Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

23.1.06

Número 023 - nova fase



Antecipando o boletim

Esta semana estou enviando o boletim dois dias mais cedo, em função de uma viagem que realizarei hoje à noite. Devo estar de volta na segunda que vem, mas se por acaso o boletim do dia 31 atrasar, vocês já ficam sabendo que motivos de força maior me obrigaram a permanecer em SP mais tempo do que o esperado.

A semana que passou foi marcada pela posse do Evo Morales na presidência da Bolívia e pela eleição da primeira mulher a governar o Chile. Novos tempos na América Latina, espera-se... o futuro dirá se estamos certos ao pensar assim. Há bons materiais de leitura neste boletim a respeito dos dois acontecimentos.

Para os estudantes e professores de História, ao final colocamos o informe da ANPUH regional a respeito do Congresso que se realizará em São João Del Rei em junho de 2006.

Aline enviou, do Japão, essa noticia, em inglês. Aproveitei o mapa (está logo acima) e usei o texto que saiu no Estadão
.

Mapa reforça teoria de que chinês se antecipou a Colombo

Londres - Um mapa do início do século XV, que parece reforçar uma velha teoria segundo a qual um lendário almirante chinês chamado Zheng He se antecipou a Cristóvão Colombo no descobrimento da América, será apresentado em Pequim, em 16 de janeiro. O mapa em questão é uma cópia feita em 1763 do original, que data supostamente de 1418, informa hoje a revista The Economist.

O mapa parece apontar as façanhas do almirante chinês, que cruzou os oceanos entre 1405 e 1418, e que ficaram bem documentadas em um livro publicado na China por volta de 1418 sob o título de "As Maravilhosas Visões da Frota Estelar" (tradução livre).

Segundo The Economist, o mapa foi comprado em 2001 por Liu Gang, um dos mais eminentes advogados comerciais da China, admirador e colecionar de mapas e pinturas. Temeroso que se tratasse de uma falsificação, mostrou sua aquisição a cinco colecionadores experientes, que concordaram que as marcas deixadas no papel de bambu e a perda de pigmentação testemunhavam uma antigüidade superior a, pelo menos, um século.

Liu não tinha certeza do significado daquele mapa e pediu ajuda a vários especialistas em história chinesa antiga, mas não obteve muitos resultados. No final do ano passado, no entanto, leu o livro "1421: O Ano em que a China descobriu a América", de Gavis Menzies, no qual o autor afirma que os chineses chegaram a América setenta anos antes de Cristóvão Colombo.

Após ler esse livro, Liu ficou convencido de que o mapa que tinha chegado a seu poder era uma relíquia das viagens do almirante Zheng He.

O mapa diz sobre os habitantes do litoral oeste da América: "A pele da raça nesta região é de uma cor vermelho escuro, e usam penas nas cabeças e quadris", enquanto que sobre os australianos escreve que "a pele de um aborígine é negra. Todos andam nus e carregam artigos de osso à cintura".

Cinco especialistas em cartografia antiga assinalam, no entanto, que o mapa, que parte da hipótese de que o mundo é redondo, limita-se a reunir informação que estava disponível separadamente em mapas náuticos anteriores, mas acreditam que é autêntico.

Falam amigos e amigas

1.Caro Prof. Ricardo,
Segue minha posição à respeito do texto de Cândido Grzybowski : Voto Nulo: Democracia em Perigo
Não acredito que votar nulo seja abrir mão do exercício da democracia. Pelo contrário, acredito que votar nulo seja uma opção democrática como instrumento de negação a uma situação imposta à população. Num contexto onde "questões públicas se tornam privadas", onde os interesses públicos se esvaem, votar num candidato "menos ruim" significa reduzir o valor de seu voto. Significa protestar de maneira branda sem impactos imediatos. Votar nulo representa uma negação a ordem atual imposta, um grito de repulsa às arbitrariedades e às posturas impopulares que presenciamos nas épocas atuais. Tornei-me cabo eleitoral do "Sr.NULO" e espero através desse meu candidato,fazendo uso do meu direito democrático, atingir o cerne de uma questão óbvia: estamos cansados de nossa classe política. Exigimos, imediatamente, através do voto (NULO) novas caras com posturas adequadas às nossas expectativas
Paulo Fonseca

Paulo, obrigado pelo email. Espero que outras pessoas se animem a comentar o texto como você o fez. Afinal, o objetivo maior deste boletim é justamente fomentar a discussão sobre temas relevantes.


Festival de besteiras

1. Uma jovem professora de jardim da infância está enfrentando problemas no trabalho depois que seus chefes descobriram que ela é dançarina de strip-tease em um clube noturno para ter mais dinheiro. Denise Proell, 19 anos, trabalha durante o dia em uma creche administrada pela igreja na cidade de Dresden, na Alemanha. A chefe da jovem, Kate Gorecki, 59 anos, promete severas punições pelo que chamou de "comportamento inaceitável".
"Além de trabalhar no jardim, eu também estou estudando para me tornar uma professora qualificada e um dia ter minha própria creche, por isso preciso de dinheiro extra", explicou ela, segundo o site Ananova.
A professora, entretanto, admite que gosta dos dois empregos. O seu chefe no clube de strip-tease diz que ela é uma das garotas que faz mais sucesso.
Entretanto, a chefe de Denise na creche não tem elogios a fazer. "Este é um comportamento inaceitável para uma das professoras, não poderemos tolerar. Haverá sérias conseqüências", avisou Kate.

2. A estagiária Carolina Santos confessou ter planejado a morte de duas colegas para conseguir uma vaga de emprego em uma indústria de derivados de petróleo em Cubatão, em São Paulo.
Carolina disse que contratou um pistoleiro de aluguel para cometer os assassinatos, segundo a Globonews. Uma das vítimas conseguiu sobreviver, mas ficou gravemente ferida. A outra, foi assassinada com cinco tiros na porta de casa, em Santos.
A jovem confessou que queria recuperar o emprego na empresa e, como não havia mais vagas, decidiu planejar o assassinato. Ela também afirmou que queria a vaga para ficar ao lado de um outro funcionário, que seria seu amante.

Notícias

Capes lança dois prêmios para destacar pesquisa acadêmicaVencedores receberão, além de diploma e medalha, bolsa de estudos

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) lançou dois concursos, com o objetivo de estimular as pesquisas acadêmicas: Prêmio Capes de Tese e o Grande Prêmio Capes de Tese. Os prêmios devem ser anuais, e destacar as melhores teses de doutorado aprovadas em bancas examinadoras de todas as universidades brasileiras.

Os critérios de avaliação dos trabalhos serão originalidade, sua relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico ou social, e o valor agregado pelo sistema educacional ao candidato. Os autores das teses premiadas receberão um diploma, uma medalha e uma bolsa de estudos, nacional para o vencedor do Prêmio Capes de Tese, e internacional para o Grande Prêmio.

As pró-reitorias de pós-graduação podem inscrever os trabalhos até 31 de março.
Mais informações pelo site http://www.mec.gov.br/.

Internacional

1. Mundo invisível
Médicos Sem Fronteiras divulga as dez crises humanitárias que não foram notícias no "mundo civilizado" criado artificialmente pelo neoliberalismo.Leia http://www.novae.inf.br/pensadores/msf.htm

2. Mulheres no poder
Carla Rodrigues, do Site NoMinimo.ibest.com.br

Ela é o oposto do modelo convencional de mulher: separada de dois casamentos num país em que o divórcio era proibido até o ano passado, agnóstica num país extraordináriamente católico, no qual o aborto não é permitido nem para salvar a vida das mulheres Michelle Bachelet, 54 anos, recém-eleita presidente do Chile, é uma mulher emblemática em muitos aspectos. Filha de um general que foi torturado e morto por ter sido colaborador do governo socialista de Salvador Allende, ela e sua mãe também foram presas e torturadas. Sua ascensão indica que a América Latina começa a dobrar um longo ciclo de autoritarismo representado pelo poderio militar. Sua vitória está sendo comemorada não apenas pelo movimento feminista, mas também por diferentes grupos progressistas, como associações que lutam pelos direitos dos homossexuais. Bachelet chega ao poder tendo passado pela Comissão Nacional de Aids do Chile e prometendo atender à reivindicação de paridade na representação das mulheres no poder Executivo.

Não é pouca coisa. Uma das grandes queixas do movimento feminista é exatamente a falta de presença das mulheres nas esferas de poder político. O fenômeno encontra poucas explicações práticas e se repete mesmo nos países nos quais os avanços femininos são maiores, como a França, por exemplo. No Brasil, as cotas nos partidos para que candidatas mulheres disputem pelo menos 20% das vagas ainda não deu os frutos esperados. Estudo de Tânia Fontenele (veja link abaixo) mostra que a mulheres que chegam ao topo da carreira pública são minoria na administração federal, embora tenham crescido de 13% na gestão FHC para 19% no governo Lula. Mesmo assim, as mulheres são minoria nas três faixas salariais mais altas: só 19% têm a remuneração máxima. A ausência das mulheres nas esferas de decisão da vida política é uma das provas de que o movimento feminista ainda tem razão de ser, por mais que o discurso do “elas já conquistaram tudo” tenha caído no gosto popular.

A eleição de Bachelet ajuda na compreensão da importância de ter mulheres no exercício do poder, coisa que os homens acham irrelevante. A idéia do homem como sinônimo de universal tem sido questionada – aliás, como o próprio conceito de universal – e indica um abalo significativo na forma como a sociedade está acostumada a pensar as mulheres. Tradicionalmente atreladas a papéis secundários, ter uma mulher na presidência da República é subverter essa lógica não para subjugar os homens, mas para conquistar direitos de fato iguais.

São muitos os pensadores que dizem que no século 21 o poder será das mulheres. Um deles é o filósofo francês Gilles Lipovetski (leia entrevista no link abaixo) . “É uma das conseqüências da democracia”, diz ele. De fato, a expansão democrática tem se dado em direção às mulheres em muitos países. Na África, por exemplo, também se comemora a eleição de Ellen Johnson-Sir-Leaf para a presidência da Libéria, enquanto a jornalista Dorrit Harazim informa que já são 11 mulheres na presidência dos 184 países do mundo e que a eleição presidencial nos EUA deverá ter duas mulheres na disputa: a democrata Hillary Clinton e a republicana Condolezza Rice.

Mas de fato não basta ser mulher para que seja significativo. É preciso estar comprometida com as reivindicações de direitos iguais, como acontece com Bachelet. Há uma grande empulhação nas muitas tentativas de atrair o voto feminino – 50% do eleitorado – através de candidatas mulheres que manipulam sua condição feminina sem prestar nenhum serviço à causa da emancipação. Além de apelativo, é uma espécie de estelionato eleitoral que pega carona na onda de valorização da mulheres que se espalha na sociedade.

Não que a colunista seja contra valorizar a mulher, mas de nada adianta fazer isso reforçando preconceitos, superestimando qualidades sempre associadas ao feminino, como doçura, delicadeza etc, que só contribuem para que as mulheres fiquem longe do poder e sejam apresentadas, sobretudo na mídia, como se fossem uma "categoria especial" de pessoas. Não são. Contra esse embuste muitos dos homens se queixam, e com toda razão. Além do mais, a manipulação eleitoral da condição feminina explica muitas das reações contrárias à justa reivindicação de que haja mais mulheres no poder.

No entanto, é fundamental que se compreenda que a democracia só estará completa quando homens e mulheres estiverem devidamente representados na esfera política e quando não couber mais a eles carregar essa idéia de "universalidade". Nesse ponto, é importante lembrar que Bachelet não foi eleita apenas por ser mulher – ao contrário, num país como o Chile, é importante dizer que Bachelet foi eleita apesar de ser mulher. Cá, como lá, os preconceitos ainda são muitos e a vitória da dra. Michelle é só o começo de transformações que, espera-se, se consolidarão ao longo do século.

Brasil

1. Entre a Daslu e o Opus Dei - Por Marco Aurélio Weissheimer

Os caminhos adotados por lideranças do PSDB parecem flertar perigosamente com um fundamentalismo de direita exótico que vai da Daslu a Opus Dei, misturando vestidos da Gucci de 11 mil reais, instrumentos para chicotear as nádegas e rampas anti-mendigo.Leia http://www.novae.inf.br/pensadores/daslu_opus_dei.htm

2. 2005 - O ano em que não fomos incautos

Jô Soares, Arnaldo Jabor, Jorge Bornhausen, FHC-PFL, Diogo Mainardi, ou, já disseram, o ano no qual os idiotas perderam a modéstia.Leia http://www.novae.inf.br/pensadores/nao_fomos_incautos.htm


3. Malária e soberania nacional

por Izaías Almada - do Correio Caros Amigos

O uso de cobaias brasileiras para pesquisas sobre a malária, segundo recente denúncia do senador Cristovam Buarque, presidente da Comissão de Direitos Humanos no Senado, é bem mais grave do que a princípio parece. Se não pelo fato em si, por levantar graves suspeitas nessa matéria e outras ligadas a interferência estrangeira em nosso país.

Além de nos remeter parcialmente e com alguma preocupação ao tema do livro e do filme “O Jardineiro Fiel”, onde estão em jogo o interesse comercial e os grandes lucros dos laboratórios farmacêuticos internacionais, o que a denúncia do senador não diz, mas comprova, são as suspeitas de que a Amazônia (toda ela e não só a brasileira) está sendo explorada e sucateada aos poucos em favor de corporações e empresas que visam apenas aos seus interesses e de seus acionistas, passando por cima da ética nos negócios, dos interesses estratégicos dos países que compõem a região, ignorando os direitos humanos, muitas vezes sob o manto das pesquisas em favor do bem da humanidade e alimentando cada vez mais a idéia de que, por ser um patrimônio de todos, deve ser internacionalizada.

Precisamos nos defender dessa conversa fiada. Que seja uma fonte de esperança para o desenvolvimento do mundo, admite-se, mas a riqueza do solo, do subsolo e dos rios dessa região pertence a seus nacionais, pertence ao Brasil, à Venezuela, à Colômbia, ao Peru, ao Equador. E os povos desses países, indígenas ou não, sem exceção, têm que ser respeitados nesses direitos.

Em seu livro “La Integración Militar Del Bloque Regional de Poder Latino-americano”, editado em dezembro de 2004 em Caracas, o cientista social e professor Heinz Dieterich, radicado no México, chama a atenção para os quatro interesses estratégicos do imperialismo norte-americano na América Latina: 1- Converter as Forças Armadas do continente em guarda pretoriana dos interesses do Pentágono; 2 - Destruir a soberania política da região mediante a aplicação da Carta Democrática Interamericana (CDI); 3 - Apoderar-se da Amazônia mediante uma atualização neocolonial da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), com o estabelecimento de bases militares na região; 4 - Impor a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).

A pesquisa sobre a malária, realizada no Amapá, foi financiada pela Universidade da Flórida (estado que fraudou as eleições presidenciais de 2000 em favor de George W. Bush, governado por um irmão do presidente e que tem deputados e senadores ligados às máfias cubana e venezuelana que ali vivem) em parceria com instituições brasileiras como a Fundação Oswaldo Cruz e a Universidade de São Paulo. Já não é segredo para ninguém os enormes esforços feitos e os custos investidos pelo Departamento de Estado norte-americano em entidades civis, ongs, universidades, órgãos de imprensa, para terem seus interesses estratégicos defendidos, bem como das empresas transnacionais que esses interesses representam.

A defesa da soberania nacional é assunto cada vez mais relevante no atual quadro geopolítico internacional. O Brasil é extremamente rico em recursos hídricos e energéticos e essa riqueza pertence ao povo brasileiro e tem que ser preservada e defendida. Para tanto, torna-se necessário equipar e modernizar nossas Forças Armadas, preparando-as condignamente para os desafios dos novos tempos, ressaltando-lhes os valores nacionalistas e quebrando os preconceitos existentes (e que não são poucos) entre seus integrantes e a sociedade civil mais esclarecida e democrática, a sociedade civil que não compactua com os interesses oligárquicos e antinacionais.

O caso das cobaias brasileiras para a pesquisa sobre a malária no Amapá deveria ser mais bem investigado, bem como se deveria fazer um rastreamento de ongs e entidades civis na região e não só. Investigar também a origem do dinheiro que as sustenta e a serviço de quais interesses estão trabalhando, pois é mais do que seguro que várias dessas delas servem de cortina de fumaça para o diagnóstico de nossas riquezas e, mais grave do que isso, de como explorá-las, contra os interesses do Brasil.

Izaías Almada é escritor e dramaturgo.


Sites interessantes:

1. http://www.historiaehistoria.com.br/index.cfm
Quem são os celtas? Como foi construído o mito de Tiradentes? Essas são algumas perguntas que podem ser formuladas ou respondidas na revista on line História e-História. Nela, a participação dos leitores, leigos ou especialistas, é fundamental para compor o conhecimento sobre história e arqueologia. Lá você encontra as normas para participar dessa enciclopédia viva.

2. http://www.estatutodojornalismo.blog-se.com.br/blog/conteudo/home.asp?idblog=11289
blog noticioso, com farto material sobre o líder boliviano Evo Morales, pouco divulgado aqui no Brasil.

Livros e revistas

1. Formação do Império Americano, de Luiz Alberto Moniz Bandeira, ed. Civilização Brasileira, 854 p., R$ 88,90. O livro é o resultado de uma longa e minuciosa pesquisa que tomou anos de trabalho e que, agora, traz à luz informações surpreendentes e preciosas sobre os “fios ocultos” da política externa dos Estados Unidos.

2. Liquidação, de Imre Kertész, Cia. Das Letras, 106 p. R$ 29.00 – Trata da geração húngara massacrada pelo fascismo e pelo stalinismo.

3. História, Ciências e Saúde, 500 pp. R$ 45,00 – Revista quadrimestral da Fundação Osvaldo Cruz, se concentra em um dossiê sobre pestilências e curas da medicina quinhentista.

4. 1930: os órfãos da revolução, de Domingos Meirelles, ed. Record, 764 p. R$ 69,90

5. Identidade, de Zygmunt Bauman, Jorge Zahar ed., 110 p. R$ 19,00



Informativo da ANPUH de Minas Gerais sobre o próximo congresso:


Associação Nacional de História
Seção Minas Gerais
CNPJ 07738900/0001-80
INFORMATIVO NO 01/06 - Diretoria da ANPUH-MG (Gestão 2004/2006) – Janeiro 2006


XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA

São João Del Rei, 10 a 15 de julho de 2006 – UFSJ – Campus Santo Antônio


Com este Informativo, a Seção Minas Gerais da Associação Nacional de História (ANPUH-MG) abre o período de inscrições para o próximo Encontro Regional. Seguem informações sobre os Simpósios Temáticos, prazos, valores de taxas e funcionamento das inscrições. Ressaltamos que as propostas de mini-cursos ocorrerão a partir de 21 de abril, quando as inscrições para esta modalidade de participação serão abertas.
Os resumos dos Simpósios Temáticos aprovados foram editados neste informativo, por uma questão de espaço. O texto completo estará na página da ANPUH-MG na internet, quando o sistema eletrônico de inscrição estiver operacional, o que esperamos venha a ocorrer a partir do dia 23 de janeiro.

SIMPÓSIOS TEMÁTICOS APROVADOS

1. Cidade e Trabalho: Experiências Sociais em Múltiplas Linguagens. A proposta desse simpósio é a de agregar pesquisas, concluídas ou em andamento, que lidam com a temática geral Cidade e Trabalho. O eixo aglutinador volta-se para a preocupação em pensar essa temática associada às lutas sociais na contemporaneidade, atentando para as diferentes modalidades de enfrentamento das vivências diárias, envolvendo questões de moradia, educação, saúde, transporte, lazer e outros, desenvolvidas pelos diversos sujeitos sociais em suas relações construídas e reconstruídas no social. Compreendendo o social como um campo de disputas e as práticas culturais como modos de produzir significados, abrem-se, na temática proposta, várias frentes de trabalho: mudanças tecnológicas e relações de trabalho nas empresas; o cotidiano dos trabalhadores e suas lutas pela sobrevivência; as políticas públicas e as relações entre Estado e população; as inter-relações entre histórias e memórias na compreensão dos significados das referências culturais, problematizando a relação memória/esquecimento em diferentes espaços e temporalidades. Trata-se, ainda, de analisar os significados das linguagens, encontradas em diversos suportes documentais (como imagens, jornais, narrativas orais e outros), enquanto expressões de práticas sócio-políticas de homens e mulheres, que informam sobre a configuração de seus modos de ser e de viver. Coordenadoras: Heloisa Helena Pacheco Cardoso (UFU) e Dilma Andrade de Paula (UFU).

2. Escravidão e Cultura Afro-brasileira. Pretende-se com este simpósio construir um espaço de interlocução e de divulgação das pesquisas realizadas nos últimos anos, por historiadores e pesquisadores de áreas diversas, em torno do tema escravidão e cultura afro-brasileira, agregando, dentre outros, os seguintes temas: as relações familiares; a religiosidade; as sociabilidades, os conflitos e as identidades de negros, afro-descendentes e mestiços; as influências e as recriações culturais na África e no Brasil; as experiências com o ensino de História da África e as diferentes manifestações culturais afro-brasileiras. Coordenadores: Marcos Ferreira de Andrade (UNI-BH), Sílvia Maria Jardim Brügger (UFSJ) e Anderson José Machado de Oliveira (UERJ).

3. Gênero, Cultura e Violência. A presente proposta visa debater o cotidiano de agressividades físicas ou psíquicas, entre homens e mulheres, mulheres e mulheres, homens e homens, na sociedade brasileira, especialmente nas minas, muito plurais, muito gerais. A partir dos anos 1980 exacerbam as discussões, as pesquisas nas academias quanto à temática mulheres/gênero, dando transparência, visibilidade às questões das diferenças culturais, de gênero, sexualidade, estruturas de poder, educação, tanto no interior das famílias, perpassando as instituições educacionais e os espaços de sociabilidade. A desconstrução dos conceitos universalizantes de mulheres e homens, possibilitou inclusive, no decorrer dos anos, os estudos das masculinidades, reforçou as pesquisas das diferenças com base não mais centrada na biologia – homem x mulher – mas, entre mulheres e mulheres e entre homens e homens, deixando à mostra as cores, as opções sexuais, as diferentes gamas sócio-econômicas, as etnias, as culturas. Coordenadora: Vera Lúcia Puga (UFU).

4. História da Educação: Fontes, Metodologias, Perspectivas. A proposta desse Simpósio Temático busca criar espaços para o debate teórico-metodológico sobre a História da Educação, em particular dos estudos realizados no contexto de Minas Gerais. Os estudos, na área específica da História, têm se voltado para, por exemplo, a compreensão de políticas públicas, do disciplinamento do social, da formação das representações, da relação trabalho e educação. Essa constatação, entre outras, explicitam a crescente integração dessas duas áreas do conhecimento - História da Educação e História, stricto sensu. A primeira vai deixando de ser um espaço privilegiado dos pesquisadores da educação, enquanto estes vão utilizando, cada vez mais, as ferramentas de historiadores em suas análises, o que estabelece um novo olhar sobre as fontes ligadas à educação. Convém ainda destacar que os novos estudos promoveram um mapeamento das fontes de interesse para a História da Educação, as quais vêm se tornando matrizes para dissertações, teses, artigos. Uma das conseqüências tem sido o sensível aumento do conhecimento sobre a trajetória e o papel da educação na sociedade brasileira, em especial nos séculos XIX e XX. Ao mesmo tempo, estes trabalhos desencadeiam um diálogo com outras áreas do conhecimento histórico, à medida que identificam e discutem as imbricações das fontes e metodologias ao “mundo” da educação com os “mundos” do trabalho, da cultura, das relações de poder, das representações, na sociedade burguesa brasileira, e em especial a mineira. Coordenadores: Carlos Henrique de Carvalho (UFU) e Wenceslau Gonçalves Neto (UFU).

5. História Indígena. Na Historiografia da América Portuguesa predomina a noção de “Vazio Demográfico”, ou seja, o pressuposto de que a maior parte do território colonial se encontrava despovoado antes da chegada dos portugueses, não sendo necessárias guerras de conquista. Recentemente, essa visão tem sido revista. Sabe-se hoje que a conquista de terras indígenas , o mesmo ocorrendo nas áreas do sertão , ocupadas por fazendas de pecuárias. Nas zonas de mineração , o mesmo processo se repete: boa parte das lavras auríferas se formam em antigas áreas indígenas. O objetivo de nosso simpósio é discutir esses processos de conquistas, com ênfase em relação ao ocorrido no atual território de Minas Gerais , em suas múltiplas conexões com São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Coordenadores: Renato Pinto Venâncio (UFOP) e Maria Leônia Chaves de Resende (UFSJ).

6. História, Sociedade e Ambiente. Este Simpósio visa reunir trabalhos que tenham em comum a abordagem ambiental e territorial na História. Os problemas ambientais tornaram-se tema do debate político e objeto de investigação científica de diversos ramos do conhecimento, inclusive da história, a partir da década de 1960. Nos Estados Unidos, na década de 1970, formou-se a escola historiográfica denominada Environmental History (História Ambiental). Na historiografia brasileira, está no início a preocupação com a questão ambiental e sua relação com o processo de configuração do território. A história ambiental lida com temas conhecidos pela historiografia, porém muda o enfoque para o meio ambiente e suas transformações, fazendo uma leitura do passado, centrada na crise ambiental do presente, por meio de forte contribuição interdisciplinar. Neste sentido, propomos reunir trabalhos que tenham em comum o fato de considerarem o território e o meio ambiente na análise histórica, podendo ir da utilização das categorias do espaço às abordagens mais radicais da historiografia ambiental. Seguem algumas temáticas em que estão presentes os novos enfoques: processos de ocupação humana do espaço; contatos interétnicos; representações, identidades e memória social em processos de territorialidade; atividades antrópicas e problemas ambientais; formações territoriais e regionalização; empoderamento de comunidades e território; intervenções sanitárias e de saúde; lutas sócio-ambientais e política; patrimônio ambiental e patrimônio cultural; questões de métodos de história ambiental; abordagem territorial em história. Coordenador: Haruf Salmen Espindola (UniVale).

7. História, Poética e Retórica: novos paradigmas inter e trans-disciplinares em História e Literatura. Há muito que já não se faz uma distinção tão radical entre os domínios da Historiografia e da Literatura. Por um lado, a Crítica Literária tem se preocupado crescentemente com a historicidade e os lugares sociais do texto escrito e de seus gêneros. Por outro, a Historiografia cada vez mais se aproxima da Literatura ao elegê-la seja como fonte histórica seja como escrita análoga à do historiador. Nesse reencontro da História com a Literatura, tempo histórico e convenções discursivas ganham novos sentidos, provocando a reflexão sobre novos paradigmas inter e trans-disciplinares. No fundo da dissolução das fronteiras entre Literatura e História, está uma (re)discussão bastante antiga sobre o lugar da História face às tradições poéticas e retóricas que se desenvolvem desde a Antigüidade até o mundo contemporâneo, colocando em destaque conceitos polissêmicos como os de mimese, representação, imitação, criação, narrativa, argumentação, persuasão, verdade, verossimilhança e prova, por exemplo. Este simpósio tem como objetivo reunir pesquisas que – trabalhando no tênue limite entre os cânones historiográficos e literários – busquem problematizar as relações possíveis entre Poética, Retórica e História no nível teórico-conceitual e/ou através de pesquisas concentradas em recortes espaço-temporais específicos. Tanto as comunicações que trabalhem dimensões sociais, culturais e políticas de objetos retóricos e/ou poéticos quanto aquelas que sondem as convenções discursivas de objetos históricos são muito bem vindas; bem como aquelas que desestabilizem a suposta dicotomia implícita nessas duas possibilidades. Coordenadores: Guilherme Amaral Luz (UFU) e Marcos Rogério Cordeiro Fernandes (UFV).

8. História, saúde, cultura. O estudo sobre a história da saúde é um campo em consolidação no interior da comunidade de historiadores. A produção científica recente, assim como os periódicos e programas de pós-graduação, são importantes indicadores do espaço que essa temática vem alcançando, revelando um crescente e diversificado universo de projetos e pesquisadores interessados em entender, discutir e comparar as formas como diferentes sociedades se defrontaram com as moléstias. A história da saúde e das doenças vem sendo contada desde os tempos antigos. Cronistas, literatos e médicos deixaram diversos relatos sobre as enfermidades que afligiram homens, mulheres e mesmo cidades inteiras, revelando diferentes aspectos sobre a forma como as sociedades reagiam e imprimiam significados a estes eventos. Numa perspectiva mais recente, novos problemas – entre outros, a constituição de agendas de saúde pública, a emergência de novas moléstias, os quadros patológicos predominantes em determinadas épocas, a relação médico/paciente – e novas abordagens – especialmente a que vincula a saúde e a doença ao complexo universo da história da cultura e da sociedade – evidenciaram o quanto esse é um campo promissor, ampliando nosso entendimento sobre, e as possibilidades de diálogo com as sociedades do passado. Este Simpósio priorizará a reflexão sobre a saúde e a doença como fenômenos sociais, funcionando como um canal de interlocução ente os pesquisadores dedicados aos estudos dessa temática em Minas Gerais. Ë nossa expectativa também, ampliar e fortalecer a atuação deste GT no âmbito desta associação. Coordenadora: Anny Jackeline Torres Silveira (UFMG).

9. História, Cultura, Linguagens. O diálogo multidisciplinar tem sido ampliado no âmbito da pesquisa histórica, especialmente por estudiosos voltados para as interfaces da História com Artes Plásticas, Cinema, Literatura, Música, Teatro, entre outras. A fim de congregar estas iniciativas, foi criado, em julho/2000, durante o XII Encontro Regional de História da ANPUH-MG, o Grupo de Trabalho (GT) “História e Linguagens” com o objetivo de refletir, no nível teórico e metodológico, acerca das perspectivas de trabalho, abordagens temáticas e, principalmente, sobre quais as contribuições que estas pesquisas têm trazido para o conhecimento histórico e para o debate historiográfico. Além de atividades junto à ANPUH-MG, este GT e o GT “História Cultural”, da ANPUH-RS, criaram junto à ANPUH Nacional o GT de História Cultural. Além disso, esteve à frente do Simpósio Temático da “História – Cultura – Linguagens” do XXII Simpósio Nacional de História. Com essa mesma preocupação, durante o XIV Encontro Regional de História da ANPUH-MG, em Juiz de Fora, esse GT teve suas atividades desmembradas em dois grupos, dado o grande número de inscritos, o que, em última instância, traduziu a vitalidade dessa área de pesquisa. Por ocasião do XXIII Simpósio Nacional de História, o nosso Simpósio promoveu debates teóricos e temáticos com pesquisadores de diferentes regiões do país. Nesse sentido, com o intuito de estabelecer a consolidação desse grupo de trabalho, estamos apresentando, para apreciação da Comissão Científica do XV Encontro Regional de História da ANPUH-MG, o Simpósio Temático “História – Cultura – Linguagens”, que procurará, à luz das diversidades e das convergências dos trabalhos, observar as questões temáticas e/ou teóricas inerentes a eles, bem como compreender a Linguagem que os organiza e os define. Desse ponto de vista, o diálogo com diferentes perspectivas historiográficas e com as diversas reapropriações históricas, em consonância com o campo da recepção, serão os espaços privilegiados de nossas atividades, com vistas a destacar os percursos metodológicos dessa abordagem da História Cultural. Coordenadores: Rosangela Patriota (UFU), Alcides Freire Ramos (UFU), João Pinto Furtado (UFMG).

10. Mundos do Trabalho: entre o Mutualismo e o Trabalhismo. O presente Simpósio pretende viabilizar a aproximação dos diversos estudos que têm como objeto o universo das classes trabalhadoras no Brasil, entre finais do século XIX e a primeira metade do século XX. Nosso objetivo principal consiste em aproximar, por um lado, as análises do processo de formação e consolidação da classe trabalhadora e, por outro lado, o processo de construção da cidadania no Brasil. Além disso, perceber como a atuação dos trabalhadores, através de suas resistências cotidianas, resultou na expansão desta mesma cidadania, a partir do progressivo acúmulo de cultura cívica. Tendo em vista que este Simpósio procura aproximar-se das mais recentes perspectivas teórico-metodológicas do campo da História Social da Cultura, seu enfoque privilegiará o acompanhamento das variadas expressões das culturas militante, associativa e popular dos trabalhadores. Cordenadores: Cláudia Maria Viscardi (UFJF) e Ronaldo Pereira de Jesus (UFOP).

11. Poder, Cultura e Sociabilidades no Oitocentos. O objetivo deste simpósio é reunir pesquisadores interessados em discutir a história do Brasil do século XIX a partir de suas articulações com os conceitos de poder, cultura e sociabilidades. Vinculado ao CEO – Centro de Estudos do Oitocentos, o simpósio será organizado em torno dos seguintes eixos temáticos: primeiro, temas ligados a formação da nação e do Estado, tais como: as relações dos cidadãos com o governo e as instituições do Estado; processos de participação política tradicionais, como partidos e eleições; as questões ligadas aos poderes e também ao campo da polícia e da justiça. Da mesma forma, pretende-se discutir formas de participação externas aos mecanismos previstos pela Constituição como as revoltas, os quilombos, os protestos, os quebra-quebras e as experiências alternativas de inclusão e de participação nos espaços coletivos, tanto no âmbito social quanto em níveis políticos não formais. Um segundo eixo agruparia pesquisas que discutissem as instituições, os instrumentos e as experiências formadoras de identidades, tais como: a literatura, a língua nacional, a historiografia, as imagens (pinturas, gravuras, fotos, monumentos), os rituais, as festas, os símbolos, as músicas e as figuras emblemáticas. As experiências de lutas políticas e de grupos sociais diversos tais como os libertos, os pardos, os negros, os estrangeiros, os posseiros, rendeiros e pequenos proprietários, os negociantes e os comerciantes, os intelectuais e literatos, entre outros. Como terceiro eixo, busca-se também discutir as noções de “sociedade civil” ou de “espaço público”, assim como de sociabilidades. Analisar as associações formais, como confrarias, sociedades públicas, associações profissionais, maçonarias, salões literários, assim como outras formas distintas de associativismo. Finalmente, pretende-se agregar pesquisas que tratem das representações e da produção intelectual do oitocentos em torno de temas como nação, povo, estado, república, soberania, democracia. Coordenador Alexandre Mansur Barata (UFJF) e Silvana Mota Barbosa (UFJF).

12. Região, Identidades e Construção do Estado e da Nação no Brasil. Se até bem recentemente, as discussões sobre a passagem da América portuguesa a país independente estiveram polarizadas entre os que defendiam a idéia de Antigo Sistema Colonial e os partidários da perspectiva de Império Português, hoje parece se afirmar uma corrente disposta a assumir o debate em termos menos dicotômicos, procurando entender as particularidades da formação sócio-econômica que emerge na América Portuguesa, ao mesmo tempo marcada por uma dinâmica de Antigo Regime, mas cujos fatores estruturantes estão dados pelas relações escravistas e por seu caráter mercantil. Assim, além das peculiaridades que particularizaram nosso processo de emancipação política, o Simpósio que hora propomos pretende abrigar as pesquisas sobre as diversas formas como os "portugueses de todas as castas de ambos os hemisférios", nas palavras de Cipriano Barata, encaminharam suas disputas políticas no processo de formação do Estado e da Nação (processos complementares, mas não irredutíveis), com destaque para as disputas travadas entre diferentes grupos em torno de projetos políticos divergentes, quando não antagônicos, aí incluídos os forros, mestiços e escravos. Nessa perspectiva, busca-se inserir os trabalhos que abordem as mudanças verificadas na passagem de um contexto marcado pelo deslocamento de divisões sociais definidas pela sobreposição de uma ordem escravista a divisões baseadas em critérios estamentais, típicos de Antigo Regime, para a constituição de uma esfera pública de poder na qual, apesar da reiteração do escravismo, adota-se não apenas um ideário liberal, como também novas liturgias de poder, ao mesmo tempo em que se estabelecem alianças políticas que redefinem as relações entre o poder central e o regional, com destaque para a Província de Minas Gerais. Coordenadores: Andréa Lisly Gonçalves (UFOP) e Valdei Lopes de Araújo (UFOP).


13. Teoria e Historiografia: O problema da Autonomia do Conhecimento Histórico. O simpósio tratará das características do conhecimento histórico que permitem pensar sua autonomia e necessidade científica. Estas poderão ser abordadas a partir de quatro níveis distintos, a saber: [a] dentro do campo conceitual elaborado na filosofia (epistemologia e filosofia da história); [b] a partir da sistematização teórica realizada por historiadores; [c] no âmbito do campo historiográfico em que se destacam obras empíricas decisivas para a revisão do próprio conceito de história, e [d] no escopo de um feixe mais amplo de representação histórica, não necessariamente científica (através de obras de arte, biografias e demais meios de memória). O propósito do simpósio temático é então esboçar um mapa das formas distintas de se pensar historicamente, o que servirá para uma ponderação acerca de própria necessidade da história dentro da universidade e na sociedade. Este simpósio é uma proposta de consolidação do campo da teoria da história e da historiografia no país, fruto da fundação do GT em Teoria da História na ANPUH nacional de 2003, coordenado pelo prof. Estevão de Rezende Martins (UnB). Coordenadores: Pedro Spinola Pereira Caldas (UFU) e José Carlos Reis (UFMG).

14. Tramas visuais, sonoras, orais e textuais no espaço urbano. A multiplicidade de fenômenos que conforma o espaço urbano não apenas cria condições para problematizar o viver em cidade, como também permite refletir sobre sua historicidade. Os usos, as funções e as formas da cidade são modeladas por interesses materiais, desejos e utopias. A partir deles, os sujeitos históricos — individuais e coletivos — instituem, celebram, monumentalizam, negociam e disputam valores, comportamentos, memórias e histórias, cujas formas e conteúdos se materializam na variedade de práticas sócio-culturais e de linguagens que conformam os mundos do trabalho, do lazer, das festas cívicas e religiosas, das artes, enfim, das diferentes manifestações das culturas urbanas. O Simpósio se propõe a promover, entre estudantes e pesquisadores, debates acerca da cultura, sempre plural, que regula e institui, que critica e inova as práticas sociais e as formas de representações (visuais, textuais, orais e sonoras) constitutivas e constituídas do e pelo espaço urbano, tanto na modernidade quanto na atualidade. Interessa-nos, mais especificamente, valorizar a troca de experiências de pesquisas que privilegiam a compreensão dos processos de produção, circulação, apropriação e consumo de normas, práticas e valores destinados a compreender e explicar como e por que os atores urbanos atribuem sentidos a seu viver. Coordenadores: Maria Eliza Linhares Borges (UFMG) e Luciene Lehmkuhl (UFU).

15. As várias faces da Coerção: Visões sobre Intolerância, Violência, Poder e Religião. A atualidade da temática abrangida por este Simpósio evidencia-se na importância que vem tendo na historiografia e nos debates políticos e acadêmicos mundiais, assim como em casos de explosão social verificados em sociedades tanto de primeiro como de terceiro mundos – como os recentes conflitos envolvendo imigrantes na França e a violência nos grandes centros urbanos brasileiros, por exemplo. Justificaremos, no entanto, o corte temático que fizemos. Procuraremos, no evento, abranger o debate em torno da Intolerância - tema principal da proposta - de maneira mais larga possível. Há, ao longo da história, vários exemplos do abuso de poder como forma de dominação, tanto em nome do Estado laico quanto em nome da Religião. A Intolerância torna-se, temática que se repete ao longo dos tempos, ganhando características específicas e regionais, mas sempre repetindo um discurso de dominação e controle sobre o “outro”. Assim sendo, este Simpósio busca aproximar pesquisas e pesquisadores que por diversos caminhos buscam analisar e até compreender os atos de Intolerância e de abuso de poder como forma de dominação, seja ela política, militar, racial, religiosa, cultural, entre outras vertentes, expressos em muitos objetos de estudo. Um Simpósio que pretende refletir sobre o assunto e contribuir uma pequena contribuição para conceituar e analisar a temática da Intolerância em seus aspectos e derivações. Os conflitos cotidianos, a criminalidade, os movimentos sociais, as discriminações, as perseguições, os genocídios, as guerras, a intolerância ligada aos fundamentalismos religiosos, o terrorismo de Estado e suas antíteses, a reação repressiva e a organização policial e judiciária do poder público na disputa pelo monopólio da violência são assuntos componentes desta temática. Coordenadores: Fabio Faria Mendes (UFV) e Angelo Adriano Faria de Assis (UFV).


TAXAS DE INSCRIÇÃO

Os valores para inscrição em simpósio temático ou como participante sem apresentação de trabalho são os mesmos, como se segue.
Para não associados à ANPUH-MG:
R$ 28,00 – Estudante de Graduação.
R$ 35,00 – Estudante de Pós-Graduação.
R$ 150,00 – Profissional.
Para associados: R$ 58,00.

O valor para inscrição em mini-curso ou para apresentação de pôster de Iniciação Científica é de R$ 18,00.
O pagamento da taxa de inscrição para apresentação de trabalho no XV Encontro Regional de História deve ser efetuado através do pagamento de boleto bancário disponível através do sistema de inscrição eletrônico, na página http://www.anpuhmg.ufsj.edu.br/, a partir do dia 23 de janeiro. As inscrições para outras atividades só se iniciarão em 21 de maio.
É indispensável apresentar, no momento do recolhimento dos Certificados de Participação e do material do XV Encontro, comprovante de que o inscrito é aluno de graduação, aluno de pós-graduação ou profissional da área de História (caso não seja associado). Do contrário os certificados e o material não serão fornecidos.


ANUIDADE – ASSOCIADOS DA ANPUH

Só receberão o Certificado de Participação os sócios que quitarem a sua anuidade de 2006 até 10 de junho de 2006.
Para o pagamento das anuidades deve-se acessar a página http://www.anpuhmg.ufsj.edu.br/, preencher o formulário eletrônico e gerar o boleto bancário. Pedimos que, para diminuir nossos custos relativos às taxas da Caixa Econômica Federal, referentes ao boleto eletrônico, este seja pago preferencialmente nos caixas eletrônicos da CEF, através da internet, ou nas casas lotéricas.
Lembramos que as anuidades foram reajustadas, para R$ 80,00.


MUDANÇAS NO CALENDÁRIO DO EVENTO

Ressaltamos que todos atentem para as mudanças nos prazos de inscrição, conforme a tabela do Cronograma Executivo do XV Encontro Regional de História (abaixo).



CRONOGRAMA EXECUTIVO DO XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA

24/03/2006
Data limite para inscrições de Comunicações nos Simpósios Temáticos; data limite para o envio de propostas de Mini-Cursos.
21/04/2006
Envio das Cartas de Aceite dos trabalhos inscritos nos STs; divulgação das propostas de mini-cursos aprovadas.
12/05/2006
Data limite para solicitação de espaço para Reunião Aberta, para Atividades Culturais.
19/05/2006
Data limite para o envio do texto final das Comunicações para a publicação dos Anais do XV Encontro Regional de História; data limite para inscrições de Painéis de Iniciação Científica.
02/06/2006
Edição de Informativo com dados sobre transporte e hospedagem, além da Programação Parcial do Encontro.
10/07/2006
Abertura do XV Encontro Regional de História / ANPUH-MG.
11/07/2006
Data limite para inscrição nos Mini-Cursos e como participante sem apresentação de trabalho.
15/07/2006
Encerramento do XV Encontro Regional de História / ANPUH-MG.



Informações adicionais e Divulgação de todos os Informativos:
Sítio: http://www.anpuhmg.ufjs.edu.br/
Correio eletrônico: anpuhmg@ufsj.edu.br
Telefone: (32) 3379-2496 (das 14h às 18h)

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