Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

13.6.06

Número 044 - nova fase




Editorial

Como não podia deixar de ser, nesta semana o futebol aparece, forçosamente, neste boletim. Eu pensava o que escrever a respeito, quando o professor Jaime Pinsky me enviou um artigo que ele publicou no jornal Correio Braziliense de domingo passado. Achei tão pertinente que resolvi coloca-lo – com a permissão do autor, é claro – neste editorial. Leiam e comentem. Agora, que joguinho mixuruca o de ontem, não? A bem da verdade, a seleção brasileira no primeiro tempo jogou apenas com 9 jogadores, porque o Ronaldo (mais gordo e lento que um hipopótamo) e o Adriano simplesmente não jogaram... Mas que o começo do “rumo ao hexa” foi lamentável...ah... isso foi!!!


Torcer ou não torcer, eis a questão
Jaime Pinsky

Estamos em plena Copa. Isto significa que por alguns dias um sentimento comum englobará (sem trocadilhos) todos os brasileiros e nos fixará diante de telas, telinhas e telões torcendo para que possamos mostrar ao mundo outra vez que somos os melhores justamente no esporte mais popular do planeta.
Não é pouca coisa, principalmente para um país que tem tido poucas razões para se orgulhar ultimamente. E que até hoje, apesar das condições favoráveis, não conseguiu estabelecer uma identidade nacional sólida, que vá um pouco além da alegada beleza das nossas mulheres (o que é verdade), do espírito aberto e solidário de nossa população (o que é bastante discutível) e da cordialidade do povo em geral (o que vem sendo desmentido de forma categórica). Nossa auto imagem, digna de filho de mãe italiana (muito mimado, com ausência total de super ego) se recusava a ver por aqui preconceitos de vários tipos (“isso é coisa de americano”), corrupção deslavada, fraqueza de caráter e outras características não tão lisonjeiras que fatos recentes trouxeram à tona. E assim, feito o Dr. Pangloss, vibramos com nosso crescimento, esquecendo que foi o mais baixo da América Latina (está bom, ganhamos do Haiti, mas tenham a santa paciência), nos alegramos com o número de crianças nas escolas (deixando de lado o fato de que os alunos do ensino fundamental apresentam os piores resultados do Planeta– incluindo o Haiti), nos felicitamos com o álcool, invenção nacional (e deixamos de lado a condição dos trabalhadores rurais e as queimadas que transformam o interior paulista no maior centro de pessoas com problemas pulmonares).
Por tudo isso, a Copa é legal. Esquecemos dores e sofrimentos e vibramos com os guapos rapazes que se mandaram para a Europa e não tem muitos planos para voltar – lá se dizem mais seguros.
Mesmo sendo instrumentalizada pelos governantes, a Copa não merece ser esquecida. Ter um objetivo comum (ser campeões), que une pobres e ricos não é mesmo pouca coisa. Os moradores arrogantes de prédios luxuosos saem do seu mutismo medroso e sorriem para os porteiros. Alguns até fazem um comentário rápido e condescendente sobre nossa última vitória. Mulheres fazem companhia aos seus maridos e descobrem que sim, é possível ver o mesmo programa, pelo menos uma vez a cada quatro anos. Palmeirense e corintianos podem, finalmente, sentir-se vencedores e convencer os filhos de que a camisa que o pai usa não é necessariamente a de um perdedor compulsivo.
Imaginar futebol sem luta entre torcidas! Com jogadores de boa técnica, bem preparados fisicamente e não aqueles que “sobraram” no Brasil, hoje grande exportador de capital humano em vários setores, inclusive no esportivo. Futebol de bom nível, juizes competentes, arquibancadas lotadas em estádios confortáveis e câmaras que nos ajudam a rever os lances controvertidos!
Quem sabe se com a Copa volta um pouco da nossa cordialidade perdida, característica supostamente tão marcante a ponto de iludir grandes explicadores do Brasil que confundiram dissimulação com cordialidade... E bastava ver um depoimento em qualquer CPI para constatar a maestria com que exibíamos nosso talento para a hipocrisia e o cinismo...
É, resta o futebol. De preferência sem as patriotadas primárias e a perseguição a alguns jogadores daquele narrador (sabe qual?), mas até nisso se dá um jeito, tipo ver a imagem e ligar o rádio, ou ouvir baixinho, ou torcer em voz alta. O importante é ver todos os jogos do Brasil e torcer muito. E dou uma série de bons argumentos para isso, para quem ainda não se convenceu: melhorar nosso sentimento de pertencer a algo comum a todos, comer pipoca com guaraná, produzir adrenalina e utiliza-la numa boa causa, ver bons espetáculos, abraçar os amigos com vontade, mostrar que somos melhor que os outros em alguma coisa. Não chega?
De resto, perder a Copa não vai nos fazer mais politizados, nem desenvolver nosso espírito critico. Pelo contrário. Talvez vencê-la nos faça despertar o senso de responsabilidade que líderes devem assumir e isso seria muito bom. Além do mais, como é bom comemorar!
Jaime Pinsky, (pinsky@terra.com.br) é historiador, doutor e livre docente pela USP e professor titular da Unicamp. Autor de vasta obra, inclusive o livro O Brasil tem futuro? (Editora Contexto).

E, a propósito da Copa do Mundo, minha amiga professora da UFV, Luciana Macedo colocou em seu blog literário Canastra da Emilia (http://www.canastradaemilia.blogger.com.br/) o link para um desenho muito interessante e que leva à reflexão:

A CARA DO BRASIL... O desenho animado Corrente pra frente, ganhou o 1º lugar no festival de desenho animado: Fiquei emocionada, é de arrepiar mesmo... http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/corrente_page.htm
postado por: LUCIANA Macedo, sábado, 10 de junho

2. A imprensa internacional noticiou a morte de três prisioneiros – suicídio, segundo a versão oficial – que estavam na base norte-americana de Guantánamo. Sabe-se, e isso já foi denunciado em número anterior deste boletim, que os prisioneiros lá são torturados sistematicamente, sofrem barbaridades nas mãos dos norte-americanos. O suicídio – se é verdade que foi suicídio – indicaria que a resistência dos prisioneiros chega ao fim? Ou é, como disse o comandante da base, Harry Harris:
"Eles são espertos. Eles são criativos, eles são determinados. Eles não têm respeito pela vida, nem pela nossa nem pela deles. Eu acredito que esse não foi um ato de desespero, mas um ato de uma guerra assimétrica travada contra nós".
Mas o mais engraçado foi mesmo a notícia de que o Bushinho ficou “seriamente preocupado” com a morte dos três prisioneiros...Até parece que ele fica seriamente preocupado com algo desse tipo...todo mundo viu a preocupação dele quando os aviões explodiram as torres gêmeas...

3. Com este número, inauguramos uma nova seção do Boletim. Vamos começar a publicar trabalhos de alunos de graduação (TCC), de pós-graduação, dissertações e teses. Na verdade, não temos espaço para publicar os trabalhos por inteiro. Dessa forma, quem estiver interessado em comunicar o que anda pesquisando, pode enviar uma síntese.
As regras são as seguintes:
Texto de 1 (uma) lauda, digitado em Arial 10, espaço simples;
Notas, se houver, apenas no final do trabalho. Não podem ser notas de rodapé;
Pequeno currículo do(a) autor(a);
O(a) orientador(a) do trabalho deve enviar um email para mim
(rimofa@terra.com.br), informando estar ciente da publicação;
Se houver ilustrações, envia-las em formato JPG com baixa resolução.

Para começar, estou publicando hoje o trabalho de um jovem estudante de história nordestino, Sérgio Tomé. Leiam o trabalho dele ao final do boletim.


Brasil



1. Adorei o comentário no blog do Josias de 10/6/2006:

Alckmin diz que Lula comanda ‘lambança ética
Embora cavalgue um PSDB que, quando esteve no Planalto, viu-se tisnado por escândalos em série –compra de votos, privatizações trançadas ‘no limite da irresponsabilidade’, Sudam, Sudene, etc—o presidenciável Geraldo Alckmin sentiu-se à vontade para dizer neste sábado que o país vive uma fase de "lambança ética".

Alckmin prestigiou a convenção do PFL em São Paulo. Além de dizer que a crise do mensalão resultou numa “roubalheira que enche lista telefônica", responsabilizou o governo do adversário pelo quebra-quebra promovido na Câmara pela turba do MLST.

"A invasão na Câmara dos Deputados mostra que falta autoridade a este governo. Essas coisas não acontecem de forma espontânea. Elas só acontecem quando há ausência de autoridade, que é o que está acontecendo hoje no Brasil com esse governo", disse o candidato tucano.

Impossível discordar de Alckmin. Ele, aliás, é especialista na matéria. Foi sob a ausência de autoridade do Estado que proliferou, nos 12 anos de gestões tucanas em São Paulo, o poder paralelo do PCC. Um poder que prevaleceu sobre as forças de segurança enquanto quis (
clica).
Escrito por Josias de Souza

2. A candidata do PPS ao governo do Rio, juíza Denise Frossard fala o que muita gente não tem coragem de falar. Está no blog do Guilherme Fiúza http://politicaecia.nominimo.com.br/

‘A favela não é fashion’
Denise Frossard gosta de um barraco. Não o da favela, mas o da confusão. O da favela ela acha que não tem a menor graça. É símbolo de pobreza, carência, vida precária – e ela avisa que não está aí para glamourizar a miséria. A juíza aposentada, deputada federal (PPS) e candidata a governadora do Rio provocou polêmica ao declarar que não faria campanha política nos morros porque o Estado não lhe dava segurança para isso. Foi atacada por todos os lados, chamada de covarde e preconceituosa, e está adorando tudo isso. Desse barraco ela gosta. No caso, acha que tocou na ferida da demagogia social e do populismo. Vamos ouvi-la:
“É bonito falar bem da favela, dizer que ali é um lugar bom e a grande maioria dos moradores é honesta. Claro que é. Mas o que os honestos precisam que os políticos digam é que essa maioria é refém. Eu vejo as mulheres descendo os morros, tendo que abandonar suas casas, e não é por causa de tiro. Os bandidos tomam as residências delas, e ponto final. Quem está ouvindo a angústia dessas mulheres? Ninguém, porque elas não falam. Não podem falar.”
“É com esses bandidos que muitos políticos fazem acordo para circular tranqüilos pela favela. Eu não faço esse acordo. E quem diz que sobe o morro tranqüilo, ou é louco, ou tem acordo com o crime. Eu subo morro sozinha. Vou de táxi. Faço isso porque sou meio louca, e porque é a minha profissão. Prendi 14 bicheiros, sofri três atentados. No último deles, o ex-PM Jadiel Simeone, que está preso, confessou que me seguiu e não me matou porque ainda não tinha recebido o dinheiro, e foi preso antes. Mas os políticos não podem fazer de conta que andar na favela é normal. É irresponsável não dizer a um cidadão comum, a um servidor público, que ele está pondo sua vida em risco ao entrar em boa parte das 700 favelas do Rio de Janeiro.”
“Esses líderes comunitários que estão dizendo esses dias ‘aqui a propaganda da juíza não entra’, e parecem estar lutando contra um preconceito, estão dizendo isso com que autoridade? Eu respondo: com a autoridade do crime. Com que autoridade o deputado Chiquinho da Mangueira foi à polícia dizer ao coronel Erir Ribeiro que aliviasse a repressão ao tráfico no morro da Mangueira? Com sua autoridade parlamentar? Não, com a autoridade do crime. E quem caiu em desgraça no episódio, o deputado ou o coronel? O coronel. A mensagem foi clara: quem manda não é o Estado, é o político que tem acordo com o dono do morro. Esse é o jogo que eu me recuso a fazer.”
“Já cansei de ouvir relatos dramáticos de funcionários dos serviços públicos em situação de risco de vida no seu trabalho cotidiano nessas comunidades. O próprio prefeito César Maia já me relatou diversos casos em que a prefeitura simplesmente teve que se retirar da região para não expor a vida de seus agentes. É normal, isso? E a kombi do TRE metralhada no Complexo do Alemão em 2002? É preciso um pouco menos de demagogia e mais honestidade para falar de favelas. Esse discurso de normalidade é puro populismo. É simpático enaltecer a favela, as belezas da favela, a gente da favela. Mas quem está disposto a admitir publicamente que a vida na favela está valendo menos? E isso não tem nada de charmoso, nada de chique. A favela não é fashion.”
“No dia do ‘fecha’, em 2002, quando a cidade do Rio acordou refém de um boato, perguntei: ‘Quem mandou fechar?’ Diziam: ‘Ninguém sabe, mas é pra fechar.’ Aí eu disse: ‘Então deixa que eu abro.’ Fui pro meu escritório na Rua da Matriz e um rapaz veio ameaçador: ‘Fecha, minha tia’. Eu perguntei: ‘Cadê a ordem judicial pra fechar?’ Ele respondeu: ‘É ordem do tráfico.’ Aí eu respondi: ‘Você está preso!’ O garoto saiu correndo. Não tenho medo de bandido. Em 15 anos, só condenei por crime de colarinho branco uma vez. O resto foi violência, homicídio. Pode parecer estranho o que vou dizer, mas conheço o cheiro de adrenalina do réu. E é o mesmo cheiro do juiz que condena. Outro dia fui ao morro do Tuiutí e um antigo réu meu me reconheceu. Homicida. Me levou para conhecer a casa dele. Sei que ali eu poderia levar um tiro. Essa é a minha vida. Mas não é e não pode ser a vida de um cidadão comum.”
“Há 15 anos, a polícia só dava batida em casa de favela metendo o pé na porta. Quando vinham com o preso eu perguntava: ‘Cadê o mandado?’ Eles respondiam: ‘Mas doutora, a casa não tem nem número!’ Então eu comecei a dizer: ‘Fotografa a casa onde você quer fazer a busca. Aí te dou o mandado.’ Isso é muito feito hoje, mas há 15 anos não existia. Por isso, quando eu falo do morro, sei do que estou falando. O problema não é o candidato não subir lá. O problema é que o oficial de Justiça não sobe mais. Aí, só com pé na porta. E os demagogos dizendo que sobem tranqüilamente a favela. Sobem em acordo com os bandidos, os mesmos que não deixam o Estado entrar – o mesmo Estado que o demagogo pretende governar. Esse jogo eu não faço.”
Aos 56 anos, prestes a ganhar seu primeiro neto, Denise Frossard não teme ser comparada com Sandra Cavalcanti – a combativa deputada de direita que pregava tolerância zero com as favelas, discurso contrastado por Leonel Brizola e sua liberalidade na ocupação dos morros. A candidata diz que jamais defenderá a remoção de favelas, e que conhece bem demais a gente de lá para ser insensível a ela. Um de seus velhos conhecidos era o dono do tráfico no morro Dona Marta, Marcinho VP, condenado por Frossard a 24 anos de prisão (onde foi morto). Ela via nele, no fundo, uma boa índole. “Teria dado uma pena menor, se a lei permitisse”, diz a juíza. Mas nada disso a faz deixar de afirmar que subir o morro, hoje, não é bom conselho para ninguém.
Se eleita, Denise Frossard promete promover a invasão das favelas. Não uma invasão militar, antes que a peguem pela palavra. Uma invasão de serviços públicos. “Mas com a polícia na retaguarda.”

3. Mauro Santayana

Os avisos da semana

A invasão do Congresso pelo MLST, e o apoio dado por muitos leitores de jornais ao quebra-quebra, não é fato novo em nossa história. Quando o Parlamento deixa de legislar em favor do bem comum, e passa a defender um setor privilegiado da sociedade, o povo costuma rebelar-se contra o poder legislativo. - 12/06/2006

4. Negri: novo sindicalismo deve unir corporativismo com ação social

Em palestra no Congresso da CUT, o filósofo italiano Antonio Negri defende um sindicalismo que assuma um protagonismo mais amplo nas lutas sociais para além da luta corporativa. No evento, o sociólogo Emir Sader defendeu também o avanço para um pós-neoliberalismo que combata principalmente a precarização do trabalho. > LEIA MAIS Movimentos Sociais 08/06/2006

5. Precisa de mais escândalos? Não seja por isso... olha o que está vindo por ai!!!!

Câmara estuda conceder superverba para deputados
ANDREZA MATAIS e FELIPE RECONDO

da Folha Online, em Brasília

Os deputados poderão ter uma verba mensal para gastar livremente de acordo com sua conveniência. A idéia vem sendo estudada por um grupo de trabalho da Câmara a pedido do presidente da Casa, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP).

Os parlamentares recebem por mês cerca de R$ 38.500,00 para gastos diversos. O valor é dividido e carimbado. Ou seja, os R$ 3 mil de auxílio moradia só podem ser usados para essa finalidade. Se um deputado quiser destinar parte do valor para contratar uma consultoria, por exemplo, fica impedido.

Se vingar, os deputados não teriam mais um valor específico para gastos com combustível, moradia, publicações, passagens aéreas entre outras despesas com o mandato. Poderiam usar a superverba para uma finalidade só se quiserem.Pela proposta em estudo, os parlamentares receberiam um valor global e dariam a ele a destinação que bem entendessem, mas ficariam obrigados a prestar contas dos seus gastos.

O valor da superverba não seria incorporado ao salário dos deputados para que não seja descontado Imposto de Renda. A idéia em estudo é que o benefício seja concedido como verba indenizatória, mas não mais carimbado. "A Câmara está estudando a reforma do uso de verbas e fiscalização dos recursos para o mandato parlamentar. Se possível a discussão do projeto será antes das eleições", disse Aldo.

A assessoria da Câmara informou que o modelo para a superverba vem dos Estados Unidos. No país cada deputado recebe US$ 1 milhão por ano para investir no mandato. Tem deputado que chega a montar 15 escritórios nos Estados em que tem votos.

No Brasil, o valor destinado para a contratação de funcionários --R$ 50.818,87-- não seria incorporado à superverba porque a Lei de Responsabilidade Fiscal não permite. Há uma exigência para que os gastos sejam muito bem detalhados.

Os deputados recebem hoje de verba indenizatória R$ 15 mil para gastos com aluguel, manutenção de escritório, locomoção, entre outras despesas; para auxílio moradia são mais R$ 3 mil; para gasto postal e telefonia os deputados recebem R$ 4.268,55; para gastos com publicações são mais R$ 6 mil, para passagens aéreas os valores variam de R$ 4.147,10 a R$ 16.513,15, dependendo do local onde moram.

O comentário sarcástico do blog do Josias:

Vem aí o bolsa-privilégio
Acontece freqüentemente à maioria dos deputados não pensar em nada. O que, convenhamos, já é um avanço se considerarmos que muitos deles simplesmente não pensam. Mas, para infortúnio do erário, há também os deputados que pensam. Ou, por outra, pensam que pensam quando, na verdade, estão apenas rearrumando os seus privilégios.

Deu-se que, de tanto matutar, o grupo que pensa que pensa terminou pensando uma idéia. Pior: constituiu um grupo técnico com o objetivo de transformar o pensamento em ação. Resultado: a Mesa Diretora da Câmara está na bica de agir sem pensar.

Pretende-se, veja você, instituir uma espécie de bolsa-privilégio. Cada deputado receberia mensalmente, além do salário, uma verba de R$ 38.500, para gastar como bem entendesse. A iniciativa surge nas pegadas da revelação de que muitos deputados estavam desviando para outros fins uma verba mensal de R$ 15 mil que recebem para encher os tanques de seus carros.

O signatário do blog pensou em qualificar a idéia. Mas lembrou-se de Descartes. E concluiu: Penso, logo desisto.

6. CRÔNICA - LULA MIRANDA

Capitalismo Fuleiro

Na verdade, é o jeito brazuca de ser capitalista. Uma possível contribuição do velho “jeitinho brasileiro” à Economia. É uma espécie de arremedo de capitalismo. Às vezes chamado cinicamente de capitalismo possível. - 13/06/2006

Internacional

A tão falada globalização... tão falada e tão pouco compreendida... Luiz Carlos Lopes tece considerações importantes a respeito dela e do neoliberalismo. Confira. Em seguida, um artigo de Boaventura Santos nos ajuda a compreender melhor os problemas de Timor Leste. Inclusive colocando em evidência uma nova personagem, que a mídia quase não aborda, a Austrália.

Luís Carlos Lopes

Globalização: argumentos e problemas- (clique no titulo para abrir a matéria)10/06/2006

Boaventura de Sousa Santos

Timor, Timor!

Divisões entre o presidente e o primeiro-ministro, divisões no seio do governo, clivagens étnicas... Nada disto explica a situação grave que se vive em Timor. Em meu entender, ela deve-se às pretensões neocoloniais da Austrália. O petróleo e o gás natural têm sido a desgraça dos países pobres. - 08/06/2006

Livros e revistas

1. Nas bancas o numero 032 da Revista Historia Viva. Dossiê sobre Tutankhamon. Artigos sobre Constantino e a cristianização do império romano – o caso Rosemberg – Irlanda dividida – História da malária – o espetáculo da morte na Idade Média -

2. Nas bancas o número 4 de Temas Brasileiros, edição especial da revista História Viva. O tema deste número é a Caminhos Antigos e Estrada Real.

3. ´Revista do Brasil´ é lançada nesta segunda em São Paulo
Conteúdo será em breve disponibilizado para os leitores através da página da Carta Maior. A tiragem inicial é de 360 mil exemplares.
Da Redação
Este é o primeiro número da Revista do Brasil, que será distribuída a cerca de 360 mil sócios dos sindicatos participantes deste novo projeto de comunicação popular. Ele vem à luz depois de longo período de gestação – em que dirigentes, jornalistas e apoiadores realizaram um sem-número de debates em busca de sua identidade editorial, seu desenho gráfico, seu nome e os temas que ocuparão suas páginas neste e nos próximos números.

A revista começa a circular mensalmente, com 36 páginas. Mas vai crescer e chegar à circulação semanal – e também às bancas – em todo o país. Seu projeto editorial e gráfico combina idéias para debates, prestação de serviço, assuntos de interesse público com seriedade e prazer da leitura. Suas diretrizes serão os valores da ética, democracia, solidariedade, participação social e cidadania.

E por que uma nova revista? Pesquisa recente da BBC de Londres – feita em dez países, inclusive o Brasil – revelou que parcela significativa da opinião pública sente-se insatisfeita com o que encontra nos meios de comunicação. Além disso, mesmo com a quantidade enorme de jornais e revistas hoje existentes, boa parte das pessoas que agora nos lêem, não recebe em casa nenhum veículo de comunicação. Algumas entidades de trabalhadores, percebendo essa carência, mantêm ou já tiveram bem-sucedidas experiências com revista. Mas o custo é alto, não traz receita, não há fins comerciais e isso sempre tornou difícil ampliar ou manter projetos dessa natureza.

A Revista do Brasil surge com o objetivo de vencer esse desafio e outros que virão. Ela resulta do esforço de pessoas que têm como objetivo fazer da informação também um projeto de transformação do país. Este é o primeiro passo de uma caminhada que, esperamos, vai entrar para a história. (do portal Carta Maior)

4. ARTE & HISTÓRIA (em quadrinhos)

A revolução social da Comuna de Paris

Durante dois meses, na França, a utopia de uma democracia proletária tomou o poder. Um álbum de quadrinhos com dois volumes, “O Grito do Povo - Os canhões de 18 de março” e “O testamento das ruínas”, de Jean Vautrin e Jacques Tardi, resgatam a revolução dos operários parisienses com ares de romance policial. - 08/06/2006


Notícias

CURSO DE DANÇA AFRO-BRASILEIRA LOCAL: CENTRO CULTURAL UFMG DATA: A PARTIR DE 17 DE JULHO - SEGUNDAS E QUARTAS-FEIRAS HORA; 19:00H INSCRIÇÕES ABERTAS NO CENTRO CULTURAL UFMG. NFORMAÇÕES 3238-1079/ 3238-1080 CCULT-PROG@PROEX.UFMG.BR

Entrevista

ENTREVISTA - FRANKLIN MARTINS

´Veja´ pagará o preço pela perda de credibilidade

Afastado da Rede Globo após quase uma década de trabalho, um dos mais conhecidos comentaristas políticos do país analisa a chamada “crise do mensalão” e avalia que a imprensa foi longe demais no episódio. “Parte da direção do PT cometeu erros e crimes, mas não havia o mensalão”. > LEIA MAIS Política 14/06/2006


Divulgue sua pesquisa

A imagem do índio nos livros didáticos, de Sérgio Tomé.
Esta é a introdução do trabalho desenvolvido por ele.


O nosso interesse em trabalhar com a imagem do índio nos livros didático de história, é decorrente de vivências pedagógicas observadas em sala de aula. Ao trabalharmos o livro didático como fonte, notamos a importância de se desconstruir um discurso estereotipado que estes livros transmitem através dos textos e iconografias acerca dos indígenas.
Outro motivo não menos relevante é o fato de ser bisneto de uma índia potiguar, embora não tivesse chegado a conhecê-la, fato este que não impediu de ouvir suas historias através de meu avô me deixando assim mais próximo desta etnia. Desejo através deste trabalho não defender “minha etnia”, mas tentar desconstruir alguns equívocos difundidos sobre ela.
Consideramos que esta pesquisa venha ter uma certa relevância enquanto reflexão no sentido de alertar professores sobre a importância de se observar como as imagens estão inseridas nos livros didáticos de história, a necessidade de analisá-las de forma crítica, bem como perceberem a contribuição que estas tem para a construção da noção do outro. Um outro aspecto que deve ser levado em consideração é a relação imagem-texto, assim como não minimizar as legendas apresentadas no livro didático, uma vez que estas direcionam nosso olhar para observação de representação e nos ajudam a contextualizar o próprio texto que na visão de Circe Bittencourt (2002) não são utilizadas como fontes, mas como ilustrações que servem para tornar mais atrativas as páginas dos livros didáticos.
O trabalho será fundamentado na Nova História Cultural ampliando a noção de documento, a partir de um novo olhar, sobre o que pode ser considerado documento nos dá uma possibilidade de trabalhar com a iconografia. Como afirma Ciro Flamarion Cardoso (1997, p.51) em relação a esta questão, “De lá pra cá, tanto a noção de documento quanto a de texto continuaram a expandir-se. Agora, todos os vestígios do passado são considerados matéria para o historiador”. Não apenas os documentos escritos e oficiais.
Para fundamentarmos metodologicamente faremos a análise icnográfica nos livros didáticos de história da década de noventa aos dias atuais - evidente que não trabalharemos com todos os livros da década de noventa nem da atualidade- comparando e analisando suas imagens e textos sobre a temática indígena, também aplicaremos um questionário aos professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dr. Alfredo Pessoa de Lima que lecionam na 5ª série, afim de sabermos como é trabalhada a temática indígena na sala de aula.
Nosso objetivo principal foi demonstrar a partir de uma análise iconográfica e textual, quais estereótipos são construídos e cristalizados pelos livros didáticos sobre os índios brasileiros. Identificaremos ainda como essa iconografia está inserida e se houve mudança na forma como as representações estão inseridas no livro didático da década de noventa aos dias atuais. Pretendemos constatar se ocorreram mudanças na forma como os autores e as editoras fazem uso destas iconografias bem como se há recorrências de imagens ou se elas mudaram ou são atuais.
O trabalho foi construído em três capítulos dialeticamente interligados. No primeiro capitulo abordamos os fundamentos teóricos metodológicos para composição da monografia e a revisão da literatura que iremos utilizar como suporte para realização da pesquisa.
No segundo capitulo iremos discorrer sobre aspectos históricos e políticos do livro didático, bem como o conceito de imagem e sua representação nestes livros. Também faremos análise do texto dos PCN’s ressaltando de que forma estes tratam a questão iconográfica.
No terceiro capitulo trataremos sobre as representações do índio no livro didático, refletindo e analisando as concepções vigentes sobre o indígena nestas ilustrações.

Este trabalho monográfico não será apenas produzido para conclusão do curso de Licenciatura Plena em História, pretendo aprofundar esta temática num projeto para uma Pós-Graduação.

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