Numero 163
Trazemos hoje a reprodução de uma Carta ao presidente Obama, divulgada pela Carta Maior e, como está dito, está aberta a adesões. Não deixa de ser interessante, resta saber se ele representa, realmente, uma mudança. Afinal, mais do que os indivíduos eleitos, eles representam a elite A e a elite B dos Estados Unidos...
Em seguida, o jornalista José de Castro analisa um livro de um autor indiano praticamente desconhecido do grande público, mas cuja obra tem muito a ver com a situação atual. Vale a pena conferir!
O terceiro artigo foi enviado por um ex-aluno e é, no mínimo curioso, pois mostra que o presidente Barack Obama não teria existido se não fosse o Brasil. Parece loucura? Mas leiam, é interessante o artigo.
Finalmente, uma outra colaboradora nos apresenta uma reportagem-denúncia que nos deixa perplexos. Só lendo para entender, ou melhor, para não entender!!!
Bom proveito!
Nossa Carta a Obama
Carta Maior
Man Booker Prize e a crise atual
José de Souza Castro (do site da revista NovaE)
Colaboração de Guilherme Souto.
Se não fosse o Brasil, jamais Barack Obama teria nascido
Na noite do dia 25 de setembro de 1956, estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro a peça Orfeu da Conceição, do poeta brasileiro Vinícius de Morais (1913-1980). Esta peça é uma adaptação do mito grego do lendário cantor Orfeu, cuja lira, dotada de sons melodiosos, amansava as feras que vinham deitar-se-lhe aos pés. Por Fernando Jorge (publicado originalmente em 22 de julho no blog Artigos de Fernando Jorge; reproduzido do blog de Luis Nassif)
Filho da musa Calíope, ele resgatou a sua esposa Eurídice do Inferno, após ela ter sido picada por serpente. A história de Vinícius decorre numa favela carioca, durante os três dias de carnaval.
Em 1959, o diretor francês MarceI Camus transpôs a peça para o cinema. Daí surgiu o filme Orfeu Negro, com músicas de Luiz Bonfá e Tom Jobim, a negra atriz americana Marpessa Dawn, os negros brasileiros Breno Mello, Lourdes de Oliveira e Adhemar da Silva.
Cheio de belas imagens, como a do romper do sol na favela, a do aparecimento da Morte numa central elétrica, e ainda com o som dos sambas empolgantes, a película baseada na obra do letrista de Garota de Ipanema, além de alcançar grande sucesso comercial, ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em Hollywood.
Pois bem, nesse ano de 1959, uma jovem americana de 16 anos, extremamente branca, sem um pingo de sangue negro, chamada Stanley Ann Dunham, nascida no Kansas, resolveu assistir em Chicago ao primeiro filme estrangeiro de sua existência. Foi ver o Orfeu Negro, só com atores negros, paisagens brasileiras, música brasileira, história brasileira.
Ela saiu do cinema em estado de êxtase, maravilhada. Adorou aqueles negros encantadores de um país tropical e logo admitiu: “Nunca vi coisa mais linda, em toda a minha vida”.
Depois de tal arrebatamento, a jovem Stanley embarcou para o Havaí. E ali, aos 18 anos, ela se tornou colega, numa aula de russo, de um jovem negro de 23 anos, Barack Hussein Obama, nascido no Quênia. A moça branca do Kansas, influenciada pelo filme Orfeu Negro, entregou-se a ele e dessa união inter-racial, nasceu em 4 de agosto de 1961 um menino, a quem ela deu o mesmo nome do pai e que é agora, aos 46 anos, o primeiro candidato negro à presidência dos Estados Unidos (Nota da Redação: o texto foi publicado antes das eleições presidenciais americanas de 4 de novembro).
Eis um detalhe perturbador: comparando duas fotografias, descobri enorme semelhança física entre o brasileiro Breno Mello, o Orfeu do filme Orfeu Negro, e o queniano Barack Hussein Obama, pai do filho da americana Stanley Ann Dunham.
No começo da década de 1980, ao visitar o seu filho em Nova York, a senhora Stanley o convidou para ver o filme Orfeu Negro. Segundo o depoimento do próprio Barack, no meio do filme ele se sentiu entediado, quis ir embora. Disposto a fazer isto, desistiu do seu propósito, no momento em que olhou o rosto da mãe, iluminado pela tela.
A fisionomia da senhora Stanley mostrava deslumbramento. Então o filho pôde entender, como se deduz da sua autobiografia, porque ela, tão branca, tão anglo-saxônica, uniu-se ao seu pai, tão negro, tão africano...
Não há dúvida, a sexualidade às vezes percorre caminhos misteriosos, que alteram de modo decisivo os rumos da história universal.
Se não fosse o fascínio da branca mãe de Barack Obama pelo filme Orfeu Negro, ela não se entregaria ao rapaz queniano, um preto retinto. A rigor, sem o Brasil, sem a história do poeta brasileiro Vinícius de Morais, o filme Orfeu Negro não existiria. Portanto, se não fosse o Brasil, jamais Barack Obama teria nascido.
Apresenta uma lógica perfeita, a nossa conclusão. E avanço mais: se ele for eleito, o meu país, a pátria de Lula, será a causa da mudança da historia dos Estados Unidos. Aliás, o Brasil já mudou essa história...
* Fernando Jorge é escritor e jornalista, autor do livro Vida, Obra e Época de Paulo Setúbal — Um Homem de Alma Ardente
Colaboração de Rosa Varella
Moradores de Miami, na Flórida (EUA), poderão a partir de agosto de 2008 entrar em lojas de conveniência da cidade e levar pra casa uma nova garrafa de água mineral, a H2Ocean. Seria apenas mais uma marca no mercado, não fosse por um detalhe: a H2Ocean é feita a partir da água do mar, com aplicação da nanotecnologia. E mais. O processo foi desenvolvido por brasileiros.
A H2Ocean nasceu da experiência de dois cientistas, que começaram a desenvolver a tecnologia de controle de minerais em água dessalinizada. As pesquisas iniciaram-se há dez anos. Em seguida, somaram-se à dupla outros dois sócios. Em 2003, eles conseguiram a patente do processo e passaram a bater de porta em porta para tentar comercializar a água. 'Ao longo de dez anos, foram investidos cerca de US$ 2 milhões na companhia', diz Rolando Viviani, gerente de marketing da H2Ocean. Segundo ele, todas as pesquisas foram feitas com recursos próprios dos quatro sócios. Seus nomes, por enquanto, são mantidos em sigilo.
A água é colhida em alto mar e processada através de osmose reversa em equipamentos de alta tecnologia que executam processos de nano filtragem e seleção de minerais (processo patenteado). Todo sal e impurezas são retirados da água, permanecendo apenas os minerais e nutrientes naturais. Nenhuma substância é acrescentada em qualquer das etapas de produção da H2Ocean. Todos os elementos contidos na água provém do mar e são naturais. H2Ocean é produzida dentro de padrões de qualidade exigidos pelos organismos industriais e ambientais e garante a potabilidade exigida por todas as legislações de controle de água no mundo. Esse processo diferenciado confere a H2Ocean a condição de ÚNICA água do mercado com 63 diferentes minerais com excelente qualidade, tanto ao paladar quanto a saúde.
A grande diferença entre uma água mineral comum e H2Ocean é a quantidade e diversidade de minerais que a H2Ocean oferece. As águas minerais, em sua maioria oferecem, cerca de 12 minerais, enquanto H2Ocean oferece 63. As células dos organismos necessitam desses minerais para se manterem melhor nutridas e equilibradas. Ou seja, a formulação da H2Ocean é um coquetel de minerais, equilibrados e fracionados na medida exata para um excelente complemento nutricional.
No início, o objetivo da H2Ocean era vender a água 'nanotecnológica' no Brasil. A empresa alega ter procurado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2006 para realizar o pedido de registro do engarrafamento do produto. A resposta teria sido a de que não há legislação específica para que esse tipo de água seja vendido no país por conta da sua fonte: o mar. Procurada, a Anvisa informou que a H2Ocean nunca entrou com um pedido de registro.A empresa, entretanto, enviou ao Valor fac-símile da página da Anvisa na internet em que aparece o número do processo do registro e do protocolo, em nome de Aquamare Beneficiadora e Distribuidora de Água. A data de entrada é de outubro de 2006 e o pedido foi negado em março do ano passado. Em dezembro, a mesma Aquamare fez uma segunda tentativa, enviando uma carta à Anvisa em que pedia esclarecimentos sobre o que fazer para obter o registro. A resposta veio quatro meses depois, com a indicação de que a empresa deveria 'importar' uma legislação sobre o assunto.
As dificuldades para se obter o registro no Brasil levaram a H2Ocean a mudar de estratégia. A empresa continua interessada em obter a aprovação da Anvisa, mas decidiu priorizar a busca por novos mercados. A opção foi pelos EUA. 'O registro da empresa saiu em três horas e a água foi analisada em 15 dias. Nos EUA, conseguimos resolver em três meses tudo o que não conseguimos aqui em quatro anos', afirma Viviani. O Valor, porém, não teve acesso ao registro obtido no exterior. A venda da H2Ocean começa nos Estados Unidos em agosto, em três estados: além da Flórida, Nova Jérsei e Atlanta. Foram embarcados oito contêineres do produto, feito inicialmente na fábrica de Bertioga, litoral sul de São Paulo. A unidade poderá ser desativada em breve. A produção deve ser transferida para os EUA no fim deste ano.
A nanotecnologia foi o instrumento utilizado pela H2Ocean para transformar> a água do mar em água mineral dessalinizada. A água dos oceanos é rica em micro e macro nutrientes, como o boro, o cromo e o germânio - elementos dos quais o corpo humano necessita, em pequenas doses. Com a nanotecnologia, a H2Ocean conseguiu, a partir da água recolhida em alto mar, retirar o sal e manter grande parte dos minerais. Para chegar a esse resultado, os cientistas criaram um filtro com nanotecnologia aplicada, o nanofiltro. O processo inicial é o mesmo que se faz desde a década de 1940: a dessalinização. Depois de retirado o sal, restam duas opções, segundo Viviani: 'Ou todos os minerais são retirados da água ou ela continua salgada'. Com uma sequência de nanofiltragens, a H2Ocean conseguiu manter 63 dos 86 minerais contidos na composição inicial. Surgiu a água do mar mineral.
Fonte: Gazeta Mercantil - Indústria - Pág C1 - 30.07.08
O que faz esta foto aqui, neste espaço, perguntaria você. E a resposta é a mais óbvia possível. Nada! Ela veio apenas enfeitar um pouco o Boletim. São os jardins do palácio Schonbrunn, em Viena, o famoso palácio da imperatriz Sissi. Bonitos, não?
NAVEGAR É PRECISO
1. Site da Agência Carta Maior – www.cartamaior.com.br
"Passamos da fase dos slogans simpáticos dos fóruns sociais"De passagem pelo Brasil, filósofo francês concede entrevista exclusiva à Carta Maior, na qual analisa a crise financeira, comenta as situações dos EUA e da Europa e aponta os desafios para a esquerda construir uma alternativa ao modelo atual. > LEIA MAIS
José Luís Fiori - Reflexões de outubro
Pode-se dizer, com razoável grau de segurança, que os problemas sistêmicos provocados pela crise financeira, deverão vir de outro lado, e eles já estavam se anunciando, nos últimos dias de outubro. Todos organismos internacionais estão prevendo quedas acentuadas da produção, dos preços e das exportações. –
PAUL HARRIS - Por que a América não dará um giro à esquerda
A eleição de Barack Obama como o 44º Presidente dos EUA - e seu primeiro líder negro - tem sido celebrada como uma revolução e uma transformação. A ala direita dos Republicanos teme que seu país esteja aderindo ao presidente mais radical desde Roosevelt. Mas a análise dos votos e da própria personalidade de Obama revela muito menos mudança do que se está pensando. > LEIA MAIS
EDUARDO GALEANO - Oxalá!
Barack Obama, primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos, concretizará o sonho de Martin Luther King ou o pesadelo de Condoleezza Rice? Esta Casa Branca, que agora é sua casa, foi construída por escravos negros. Oxalá ele não se esqueça disso, nunca. > LEIA MAIS
2. Site da revista NovaE - http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1098
Visões femininas sobre o mundo pós-desenvolvido [Rosa Alegria] O trabalho e o conhecimento das mulheres são fundamentais para a conservação da biodiversidade porque são elas que executam tarefas múltiplas. As mulheres, tal como os agricultores, tornaram-se invisíveis, não obstante sua contribuição, e devem ser incluídas nos orçamentos nacionais e internacionais.
3. Site do Jornal Brasil de Fato – www.brasildefato.com.br
Habitação
Pesquisa aponta que 35% dos brasileiros que vivem na cidade não possuem moradias dignas
De acordo com dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), 54 milhões de pessoas moram em locais precários.
Greves de estudantes e metalúrgicos vai estremecer o governo Berlusconi - Achille Lollo
Movimentos sociais pretendem levar 1 milhão de pessoas para Roma em protesto contra lei que privatiza o ensino
4. Site da Revista Fórum – www.revistaforum.com.br
Cerca de 120 mil professores vão às ruas de PortugalCategoria se mobiliza contra modelo de avaliação dos docentes. Medida adotada pelo governo português é tida como mercantilista - A matéria apresenta dois vídeos das manifestações.
VALE A PENA LER
1. Numero 16 do jornal Le Monde Diplomatique Brasil
Artigos principais: Depois da crise – inevitável mundo novo. Com artigos de Hobsbawm, Serge Halimi, Alain Gresh, Siddhart Varadarajan e outros.
Outras matérias: Disputa pelo pré-sal – As gentes do Brasil – Falta Estado e sobram armas – julgar os crimes da ditadura – As guerras mexicanas do narcotráfico – Viagem ao povo indígena Zo´é – Cuidar do lixo, cuidar do planeta – Uso regular de trabalhadores precários – Violência doméstica – Mulheres camponesas. Em anexo, os Cadernos da América Latina VII com 3 artigos. Guatemala 2000: um edifício de 5 andares – O Estado e seu papel na eliminação da pobreza – As crises do capitalismo e do neoliberalismo e a esquerda.
NOTICIAS
1. II Seminário Nacional de Estudos de História e Cultura Afro-Brasileiras, “ 120 Anos de Abolição: Desafios e Perspectivas na Construção da Cidadania”Universidade Estadual da ParaíbaNEAB-Í - Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígena CEDUC/UEPB
O evento será realizado entre 17 e 20 de novembro no Centro de Educação (CEDUC I) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande-PB. http:// neabi.uepb.edu.br/eventos/2seminario_nacional/index.php
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2. I Seminário Nacional de Pós-Graduandos em História das Instituições
Instituições, Cultura e Poder
O corpo discente do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) tem a satisfação de convidar a comunidade de pesquisadores para o I Seminário Nacional de Pós-Graduandos em História das Instituições, evento que será realizado entre os dias 25 e 28 de novembro de 2008 no Auditório Paulo Freire, no Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCH) da UNIRIO.
O I Seminário Nacional de Pós-Graduandos em História das Instituições: Instituições, Cultura e Poder, tem como objetivo principal suscitar reflexões e discussões entre os pós-graduandos que se dedicam ao estudo da história das Instituições sob a perspectiva das relações culturais e de poder. O Seminário está aberto a todos os estudantes regularmente matriculados em programas de pós-graduação stricto-sensu (Mestrado ou Doutorado), bem como aos mestres e doutores, em História ou disciplinas afins, que se interessarem em apresentar comunicação. As inscrições serão aceitas até 12 de outubro de 2008.O evento já conta com a confirmação da presença da Profª Angela de Castro Gomes (CPDOC/FGV), da Profª Virginia Fontes (UFF), da Profª Hebe de Mattos (UFF) e do Prof Gilvan Ventura (UFES).Maiores informações acesse nosso site:http://br.geocities.com/historiadasinstituicoes/
ou entre em contato conosco pelo endereço eletrônico: historiadasinstituicoes@gmail.com
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3. Informamos que o site do III Seminário História das Doenças já está disponível no seguinte endereço: http://www.medicina.ufrj.br/IIIsemihd/.
A data de envio dos resumos foi prorrogada para o dia 21/11.
Maiores informações estão disponíveis no site do evento.
Casa de Oswaldo Cruz
Secretaria de Eventos - DEPES
Tatiana Leite
(21) 3882-9161
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4. Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo
Sob regência do maestro John Neschling, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo se apresenta no Grande Teatro. O concerto faz parte da turnê que passará por mais 11 cidades, num total de 16 apresentações em praças, parques e teatros. No repertório do concerto em Belo Horizonte, estão obras de Giuseppe Verdi e M. Camargo Guarnieri.17 de novembro. Segunda-feira, às 21h.
Grande Teatro do Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, Belzonte.
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