do mundo político de dizer qualquer coisa coerente sobre a questão da imigração.
Mais repressão
O jornal Le Monde, que inaugurou novo projeto gráfico e editorial na segunda-feira (7/11), dedica cinco páginas dessa edição à cobertura dos acontecimentos. Jacques Chirac é sutilmente criticado a partir do título de uma das matérias: "Jacques Chirac reage dez dias depois do início da crise". Somente no domingo à noite, depois de uma reunião de emergência com seus ministros, Chirac resolveu se dirigir à nação no pátio do palácio do Eliseu.
O silêncio ensurdecedor do presidente é uma forma de omissão calculada, pois ele não tem uma fórmula mágica para apagar o fogo. Seu discurso falava de firmeza e de "prioridade absoluta ao restabelecimento da segurança e da ordem pública". Mas o que isso quer dizer senão mais repressão?
De vez em quando os jornais franceses noticiam processos na Justiça de pessoas que querem comprar um imóvel e não podem fazê-lo quando o proprietário descobre o nome do interessado. "É preciso que os franceses aceitem empregar e alugar apartamentos a negros e árabes", pediu Mounir Barbouchi, professor de esporte em um liceu de Val d’Oise, subúrbio de Paris, depois de um encontro com o ministro Dominique de Villepin.
O silêncio ensurdecedor do presidente é uma forma de omissão calculada, pois ele não tem uma fórmula mágica para apagar o fogo. Seu discurso falava de firmeza e de "prioridade absoluta ao restabelecimento da segurança e da ordem pública". Mas o que isso quer dizer senão mais repressão?
De vez em quando os jornais franceses noticiam processos na Justiça de pessoas que querem comprar um imóvel e não podem fazê-lo quando o proprietário descobre o nome do interessado. "É preciso que os franceses aceitem empregar e alugar apartamentos a negros e árabes", pediu Mounir Barbouchi, professor de esporte em um liceu de Val d’Oise, subúrbio de Paris, depois de um encontro com o ministro Dominique de Villepin.
Jovens contra Sarkozy
Os jovens revoltados são os mesmos que foram chamados em momentos diferentes de voyous (vadios, vagabundos) e racaille (gentalha, escória, ralé) pelo ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, em imagens transmitidas pelas televisões numa visita a uma cité (bairro popular), antes do acontecimento que desencadeou a violência atual.
Deve-se lembrar que a onda de violência começou em 27 de outubro, depois que dois jovens de 20 anos foram eletrocutados numa central da EDF (Électricité de France, a companhia estatal de eletricidade), em Clichy-sous-Bois. Eles eram perseguidos pela polícia e três deles pularam um muro da central. Dois morreram e um terceiro escapou gravemente queimado.
Sarkozy negou que estivessem sendo perseguidos pela polícia e não teve nenhuma palavra de compaixão pela sorte dos jovens mortos. A versão divulgada pela mídia eletrônica foi o desmentido de Sarkozy, repetido vários dias. Agora, os jornais dão mais espaço à versão do jovem sobrevivente, que garante que os três estavam sendo, sim, perseguidos por policiais. E mesmo sem terem feito nenhum ato ilegal, fugiram com medo. Como o brasileiro no metrô de Londres...
O que é dramático é que as batidas da polícia francesa nas cites – os verdadeiros guetos das classes trabalhadoras dos arredores das grandes cidades como Paris – apavoram os jovens. Os flics [policiais] franceses são racistas e violentos. Mesmo dentro de Paris, quando se vê um controle de identidade, em geral o controlado é negro ou descendente de árabe. Os carros queimados são, segundo esses jovens ouvidos pela imprensa, um protesto pela morte dos dois rapazes, perseguidos injustamente; pela mentira de Sarkozy para tirar a responsabilidade da polícia; pela indiferença do ministro e pelos termos humilhantes com que ele se referiu aos habitantes das cités em geral. E mais: pela bomba de gás lacrimogêneo jogada pelos policiais numa mesquita onde alguns muçulmanos rezavam. Eles querem pura e simplesmente a demissão de Sarkozy.
Deve-se lembrar que a onda de violência começou em 27 de outubro, depois que dois jovens de 20 anos foram eletrocutados numa central da EDF (Électricité de France, a companhia estatal de eletricidade), em Clichy-sous-Bois. Eles eram perseguidos pela polícia e três deles pularam um muro da central. Dois morreram e um terceiro escapou gravemente queimado.
Sarkozy negou que estivessem sendo perseguidos pela polícia e não teve nenhuma palavra de compaixão pela sorte dos jovens mortos. A versão divulgada pela mídia eletrônica foi o desmentido de Sarkozy, repetido vários dias. Agora, os jornais dão mais espaço à versão do jovem sobrevivente, que garante que os três estavam sendo, sim, perseguidos por policiais. E mesmo sem terem feito nenhum ato ilegal, fugiram com medo. Como o brasileiro no metrô de Londres...
O que é dramático é que as batidas da polícia francesa nas cites – os verdadeiros guetos das classes trabalhadoras dos arredores das grandes cidades como Paris – apavoram os jovens. Os flics [policiais] franceses são racistas e violentos. Mesmo dentro de Paris, quando se vê um controle de identidade, em geral o controlado é negro ou descendente de árabe. Os carros queimados são, segundo esses jovens ouvidos pela imprensa, um protesto pela morte dos dois rapazes, perseguidos injustamente; pela mentira de Sarkozy para tirar a responsabilidade da polícia; pela indiferença do ministro e pelos termos humilhantes com que ele se referiu aos habitantes das cités em geral. E mais: pela bomba de gás lacrimogêneo jogada pelos policiais numa mesquita onde alguns muçulmanos rezavam. Eles querem pura e simplesmente a demissão de Sarkozy.
"Boa imagem"
Apresentados na imprensa como movidos pelo ódio e pela exclusão social, a maioria desses jovens dos subúrbios tem, realmente, um passado de humilhação e sentimento de abandono por parte da République, que lhes dá a carteira de identidade francesa mas lhes recusa a cidadania plena.
Os jovens das cités têm como ponto comum o fato de serem descendentes de imigrantes magrebinos (argelinos, marroquinos ou tunisianos) ou africanos, viverem em subúrbios construídos como cidades-dormitórios ao redor de Paris, sofrerem na pele o desemprego (que chega a 45% entre os jovens de 15-25 anos de algumas cités) e virem de experiências de fracasso escolar. Apesar de franceses, esses jovens navegam entre duas culturas, a dos pais e a do país em que nasceram, e são discriminados pelos franceses de souche, isto é, de origem branca.
Onze dias depois do acidente que desencadeou a violência diária que já se espalhou pela França inteira, os jornais de circulação nacional continuam tentando entender como o fogo pôde se propagar e aumentar de intensidade a cada dia. Mas apesar da moderação da linguagem e das críticas feitas ao destempero do ministro do Interior, que se refere aos jovens dos subúrbios com palavras julgadas inadmissíveis pela maioria dos jornalistas, alguns jornais foram acusados de fazer uma cobertura sensacionalista pela associação SOS Racismo. Segundo a entidade, alguns jornalistas se mostram irresponsáveis ao apresentar as violências como uma "guerra civil" e os jovens como "selvagens".
O jornal Le Parisien-Dimanche publicou no domingo (6/11) uma pesquisa de opinião mostrando que 66% dos franceses acham que o ministro do Interior Nicolas Sarkozy enfatiza demais a repressão e pouco a prevenção; 63% dizem que ele utiliza muitas vezes termos chocantes para um ministro do Interior e 73% acham que suas ações são muito midiatizadas. Mas, com tudo isso, ele continua a ter uma "boa imagem" para 57% dos franceses. [Texto fechado às 21h34 (horário de Brasília) de 7/11/2005]
A imprensa mundial tem acompanhado os acontecimentos franceses. O “Le Monde” tem criticado o presidente Chirac, que só veio a se manifestar no décimo dia. Cobra do presidente as suas promessas de campanha no sentido de reduzir as desigualdades sociais. Já o “Libération” enfatiza a importância da ordem, mas não a qualquer preço.
Na Espanha, El País reconhece que os franceses fracassaram em sua política de integração dos imigrantes, possibilitando a proliferação de mais de 700 guetos suburbanos.
Nos Estados Unidos, o Washington Post e o New York Times afirmam que os choques na periferia das cidades francesas são a pior onda de protestos no país desde 1968. Criticaram o ministro Nicolas Sarkozy, que chamou os manifestantes de "escória".
Mauro Santayana, da Agência Carta Maior também comenta o problema francês:
A esquerda morreu; a rebelião viveMauro SantayanaVai ser difícil impedir que as agitações se confinem ao território francês. Estamos no mundo mais ou menos como a Europa estava antes das rebeliões operárias de 1848, mas com muito mais vantagem para os pobres. Hoje, às barricadas das ruas, somam-se as barricadas da internet.(leia mais)
Para concluir a apresentação de hoje, recomendo a leitura do artigo de Marina Amaral, no “Observatório da Imprensa” do dia 18/10. Apesar de já ter um mês, só ontem tive acesso a ele e entendo que todo mundo precisa ler (ainda que sinta vontade de vomitar depois...) para entender como as notícias são fabricadas no Brasil.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=351IPB013
Falam amigos e amigas
1. Ricardo,
não precisava ir até o boletim para concluir que vivemos a Era da Surrealidade no Brasil.
Só pelas chamadas, já dá pra saber "que país é este"... Mas, movendo a barra de rolagem do Boletim, é quase inacreditável esta aura surreal que paira sobre o país neste momento da História. Aliás, um vasto material para os historiadores, como você.
À parte as minhas antipatias pessoais com o PT, idem à história da tartaruga em cima do poste, estamos literalmente chafurdados num mar de lama. Quer dizer, 'eles' estão chafurdados, mas nos entalam, por tabela, até os cabelos.
Não sei se a melhor tática neste momento histórico é babar de raiva ou desistir de tudo... meia dúzia de pessoas têm consciência da real situação suína, mas a grande maioria não tem elementos com que estabelecer as devidas relações, necessárias afinal a um análise isenta e ao propósito de salvar os pobres porcos sem culpa da caca da corja que nos atola.
Acho que vou pra Pasárgada... quem sabe pro Oriente Médio? Lá, pelo menos, tudo é visível.
... e eu confiava no Pelé, até agora há pouco.
Beijo.
Maria Teresa Armonia
2. Como vai caro professor?
Meu nome é Marcelo Alves e sou estudante de historia do 7° período do UNI BH, ao ler a colocação do Sr. Thiago Menta sobre a gratuidade no transporte público percebi mais uma vez que enquanto a sociedade( ou parte dela ) pensa em melhorias coletivas, uma outra parcela CONSERVADORA acredita piamente que as decisões devem sempre ser tomadas de CIMA pra BAIXO e que a população é obrigada a acatar as decisões, sejam elas favoráveis ou não. Um outro ponto que eu gostaria de debater é sobre a colocação INFELIZ de nosso caro colega quando ele acusa aos estudantes que lutam pelo PASSE LIVRE de pseudo-revolucionarios!!! Ora meu caro Thiago se você não é a favor não rotule infantilmente os que realmente anseiam por mudanças.
E só para terminar, sem menosprezar Aristóteles, vai ai uma frase mais adequada de um grande pensador ( tente descobrir quem é)
NÃO CONCORDO COM UMA SÓ PALAVRA DO QUE DIZES, MAS DEFENDEREI O DIREITO DE DIZE-LA ATÉ A MORTE.
P.S : GOSTARIA DE RESSALTAR O MEU APOIO AO CLPL (COMITÊ DE LUTA PELO PASSE LIVRE).
3. A plutocracia está no cio.
Antonio de Paiva Moura.
Na capa do jornal “Estado de Minas” de hoje, 4/11/05, lemos em letras gorduchas: “Banco do Brasil desviou dez milhões para abastecer mensalão”. É uma afirmação categórica como se fosse coisa julgada e sentenciada. A mídia que serve ao Novo Liberalismo leva a opinião pública onde quer: ignorância, alienação e dependência.
Os jovens das cités têm como ponto comum o fato de serem descendentes de imigrantes magrebinos (argelinos, marroquinos ou tunisianos) ou africanos, viverem em subúrbios construídos como cidades-dormitórios ao redor de Paris, sofrerem na pele o desemprego (que chega a 45% entre os jovens de 15-25 anos de algumas cités) e virem de experiências de fracasso escolar. Apesar de franceses, esses jovens navegam entre duas culturas, a dos pais e a do país em que nasceram, e são discriminados pelos franceses de souche, isto é, de origem branca.
Onze dias depois do acidente que desencadeou a violência diária que já se espalhou pela França inteira, os jornais de circulação nacional continuam tentando entender como o fogo pôde se propagar e aumentar de intensidade a cada dia. Mas apesar da moderação da linguagem e das críticas feitas ao destempero do ministro do Interior, que se refere aos jovens dos subúrbios com palavras julgadas inadmissíveis pela maioria dos jornalistas, alguns jornais foram acusados de fazer uma cobertura sensacionalista pela associação SOS Racismo. Segundo a entidade, alguns jornalistas se mostram irresponsáveis ao apresentar as violências como uma "guerra civil" e os jovens como "selvagens".
O jornal Le Parisien-Dimanche publicou no domingo (6/11) uma pesquisa de opinião mostrando que 66% dos franceses acham que o ministro do Interior Nicolas Sarkozy enfatiza demais a repressão e pouco a prevenção; 63% dizem que ele utiliza muitas vezes termos chocantes para um ministro do Interior e 73% acham que suas ações são muito midiatizadas. Mas, com tudo isso, ele continua a ter uma "boa imagem" para 57% dos franceses. [Texto fechado às 21h34 (horário de Brasília) de 7/11/2005]
A imprensa mundial tem acompanhado os acontecimentos franceses. O “Le Monde” tem criticado o presidente Chirac, que só veio a se manifestar no décimo dia. Cobra do presidente as suas promessas de campanha no sentido de reduzir as desigualdades sociais. Já o “Libération” enfatiza a importância da ordem, mas não a qualquer preço.
Na Espanha, El País reconhece que os franceses fracassaram em sua política de integração dos imigrantes, possibilitando a proliferação de mais de 700 guetos suburbanos.
Nos Estados Unidos, o Washington Post e o New York Times afirmam que os choques na periferia das cidades francesas são a pior onda de protestos no país desde 1968. Criticaram o ministro Nicolas Sarkozy, que chamou os manifestantes de "escória".
Mauro Santayana, da Agência Carta Maior também comenta o problema francês:
A esquerda morreu; a rebelião viveMauro SantayanaVai ser difícil impedir que as agitações se confinem ao território francês. Estamos no mundo mais ou menos como a Europa estava antes das rebeliões operárias de 1848, mas com muito mais vantagem para os pobres. Hoje, às barricadas das ruas, somam-se as barricadas da internet.(leia mais)
Para concluir a apresentação de hoje, recomendo a leitura do artigo de Marina Amaral, no “Observatório da Imprensa” do dia 18/10. Apesar de já ter um mês, só ontem tive acesso a ele e entendo que todo mundo precisa ler (ainda que sinta vontade de vomitar depois...) para entender como as notícias são fabricadas no Brasil.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=351IPB013
Falam amigos e amigas
1. Ricardo,
não precisava ir até o boletim para concluir que vivemos a Era da Surrealidade no Brasil.
Só pelas chamadas, já dá pra saber "que país é este"... Mas, movendo a barra de rolagem do Boletim, é quase inacreditável esta aura surreal que paira sobre o país neste momento da História. Aliás, um vasto material para os historiadores, como você.
À parte as minhas antipatias pessoais com o PT, idem à história da tartaruga em cima do poste, estamos literalmente chafurdados num mar de lama. Quer dizer, 'eles' estão chafurdados, mas nos entalam, por tabela, até os cabelos.
Não sei se a melhor tática neste momento histórico é babar de raiva ou desistir de tudo... meia dúzia de pessoas têm consciência da real situação suína, mas a grande maioria não tem elementos com que estabelecer as devidas relações, necessárias afinal a um análise isenta e ao propósito de salvar os pobres porcos sem culpa da caca da corja que nos atola.
Acho que vou pra Pasárgada... quem sabe pro Oriente Médio? Lá, pelo menos, tudo é visível.
... e eu confiava no Pelé, até agora há pouco.
Beijo.
Maria Teresa Armonia
2. Como vai caro professor?
Meu nome é Marcelo Alves e sou estudante de historia do 7° período do UNI BH, ao ler a colocação do Sr. Thiago Menta sobre a gratuidade no transporte público percebi mais uma vez que enquanto a sociedade( ou parte dela ) pensa em melhorias coletivas, uma outra parcela CONSERVADORA acredita piamente que as decisões devem sempre ser tomadas de CIMA pra BAIXO e que a população é obrigada a acatar as decisões, sejam elas favoráveis ou não. Um outro ponto que eu gostaria de debater é sobre a colocação INFELIZ de nosso caro colega quando ele acusa aos estudantes que lutam pelo PASSE LIVRE de pseudo-revolucionarios!!! Ora meu caro Thiago se você não é a favor não rotule infantilmente os que realmente anseiam por mudanças.
E só para terminar, sem menosprezar Aristóteles, vai ai uma frase mais adequada de um grande pensador ( tente descobrir quem é)
NÃO CONCORDO COM UMA SÓ PALAVRA DO QUE DIZES, MAS DEFENDEREI O DIREITO DE DIZE-LA ATÉ A MORTE.
P.S : GOSTARIA DE RESSALTAR O MEU APOIO AO CLPL (COMITÊ DE LUTA PELO PASSE LIVRE).
3. A plutocracia está no cio.
Antonio de Paiva Moura.
Na capa do jornal “Estado de Minas” de hoje, 4/11/05, lemos em letras gorduchas: “Banco do Brasil desviou dez milhões para abastecer mensalão”. É uma afirmação categórica como se fosse coisa julgada e sentenciada. A mídia que serve ao Novo Liberalismo leva a opinião pública onde quer: ignorância, alienação e dependência.
A revista “Carta Capital” de 2 de novembro corrente trás na coluna “A Semana” matéria que mostra o disparate do quanto mais sangue melhor, isto é, a luta para colocar na mídia as denúncias mentirosas para confundir o povo. Diante da própria crise a saída dos tucanos foi a de inventar problemas mesmo que eles não existam. Denunciar, denunciar e denunciar. No meio do fogo surgiu a publicação de “Carta Capital”, do relatório do Tribunal de Contas do Estado da Bahia que revela a existência de 101 milhões na Bahiatursa em pagamentos irregulares e caixa 2 que assombram a família de Antonio Carlos Magalhães.
Em “Carta aberta”, a professora Walquíria Rego analisa a baderna da mídia dizendo que a oligarquização dos meios de comunicação coloca em risco a cidadania e ameaça os pilares de uma sociedade pluralista e civilizada. O lado predominante valoriza o individualismo; fama e enriquecimento conseguidos a qualquer preço e a qualquer meio; a voz demagógica do marketing político; a voz conservadora que apela aos políticos mortos e que os mitificam. Por outro, não há um contra-peso, isto é, as camadas subalternas da sociedade não conseguem exprimir seus anseios e nem proferir seus discursos. As camadas subalternas não têm direito a voz e nem a voto. Delegam aos outros o direito de falar por elas e vendem ou doam seus votos aos poderosos. Portanto, existe no Brasil uma forte plutocracia que anula a democracia.
Internacional
AMÉRICA LATINA
1. Presença militar dos EUA no Paraguai ressuscita fantasma intervencionista
Internacional
AMÉRICA LATINA
1. Presença militar dos EUA no Paraguai ressuscita fantasma intervencionista
Luiz Augusto Gollo - Carta Maior - 08/11/2005
Os governos do Brasil e da Bolívia já manifestaram preocupação com a presença de tropas dos Estados Unidos na região, apesar da versão sempre repetida por paraguaios e norte-americanos de que tudo não passa de ajuda humanitária. Embaixada dos EUA em Assunção tem efetivo militar de 400 pessoas.(leia mais)
2. Lua-de-mel entre Kirchner e povo argentino tem prazo de validade
2. Lua-de-mel entre Kirchner e povo argentino tem prazo de validade
Marcel Gomes - Carta Maior - 03/11/2005
Presidente endureceu com o FMI, se afastou da Alca e colou em Lula e Chávez. Ainda assim, a socióloga Alcira Argumedo, da Universidade de Buenos Aires, avalia que a lua-de mel com os argentinos pode acabar. Para ela, o "capitalismo verdadeiro" proposto pelo governo não altera linhas gerais do modelo neoliberal que causou a maior crise do país.(leia mais)
Brasil
1. Por que o governo Lula capitula ante os interesses dominantes
Brasil
1. Por que o governo Lula capitula ante os interesses dominantes
Ricardo Carneiro - Especial para a Carta Maior - 08/11/2005
Em mais um capítulo do debate sobre a política econômica aberto aqui na Carta Maior, o economista da Unicamp Ricardo Carneiro contesta o artigo de seu colega da mesma universidade Fernando Nogueira da Costa, hoje vice-presidente da Caixa Econômica Federal. Para Carneiro, as opções do governo o levam à capitulação ante os interesses dominantes.(leia mais)
2. Do Correio Caros Amigos:
Operação dois em um
por Marcelo Salles
O noticiário político da semana passada centrou-se na repercussão da matéria infundada de capa da revista Veja e nas acusações de inúmeros parlamentares de que estariam sendo grampeados pela Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. Muito inteligente. E conveniente. Com o poder de agendamento que tem, a mídia colombina sabe que mantendo esses temas nas primeiras páginas acerta em dois alvos:
Operação dois em um
por Marcelo Salles
O noticiário político da semana passada centrou-se na repercussão da matéria infundada de capa da revista Veja e nas acusações de inúmeros parlamentares de que estariam sendo grampeados pela Agência Brasileira de Inteligência, a Abin. Muito inteligente. E conveniente. Com o poder de agendamento que tem, a mídia colombina sabe que mantendo esses temas nas primeiras páginas acerta em dois alvos:
Primeiro, joga panos quentes sobre a denúncia veiculada pela IstoÉ de caixa dois na campanha do ex-presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, e encobre a denúncia levantada pela revista Carta Capital sobre o caixa dois operado pelo esquema de ACM na Bahia, que teria movimentado quase o dobro do montante operado pelo PT, ao subtrair recursos do governo do Estado via contratos com a agência de publicidade Propeg e ONGs formadas por funcionários públicos ligados ao carlismo.
Em segundo lugar, mantém o governo na defensiva, em evidente campanha contra o PT e a favor de PSDB e PFL tendo em vista as eleições de 2006, o que já acontece pelo menos desde junho, quando Carlos Nascimento (Bandnews) falou, pela primeira vez em rede nacional, em impedimento do presidente Lula, comparando-o a Collor.
Nesse enredo, ressalte-se que dois parlamentares receberam grande espaço na mídia: o senador Arthur Virgílio, líder do PSDB, e ACM Neto, deputado federal (PFL-BA). Este último, então, aparece praticamente todos os dias nos telejornais. Sabedores de que precisavam retirar de foco as denúncias que contrariavam seus interesses, fizeram o arranjo que deveriam fazer: denúncias dos grampos, ameaças de “surras” e teatralização excessiva nos plenários da Câmara e do Senado.
Tanto conseguiram pautar a imprensa que até mesmo os programas supostamente inteligentes se deixaram envolver. Deixaram? No Programa do Jô, por exemplo, após exibida sua fala, Arthur Virgílio foi aplaudido, sob a batuta do apresentador. Cristiana Lobo, uma das comentaristas, defendeu o senador alegando que ele havia tomado uma “atitude humana” ao ameaçar o presidente da República com uma surra, pois seu filho estaria sendo vigiado. Só faltou explicar que não há provas contra o presidente e nem sequer contra a Abin. Quando a professora de História Maria Aparecida de Aquino discordou, lembrando que era preciso respeitar o presidente, ainda mais em se tratando de uma acusação proferida por um senador da República, Jô interviu: “Mas ele não estava exemplificando um extremo?”. Ou seja, além de obedecer à pauta única, tanto as reportagens quanto os programas de entrevistas se colocaram ao lado do PSDB e do PFL, considerando as edições de textos e imagens, bem como o conteúdo do debate.
Interesses atávicos
Nunca é demais lembrar o caso da NEC do Brasil, já que se trata de um ícone das relações entre mídia e poder: antes das eleições de 1984, Roberto Marinho almoçou com Tancredo Neves. Este prometeu indicar Antônio Carlos Magalhães ministro das Comunicações. Tancredo morre e Sarney assume em seu lugar, mas mantém o acordo e nomeia ACM. Uma das primeiras medidas do novo ministro foi suspender as encomendas do governo com a NEC do Brasil. A empresa, que valia cerca de US$ 380 milhões, passou a valer muito pouco e quase faliu, pois era basicamente sustentada por este contrato com o governo. Então a Globo comprou a NEC por US$ 1 milhão e ACM re-estabeleceu as encomendas. Automaticamente a empresa voltou a valer o que valia antes. Um lucro de 34.200%.
O que se lamenta nisso tudo nem são as alianças da mídia colombina com os mesmos grupos de sempre, com os mesmos coronéis que mantem o povo brasileiro uma presa fácil para os exploradores. Esse acerto era esperado. Afinal, eles são sócios. O triste é que este governo poderia ter se apoiado em 53 milhões de votos e lutado contra o oligopólio da mídia, bem como fortalecido os veículos alternativos, construindo um canal de diálogo aberto com o povo sem a tradicional censura política. Mas preferiu acreditar que conseguiria manter o oligopólio sob controle com as verbas publicitárias. O resultado das próximas eleições dirá se a aposta foi correta.
Em todo caso, o brasileiro sai perdendo, pois continua refém das imagens e palavras escolhidas por aqueles que se preocupam mais com os índices do sistema financeiro do que com os problemas reais do povo.
Marcelo Salles, coordenador do www.fazendomedia.com e correspondente da Caros Amigos no Rio de Janeiro.
Utilidade pública do Boletim
1. Seleções para pós-graduação
Utilidade pública do Boletim
1. Seleções para pós-graduação
- Estão abertas, ate' o dia 18/11/2005, as inscrições para o exame de seleção da turma de 2006 do Mestrado Profissional em Bens Culturais e projetos Sociais do CPDOC da Fundação Getulio Vargas. Mais informações em www.cpdoc.fgv.br, através do tel.: (21) 2559-5757 ou pelo e-mail pphpbc@fgv.br.
- Estarão abertas, de 7/11 a 7/12/2005, as inscrições para o curso de mestrado em Historia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A seleção consistira' das seguintes etapas: avaliação do plano de trabalho, prova escrita, entrevista, analise do curriculum vitae e proficiência em língua estrangeira. Serão oferecidas treze vagas. Mais informações através do e-mail ppgh@cchla.ufrn.br ou do tel.: (84) 3215-3580.
- As inscrições para as provas de seleção ao Programa de pós-graduação em Historia das Ciências e da Saúde estão abertas ate' o dia 22/11/2005. O programa oferece três linhas de pesquisa: "Historia das Políticas, Instituições e Profissões em Saúde", "Historia das Ciências Biomédicas" e "Historia da Medicina e das Doenças". Podem concorrer profissionais de nível superior portadores de diplomas obtidos, preferencialmente, nas seguintes áreas do conhecimento: ciências humanas, ciências sociais, ciências da saúde, ciências biológicas e ciências biomédicas. Serão oferecidas dez vagas para mestrado e dez para doutorado. O edital completo esta' disponível em www.coc.fiocruz.br/pos_graduacao/edital2006.prn.pdf. Mais informações através dos tels.: (21) 3882-9095/3882-9096 ou dos e-mails historiasaude@coc.fiocruz.br e ccruz@coc.fiocruz.br.
- O Programa de pós-graduação em Historia, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), estará' com inscrições abertas, de 7 a 18/11/2005, para o mestrado com área de concentração em "Historia e Cultura Histórica", desdobrando-se em duas linhas de pesquisa: "Historia Regional" e "Ensino de Historia e Saberes Históricos". O edital completo esta' disponível em chip.cchla.ufpb.br/ppgh/
- Estão abertas, ate' o dia 7/12/2005, as inscrições para o exame de seleção ao ingresso no Curso de Mestrado em Historia da Universidade Severino Sombra (USS). São oferecidas dezesseis vagas e alguns dos requisitos para inscrição são: ser graduado (licenciado ou bacharel) na área de Historia e Ciências Sociais/Humanas; indicação de uma das seguintes línguas estrangeiras para exame de proficiência: francês, inglês ou espanhol; carta de intenção 'a Coordenadoria do Programa (explicar sucintamente as razoes que levaram 'a escolha do programa); apresentar um projeto contendo: justificativa do tema, objetivo, fontes e bibliografia concernente 'as linhas de pesquisa do Programa: Historia Cultural ou Historia Política. Mais informações em www.uss.br.
2. Simpósio Internacional "Crise e rebelião na América Latina"/UEM
- O Simpósio Internacional "Crise e rebelião na América Latina" acontecera' de 23 a 25/11/2005 e será' formado pelas seguintes mesas: "Lutas do campo na América Latina" (dia 23,'as 19h, na Câmara Municipal de Maringá'), "Revolução Bolivariana no contexto atual" (dia 24, 'as 19h, na Universidade Estadual de Maringá') e "Partido de Massa e Partido Político" (dia 25, 'as 19h, na Universidade Estadual de Maringá'). Seguem os nomes dos convidados para as mesas: Thomas Balduino, Gaudencio Frigotto, Nildo Ouriques, Pietro Alarcon, Jose' Paulo Netto e Atilio Boron. As inscrições podem ser feitas através do site www.cch.uem.br/este.
3. PROJETOS DE HISTÓRIA ORAL E VÍDEO: METODOLOGIAS DE ANÁLISE SOCIAL COM DOCUMENTOS FOTOGRÁFICOS
Curso que visa a apresentar as bases metodológicas para a construção de fontes de pesquisa histórica a partir da confluência de depoimentos orais, imagens e registros visuais e audiovisuais. Museu Paulista da USP – Parque da Independência s/n.º – Bairro do Ipiranga– São Paulo.De 22 a 25 de novembro de 2005 - 10h00 às 12h00 Inscrições: de 17de outubro a 17 de novembro de 2005 (9h00 às 12h00 e das14h00 às 16h30). Enviar currículo de no máximo três páginas, contendo as atividades ligadas a acervos visuais. Mais informações em: Site: http://www.mp.usp.br E-mail: acadmp@usp.br (Stella) Tel: 6165-8006 Fax: 273-4390
4. I Seminário de História do Açúcar: Historia e Cultura Material
Museu Republicano Convenção de Itu – MP/USP Itu-SP – 28 de novembro a 2 de dezembro de 2005 - O Museu Paulista e a Cátedra Jaime Cortesão, da Universidade de São Paulo, promoverão em Itu o I Seminário de História do Açúcar: História e Cultura Material, com o apoio do Centro de Estudos de História do Atlântico/CEHA (Ilha da Madeira – Portugal) e Prefeitura da Estância turística de Itu. As sessões do Seminário serão realizadas no Centro de Estudos do Museu Republicano, no período de 28 de novembro a 2 de dezembro de 2005.Inscrições:Local: Museu Republicano “Convenção de Itu”/MP/USP, Rua Barão do Itaim, 67, Itu-SPPeríodo: 18 out. a 20 nov. 2005 - Taxa: R$ 20,00 - R$ 10,00 – estudantes - O pagamento das inscrições deverá ser feito no primeiro dia do Seminário.Informações:http://www.mp.usp.br - E-mail: admmr@usp.br - Tel: (11) 4023 0240
5. Meu ex-aluno e hoje poderoso professor-doutor, Décio Gatti, convida para o VI Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação, que será realizado em Uberlândia, de 17 a 20 de abril de 2006. Quem for apresentar comunicação tem até o dia 18 de novembro para isso.Quem for apenas participar, deve preencher a ficha que se encontra em www.faced.ufu.br/colubhe06/inscricao até 15 de março de 2006.O encontro contará com a presença de Peter Burke na conferência de abertura e nas mesas redondas haverá sempre a presença de professores portugueses e brasileiros.
Dissertações e teses
A invenção da diversidade: construção do Estado e diversificação territorial no Brasil/Tese
Rafael Winter Ribeiro (rafaelwinter2002@yahoo.com.br) defendeu, em 2/5/2005, tese de doutorado em Geografia, no Programa de pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGG/UFRJ), intitulada "A invenção da diversidade: construção do Estado e diversificação territorial no Brasil (1889-1930)", orientado por Iná Elias de Castro. Este e' o resumo, feito pelo autor:"Partindo da idéia de que a noção de diversidade e' socialmente construída, o trabalho analisa as representações sobre a diversidade territorial brasileira durante a Primeira Republica (1889-1930) e como elas estão associadas 'a organização e ação do Estado no Brasil. A tese principal que e' defendida e' de que a ascensão ao poder de partes das elites periféricas conferiu maior visibilidade a novos territórios e territorialidades dentro do aparelho de Estado, o que permitiu a emergência da representação de uma diferenciação interna bem maior, facilitando mesmo a recomposição de uma nova geografia nacional. O trabalho mostra como o aparelhamento do Estado no sentido de conferir visibilidade a essas elites e seus territórios foi um dos fatores fundamentais na construção das novas geografias do pais. O foco da analise e' direcionado para o Ministério da Agricultura, Industria e Comercio, criado em 1906/1909, a partir das demandas de partes da elite desligadas da produção do café'. Baseado no discurso da necessidade de diversificação da produção brasileira, este Ministério reunia repartições que deveriam se encarregar da produção de conhecimento sobre o território embasadas num discurso técnico cientifico, como o Serviço Geológico e a Diretoria de Meteorologia. Possuía também repartições ligadas 'a propaganda do pais e do seu território para diferentes públicos, como o Museu Comercial, o Serviço de Informações e o Serviço de Propaganda do Brasil no Exterior. A ação desses órgãos, mostrando um Brasil com diferenças internas significativas, contribuiu para quebrar velhas visões homogeneizantes do território nacional".
Livros e revistas
1. Revista Anos 90/Lançamento
Foi lançada a Revista Anos 90, do Programa de pós-graduação em Historia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A publicação contem os dossiês: "Trabalhismo(s)" e "Foucault: jogos e diálogos" e artigos. Mais informações através do e-mail ppghist@ufrgs.br ou do tel.: (51) 3316-6639.
2. "Literatura Policial Brasileira", de Sandra Reimao e "Os brasileiros e a Segunda Guerra Mundial", de Francisco César Ferraz. Os livros fazem parte da coleção Descobrindo o Brasil (Jorge Zahar Editor). Mais informações em www.zahar.com.br
3. "O canto do vento", de Camões Filho. O livro trata da historia dos campos de concentração brasileiros na Segunda Guerra Mundial. Mais informações através do e-mail minarete@starmedia.com.
4. Revista Historia Viva nº 25 . Traz um dossiê sobre Luis XIV e a França absolutista, e artigos sobre a Guerra de Secessão – Casamento, uma invenção cristã – O alto preço de ser a esposa de Mão Tse Tung – O combate nas ruas pelo ideal abolicionista – A guerrilha do Araguaia – biografia de Simon Bolívar.
5. Revista Nossa Historia nº 25 – Dossiê Fronteiras do Brasil – Artigos sobre Deodoro da Fonseca – O ouro de Moscou não estava na Intentona de 1935 – o Brasil na Exposição Internacional de 1889 – Palmares sem Zumbi – Os conflitos no início do século do ouro em Minas – entrevista com Hermano Vianna.
6.O conflito Israel-Palestina – para começar a entender... de Dan Cohn-Sherbok e Dawoud El-Alami, ed. Palíndromo, 248 p. R$ 35,00.
7.O Imperador. O polonês Ryszard Kapucinski narra 4 décadas da dominação da Etiópia por Hailé Selassié. Companhia das Letras, 200 p. R$33,00.
Sites superinteressantes
1. Novidades da Biblioteca Virtual de História Colonial:
· ANÔNIMO. Defensa canónica y real por las provincias de la Compaía de Jesús de la Nueva España y Filipinas en los autos con el venerable Dean, y Cabildo de la Santa Iglesia Metropolitana de Mexico. Nueva España, 1736, 106 p. Edição on line facsimilar da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes.
· ALEGRE, Pe. Francisco Javier. Historia de la Companía de Jesús en Nueva-España. México: Imprenta de J. M. Lara, 1841. Edição on line da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes.
· ALBUQUERQUE, Luís de. Ciência e experiência nos descobrimentos portugueses. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1983.
· BERREDO E CASTRO, Bernardo Pereira de. Annaes Históricos do Estado do Maranhão - 1749. 4. ed. Manaus: Biblioteca Pública do Estado do Amazonas, s.d. Publicação eletrônica.
· BESSELAAR, José van den. António Vieira: o homem, a obra, as ideias. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1981.
· CASTRO, Armando. As doutrinas económicas em Portugal na expansão e na decadência (séculos XVI a XVIII). Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1978.
· COSTA, Manuel Fernandes. As navegações atlânticas no século XV. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1979.
· ________________________. O descobrimento da América e o Tratado de Tordesilhas. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1979.
· GÂNDAVO, Pero Magalhães. História da Província de Santa Cruz - 1575. São Paulo: Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa - USP, 1999. Publicação eletrônica.
· LANCIANI, Giulia. Os relatos de naufrágios na literatura portuguesa dos séculos XVI e XVII. Lisboa: Instituto de Cultura Portuguesa, 1979.
· MOTOLINÍA, Toribio de. Historia de los indios de la Nueva España. Colección de documentos para la historia de México. Vol. I, México, Librería de J. M. Andrade, 1858, p. 1-249.
· MONTOYA, Juan de. Relación del descrubimiento del Nuevo México y de otras muchas provincias y ciudades. Em Roma, por Bartholome Bonfadino, 1602, 60 p.
· PÁEZ, J. Roberto (estudio, biografías y selecciones). Cronistas coloniales (primera parte). México: J. M. Cajica Jr., 1960.
· PINTO, Fernão Mendes. Peregrinaçam de Fernam Mendez Pinto em que da conta de muytas e muyto estranhas cousas que vio & ouuio no reyno da China, no da Tartaria , no do Sornau, que vulgarmente se chama Sião, no do Calaminhan, no de Pegù, no de Martauão, & em outros muytos reynos & senhorios das partes Orientais, de que nestas nossas do Occidente ha muyto pouca ou nenhu[m]a noticia. E tambem da conta de muytos casos particulares que acontecerão assi a elle como a outras pessoas... / escrita pelo mesmo Fernão Mendez Pinto. Em Lisboa : por Pedro Crasbeeck : a custa de Belchior de Faria, 1614, 605 p.
· RODRIGUES, Antônio. Carta aos irmãos jesuítas de Coimbra - 1553. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2002 [1553]. Publicação eletrônica.
· TINOCO, João Nunes. [Plantas e desenhos para uma igreja] [Manuscrito], [ca. 1656].
· VIEIRA, Pe. Antônio. Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as da Holanda - 1640. In: GOMES, Eugênio (org.). Vieira - Sermões. 8. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1980, p. 13-46 [1640].
Acesse: http://cms-oliveira.sites.uol.com.br
2. Entrará no ar esta semana, comemorando os 50 anos do Curso de História e os 25 anos do Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba, o número zero de Perg@minho - Revista Eletrônica de História, editada semestralmente pelo Laboratório de História - LABORHIS, pelo Curso de Licenciatura Plena em História, pelo Departamento de História e pelo Programa de Pós-Graduação em História da UFPB (Campus I - João Pessoa).
Perg@minho é um periódico científico on line destinado à divulgação de textos e pesquisas produzidos por alunos e professores da Graduação e da Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba e de outras instituições de ensino superior e centros de pesquisa, do Brasil e do exterior, e também abriga sessões específicas: uma com textos didáticos produzidos por docentes para utilização em sala de aula, suprindo lacunas porventura existentes na bibliografia sobre temas específicos ou emergentes; uma com estudos de casos ou relatos de experiências didáticas, cujos textos poderiam ser escritos por ex-alunos ou alunos de Cursos de História em nível de Graduação ou Pós-Graduação que atuam como docentes no Ensino Fundamental, Médio ou Superior; uma terceira, com resenhas; e sessões específicas em sua home page, com links para matérias ou web sites interessantes no campo da História e de suas ciências afins.
A home page de Perg@minho também abriga uma sessão com documentos históricos e obras clássicas de historiografia, hoje de difícil acesso, por encontrarem-se esgotadas ou depositadas em arquivos que, muitas vezes, demandam altos investimentos por parte do pesquisador para acessá-los. Nosso objetivo é disponibilizá-las a pesquisadores e contribuir, assim, para o incremento da pesquisa histórica no Brasil.
Acesse: http://cchla.ufpb.br/pergaminho/
Perg@minho é um periódico científico on line destinado à divulgação de textos e pesquisas produzidos por alunos e professores da Graduação e da Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba e de outras instituições de ensino superior e centros de pesquisa, do Brasil e do exterior, e também abriga sessões específicas: uma com textos didáticos produzidos por docentes para utilização em sala de aula, suprindo lacunas porventura existentes na bibliografia sobre temas específicos ou emergentes; uma com estudos de casos ou relatos de experiências didáticas, cujos textos poderiam ser escritos por ex-alunos ou alunos de Cursos de História em nível de Graduação ou Pós-Graduação que atuam como docentes no Ensino Fundamental, Médio ou Superior; uma terceira, com resenhas; e sessões específicas em sua home page, com links para matérias ou web sites interessantes no campo da História e de suas ciências afins.
A home page de Perg@minho também abriga uma sessão com documentos históricos e obras clássicas de historiografia, hoje de difícil acesso, por encontrarem-se esgotadas ou depositadas em arquivos que, muitas vezes, demandam altos investimentos por parte do pesquisador para acessá-los. Nosso objetivo é disponibilizá-las a pesquisadores e contribuir, assim, para o incremento da pesquisa histórica no Brasil.
Acesse: http://cchla.ufpb.br/pergaminho/
3. Biblioteca Virtual Adolpho Lutz traz os textos científicos, cartas, fotografias e outros documentos do cientista carioca.Acesse: http://bvsalutz.coc.fiocruz.br/html/pt/home.html
4. Revista Histórica Nº 6
“Contribuição metodológica para a pesquisa historiográfica com os testamentos” – Maria Lucília Viveiros Araújo apresenta os métodos e os procedimentos relacionados ao uso dos testamentos como documentação serial, de forma a subsidiar o aprofundamento dos estudos da família. Os estudos com documentação manuscrita, como testamentos e sesmarias, são um dos assuntos mais procurados em nossa página, e este texto vem atender a essa demanda.“Os Refugiados e a Posição do Brasil” – Julia Bertino Moreira traz a questão do refugiado, relatando os motivos que levaram ao seu surgimento no mundo e a posição do Brasil em relação a essas pessoas.“Uma burguesia de pés descalços: a trajetória do empresariado do calçado no interior paulista” – Agnaldo de Sousa Barbosa trata da origem do empresariado no interior paulista – indústria de calçados –, da passagem de um processo que era todo artesanal para o emprego das máquinas, e mostra quem eram as pessoas responsáveis por este avanço.Imagens de uma época: homenageia o nascimento de Vinicius de Moraes, um dos mais renomados compositores da música popular Brasileira.Publique seu texto: http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/publique/
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