Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

18.11.08

Numero 164









Duas matérias de fundo neste número. Na primeira, faz-se uma discussão historiográfica a respeito da Revolução Industrial, enfocando-se uma série de sínteses analíticas surgidas na segunda metade do século passado.
A segunda matéria foi-nos enviada por uma colaboradora, Rosa Varella. Aborda o tema da palestra de Ignacy Sachs que ocorreu nesta segunda feira, dia 17. É sobre a Amazônia, tema que interessa muito a nós, brasileiros.
Muitos links interessantes na seção Navegar é preciso.
Algumas boas indicações de leituras e muitas notícias completam este número do Boletim.
Bom proveito!



Revolução Industrial: um breve ensaio crítico
Alexander Martins Vianna*

Em seu artigo A Revolução Industrial Inglesa: Uma Revisão (Nota Crítica), publicado em 1991 na revista Annales (ESC), Patrick Verley afirmava que houve durante as décadas de 1950 e 1960 uma eclosão de várias sínteses analíticas no mundo anglo-saxão sobre o tema da Revolução Industrial, que pretendiam criar uma leitura global alternativa àquela estruturada por Marx desde meados do século XIX. Afinal, o clima de otimismo econômico dos “Trinta Anos Gloriosos” não comportaria uma teoria que pressupunha a desestruturação de um sistema que se apresentava em plena força, particularmente nos países capitalistas industrializados da Europa e da América do Norte, cuja tendência econômica de crescimento e melhoria da qualidade de vida da população parecia contradizer as teses mais apocalípticas de Marx. Nesta mesma época, houve a difusão e debate dos trabalhos de Walt Rostow e de toda uma linhagem de economistas da dependência, que, centrando-se nos mesmos níveis de análise macro-econômica de Marx, enfatizavam tematicamente: a relação entre capital e trabalho; a gênese do progresso tecnológico; a formação da classe operária; a “acumulação primitiva do capital”.


Com um tom semelhante àquele de Virley, num balanço crítico publicado originalmente em 1986, cujo título provocativo era A Revolução Industrial: Cui Bono?, Immanuel Wallerstein afirmou que a maioria dos trabalhos – particularmente de economistas que fizeram sínteses analíticas entre as décadas de 1950 e 1970 – sobre o tema da Revolução Industrial seguiu a linhagem de Rostow, Bairoch e Landes, cujo objetivo era basicamente fixar as condições prévias globais que definiriam a arrancada industrial dos países, a exemplo do caso-modelo inglês, pois isso serviria como fórmula ou receituário para os projetos de modernização industrial dos países do Terceiro Mundo. Wallerstein lembrava-nos também que deveríamos sempre perguntar o que exatamente cada autor quer dizer com tal expressão. Ele identificou três sentidos principais para a expressão “Revolução Industrial” nas sínteses analíticas produzidas entre as décadas de 1950 e 1970:

(a) Todo tipo de inovação tecnológica que leva ao aumento da mecanização de um ou mais ramos da produção. Ora, isso significa que o termo nem se restringe ao século XVIII e muito menos à Grã-Bretanha.
(b) A “primeira revolução industrial real”, ou seja, aquela que ocorrera na Grã-Bretanha entre as décadas de 1760 e 1840.
(c) Todas as transformações tecnológico-econômicas nacionais subseqüentes consideradas semelhantes àquelas da GB, e que se supõe ser de alguma maneira imitações conscientes de sua experiência de “decolagem industrial”.

Sobre este último sentido, particularmente entre os economistas e sociólogos (liberais, marxistas e dependentistas) entre as décadas de 1950 e 1970, a busca de evidências, marcos ou condições propiciadoras para a “decolagem industrial” (ou take off, expressão que Rostow consagrou) concentrava-se nos seguintes temas:

1. A “revolução tecnológica”, demonstrada modelarmente com o florescimento da indústria têxtil inglesa do algodão (protótipo da indústria de bens de consumo) e, concomitantemente, da indústria metalúrgica de matriz energética mineral (protótipo de indústria de bens de produção). Este “modelo inglês” estivera tanto em voga que, ao interpretarem as “razões do subdesenvolvimento” da América Latina, muitos economistas e sociólogos cepalinos das décadas de 1950 e 1960 pensaram encontrar uma chave interpretativa plausível, que explicasse o “atraso”, na ausência de um parque industrial que combinasse indústrias de bens de consumo (leves ou pesados) com indústrias de bens de produção. Em A Formação Econômica da América Latina, Celso Furtado explicava este “atraso industrial” latino-americano colocando-o na conta da predominância política dos interesses de uma elite econômica latifundiária centrada num modelo agrário-exportador extensivo de produtos tropicais, herança de seu passado colonial escravista.

2. A “revolução agrícola”, ou seja, o aumento da produção agrícola devido às melhorias de suas técnicas de cultivo e aproveitamento do solo, assim como, à expansão de áreas cultivadas em bases não-comunais de produção, isto é, formas de organização do trabalho e do uso do solo que enfatizavam a livre iniciativa individual e a propriedade privada independente (i.e., desvinculada de personalidade jurisdicional), cujos marcos paradigmáticos seriam os “cercamentos” ingleses. O efeito cumulativo disso tudo seria a gradativa liberação de mão-de-obra barata do campo para a cidade (o “exército de mão-de-obra de reserva”), que seria a base da predominância numérica da forma assalariada de relações sociais de produção e, portanto, de uma monetarização definitiva das relações de negócio particulares e das receitas dos Estados.

3. A “revolução demográfica” e a urbanização, que teriam criado mercados maiores internos e externos, fomentando, assim, uma demanda ou pressão por novas tecnologias e/ou inovações na organização do processo produtivo, e por monetarização nas relações de negócios públicos e privados. Deste modo, formar-se-ia um mercado de massa que pressionaria os grandes investidores a buscarem, com menos receio, novos processos produtivos que possibilitassem a transição de uma lógica produtiva artesanal-corporatista para um sistema fabril de produção, cujas principais características sociológicas seriam: a perda, por parte da mão-de-obra, do controle sobre os meios de produção; a maior divisão ou especialização de funções no processo produtivo; o fim das relações sociais personalistas no processo produtivo; individualismo econômico; fim da concepção comunal de convivialidade e lazer.

4. A organização fabril da produção, que era menos exigente, pelo menos nos primórdios da industrialização, quanto à formação técnica de sua mão-de-obra, se comparada com as antigas especializações técnicas da mão-de-obra urbana formada nas corporações de ofício, que exigiam um tempo longo de aprendizado. A singularidade funcional do sistema fabril de produção possibilitava, portanto, a rápida absorção e descarte de uma mão-de-obra sem qualificação específica, principalmente aquela advinda do campo. O feito cumulativo disso seria a decadência ou desaparecimento da produção artesanal em proveito da predominância social, econômica e cultural do modo fabril de produção massificada.

5. O sistema colonial, entendido como um fator central propiciador da “acumulação primitiva do capital” (abordagem marcante entre os teóricos marxistas e os economistas dependentistas). Para tanto, os lucros advindos deste sistema não poderiam ser “imobilizados” em compras de terras e cargos públicos (venalidade dos ofícios). Durante muito tempo, mesmo nos trabalhos ingleses e franceses de história social produzidos entre as décadas de 1930 e 1950, a “imobilização de recursos” em cargos públicos e na terra fora entendido como um diferenciador civilizacional entre uma Inglaterra “já capitalista”(i.e., economicamente mais racional) desde o século XVI e um França “ainda feudal”(i.e., economicamente irracional). Entre os economistas, inclusive em trabalhos mais recentes como de historiadores econômicos como Hilton Root (A Construção do Estado Moderno na Europa: A França e a Inglaterra, 1994), esta suposta “diferença civilizacional” serviu para explicar, de forma global e dedutiva, as razões da suposta precedência inglesa na “decolagem industrial” e na formação de “mercados concorrenciais”.

Como contraponto a esta última afirmação, vale lembrar que, já em 1944, quando foi publicada pela primeira vez a obra A Grande Transformação, estando atento às discussões antropológicas de Marcel Mauss sobre as ditas sociedades primitivas, Karl Polanyi afirmava que a racionalidade das práticas econômicas não poderia ser medida em termos abstratos, pois isso quase sempre significava operar com os paradigmas da economia clássica. Portanto, as práticas econômicas não poderiam ser abstraídas das relações sociais em que ocorriam, caso contrário, em vez de testar modelos, o cientista social estaria simplesmente impondo-os normativamente sobre a realidade observada ou, pior ainda, reificando os seus conceitos, o que infelizmente é um mal que ainda atinge boa parte dos economistas contemporâneos.

Em seu balanço crítico sobre o tema da Revolução Industrial, além de citar a obra de Polanyi, Wallerstein reuniu uma série de autores, desde economistas até historiadores sociais anglo-saxões e franceses das décadas de 1960 e 1970, com o propósito de questionar o uso da fórmula “Revolução Industrial” para a Inglaterra entre o último terço do século XVIII e o primeiro terço do século XIX. Alternativamente, ele afirmava que uma civilização industrial se configurou efetivamente na Europa da segunda metade do século XIX, o que retirava da Grã-Bretanha não propriamente o pioneirismo no que tange à mecanização industrial a partir de uma base energética mineral, mas sim a sua exclusividade como protótipo de industrialização.
Aliás, em seu artigo de revisão crítica, Patrick Verley afirmava que, se a transição da matriz energética (de orgânica para mineral-mecânica) for considerada como um critério tecnológico-econômico central para se definir marcos cronológicos para a Revolução Industrial, tal como propusera E.A.Wrigley em Continuidade, Acaso e Mudança: As características da Revolução Industrial na Inglaterra (1988), seria incontestável o pioneirismo britânico em relação a outros países da Europa. No entanto, Verley demonstra que a transição para uma predominância efetiva da energia mecânica sobre a orgânica, e da matéria-prima mineral sobre a vegetal como matriz energética, somente ocorrera entre 1870 e 1914. Ora, seguindo estes termos, a GB teria feito a sua revolução industrial no último terço do século XIX, concomitantemente à França, à Prússia e aos EUA. Além disso, provocativamente, Verley lembrava que havia um consenso historiográfico na Inglaterra que dizia que o último terço do século XIX seria de arrefecimento geral da economia britânica e de sua ultrapassagem tecnológica pelos EUA e pela Prússia. Nesses termos, a GB não seria o modelo, mas sim o “mau aluno” da classe das potências industriais emergentes.

O tipo de abordagem crítica de Wallerstein e Verley tem o tom de uma geração de intelectuais que experimentou a recessão econômica que atingiu o globo a partir de 1973 e se estendeu ao longo da década de 1980, abalando a bolha de otimismo dos “Trinta Anos Gloriosos”. Portanto, a conjuntura econômica que se abria para o mundo a partir da década de 1970 convidava os cientistas sociais e economistas a revisarem, a respeito do tema da Revolução Industrial inglesa, os marcos cronológicos e as abordagens teleológicas globais de cunho tecnológico-econômico, o que explica (1) a busca por evidências mais setorizadas, (2) o questionamento da forma como se concebeu analiticamente a relação entre determinados medidores sociais, econômicos e demográficos, assim como, (3) a forma de se abordar os supostos “fatores propiciadores”.

Patrick Verley, por exemplo, questionou a relação explicativa causal entre crescimento demográfico e “revolução dos processos produtivos”, lembrando que o crescimento natural da população britânica atingiu o seu máximo em começos do século XIX e, depois deste período, diminuiu. Deste modo, se considerarmos, como propõe Wallerstein, que a grande virada na direção de uma civilização industrial inglesa ocorreu efetivamente na segunda metade do século XIX, torna-se sem sentido estabelecer uma relação estrutural implicativa e global entre “revolução industrial” e “revolução demográfica”.

Por outro lado, como a própria experiência de industrialização recente em diversos países do Terceiro Mundo demonstrava para os economistas e sociólogos, a formação de uma civilização industrial dependia efetivamente da monetarização das relações sociais de produção, do processo de urbanização, da divisão ou especialização funcional de uma mão-de-obra assalariada urbana, da perda da auto-suficiência das propriedades rurais e da sua tendência a especializar e aperfeiçoar o processo produtivo visando o mercado. No entanto, isso não significava afirmar que tais fatores, por si mesmos, causassem necessariamente a Revolução Industrial.

Para aprofundar esta discussão, alguns dados apresentados no balanço crítico de Patrick Verley são úteis. Refiro-me especificamente àqueles que projetam qual seria a estrutura de emprego da mão-de-obra inglesa entre 1780 e 1860. Segundo Verley, 15% dos trabalhadores concentravam-se na indústria de algodão; 1,5% na siderurgia; 46% em setores outros que não aqueles da agricultura e da indústria “modernas”. Portanto, naquele que até então seria considerado o período clássico da Revolução Industrial inglesa, eram os segmentos econômicos tradicionais de ocupação da mão-de-obra (em vez daqueles ligados à indústria moderna) que configuravam efetivamente o mercado de produção e consumo de bens, serviços e recursos energéticos na Inglaterra.

Aliás, desde ao menos começos do século XVIII, as farms inglesas perderam as características de auto-subsistência, de tal modo que tornou-se freqüente que membros de famílias camponesas que fossem donas de sua própria terra, ou arrendatárias de terras alheias, ocupassem-se, sazonalmente, de trabalhos assalariados (agrícolas e/ou artesanais) que pudessem completar as necessidades de subsistência de suas farms. Como estas perderam as características de auto-subsistência, podemos afirmar que, em relação aos produtos agrícolas e artesanais, o camponês inglês tornara-se, setorialmente e sazonalmente, produtor e consumidor. Daí, não deve nos surpreender que a estrutura ocupacional da mão-de-obra inglesa, até meados do século XIX, demonstrasse que a maior parte da população inglesa economicamente ativa poderia ser um potencial mercado para alguns produtos setoriais industrializados (como os tecidos de algodão), mas ainda não fazia parte de uma “classe operária” ou de uma “civilização industrial”.

Obviamente, as tendências à especialização setorial e espacial das produções artesanais e agrícolas configuravam uma estrutura de ocupação da mão-de-obra que se tornava mais exigente, ou pelo menos mais sensível, a respeito das necessidades de aperfeiçoamento das vias de comunicação e dos meios de transportes de bens e pessoas. No entanto, disso não se deve concluir, como comprovam os estudos de E.P.Thompson em Costumes em Comum (1991) e Senhores e Caçadores (1975), que se tenha formado uma “mentalidade capitalista” ou favorável ao “mercado concorrencial” entre os camponeses e artesãos ingleses do século XVIII ou de inícios do século XIX, particularmente no que tangia ao mercado de cereais.

Além disso, as tendências à especialização setorial e espacial das produções artesanais e agrícolas não implicavam necessariamente em inovação tecnológica ou numa necessidade estrutural dos cercamentos. Daí, se é possível constatar que houve efetivamente um aumento da produtividade agrícola inglesa em finais do século XVIII, numa paisagem rural segmentada em farms camponesas, reservas florestais e grandes domínios aristocráticos, podemos concluir que isso foi resultado do próprio efeito cumulativo da reorganização setorial e espacial (em vez da eliminação) das estruturas produtivas tradicionais preexistentes.

Ora, tudo que foi exposto até agora torna sem sentido estabelecer, pelo menos até a década de 1830, uma relação estrutural implicativa e global entre “revolução industrial” e “revolução agrícola”, principalmente se por este último termo se entender: uma radical transformação tecnológica no processo de produção de fibras têxteis e de alimentos; a formação de uma mentalidade concorrencial para o mercado de alimentos; uma radical transformação da paisagem rural pelo efeito dos cercamentos. Afinal, foi o mito liberal do “individualismo agrário” como sinal necessário de progresso que supôs, dedutivamente e prospectivamente, que o aumento da produtividade agrícola da Inglaterra setecentista estivesse ligado aos cercamentos.

Aliás, desconheço qualquer economista ou historiador que tenha conseguido chegar a dados convincentes que demonstrem haver, frente aos meios de produção do século XVIII, uma relação causal consistente entre cercamento e aumento global da produtividade agrícola. Afirmo isso porque não se pode estudar o fenômeno dos cercamentos separadamente das relações sociais, regimes patrimoniais de herança, estruturas de poder, costumes, geografia, estrutura ocupacional da mão-de-obra, estrutura ocupacional do solo, características da produção e caracteres demográficos de cada localidade. Afinal, o fenômeno dos cercamentos foi multifacético e, portanto, não fez parte de um processo progressivo linear ou unidimensional. Daí, é fundamental que não seja abordado como se fosse uma espécie de ente ou índice racionalizador global e abstrato, cuja função histórica seria tão somente aumentar a produtividade agrícola, provocar o êxodo rural e, com isso, formar o “exército de mão-de-obra de reserva” para a “decolagem industrial”.

Em estudos agrários de Marc Bloch, realizados nas décadas de 1930 e 1940, e reunidos recentemente em A Terra e seus Homens: Agricultura e Vida Rural nos séculos XVII e XVIII (1999), vemos que o propalado “individualismo agrário” nunca foi uma tendência exclusivamente inglesa e nem ocorreu de forma linear e progressiva durante a Idade Moderna, havendo, inclusive, circunstâncias locais que poderiam bloquear ou fazer retroceder os efeitos das leis que visavam regular os cercamentos das terras. Como nos mostra Thompson em Senhores e Caçadores (1975), os sucessivos éditos sobre cercamentos tiveram um efeito casuístico e setorizado, havendo múltiplas formas locais de negociação e tensão em função de seus efeitos práticos imediatos, particularmente quando afetavam o acesso às reservas florestais, que sempre figuraram como uma fonte complementar de alimento, energia e pastagem para as criações domésticas de muitas famílias camponesas.

Os dados levantados por Verley nos possibilitam também afirmar que uma transformação setorial tecnológica do processo produtivo (por exemplo, mecanização têxtil de base energética mineral) e de serviços (por exemplo, as estradas de ferro e o trem a vapor) poderia acarretar mudanças não necessariamente destrutivas para pequenos negócios rurais ou urbanos de base familiar-artesanal, cuja matriz energética continuava sendo orgânica. Pelo contrário, poderia até mesmo estimular a retomada setorial de um ofício ou cultivo outrora abandonado numa localidade, assim como, provocar a implantação em determinada região de técnicas ou relações produtivas arcaicas e completamente estranhas a ela. Aliás, é sempre bom lembrar que a emergência na GB oitocentista da indústria têxtil mecanizada de algodão (com matriz energética mineral) valeu-se largamente das formas compulsórias de trabalho das plantations em áreas tropicais.

Assim, longe de somente desqualificar, por ter ocorrido de forma gradual e setorizada ao longo do século XIX, a Revolução Industrial pôde também modificar as tensões entre a oferta e a procura por tipos tradicionais de qualificação profissional e energia. Portanto, nada nos permite afirmar que as tecnologias e os modos de organização tradicionais da produção tinham esgotado as suas possibilidades de emprego no seio das civilizações industriais emergentes. Sobre isso, Verley lembra de um exemplo bem emblemático para século XIX: as estradas de ferro, por provocarem uma ampliação inédita do fluxo circulatório de mercadorias e pessoas, aumentou também o uso do cavalo (energia orgânica) em segmentos específicos dos transportes rurais e urbanos, pelo menos até a massificação do automóvel e da eletricidade no século XX.

Como podemos notar, os fatores tecnológico-econômicos e demográficos, se abordados com uma perspectiva teleológica, global e homogênea de progresso social e econômico, servem muito mais para confirmar dedutivamente os preconceitos culturais e os pressupostos teóricos dos economistas clássicos do que para interpretar a diversidade histórica, sociológica e geográfica das configurações sociais das práticas produtivas industriais. Além disso, poder-se-ia questionar a própria validade de se manter um tipo de discussão sobre o tema da Revolução Industrial que tenta, à força de muita esquematização e abstração, explicar por que teria acontecido “primeiro” na Inglaterra e não em outro lugar. Na verdade, como notou Wallerstein, este “outro lugar” é quase sempre a França e o propósito deste tipo de discussão é firmar a “excelência civilizacional britânica” como modelo para o mundo civilizado democrático-liberal.

Referências Bibliográficas:
BLOCH, Marc. A terra e seus homens: Agricultura e vida rural nos séculos XVII e XVIII. São Paulo: EDUSC, 2001.[1999]
POLANYI, Karl. A Grande Transformação: As Origens de nossa Era. Rio de Janeiro: Campus, 2000.[1944/72]
ROOT, Hilton. La construction de l’État modern en Europe: La France et l’Angleterre. Paris: PUF, 1994.
THOMPSON, E.P.. Costumes em Comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.[1991]
THOMPSON, E.P.. Senhores e Caçadores. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.[1975]
VERLEY, Patrick. La Révolution Industrielle Anglaise: Une Révision (Note Critique). Annales ESC, 1991, n.3, pp.735-755.
WALLERSTEIN, Immanuel. A Revolução Industrial: Cui Bono? [1986]. In: Impensar a Ciência Social. São Paulo: Idéias e Letras, 2006. pp.53-62.

*Mestre e Doutor em História Social pelo PPGHIS-UFRJ

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Colaboração da leitora Rosa Varella
Sei que nem sempre somos todos afeitos a extensas leituras ao computador.Mas há casos e casos...

Neste, o texto é de uma grande lucidez sobre o trabalho sério desenvolvido pelo economista Ignacy Sachs a respeito da Amazônia.Vale a pena investir um tempinho para ler, refletir e, literalmente, ganhar sólidos conhecimentos a respeito da situação atual e futura da Amazônia, dos amazônidas, dos brasileiros e da humanidade.


Ou até mesmo ler o paper na íntegra no Le Monde diplomatique Brasil: http://diplo.uol.com.br/2008-11,a2646

A "outra Amazônia" de Ignacy Sachs

A denúncia sistemática da devastação da Amazônia é um meio eficaz para garantir que a floresta seja preservada. Consultor especial da conferência Rio-92, considerado um dos criadores do conceito de desenvolvimento sustentável (ou eco-sociodesenvolvimento), o economista Ignacy Sachs acredita que não. A convite de um conjunto de organizações da sociedade civil, ele ministrará no TUCA, nesta segunda-feira (17/11), conferência em que lança, aos que estudam ou se interessam pelos ecossistemas amazônicos, pelo menos três considerações provocadoras.

Sachs sustenta, primeiro, que para preservar a mata e seus biomas é preciso tocá-los. As abordagens que vêem a Amazônia como um território idílico, a ser protegido da ação humana, são, segundo ele, impotentes. Elas não levam em conta a existência de quase 25 milhões de habitantes, a maioria dos quais submetidos a condições de vida precárias. Enquanto não se oferecer a tal população alternativas sustentáveis, ela será atraída por ocupações como a extração predatória de madeiras ou minérios, a pecuária extensiva, os cultivos invasores e a indústria poluente.


Estamos, então, condenados a ser testemunhas de uma enorme tragédia? Não, responde Sachs. Para ele, a Amazônia, vista hoje como a última vítima da era do petróleo, pode ser, alternativamente, a primeira manifestação das biocivilizações contemporâneas. A crise ambiental que está produzindo o aquecimento do planeta, acredita o economista, abre espaço para o fechamento de um período historicamente determinado. O biomassa foi, durante quase dez mil anos, a energia que impulsionou a ação civilizatória do homo sapiens. Há duzentos anos, o uso dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás) permitiu um grande salto - cujas conseqüências, contudo, estão se tornando devastadoras. Descobertas tecnológicas recentes permitem vislumbrar uma nova era de bioenergias: sol, vento, combustíveis vegetais. Nenhuma região oferece condições tão favoráveis para servir de laboratório desta nova era quanto a grande floresta sul-americana - onde água, insolação e terra são abundantes.

Como tornar possível esta virada surpreendente? Sachs vê a crise financeira e econômica em curso como um divisor de águas. Para ele, o fim da crença no poder regulatório dos mercados pode ser, também, a reinvenção da política. Nas últimas décadas, prevaleceram modelos que negam qualquer possibilidade de planejamento, ao deslocar para as empresas, ou os indivíduos, todas as decisões sobre produção e consumo. Para explorar uma reserva de nióbio em São Gabriel da Cachoeira (AM), basta bancar os investimentos necessários. Para comprar um veículo 4×4, a única condição é pagar o valor estabelecido pelo fabricante.


Embora doloroso, o colapso econômico e ambiental desta lógica estimulará as sociedades, pensa Sachs, a reivindicar o direito - e assumir a responsabilidade - de construir conscientemente seu futuro. Isso significa estabelecer políticas que orientem e balizem a ação dos indivíduos e empresas. A criação extensiva de gado, que é altamente lucrativa - e por isso transformou-se em ponta-de-lança do desmatamento - pode ser desestimulada por meio de impostos dissuasórios. Em contrapartida, estímulos fiscais e de crédito adequados podem impulsionar a produção familiar ou cooperativada de alimentos e/ou biocombustíveis.


Sachs debruçou-se, nos últimos seis meses, num estudo exaustivo da realidade amazônica e dos mecanismos capazes de frear a devastação. O resultado do trabalho - que começou em seu gabinete, no Centro de Estudos sobre Brasil Contemporâneo, da École de Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, e terminou numa propriedade rual da Bretanha - é um paper de dezesseis páginas, intitulado Amazônia: laboratório das biocivilizações do futuro e publicado no blog Outra Amazônia (ou então clique aqui para baixar a versão em pdf, com 29 páginas).


Denso e pontilhado de citações, mas de leitura sempre fluida e instigante, o documento reflete um pesquisador que, aos 81 anos, parece cada vez mais profundo e erudito - além de ter reforçado sua visão de ciência como meio de conhecer e transformar o mundo. Sachs desdobra a idéia de biocivilização em dois eixos de ação. Ele quer assegurar, o mais rapidamente possível, a garantia do desmatamento zero - uma proposta formulada por ambientalistas e movimentos sociais. Mas em seu texto, esta consigna não aparece como palavra-de-ordem retórica, e sim como objetivo a ser concretamente conquistado. Para fazê-lo, o economista sugere a conversão das áreas devastadas. Embora representem apenas cerca de 20% da floresta original, elas equivalem a uma França e meia, perfazendo 750 mil quilômetros quadrados. Esta área, que hoje funciona como plataforma para ampliar o desmatamento, poderia, segundo o paper, oferecer ocupações sustentáveis e vida digna ao dobro de sua população atual.


Embora aposte na biocivilização como saída geral para a Amazônia, Sachs não se contenta em tratar esta perspectiva em termos genéricos. Ele a desdobra num leque de propostas específicas, que revelam conhecimento detalhado da região. Abrangem os setores tradicionais (agricultura, pecuária, mineração, indústria) e os quase inexplorados (turismo ecológico e aqüicultura, entre muitos outros). Passam pelo zoneamento dinâmico da Amazônia (para evitar que a definição de vocações rígidas impeça as regiões de aproveitarem futuros avanços tecnológicos); por uma proposta refinada de política tributária (concebida para penalizar tanto a concentração fundiária quanto a ocupação inadequada da terra); pelo desenho de projetos capazes de viabilizar a pequena propriedade (vale a pena examinar, por exemplo, a hipótese da produção de óleo de dendê em agrovilas de 3 mil pessoas, que além de cultivar a planta teriam acesso a mais dez hectares de terra); pela redefinição da política de proteção das reservas florestais (Sachs não crê na repressão policial como forma essencial de preservá-las, e propõe o envolvimento das próprias populações); pela reorganização do parque industrial de Manaus (cuja prioridade deveria ser o processamento dos recursos da floresta e não a montagem de quinquilharias importadas); por diversas medidas de incentivo à produção científica.

Além de expor uma proposta original e inovadora, o paper que será apresentado dia 17, no TUCA, é um excelente guia de leituras para quem deseja atualizar-se sobre a Amazônia. Para escrever seu novo trabalho, Sachs consultou dezenas de livros, artigos, notícias de jornais e revistas. Todo o material relevante consultado está referido - no texto e em quase oitenta notas de rodapé. As citações fogem do padrão acadêmico: o documento dá destaque especial aos estudos e pontos de vista produzidos pelos movimentos sociais e organizações da sociedade civil.
Este esforço por dialogar - muitas vezes de modo crítico - com atores sociais envolvidos em processos de mudança vai se expressar também na conferência do dia 17. A exposição de Sachs terá, como comentadores, Gilmar Mauro, um dos líderes nacionais do MST; Marcelo Furtado, diretor do Greenpeace; o economista Ladislau Dowbor; e os empresários Ricardo Young (Instituto Ethos) e Guilherme Leal (Natura).



VALE A PENA LER

1. A VIAGEM DO ELEFANTE

José Saramago

Não é todo dia que aparece um elefante em nossa vida, muito menos chamado Salomão. Pois é este formoso e meigo paquiderme o herói da viagem que aqui se conta. Foi numa conversa de alcova, nos idos de 1551, que dom João III e sua mulher Catarina d?Áustria selaram o destino do elefante Salomão. Ele despertara grande curiosidade ao desembarcar em Lisboa, mas agora vegetava, sujo e malcheiroso, num cercado para os lados de Belém. Suas altezas dão novo alento a Salomão quando resolvem oferecê-lo de presente de casamento ao arquiduque austríaco Maximiliano II, recém-casado com a filha do imperador Carlos V. E lá se vai a caravana. Meses a fio, um punhado de soldados, cavalos, bois e um elefante de três metros de altura e quatro toneladas de peso, percorre os caminhos de Portugal, Espanha e Itália, enfrentando intempéries, perigos reais e imaginários, vivendo aventuras ao lado de uma profusão de atores que surgem e logo desaparecem do palco do relato. Com sua finíssima ironia e muito humor, sua prosa que destila poesia, José Saramago reconstrói essa epopéia de fundo histórico e dela se vale para fazer considerações sobre a natureza humana e, também, elefantina.
Companhia das Letras, 264 p, 42 reais.



2. COMPREENDER
Tradução: Denise Bottmann Esta coletânea de ensaios, conferências e entrevistas é um duplo auto-retrato: de Hannah Arendt, em seus anos decisivos, e do século XX, em sua hora mais sombria e sangrenta. Escritos entre 1930 e 1954, os textos revelam como Arendt articulou sua formação filosófica e respondeu às catástrofes políticas do seu tempo.
Companhia das Letras, 496 p, 62 reais.

3. Nas bancas o numero 4 da coleção História da BBC. O tema central é a Idade Média.


NAVEGAR É PRECISO...

1. Quer conhecer a história dos Estados Unidos por meio de um desenho muito engraçado, produzido pelo Michael Moore?
Veja aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=FM2OhojYFjs

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2. Site da Agência Carta Maiorhttp://www.cartamaior.com.br/

Uma crise à procura de um Breton Woods
Até que ponto os EUA estariam dispostos a aceitar uma regulação dos fluxos de capitais internacionais cujo efeito seria restringir a globalização financeira? Isto significaria limitar o poderio do dólar, lastreado na dimensão e diversificação dos seus mercados financeiros, garantido em última instancia pelo poder das armas. Seria razoável admitir que os EUA optariam por enfraquecer a sua moeda sacrificando-a ao altar da cooperação internacional? A análise é de Ricardo Carneiro. > LEIA MAIS
• Economistas sugerem controle internacional das finanças

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3. Site da Revista Ciência Hoje

A banalidade do mal - http://cienciahoje.uol.com.br/132109
Uma semana após a eleição de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos, Sergio Pena retoma o debate sobre biologia e raças. Ele rebate em sua coluna de novembro o polêmico cientista político americano que, em entrevista falaciosa publicada recentemente, afirmou que a "miscigenação diminui o QI dos brasileiros".

Um New Deal para o mundo - http://cienciahoje.uol.com.br/132600
A história traz elementos que podem nos ajudar a enfrentar a atual crise econômica que assuta o mundo, como mostra o exemplo de Franklin Roosevelt nos Estados Unidos na década de 1930. Em sua coluna de novembro, Keila Grinberg mostra como o plano de políticas sociais adotado por ele – o New Deal – ajudou a salvar a economia americana de então.

A Constituição faz 20 anos - http://cienciahoje.uol.com.br/130626
Os 20 anos de um dos documentos mais importantes da democracia brasileira, a Constituição Federal, são o tema da coluna Sobre Humanos da CH 253. Ela estabeleceu muitos direitos para o povo brasileiro. Mas como chegar a esses direitos? O primeiro passo, defende Renato Lesa, é conhecer o texto para colocar em prática as leis e instituições.

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4. Blog da professora Conceição Oliveira
http://mariafro.blogspot.com/2008/11/caetano-cada-dia-mais-gag-quer.html

Caetano, cada dia mais gagá, quer branquear Obama.

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5. Site do Jornal Le Monde Diplomatique -

ALTERNATIVAS
Amazônia – laboratório das biocivilizações do futuro
Se os mercados são incapazes de governar as sociedades, é hora de reinventar a política. Está nas mãos do Brasil uma oportunidade para preservar a floresta, oferecer vida digna a seus milhões de habiltantes e criar uma alternativa à era dos combustíveis fósseis (Por Ignacy Sachs)
TERREMOTO FINANCEIRO
Reflexões em meio à crise
A intervenção de grandes potências manteve em funcionamento as funções vitais do sistema, mas não pode impedir o efeito contágio da crise. Turbulências sociais regressivas poderão ocorrer na Europa do Leste, Ásia Central e África - onde assumiriam formas dramáticas (Por José Luís Fiori)

TERREMOTO FINANCEIRO
Nada será como antes
As instituições não podem permanecer imóveis diante de uma sociedade em plena mutação e em um mundo globalizado. Torna-se urgente redefinir o papel do Estado que, nos últimos anos, na Europa e América Latina, foi enfraquecido pelo lobby da governança mundial das agências internacionais (Por Marilza de Melo Foucher)

CULTURA PERIFÉRICA
A nova arte da Cooperifa
Ela veio para ficar. A primeira Mostra Cultural da Cooperifa reunirá guerreiros e guerreiras fortemente armados com canetas, cadernos e livros. Trava-se uma luta incansável contra a ignorância,mediocridade, conformismo, tristeza e as pobrezas material e espiritual que insistem em saquear a quebrada (Por Eleilson Leite)

CULTURA E POLÍTICA
A leitura na vida e na morte do Che
Para Guevara, a leitura foi como um filtro que lhe permitiu dar sentimento à experiência. Um espelho que a definia, dava-lhe forma. Além disso, serviu como metáfora da diferença entre sua vida política e a pessoal, permanecendo como um resto do passado, em meio à experiência da ação pura, do desprovimento e da violência (Por Tiago Nery)
Na Espanha islâmica do século 12, marcada por notável desenvolvimento cultural e científico, o filósofo Averróis interpretava Aristóteles, defendia a liberdade da razão e a importância das rupturas. Resgatá-lo pode ser caminho para livrar o Islã de seu longo culto ao imobilismo (Por Rodrigo Novaes de Almeida)

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6. Site do Observatório da Imprensa: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/


Um farol no mar de intrigas
Luciano Martins Costa
O que W. tem a ensinar à imprensa
Verbo Solto
SILÊNCIO OBSEQUIOSO
Roseli Fischmann
LEITURAS DO ECONOMIST
Alberto Dines
JORNALISMO ECONÔMICO
Rolf Kuntz
REUNIÃO DO G-20
Luciano Martins Costa

7. Site da NovaEhttp://www.novae.inf.br/

:: Obama, Zumbi dos Palmares e o despertar da Consciência Negra[José de Souza Castro] O movimento dos negros pela igualdade social, inspirado na luta de Zumbi dos Palmares contra a escravidão, tem tido algumas vitórias, mas a guerra está ainda longe de acabar.http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1118
:: EspecialEUA: RUMO AO ESTADO FASCISTA
:: Coluna do Chico Villela"Estou indo enforcar Saakashvili pelas bolas" http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1113
:: Bomba perdida[Fernando Soares Campos]
Títulos confusos de jornais bombásticos
:: Visões femininas sobre o mundo pós-desenvolvido [Rosa Alegria]
O trabalho e o conhecimento das mulheres são fundamentais para a conservação da biodiversidade porque são elas que executam tarefas múltiplas. As mulheres, tal como os agricultores, tornaram-se invisíveis, não obstante sua contribuição, e devem ser incluídas nos orçamentos nacionais e internacionais. http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1098




NOTICIAS

1. Bolsas de Doutorado e Pos-Doc em Historia e Sociologia/BGHS-Alemanha
A Bielefeld Graduate School in History and Sociology (BGHS), o grupo de pesquisas World society the production and representation of globality e os grupos de pesquisas juniores Interdisciplinary studies in the production of culture e Science, values and democracy oferecem 18 bolsas de Doutorado e duas de pós-doutorado nas áreas de historia e sociologia. O trabalho dos selecionados devera' começar em 1o. de abril de 2009. As bolsas terão duracão de três e dois anos, respectivamente. O prazo para candidaturas termina em 7/12/2008. Acesse o edital em inglês em http://rio.daad.de/. Mais informações em http://www.uni-bielefeld.de/bghs/stipendien.
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2. Concurso para Professor Adjunto/UNIFESP
Estão abertas inscrições para concurso de Professor Adjunto (Doutor) nas áreas de Historia Contemporânea, Teoria da Historia, Historia Medieval e Ensino de Historia da Universidade Federal de São Paulo. O prazo para inscrição termina em 28/11/2008. A remuneração para dedicação exclusiva e' de R$ 6.497,05. Mais informações em http://concurso.unifesp.br/ ou em http://www.unifesp.br/index.php.
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3. Concurso para Docentes/UFBA
Universidade Federal da Bahia abriu concurso para contratação imediata de 186 professores. Serão três concursos no Departamento de Historia: Teoria, Antiga e Medieval e Brasil. As inscrições estarão abertas ate' 27/11/08. Mais informações em http://www.concursos.ufba.br/.
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4. Seminário Império nos trópicos/Arquivo Nacional
O "Seminário Império nos trópicos" será realizado nos dias 25, 26 e 27/11/2008, no Arquivo Nacional (o Auditório Principal fica na Praça da Republica, 173 - Centro - Rio de Janeiro). O seminário esta' organizado em conferencias e mesas-redondas. São os conferencistas: Leslie Bethell, Lilia Schwarcz e Francisco Falcon. As inscrições devem ser feitas pelo site http://www.arquivonacional.gov.br/.

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5. II Encontro Nacional Sobre Patrimônio Industrial/SPO II Encontro Nacional Sobre Patrimônio Industrial ocorrera' em São Paulo, no período de 17 a 20 de junho de 2009. O encontro estará organizado em comunicações orais e apresentação de pôsteres, cujas propostas para apresentação devem ser enviadas ate' 9/2/2009. Mais informações em http://www.vitruvius.com.br/evento/evento_detalhe.asp?codigo=207.
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6. Lançamento de livro
O Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro convida para o lançamento do livro premiado no II ano do Concurso de Monografia Arquivo da Cidade/Premio Professor Afonso Carlos Marques dos Santos, de Mônica de Souza N. Martins, intitulado "Entre a cruz e o capital: as corporações de ofícios no Rio de Janeiro apos a chegada da Família Real 1808 - 1824", dia 14/11/2008, a partir das 16h30. O Arquivo da Cidade fica na Rua Amoroso Lima, 15, Cidade Nova.
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7. Revista/Chamada de artigos
- Esta' aberta chamada de artigos da revista Anos 90 (Programa de pós-graduação em Historia da UFRGS) para seus números 29 - Historia Intelectual Latino-Americana: alem das fronteiras do Estado-Nacao (ate' 28/02/2009) e 30 - Antiguidade Tardia: balanço e perspectivas (ate' 31/07/2009). Mais informações em http://www.ufrgs.br/ppghist/anos90.htm.
- A Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas (Centro de Pesquisa e pós-graduação sobre as Américas da UnB) recebe artigos, resenhas e entrevistas (em português, inglês e espanhol) para seu próximo numero ate' 12/12/2008. Trabalhos e pedidos de informações deverão ser enviados para o e-mail: http://br.mc373.mail.yahoo.com/mc/compose?to=revistaceppac@unb.br.

- A revista digital PROA (Núcleo de Antropologia da Arte da Unicamp) esta' recebendo contribuições (artigos inéditos, ensaios bibliográficos e resenhas nas áreas de antropologia e sociologia da arte, historia da arte, interdisciplinaridade cultural, políticas culturais, praticas artísticas contemporâneas, propriedade intelectual e patrimônio cultural) para o seu primeiro numero, a ser publicado no primeiro semestre de 2009. Mais informações em http://antropologiadaarte.blogspot.com/2008/10/proa-chamada-de-artigos-e-normas.html.
Os textos devem ser encaminhados para o endereço revistagestaa@gmail.com
- A revista Outubro lança seu 17o. numero, que traz artigos sobre Maio de 1968, imperialismo, Revolução Russa, a obra de Karl Marx, alem de resenhas de livros nacionais. Mais informações em http://blog.revistaoutubro.com.br/.
- O periódico Critical Planning abre chamada de artigos para seu 16o. volume (Verão 2009) ate 31/12/2008. O dossiê terá como tema "Urban Restructuring: Process and Action". Os artigos devem conter de 5.000 a 7.000 palavras e e' valorizada a interdisciplinaridade, bem como e' desejável a submissão de fotografias sobre o tema. O melhor artigo do referido volume recebera' o "2009 Edward W. Soja Prize for Critical Thinking in Urban and Regional Research", premio no valor de 1.000 dólares. Mais informações em http://www.spa.ucla.edu/critplan/.
- Está on-line a terceira edição de PONTOURBE, a revista do Núcleo de Antropologia Urbana da USP. Acesse em http://n-a-u.org/pontourbe03/revistadonau.html. Colaborações para o próximo numero já estão sendo recebidas.

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8. Concurso para Professor Adjunto/UFRRJ
A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro divulgou duas vagas para professor adjunto (remuneração inicial de R$5.549,48) na área de "Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade" e "Ciências Sociais". As inscrições vão ate 2/12/2008. Mais informações em http://www.ufrrj.br/concursos/.
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9. Seleção para Mestrado em Ciência Política/UFPR
Inscrições para o processo de seleção do Mestrado em Ciência Política (20 vagas) da Universidade Federal do Paraná' estão abertas ate' 17/12/2008. São seis as linhas de pesquisa: Instituições políticas e elites; Relações entre executivo e legislativo, processo decisório e políticas governamentais; Partidos e eleições; Comunicação política e novas mídias; Política externa do Brasil e Organizações internacionais. Veja o edital em http://www.cienciapolitica.ufpr.br/.



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