Numero 141
EDITORIAL
Semana passada, eu falava aqui no editorial a respeito da região da Bahia que está sendo literalmente “redescoberta” pelos europeus. E não apenas isso, o mais grave é que enormes porções da Mata Atlântica estão sendo destruídas em nome dos fabulosos empreendimentos turísticos que se instalam por lá. Pois bem, a revista Ciência Hoje traz em seu número deste mês uma reportagem sobre isso, inclusive com um mapa mostrando a degradação da Mata Atlântica, ou melhor, do que restou dela.
E tudo isso no momento em que ainda se lamenta a saída da Marina Silva...
Veja o mapa e, se quiser mais detalhes, vá até o site da Ciência Hoje:
http://cienciahoje.uol.com.br/120847
Semana passada, eu falava aqui no editorial a respeito da região da Bahia que está sendo literalmente “redescoberta” pelos europeus. E não apenas isso, o mais grave é que enormes porções da Mata Atlântica estão sendo destruídas em nome dos fabulosos empreendimentos turísticos que se instalam por lá. Pois bem, a revista Ciência Hoje traz em seu número deste mês uma reportagem sobre isso, inclusive com um mapa mostrando a degradação da Mata Atlântica, ou melhor, do que restou dela.
E tudo isso no momento em que ainda se lamenta a saída da Marina Silva...
Veja o mapa e, se quiser mais detalhes, vá até o site da Ciência Hoje:
http://cienciahoje.uol.com.br/120847
É hora de (re)começar a discutir certas questões ambientais... como eu disse na semana passada, nossos problemas não se resumem à Amazônia!!!
COLABORADORES
1. Duas caras e uma ideologia
Antonio de Paiva Moura
Chegou ao fim a telenovela “Duas caras”, da Rede Globo de Televisão, escrita por Agnaldo Silva. O que ficou mais claro no decorrer do enredo foi o caráter ideológico na busca de valorizar o modo americano de viver, a modernidade na concepção americana. A novela sustentou o tempo todo um velho paradoxo: modernidade e conservantismo. A velha modernidade imposta como valor absoluto, que justificou arbitrariedades, crimes e abuso de poder.
A cultura de massas, especialmente a veiculada pelo cinema e pela telenovela está sempre buscando um efeito ou resultado além do entretenimento e da fruição estética. Busca um efeito transformador de conduta no espectador; um instrumento de dominação. O seriado Marinheiro Popye foi encomendado por agricultores norte-americanos para estimular o consumo de espinafre e com isso eles aumentaram violentamente os preços. Os filmes bang-bangs tiveram a função de mostrar que os índios eram estúpidos e sanguinários e por isso deviam ser abatidos como feras. Na verdade eram considerados como estorvo à expansão colonialista. A novela “Duas caras” começa com a expulsão dos trabalhadores de um canteiro de obras e a invasão de outro terreno para formar a favela Portelinha.
O personagem Juvenal Antena foi inspirado no coronel do passado e adaptado às circunstâncias do século 21. O coronel liberal do passado era mais poderoso que o Estado e mantinha o povo oprimido no seu reduto. Gratificava a clientela e punia os adversários. A parentela e a clientela só votavam em quem o coronel determinasse. Juvenal Antena era um clone desse coronel. Seu comportamento e suas palavras eram as mesmas que correm nos atos e no discurso dos neoliberais americanizados da mídia, do parlamento e das religiões de hoje. O personagem Bernardinho só pôde ser homossexual assumido e público porque foi fiel a Juvenal Antena.
O romance americano contemporâneo elege como herói o homem que se enriquece por meios ilícitos, tendo o beneplácito dos pastores cristãos, como aconteceu com Ferraço e Juvenal Antena. Os acasalamentos entre brancos e negros e o culto da Umbanda entraram na novela como um pano de fundo, como cenário para caracterização da brasilidade do drama. No fundo, não passa de discurso demagógico do novo liberalismo. As únicas vezes que o autor fez referência ao catolicismo foi em cenas de casamentos nas quais devia cumprir um desejo da noiva de desfilar de véu e grinalda. Nisso vai outro paradoxo: A Igreja católica foi ridicularizada no enredo da novela, mas os padres e as autoridades eclesiásticas não reagiram. Foi um silêncio completo. Acontece que a Igreja católica encontra-se em uma notável ambivalência. Sua linha doutrinária é contrária ao neoliberalismo, mas a posição política da cúpula clerical é favorável à globalização, ao capitalismo neoliberal e à democracia representativa, ao nível imposto pelos EUA. A Igreja acende uma vela a Fausto e a outra a Mefistófeles, clássicos personagens antagônicos de Goethe.
Eric Hobsbawm, em seu último livro, Globalização, democracia e terrorismo diz que o mundo contemporâneo almeja a democracia participativa, na forma da social democracia, que recupera o ideal de bem-estar social e rejeita o modelo de democracia representativa liberal imposta pelos EUA. Ai está o símbolo do episódio da renúncia do personagem Juvenal Antena em favor do candidato a vereador, o jovem negro Evilásio. A democracia liberal só permite que os políticos representem ou finjam representar o povo nos poderes constituídos. Movimentos como sindicatos, sem-terra, sem-teto e orgulho gay que fazem a democracia participativa são rechaçados pelos liberais democratas. Na novela aparecem empresários gays explorando mulheres como mercadoria e como escravas; operários mecânicos que posam nus. Prevalece o interesse individual do mais apto, do mais belo, do mais rico, tamponando o interesse coletivo. Portanto, na visão do neo-coronel Juvenal Antena, o vereador Evilásio e o deputado Narciso vão exercer papéis secundários na vida parlamentar. A universidade particular aparece como no modelo americano. Faz propaganda de sua eficiência no ensino profissional, mas impede o alunado de fazer política, ridicularizando a universidade pública.
Outro aspecto ideológico de “Duas caras” é o fato de a cidade do Rio de Janeiro aparecer como a metrópole mais apropriada para receber turistas de vez que suas favelas são harmoniosas e belas; os serviços profissionais são impecáveis; oferece aos machos estrangeiros as fêmeas mais belas; os turistas podem optar por programas com travestis, como na realidade fez Ronaldinho.
Antonio de Paiva Moura é mestre em história e professor do UNI-BH
2. Quando o Congresso erra
Jaime Pinsky
historiador e editor, livre-docente pela USP e professor titular aposentado da Unicamp.
www.jaimepinsky.com.br
(publicado no Correio Braziliense de 01/06/2008.
Democrata radical, sou de opinião de que qualquer legislativo é melhor do que nenhum legislativo. E mais, que na política, ao contrário da física, as convergências surgem das divergências. De resto, em países como o Brasil, é sempre bom limitar os poderes do executivo.
Há, contudo, questões que são tratadas de forma equivocada no Congresso, como a das bebidas alcoólicas e a da licença para gestantes.
Por falta de informação - já que não posso crer que congressistas sejam manipulados por empresas de bebidas - deputados e senadores acabam se equivocando e prejudicando toda a população.
As empresas de bebidas, particularmente as de cerveja, gostam de passar a idéia de que existe uma forma de beber “com responsabilidade” e dirigir. Pesquisas independentes, produzidas pelas melhores universidades brasileiras, mostram que isso não existe, que há uma incompatibilidade entre o álcool e o ato de dirigir. Dados do Ministério da Justiça dão conta de que em mais de 60% dos acidentes violentos ocorridos em estradas federais um dos motoristas estava alcoolizado! Portanto, tomar álcool e dirigir é uma prática que não afeta apenas os outros, os supostos bêbados irresponsáveis. Ele tem a ver também com aquele nosso amigo que “não foi além de alguns chopinhos”, o primo que “só ingeriu uma caipirinha”, o pai que “apenas tomou duas taças de vinho”. Ao criarmos a categoria de “bêbados irresponsáveis” parece que estamos criando uma outra, a de bêbados responsáveis e, principalmente uma terceira, a dos alcoólicos sociais e respeitáveis, na qual nos incluímos, por certo, juntamente com todos os de nosso círculo social. O triste fato é que não são apenas “alguns irresponsáveis” que dirigem bêbados, mas que essa é uma prática social que precisa ser modificada.
Ora, nada contra o álcool, como elemento de confraternização, destinado a celebrar, a quebrar o gelo, a estabelecer uma fronteira entre o trabalho e o lazer. A questão é que beber e dirigir é extremamente perigoso e diminuir a oferta do álcool para motoristas tem sido uma boa forma de limitar seus riscos. Não adianta simplesmente aumentar a pena, embora isso seja bom também. Nossa fiscalização continua pífia. Só nos últimos feriados 552 pessoas morreram, apenas nas rodovias federais! E durante os dias do Carnaval foram detidas, dirigindo embriagadas, 200 pessoas, número pífio.
O mais espantoso foi o argumento de um congressista dizendo que impedir a venda de bebidas ao longo das rodovias impediria passageiros de ônibus a tomar o seu vinhozinho em visitas a vinícolas no Rio Grande do Sul. Ora, não é mais fácil criar uma lei geral contra a venda de bebida alcoólica e, eventualmente, abrir uma exceção para estradinhas secundárias na região de Bento Gonçalves? O mais assustador foi o argumento de que não se podia punir e “quebrar” comerciantes, e sim os consumidores! O fato de o comerciante falir por ser impedido de vender álcool à beira da estrada é tão assustador que nem merece comentários.
Outro tema mal trabalhado no Congresso é da extensão da licença maternidade de quatro para no mínimo seis meses. Aparentemente é uma coisa boa, um benefício para as mães. Mas não é. Se o Estado brasileiro pretende ter um projeto natalista (o que em si mereceria uma discussão mais profunda), melhor seria tomar duas providências: a primeira, criar creches ou outros locais para que as mães pudessem deixar os filhos com segurança sob os cuidados de profissionais qualificados, e não fossem obrigadas a deixá-los com pessoas sem formação adequada, e ainda pagar por isso a vizinhas ou conhecidas. A segunda, seria melhorar tanto o pré-natal como a atenção às mães e recém-nascidos com um serviço de saúde de nível melhor do que o que é fornecido hoje. E isso é papel do Estado.
Claro, é mais fácil jogar o ônus às empresas, acenando com alguma compensação. Sabemos bem o que vai acontecer nesse enfrentamento entre o mundo corporativo e a burocracia estatal: as prejudicadas serão as mulheres. Elas passarão a ser mais discriminadas nas contratações, nos salários e nas promoções. Mesmo as que não querem ser mães terão mais dificuldade ainda para se empregar e manter suas posições. Seria interessante que, antes de votar leis bem-intencionadas, mas mal pensadas, os parlamentares perguntassem às mulheres se é isso que elas querem. Ou se preferem que o Estado cumpra o seu papel e permita que elas possam decidir o que preferem para si mesmas. Estado responsável não é a mesma coisa do que Estado paternalista.
FALANDO DE HISTORIA
Nascimento da medicina brasileira
Outro tema mal trabalhado no Congresso é da extensão da licença maternidade de quatro para no mínimo seis meses. Aparentemente é uma coisa boa, um benefício para as mães. Mas não é. Se o Estado brasileiro pretende ter um projeto natalista (o que em si mereceria uma discussão mais profunda), melhor seria tomar duas providências: a primeira, criar creches ou outros locais para que as mães pudessem deixar os filhos com segurança sob os cuidados de profissionais qualificados, e não fossem obrigadas a deixá-los com pessoas sem formação adequada, e ainda pagar por isso a vizinhas ou conhecidas. A segunda, seria melhorar tanto o pré-natal como a atenção às mães e recém-nascidos com um serviço de saúde de nível melhor do que o que é fornecido hoje. E isso é papel do Estado.
Claro, é mais fácil jogar o ônus às empresas, acenando com alguma compensação. Sabemos bem o que vai acontecer nesse enfrentamento entre o mundo corporativo e a burocracia estatal: as prejudicadas serão as mulheres. Elas passarão a ser mais discriminadas nas contratações, nos salários e nas promoções. Mesmo as que não querem ser mães terão mais dificuldade ainda para se empregar e manter suas posições. Seria interessante que, antes de votar leis bem-intencionadas, mas mal pensadas, os parlamentares perguntassem às mulheres se é isso que elas querem. Ou se preferem que o Estado cumpra o seu papel e permita que elas possam decidir o que preferem para si mesmas. Estado responsável não é a mesma coisa do que Estado paternalista.
FALANDO DE HISTORIA
Nascimento da medicina brasileira
Há 200 anos eram criadas as escolas de cirurgia da Bahia e do Rio de Janeiro A vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, deu início a uma série de transformações profundas na colônia, que se tornou, a partir de então, o centro do império lusitano. Essa migração, motivada pela ameaça de invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas, propiciou, além da criação de uma complexa estrutura para administrar as possessões portuguesas, a fundação de instituições necessárias ao governo do império e à europeização da corte nos trópicos. É nesse contexto que surgem instituições importantes como a Biblioteca Nacional, o Jardim Botânico e a Imprensa Régia e são criadas as escolas de cirurgia da Bahia e do Rio de Janeiro, que viabilizaram o processo de institucionalização da medicina no país.
Até o princípio de século 19, as práticas de cura na América portuguesa eram realizadas por diferentes personagens ligados a esse tipo de exercício. Cirurgiões barbeiros, boticários, sangradores, curandeiros e feiticeiros ocupavam o espaço aberto pela falta de médicos, que eram uma raridade na colônia. Salvo exceções, os poucos que ali exerciam o ofício tinham pouco prestígio e conhecimento. A escassez desses profissionais no vasto território português na América tornou-se uma das preocupações do príncipe regente, D. João VI. Assim, uma de suas primeiras medidas após a chegada da corte à colônia foi criar um curso de formação de cirurgiões. Em sua passagem por Salvador, fundou, por meio da carta régia de 18 de fevereiro de 1808, a Escola de Cirurgia da Bahia, sob orientação de José Corrêa Picanço (1745-1824), cirurgião-mor do reino que acompanhava a família real no ‘exílio’. A escola foi instalada no Hospital Real Militar da capital baiana e oferecia, no início de suas atividades, apenas duas disciplinas: Cirurgia especulativa e prática e Anatomia e operações cirúrgicas. O curso funcionou nesses moldes até 1815, quando foi transferido para a Santa Casa de Misericórdia e transformado em Academia Médico-Cirúrgica da Bahia por ocasião da primeira reorganização do ensino médico. O marco de fundação da Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro foi, segundo o historiador da medicina Lycurgo de Castro Santos Filho, a nomeação do cirurgião Joaquim da Rocha Mazarém (1775-1849) para a cadeira de anatomia no Hospital Militar da corte em 2 de abril de 1808. Por meio de decretos do príncipe regente, foram criadas novas disciplinas, como terapêutica cirúrgica e particular, ministrada pelo cirurgião José Lemos de Magalhães, e medicina clínica, teórica e prática e princípios elementares de farmacêutica, a cargo do médico José Maria Bomtempo (1774-1843), antigo físico-mor de Angola, autor de substanciosa bibliografia sobre a medicina de sua época. Reorganização Em 1813, as escolas cirúrgicas foram reorganizadas segundo o projeto do Dr. Manoel Luis Álvaro de Carvalho (1751-1825), médico da Real Câmara e diretor dos Estudos Médicos e Cirúrgicos da Corte e do Brasil. O plano preconizava a fundação de três academias médico-cirúrgicas: uma na Bahia, outra no Rio de Janeiro e uma terceira no Maranhão. Esta última não chegou a ser criada. No Rio, a academia instalou-se no mesmo ano; na Bahia, apenas em 1815.
Com as reformas, para matricular-se no primeiro ano do curso, o candidato a cirurgião deveria apenas ler e escrever correntemente. Quanto a outras línguas, recomendava-se: “Bom será que entendam as línguas francesa e inglesa”. O plano, que recebeu o jocoso apelido de ‘Bom será’, ampliou o período de estudos para cinco anos e criou uma nova possibilidade para os futuros cirurgiões. A conclusão do curso conferia aos estudantes a carta de ‘cirurgião aprovado’. Os bons alunos que desejassem cursar novamente as disciplinas do 4o e 5o ano receberiam a carta de ‘cirurgião formado’. Havia uma grande diferença no campo das atribuições profissionais. Um ‘cirurgião aprovado’ poderia atuar somente no campo da cirurgia, ou seja, realizar sangrias, aplicar ventosas, curar fraturas, contusões e feridas. Já um ‘cirurgião formado’ poderia praticar curas de cirurgia e também praticar a medicina, podendo tratar de todas as enfermidades nos locais onde não existissem médicos diplomados por faculdades européias. É notável o cuidado com a formação de profissionais autorizados a praticar a medicina, devido à enorme carência de ‘físicos’ e cirurgiões no Brasil. Assim, mesmo após a formação das escolas de cirurgia e a criação de medidas para institucionalizar e controlar a prática da medicina, um amplo espaço era ocupado por outros ‘curadores’, que lenta e sistematicamente iam sendo lançados à categoria de ‘charlatães’. Apesar das reformas e da reorganização das academias em 1813 e 1820, as condições de ensino eram muito precárias e ineficientes. Eram freqüentes as queixas sobre a falta de um local apropriado para as aulas, carência de utensílios, livros e outros recursos. No Rio de Janeiro reclamava-se ainda da falta de apoio oficial e da pouca assiduidade dos professores. Silvio Cezar de Souza Lima Programa de Pós-graduação em História das Ciências da Saúde (doutorando), Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz (RJ)
Você leu apenas o início do artigo publicado na CH 248.
Para ler a matéria completa clique em http://cienciahoje.uol.com.br/119689
BRASIL
1. Rabo preso com os tucanos
Até o princípio de século 19, as práticas de cura na América portuguesa eram realizadas por diferentes personagens ligados a esse tipo de exercício. Cirurgiões barbeiros, boticários, sangradores, curandeiros e feiticeiros ocupavam o espaço aberto pela falta de médicos, que eram uma raridade na colônia. Salvo exceções, os poucos que ali exerciam o ofício tinham pouco prestígio e conhecimento. A escassez desses profissionais no vasto território português na América tornou-se uma das preocupações do príncipe regente, D. João VI. Assim, uma de suas primeiras medidas após a chegada da corte à colônia foi criar um curso de formação de cirurgiões. Em sua passagem por Salvador, fundou, por meio da carta régia de 18 de fevereiro de 1808, a Escola de Cirurgia da Bahia, sob orientação de José Corrêa Picanço (1745-1824), cirurgião-mor do reino que acompanhava a família real no ‘exílio’. A escola foi instalada no Hospital Real Militar da capital baiana e oferecia, no início de suas atividades, apenas duas disciplinas: Cirurgia especulativa e prática e Anatomia e operações cirúrgicas. O curso funcionou nesses moldes até 1815, quando foi transferido para a Santa Casa de Misericórdia e transformado em Academia Médico-Cirúrgica da Bahia por ocasião da primeira reorganização do ensino médico. O marco de fundação da Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro foi, segundo o historiador da medicina Lycurgo de Castro Santos Filho, a nomeação do cirurgião Joaquim da Rocha Mazarém (1775-1849) para a cadeira de anatomia no Hospital Militar da corte em 2 de abril de 1808. Por meio de decretos do príncipe regente, foram criadas novas disciplinas, como terapêutica cirúrgica e particular, ministrada pelo cirurgião José Lemos de Magalhães, e medicina clínica, teórica e prática e princípios elementares de farmacêutica, a cargo do médico José Maria Bomtempo (1774-1843), antigo físico-mor de Angola, autor de substanciosa bibliografia sobre a medicina de sua época. Reorganização Em 1813, as escolas cirúrgicas foram reorganizadas segundo o projeto do Dr. Manoel Luis Álvaro de Carvalho (1751-1825), médico da Real Câmara e diretor dos Estudos Médicos e Cirúrgicos da Corte e do Brasil. O plano preconizava a fundação de três academias médico-cirúrgicas: uma na Bahia, outra no Rio de Janeiro e uma terceira no Maranhão. Esta última não chegou a ser criada. No Rio, a academia instalou-se no mesmo ano; na Bahia, apenas em 1815.
Com as reformas, para matricular-se no primeiro ano do curso, o candidato a cirurgião deveria apenas ler e escrever correntemente. Quanto a outras línguas, recomendava-se: “Bom será que entendam as línguas francesa e inglesa”. O plano, que recebeu o jocoso apelido de ‘Bom será’, ampliou o período de estudos para cinco anos e criou uma nova possibilidade para os futuros cirurgiões. A conclusão do curso conferia aos estudantes a carta de ‘cirurgião aprovado’. Os bons alunos que desejassem cursar novamente as disciplinas do 4o e 5o ano receberiam a carta de ‘cirurgião formado’. Havia uma grande diferença no campo das atribuições profissionais. Um ‘cirurgião aprovado’ poderia atuar somente no campo da cirurgia, ou seja, realizar sangrias, aplicar ventosas, curar fraturas, contusões e feridas. Já um ‘cirurgião formado’ poderia praticar curas de cirurgia e também praticar a medicina, podendo tratar de todas as enfermidades nos locais onde não existissem médicos diplomados por faculdades européias. É notável o cuidado com a formação de profissionais autorizados a praticar a medicina, devido à enorme carência de ‘físicos’ e cirurgiões no Brasil. Assim, mesmo após a formação das escolas de cirurgia e a criação de medidas para institucionalizar e controlar a prática da medicina, um amplo espaço era ocupado por outros ‘curadores’, que lenta e sistematicamente iam sendo lançados à categoria de ‘charlatães’. Apesar das reformas e da reorganização das academias em 1813 e 1820, as condições de ensino eram muito precárias e ineficientes. Eram freqüentes as queixas sobre a falta de um local apropriado para as aulas, carência de utensílios, livros e outros recursos. No Rio de Janeiro reclamava-se ainda da falta de apoio oficial e da pouca assiduidade dos professores. Silvio Cezar de Souza Lima Programa de Pós-graduação em História das Ciências da Saúde (doutorando), Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz (RJ)
Você leu apenas o início do artigo publicado na CH 248.
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BRASIL
1. Rabo preso com os tucanos
Chico Villela (www.novae.inf.br)
O recente texto “O fim do ombudsman na Folha” é iniciado com esta afirmação: “A decadência do jornal Folha de S. Paulo é irreversível. Em texto anterior, ‘A III Word War e a mídia’, resenhei algumas das suas matérias sobre temas internacionais e destaquei procedimentos jornalísticos indignos por parte da Folha. O mais evidente, de uns anos para cá, tem sido a desproporcional cobertura dedicada aos erros e desmandos do governo Lula e aliados e a blindagem vergonhosa às ações ominosas e censuráveis de FHCs, Serras, Virgílios, Alckmins, Aécios e similares e seus aliados e partidos.” Na edição de 25 de maio, o ombudsman da Folha publicou em sua coluna semanal de domingo (que a partir da sua posse é a sua única manifestação pública), sob o título “O Caso Alstom”: “Em 6 de maio, o ‘Valor’ revelou, com reportagem do ‘Wall Street Journal’, que a multinacional Alstom é investigada por denúncias de corrupção em negócios com o governo do Estado de São Paulo. Tenho cobrado na crítica interna e nesta coluna que a Folha melhore na cobertura do caso.
Além de poucas notas em colunas, o jornal publicou oito textos sobre o assunto. Em vários, não disse que as empresas envolvidas (como Metrô) são estatais. Em nenhum, ouviu ou disse ter tentado ouvir o governador José Serra ou os secretários de Estado a que estão subordinadas as empresas.
Em 16 de maio, mencionou que o PT fez uma pesquisa no site do Tribunal de Contas do Estado, segundo a qual há 139 contratos no valor de R$ 7,6 bilhões entre o governo estadual e a Alstom. Mas o próprio jornal não fez pesquisa nenhuma.
A Folha não se pronunciou em editorial sobre o tema e, exceto na coluna de Elio Gaspari (11 de maio), não deu uma análise das conseqüências políticas do tema, coisa que até o ‘Wall Street Journal’ já fez.” Conclusão: a blindagem é de tal forma vergonhosa que até mesmo o conservador sr. da Silva, ombudsman conveniente à direção do jornal, é forçado a reconhecer e manifestar-se. Faltou dizer que a Alstom esta sendo investigada na Europa por múltiplas ações de corrupção em vários países, e que no Brasil foram detectados R$ 8,6 milhões em propinas que teriam ido, ao menos em parte, para o caixa de um partido político. Qual? A Folha pensa que é possível esconder o segredo. Como escondeu ao máximo o escândalo do propinoduto do PSDB, anterior ao do mensalão do PT, que, este sim, ficou meses sem conta nas manchetes. Imagine o leitor a enxurrada de matérias que estaria rolando se o partido subornado pela Alstom fosse o PT. Antigo slogan da Folha de S. Paulo: ‘um jornal de rabo preso com o leitor’. Visto de hoje, é apenas engraçado. As coberturas, com esse modelo desonesto de pesos e medidas, terminam distorcendo e omitindo fatos. Um exemplo recente é o caso do dossiê das despesas de FHC, vazado da Casa Civil de Dilma Roussef, potencial candidata à sucessão de Lula, que tem sua figura diariamente martelada no noticiário, com direito até a fotos em poses ridículas.
A risível oposição vem movendo montanhas para investigar o caso. Mas o jornal nunca destacou a intrigante outra ponta do fio, o envolvimento de membros do partido de FHC na obtenção e divulgação, na lata de lixo chamada Veja, de um dossiê que atinge o ex-presidente como um tapa na cara, além de respingar também em sua esposa. Há mais coisas entre o céu e a terra do que mostra a vã reportagem da Folha.
Chico Villela é editor e escritor
NUESTRA AMERICA
Unasul: a integração possível
O processo de formação da União de Nações Sul-Americanas tem duas novidades importantes em relação às tentativas e propostas anteriores. Uma delas é o nítido protagonismo do Brasil, que se transformou na locomotiva regional depois de estabelecer uma aliança estratégica com a Argentina. A outra é que a segurança regional substituiu a energia como mecanismo acelerador do processo de integração. A análise é do jornalista uruguaio Raúl Zibechi. > LEIA MAIS
• O nascimento da Unasul e seus desafios
• O nascimento da Unasul e seus desafios
• As correntes do debate econômico na América Latina
INTERNACIONAL
Do site da agência Carta Maior:
UM HOMEM DA GUERRA
INTERNACIONAL
Do site da agência Carta Maior:
UM HOMEM DA GUERRA
Washington promove cenário de conflito na América do Sul
O atual encarregado da política de Washington para a América Latina dá a indicação de até que ponto poderia ir esta estratégia de conflito regional. John Negroponte, atual Subsecretário de Estado, segundo de Condoleezza Rice, assumiu o papel de reorientar a política dos Estados Unidos no continente.
Eva Golinger*
Já faz alguns anos que o governo dos Estados Unidos vem procurando a maneira de promover um conflito entre os países sul-americanos para contrabalançar os esforços, liderados pela Venezuela, de integração latino-americana e a verdadeira independência da parte sul do continente com respeito ao império do norte. Contudo, suas tentativas bélicas não encontraram braços receptivos na região —até poucos meses atrás.
A partir de primeiro de março, quando o governo colombiano realizou uma invasão não autorizada em território equatoriano, massacrando a sangue frio as pessoas presentes no acampamento de Raúl Reyes — que incluía um grupo de estudantes mexicanos — o governo de Álvaro Uribe mostrou sua receptividade à estratégia imperial de Guerra Regional.
A partir desse momento, temos visto incidente após incidente buscando provocar uma reação hostil dos vizinhos da Colômbia. Um dia, soldados colombianos cruzam a fronteira venezuelana; outro dia, mentem sobre fotos ou documentos supostamente obtidos de computadores não autenticados que vinculam o Equador ou a Venezuela com o terrorismo e com a desestabilização. Outro dia, Álvaro Uribe anuncia sua disposição de hospedar a base militar dos EUA — atualmente em Manta, no Equador — em território colombiano, apesar de a Colômbia já manter três bases militares norte-americanas dentro de suas fronteiras, além de múltiplos comandos militares operativos por toda a fronteira com a Venezuela e a costa caribenha. Depois, Uribe reúne-se com o governador do estado venezuelano de Zulia, Manuel Rosales, conhecido opositor às políticas de Chávez, e expressa seu desejo de estreitar as relações entre Zulia e a Colômbia, como se Zulia fosse uma nação diferente da Venezuela, com sua própria política exterior.
Depois, um avião militar norte-americano, o Viking S-3, sai da base dos EUA no aeroporto internacional Hato, em Curaçao, e chega até a ilha de Orchila 'devido a um erro de navegação', coisa que ninguém acredita. Atenção, desta vez aconteceu de detectarem o avião norte-americano realizando suas ações de espionagem, não quer dizer que foi a primeira vez, nem que será a última.
O anúncio do Pentágono da reativação da Quarta Frota da Armada norte-americana é mais uma amostra de que Washington quer trazer sua guerra para a nossa América. Durante dois anos eles têm reforçado e equipado suas bases militares na região, principalmente na zona caribenha —Curaçau, República Dominicana, Colômbia— e estão construindo uma nova no Paraguai, perto da fronteira com a Bolívia e das maiores reservas de água do continente. Não há nenhum outro país no hemisfério que mantenha tanta presença militar em quase todos os países da região. E agora estão aumentando esta presença para garantir uma permanência bélica de Washington nas Américas. Não é possível ver a presença da Quarta Frota —além de todas as suas bases militares na região e da ocupação militar do território colombiano— como algo diferente de uma ameaça à paz regional e à soberania dos nossos povos.
E agora, estão consolidando a estratégia separatista e secessionista na Bolívia, com as consultas separatistas nos departamentos de Beni e Pando, que apesar de ilegais e ilegítimas serão utilizadas, junto com o referendo que ocorreu no dia 4 de maio passado em Santa Cruz, como plataforma para dividir a Bolívia em pedaços. Depois, as forças imperiais tentarão levar estes planos para a Venezuela e o Equador, onde há alguns anos lançaram as sementes separatistas nas zonas de Zulia e Guayaquil. O presidente Chávez denunciou por estes dias que esse plano secessionista está expandindo-se fora de Zulia para incluir também os estados de Táchira, Apure e Mérida, com o objetivo de criar uma espécie de 'meia-lua' venezuelana.
Tudo isto vai ao encontro do Plano Balboa, elaborado no ano 2001 como um exercício militar de invasão à Venezuela e ocupação da região fronteiriça com a Colômbia (que inclui Zulia, Táchira e Apure) e faz parte do plano do estado Falcão para poder controlar a indústria petroleira e proteger o fornecimento de energia para os EUA. Parte da justificativa para a invasão a território venezuelano no Plano Balboa seria garantir a integridade do país vizinho, a Colômbia, e reduzir a influência de um líder rebelde, de esquerda que se associava com "grupos terroristas". Sete anos depois, estamos vendo como Washington foi preparando o cenário para ativar o Plano Balboa na vida real.
O atual encarregado da política de Washington para a América Latina dá a indicação de até que ponto poderia ir esta estratégia de conflito regional. O Sr. John Negroponte, atual Subsecretário de Estado, segundo de Condoleezza Rice, é quem assumiu o papel de reorientar a política dos EUA no hemisfério. No dia 1º de junho, reuniu-se com o presidente colombiano Álvaro Uribe em Medellín, preparando a reunião da Organização de Estados Americanos, realizada nessa cidade de 1º a 3 de junho. Negroponte também apareceu pouco tempo atrás na sede da OEA em Washington, durante o debate sobre a violação territorial colombiana ao Equador. Apesar de suas pressões e táticas mafiosas não conseguirem uma resolução favorável aos interesses de Washington, conseguiram impedir uma condenação e um rechaço contundente do organismo multilateral à Colômbia.
Negroponte é um homem de guerra. Dirigiu grande parte da guerra suja na América Central durante os anos oitenta, quando era embaixador dos EUA em Honduras. Durante a estada de Negroponte em Honduras, a assistência militar dos EUA a esse país passou de US$ 3,9 milhões para US$ 77,4 milhões por ano. Em 1994, a Comissão Hondurenha para os Direitos Humanos apurou o desaparecimento e tortura de pelo menos 184 opositores políticos. Também acusou especificamente Negroponte por violação dos direitos humanos. Além disso, Negroponte esteve envolvido no financiamento e armamento dos Contra na Nicarágua, cujos membros eram mais conhecidos como esquadrões da morte e assassinos. Foi um dos implicados no caso Irã-Contras, acusado pelo Congresso dos EUA de ter participado na venda de armamento para o Irã para continuar financiando os Contra na Nicarágua.
Anos depois, Negroponte apareceu como Embaixador dos EUA no México, justamente durante o lançamento dos Zapatistas. Dizem que coordenou a participação dos serviços de inteligência norte-americanos na guerra contra os Zapatistas em Chiapas. Seu papel como Embaixador dos EUA nas Nações Unidas foi chave para justificar a guerra preventiva contra o Afeganistão e o Iraque. Posteriormente, foi nomeado Embaixador dos Estados Unidos no Iraque, conseguindo aumentar a capacidade da embaixada norte-americana nesse país e a quantidade de mercenários, como a Blackwater, operando no Iraque com contratos multimilionários com o Departamento de Estado e o Pentágono para prestar 'serviços' de segurança.
Em 2005, foi nomeado Diretor Nacional de Inteligência dos EUA, responsável por toda a comunidade de inteligência, militar e civil, e aumentou em 50% a presença da CIA na América Latina. Também criou a Missão Especial da CIA para Venezuela e Cuba, uma nova entidade que conta com um time de especialistas em inteligência e espionagem dedicado a 'recolher informação de inteligência' e 'preparar e executar estratégias' para contrabalançar a influência da Venezuela no hemisfério e debilitar sua relação com Cuba. Negroponte definiu a Venezuela e o Presidente Chávez como a 'mais grave ameaça aos interesses norte-americanos na região' em fevereiro de 2006. Foi um dos grandes responsáveis pela política hostil de Washington para a Venezuela e seus aliados no hemisfério. A partir de 2007, Negroponte incorporou-se ao Departamento de Estado como o segundo homem mais poderoso da chancelaria norte-americana, e desde então a relação entre a Venezuela e os EUA piorou ainda mais.
A combinação de fatores: Negroponte mais uma vez dirigindo a política imperial neste hemisfério; a Quarta Frota da Armada dos EUA ativada na América Latina; a entrega da Colômbia, por parte do governo de Álvaro Uribe, para as forças militares norte-americanas e sua postura abertamente agressiva com seus vizinhos; o lançamento dos movimentos separatistas na Bolívia, Equador e Venezuela, que buscam dividir e desestabilizar nossos processos de avanço social; e o aumento das bases militares norte-americanas por toda a região, tudo isso indicando que Washington busca ativamente um conflito armado na América Latina. A Venezuela e seus aliados precisam achar a maneira de não cair nas provocações de Washington.
Devemos promover a paz, mas sempre mantendo a preparação necessária para defendê-la.
Diretora-Geral da Fundação Centro de Estudos Estratégicos de Segurança de Estado 'CESE'Tradução: Naila Freitas / Verso Tradutores
2. Como fabricar uma crise global
2. Como fabricar uma crise global
Como foi que os mexicanos, que vivem na terra onde o milho foi domesticado, chegaram a depender do grão produzido nos EUA? Como foi que as Filipinas, que exportavam arroz, passaram a ser o maior importador deste produto? Como no México, os filipinos perderam o apoio do Estado e descobriram os "encantos" da liberalização comercial. A análise é de Walden Bello. > LEIA MAIS
LIVROS E REVISTAS
1. Atlas ambiental
- lançamento dia 5, amanhã, na Livraria da Vila, em São Paulo
2. Nas bancas o número 9 da revista Leituras da Historia.
Entrevista com o arqueólogo inglês Steven Mithen.
Artigos: Crise no comando do mundo – Maio de 1968 – Alfred, o Grande, da Inglaterra – Mistérios da historia – História do tempo.
Neste fascículo, o governo Médici, terror total.
4. HISTÓRIA DA IMPRENSA NO BRASIL
O livro chega em nosso estoque no dia 05/06 e em seguida poderá ser encontrado nas melhores livrarias do país e nos sites da Livraria Cultura ou da Editora Contexto.
Qual a relação do cidadão com a imprensa? Qual seu papel ao longo da história? Este livro mostra como a imprensa começou no Brasil em 1808 e como vem atuando duplamente: tanto como observadora quanto como protagonista da nossa história. Os primeiros impressos, a relação com os poderosos, a tecnologia alterando a forma de comunicação; as grandes empresas, a imprensa alternativa, o passado e o futuro da imprensa. Tudo isso é retratado de forma analítica em capítulos contextualizados e recheados de informações. Ao reunir um time de especialistas renomados de diversas áreas, História da imprensa no Brasil impõe-se como obra de referência indispensável nas estantes dos que estudam, dos que respeitam, dos que amam e até dos que temem a imprensa.
As organizadoras
Ana Luiza Martins é Doutora em História Social pela FFLCH-USP, historiadora do CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo). Publicou pela Contexto mais dois livros: O despertar da República e História do café.
Tania Regina de Luca, Doutora em História Social pela FFLCH-USP, é professora dos cursos de graduação e pós-graduação da Unesp/Assis e pesquisadora do CNPq. Pela Contexto é co-autora de História da cidadania e Fontes históricas. Ganhou o prêmio Jon M. Tolman, da Brazilian Studies Association (BRASA) em 2008.
Preço: R$ 49,00 Nº Págs.:304
5. Em novo livro, Pochmann defende "economia da jabuticaba"
Em 2000, o Brasil ocupava o terceiro lugar no ranking do desemprego mundial, apesar de contar com a quinta maior população do globo. Na época, apenas 54% dos ocupados brasileiros recebiam salários. Em novo livro, Marcio Pochmann analisa políticas econômicas que alimentaram esse quadro e propõe alternativas.
Redação
SÃO PAULO - Partindo de dados alarmantes sobre o aumento do desemprego no Brasil, em 2002, Marcio Pochmann - atual presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) - faz uma análise criteriosa da relação entre a falta de trabalho e a adoção de políticas econômicas desfavoráveis ao país, em seu novo livro, O emprego no desenvolvimento da nação, lançado pela Boitempo.Em 2000, o Brasil ocupava o terceiro lugar no ranking do desemprego mundial, apesar de contar com a quinta maior população do globo. Na época, apenas 54% dos ocupados brasileiros recebiam salários. Em 1980, dois em cada três trabalhadores recebiam salários e, dentre eles, 70% tinham emprego formal. Entender os fatores que possibilitaram tais transformações é o principal objetivo de Pochmann em seu novo livro. Além disso, ele reflete sobre a possibilidade de uma alternativa econômica que leve em conta as características e as necessidades do Brasil e, principalmente, apresente políticas de estímulo ao emprego e melhor divisão de renda.O autor propõe o abandono do que chama de economia do bonsai, baseada na condenação do investimento público e na manutenção de um salário mínimo baixo, e a adoção da economia da jabuticaba, brasileira na essência, que combinaria democracia com crescimento econômico sustentado. Em O emprego no desenvolvimento da nação, Marcio Pochmann apresenta uma importante contribuição para a discussão de aspectos fundamentais relacionados à dinâmica do emprego no Brasil. Sobre o autorMarcio Pochmann é economista, doutor em Ciência Econômica pela Unicamp, universidade onde é professor livre-docente. Preside, desde 2007, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). É autor do livro O emprego na globalização, também publicado pela Boitempo.
SITES E BLOGUES
1. Quer ensinar a seus alunos como funciona um astrolábio? A Revista Ciência Hoje das crianças ensina. Veja aqui: http://cienciahoje.uol.com.br/119455
2. Vídeo lançado este mês nos Estados Unidos e em Londres para a Current TV complementa o que já havia sido discutido em "Liberdade, essa palavra", e (exaustivamente) no Tamos com Raiva: o governo Aécio Neves censura e intimida a imprensa mineira que, por sua vez, é conivente com essa postura de porta-voz do governo. Perde o povo, que desconhece os problemas da administração pública e que pode colocar essa figura na presidência em 2010. Assistam ao vídeo, que só tem 8 minutos e meio. Veja em www.tamoscomraiva. com.br
NOTICIAS
1. Biblioteca Virtual de Ciências Humanas
Tania Regina de Luca, Doutora em História Social pela FFLCH-USP, é professora dos cursos de graduação e pós-graduação da Unesp/Assis e pesquisadora do CNPq. Pela Contexto é co-autora de História da cidadania e Fontes históricas. Ganhou o prêmio Jon M. Tolman, da Brazilian Studies Association (BRASA) em 2008.
Preço: R$ 49,00 Nº Págs.:304
5. Em novo livro, Pochmann defende "economia da jabuticaba"
Em 2000, o Brasil ocupava o terceiro lugar no ranking do desemprego mundial, apesar de contar com a quinta maior população do globo. Na época, apenas 54% dos ocupados brasileiros recebiam salários. Em novo livro, Marcio Pochmann analisa políticas econômicas que alimentaram esse quadro e propõe alternativas.
Redação
SÃO PAULO - Partindo de dados alarmantes sobre o aumento do desemprego no Brasil, em 2002, Marcio Pochmann - atual presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) - faz uma análise criteriosa da relação entre a falta de trabalho e a adoção de políticas econômicas desfavoráveis ao país, em seu novo livro, O emprego no desenvolvimento da nação, lançado pela Boitempo.Em 2000, o Brasil ocupava o terceiro lugar no ranking do desemprego mundial, apesar de contar com a quinta maior população do globo. Na época, apenas 54% dos ocupados brasileiros recebiam salários. Em 1980, dois em cada três trabalhadores recebiam salários e, dentre eles, 70% tinham emprego formal. Entender os fatores que possibilitaram tais transformações é o principal objetivo de Pochmann em seu novo livro. Além disso, ele reflete sobre a possibilidade de uma alternativa econômica que leve em conta as características e as necessidades do Brasil e, principalmente, apresente políticas de estímulo ao emprego e melhor divisão de renda.O autor propõe o abandono do que chama de economia do bonsai, baseada na condenação do investimento público e na manutenção de um salário mínimo baixo, e a adoção da economia da jabuticaba, brasileira na essência, que combinaria democracia com crescimento econômico sustentado. Em O emprego no desenvolvimento da nação, Marcio Pochmann apresenta uma importante contribuição para a discussão de aspectos fundamentais relacionados à dinâmica do emprego no Brasil. Sobre o autorMarcio Pochmann é economista, doutor em Ciência Econômica pela Unicamp, universidade onde é professor livre-docente. Preside, desde 2007, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). É autor do livro O emprego na globalização, também publicado pela Boitempo.
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1. Quer ensinar a seus alunos como funciona um astrolábio? A Revista Ciência Hoje das crianças ensina. Veja aqui: http://cienciahoje.uol.com.br/119455
2. Vídeo lançado este mês nos Estados Unidos e em Londres para a Current TV complementa o que já havia sido discutido em "Liberdade, essa palavra", e (exaustivamente) no Tamos com Raiva: o governo Aécio Neves censura e intimida a imprensa mineira que, por sua vez, é conivente com essa postura de porta-voz do governo. Perde o povo, que desconhece os problemas da administração pública e que pode colocar essa figura na presidência em 2010. Assistam ao vídeo, que só tem 8 minutos e meio. Veja em www.tamoscomraiva. com.br
NOTICIAS
1. Biblioteca Virtual de Ciências Humanas
Caro(a) colega,
Gostaríamos de anunciar o lançamento da BIBLIoteca Virtual de Ciências Humanas. Trata-se de um projeto do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais em colaboração com a ANPUH na área de História e outros Associações na área das Ciências Humanas. O projeto tem por objetivo colocar na Internet, para acesso gratuito, livros já publicados, de autores brasileiros ou residentes no Brasil, que se encontram esgotados e não tiveram novas edições. Seus direitos autorais já retornaram para os autores, ou quando não, será necessária uma autorização das editoras para disponibilização no site. Os livros receberão um novo ISBN e os autores terão a oportunidade, se assim o desejarem, de introduzir correções ou modificações na versão on-line. Evidentemente que a decisão caberá exclusivamente ao autor, caso tenha interesse de tornar disponíveis obras de significativa importância, que muitas vezes encontram-se esgotadas não havendo interesse comercial das casas editoras em nova publicação.
Convidamos todos os autores de livros de história a participar.
Mais informações e orientações para os autores estão disponíveis no site:
www.bvce.org
Gostaríamos de anunciar o lançamento da BIBLIoteca Virtual de Ciências Humanas. Trata-se de um projeto do Centro Edelstein de Pesquisas Sociais em colaboração com a ANPUH na área de História e outros Associações na área das Ciências Humanas. O projeto tem por objetivo colocar na Internet, para acesso gratuito, livros já publicados, de autores brasileiros ou residentes no Brasil, que se encontram esgotados e não tiveram novas edições. Seus direitos autorais já retornaram para os autores, ou quando não, será necessária uma autorização das editoras para disponibilização no site. Os livros receberão um novo ISBN e os autores terão a oportunidade, se assim o desejarem, de introduzir correções ou modificações na versão on-line. Evidentemente que a decisão caberá exclusivamente ao autor, caso tenha interesse de tornar disponíveis obras de significativa importância, que muitas vezes encontram-se esgotadas não havendo interesse comercial das casas editoras em nova publicação.
Convidamos todos os autores de livros de história a participar.
Mais informações e orientações para os autores estão disponíveis no site:
www.bvce.org
1 Comentários:
Às 2:51 PM , Anônimo disse...
Iih, alguém tinha entrado com outro usuário aqui no computador e registrei sem ver. Agora está certo (desconsidere o comentário anterior).
O mais triste é que o pessoal continua achando o Aécio excelente, mesmo com todas as provas cabais contra ele, inclusive registro em vídeo. E isso nos lugares mais insuspeitos, como o blog do Nassif. Olha o debate onde fui me meter: http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=7668
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