Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

27.1.10

Numero 219



Um amigo meu lançou uma questão na comunidade História, no Orkut, que eu gostaria de trazer aqui, para ouvir mais comentários.
Vou postar o que ele colocou, algumas observações de outras pessoas e minhas próprias, e abro o debate com os historiadores que nos prestigiam, para dar seus pitacos também.

A questão levantada:


Histoire Événementielle
Questão que me intriga: consideramos a Histoire Événementielle ultrapassada. Erroneamente, acusamos de positivismo qualquer precisão de data ou nome. Não obstante:
a) a primeira crítica que se faz numa banca é sobre imprecisão factual
b) perdoamos questões teóricas, dizemos serem opções, mas não perdoamos imprecisão de fatos
c) numa sala de aula e em publicações o que mais agrada é a narrativa, a mais factual possível questão: afinal, cantamos réquiem para a Histoire Événementielle mas seu fantasma nos assombra?

Alguns comentários:

Fabiana - Respondendo, se é que eu entendi esse termo, cronologias são importantes, necessárias, mas não é o que faz a relevância de um trabalho.Entende, um médico precisa saber todos os pormenores do funcionamento fisiológico do corpo humano, aprendem até o nome até do mais minúsculo corpúsculo celular. Sem esse conhecimento ele não é um médico, certo? Mas não é esse conhecimento taxonômico que vai levá-lo a um diagnóstico eficiente (ando assistindo a muitos seriados médicos). O mesmo podemos dizer do nosso metier, é a base - e eu, sinceramente acho que devam existir pessoas especializadas nisso. Mas está longe de ser o mais relevante.

Réplica do autor do tópico:

Este termo foi popularizado pela escola dos Annales, pelo que eu lembre. Poderia, com erro lusófono, ser traduzido por história acontecimental... Você tocou numa questão importante: fatos não são fundamentais. Mas eu queria também resgatar a questão metodológica: se você diz que arte é EFEITO da economia, eu posso discordar de você, mas digo que você está certa DENTRO do MARXISMO. Agora, se você diz que as Meninas de Velázquez foram pintadas em 1543, eu digo que você está ERRADA e não haverá debate sobre isto. Em suma: os mal falados fatos seriam o critério básico de validação epistemológica ainda? Outra questão que seu texto despertou: dá para distinguir num texto médico ou histórico o que seja relevante quanto ao conhecimento? Eu posso ser corretíssimo sobre as interpretações da Revolução Francesa sem saber o que significa Gironda ou que a Bastilha caiu a 14 de julho de 1789?

Outro comentário:
A critica à história factual estava baseada em algumas premissas. Primeiro, só havia o evento e não a conjuntura; segundo todo o evento era político, desprezando-se todos os eventos sociais; terceiro, a história factual se atinha aos grandes homens e seus feitos, fazendo-se com que todo o resto ficasse subordinado à vontade dos grandes homens. Esta é a crítica dos Annales à história historicizante. Esta crítica já está bem velha. a história política (René Remond) e das relações internacionais (Pierre Renouvin) já mostraram a importância do politico na história e da mesma forma que não se faz mais história factual do mesmo jeito, também ninguém mais se isola dos eventos como antes. Por outro lado, é indiscutível que a História deve ter precisão factual. Os eventos tão desprezados no passado não podem continuar a ser tratados como desnecessários. Lembro-me de uma aluna do mestrado que estava fazendo uma história das "idéias". Fez todo um discurso contra a história factual, mas era incapaz de responder perguntas básicas sobre o período que estudava. Para mim, historiador que não conhece eventos não é historiador. adianta saber tudo sobre classes do Brasil imperial e não saber o que foi o glorioso 7 de abril de 1831? Os alunos que chegam à universidade onde dou aula não sabem colocar numa linha os eventos da história do Brasil. Algo complexo como diferenciar Getulio dos milicos de 64. Logo chego à conclusão de que os professores que saem das universidade ficam arrotando palavras contra a História factual e ficam falando de história de algum tipo, mas não sabem nada sobre eventos e seus alunos idem. Quando chegam à universidade eles não sabem nada e que preciso contar história factual por que eles não sabem nada de nada.

Meu comentário:
Relevante o tópico, não sei se vai bombar, mas merecia, sem duvida.Duas coisas sempre me chamaram a atenção. A primeira essa questão do que podemos falar que é certo ou errado em História. O exemplo da data do quadro As meninas é oportuno. Se eu disser que Michelangelo pintou a Mona Lisa, também estou fazendo uma afirmativa errada.
Mas em história, além de nomes e datas, o que há mais de ERRADO?
A outra questão que sempre me incomodou muito, nos 18 anos em que lecionei no curso de Historia de uma faculdade daqui de BH, é esta que o Marcos aborda. Os alunos chegavam desconhecendo completamente qualquer referência aos eventos históricos.Eu lecionava Contemporânea e recebia os alunos no sexto período para estudarmos o século XIX (segunda metade). E as críticas que eles faziam ao professor anterior, que trabalhara as revoluções era de que foram obrigados a ler dezenas de teorias pró e contra a revolução francesa, mas não sabiam nada da dita cuja.Conversei com o professor, tentando convence-lo de que ele precisava rever o método, mas ele era inflexivel. Acabei perguntando a ele se os alunos, após a chuva teórica que ele apresentava, eram capazes de falar em qual país a Revolução Francesa tinha acontecido... Eu não tenho pudor de afirmar que, na faculdade, sondando o que os alunos (não) sabiam, eu começava todo assunto com uma aula de fatos... para só depois apresentar as diversas interpretações do mesmo. Achava muito lógico isso e creio que os alunos apreciaram tambem.Eu então me perguntava o que tinha sido o ensino de História no fundamental e no médio, já que a grande maioria continuava sem saber nada dos eventos históricos.E o ensino de História no fundamental, na minha opinião, não pode prescindir dos fatos e nem de certas datas, porque é o momento em que a noção de tempo está se construindo na cabeça dos alunos. Daí a minha ojeriza pela história temática nesse nível de ensino.

Outro comentário meu, após várias intervenções.

A minha questão com aquele colega era: é possível fazer-se uma análise de um objeto que é desconhecido?Eu não me atrevo a fazer uma análise de uma rocha, nem de sintomas de um infarto ou coisa que o valha. Como posso analisar a revolução francesa ou qualquer outro tema da História se não conheço este objeto que estarei analisando?Eu sei que muitos professores da graduação partem do pressuposto que os alunos conheçam o objeto. Mas a minha experiência é exatamente o inverso: eles não conheciam objeto nenhum da História. Como ler apenas as interpretações? Os alunos acabariam "decorando" a interpretação que o professor gostava para reproduzir nas avaliações, sem saber do que estavam falando.

Intervenção da professora Lise, que atualmente leciona nos States:

Lise
fato ou documento?
Acho que a implicância em relação à imprecisão dos "fatos" vem de um certa responsabilidade com o documento e a evidência do que com a idéia de fato. A gente tem documentos e muitas evidências dizendo que a Bastilha caiu em 14 de julho, e para alguém dizer que caiu no dia 30 de julho ou que não caiu, este alguém vai ter que pular miudinho para explicar como sustenta sua afirmação em contrário aos documentos. Documentos e evidências são a base não só da "história dos eventos" como da história da long durée, e da história das instituições, para usar os três tempos de Braudel. Como a gente lê estes documentos pode ser outro papo, mas eu não posso dizer por exemplo que os romanos não tinham escravos, quando toda a documentação aponta na outra direção. Veja, "romanos terem escravos" não é exatamente um "evento" mas é tão fundamentado em documentação como "a Bastilha caiu em 14 de julho". Então a leitura, a lógica dos documentos é o mínimo indispensável numa tese e dissertação. A forma como esta leitura ocorre, a metodologia usada para entender estes documentos, a construção do argumento da tese, pode ter um amplo espaço de negociação, mas se a conexão com a evidência não é forte e bem explicada, a casa cai.

E então, amigos e amigas historiadores? Vamos dar seqüência às idéias?






Recebi um email do professor Moura, nosso querido colaborador, propondo um debate menos historiográfico, mas não menos significativo. E que é História, também, claro!

Ricardo:
Estou lhe enviando uma correspondência de Marlene de Moura Teixeira, de Belo Horizonte. Talvez ela possa ser o tiro de meta de um debate sobre o Big Brother.
Cordialmente.
A P Moura

From: FALE COM A GLOBO <
falecom@redeglobo.com.br>
Data: Sexta-feira, 15 de Janeiro de 2010
Assunto: SUGESTÃO - 15/01/2010
REPÚDIO AO DESPERDÍCIO
Enquanto alguns choram de tristeza pela miséria, crueldade, pelos terremotos, muitos pensam que quanto mais se anula e elimina o prazer, mais infeliz e anulada será nossa vida. Nesse passo, o desperdício de energia física e psíquica nem sempre é levado em conta. Mau exemplo disso se deu exatamente no dia em que ocorria a tragédia que destruiu o Haiti e o programa Big Brother Brasil exibia a disputa pela liderança entre seus participantes por meio de um exagerado esforço físico e psíquico que durou nada menos que 14 horas seguidas. Desnecessário descrever o estado de saúde de que desfrutavam os candidatos. Dias depois, uma noite de festa para extasiar. Puro desperdício de energia.Noutra ponta, os noticiários dão conta de que os bancos de sangue estão desfalcados em razão de fatores que aqui não vêm ao caso. Mas vem ao caso perguntar à emissora promotora do programa por que não criar uma prova para aqueles vigorosos participantes que seja de utilidade a qualquer segmento social? Uma interminável lista poderia ser feita como: Um dia de doação de sangue, um dia de solidariedade aos carentes, um dia de prestação de serviços voluntários, um dia de brainstorming para propostas de soluções aos problemas brasileiros.
Marlene de Moura Teixeira, Belo Horizonte
Resposta da Globo:
Marlene
Respeitamos sua opinião e crítica. Suas considerações serão levadas ao conhecimento da direção do programa.
Cordialmente
Rede Globo - A gente se vê por aqui.
Belo Horizonte, 18 de janeiro de 2010.
Marlene
Li sua mensagem e a resposta da Rede Globo de Televisão
Parabéns por sua posição, por sua coragem e por seu raro sentimento de humanismo.
A Rede Globo de Televisão lhe responde de forma a não demonstrar nenhum sentimento de culpa por desencaminhar e corromper a juventude e a nação brasileira. A Globo é comprometida com o sistema econômico americano, os donos da modernidade conservadora, que difundem o american way of life, estilo americano de vida. Esse estilo visa incentivar os indivíduos a ficarem ricos depressa; para consumir muito e depressa. Para ficar fico o indivíduo pode passar por cima de todos os princípios éticos e ideais humanistas.
Na morte de Michael Jackson a Globo dedicou a ele diversos programas, inclusive, uma edição inteira do “jornal nacional”.
A festa dos “big brothers” foi animada por um cover de Elvis Presley, modelo da modernidade conservadora. Um dos participantes apareceu com uma suástica, não sei se tatuada no braço, que causou mal-estar em uma de suas colegas. A direção do programa não deixou o debate entre eles prosseguir.
Cordialmente.

Antonio de Paiva Moura, Belo Horizonte.







Continuo sem saber se estamos nós como os 3 macaquinhos, ou se o mundo é que está sem entender....

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá o prêmio de Estadista Global do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), no dia 29. Esta é a primeira edição da homenagem, criada para marcar o aniversário de 40 anos do Fórum.

Conforme a organização do evento, o prêmio tem o objetivo de destacar um líder político que tenha usado o mandato para melhorar a situação do mundo. "O presidente do Brasil tem demonstrado verdadeiro compromisso com todas as áreas da sociedade", disse o fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, em nota à Agência Estado.

Segundo ele, esse compromisso tem seguido de mãos dadas com o objetivo de integrar crescimento econômico e justiça social. "O presidente Lula é um exemplo a ser seguido para a liderança global."



Uma charge a propósito do que vem em seguida...





O Haiti continua a ser o assunto maior dos noticiários, seja da TV, seja da mídia impressa.
Li dezenas de artigos esses dias. Achei oportuno publicar aqui uma espécie de Dossiê, porque se você, leitor(a), não teve oportunidade de ler, poderá escolher o artigo. Tem para todos os gostos.

Recebi até mesmo um “manifesto” publicado na Folha de SP, em que sociólogos haitianos insistem em que “somente os norte-americanos e os franceses” podem, tem condições e devem assumir o controle do Haiti. Fiquei perplexo, mas é compreensível, afinal um dos signatários do tal manifesto é professor em Harvard. Este eu não vou publicar aqui, mas quem quiser pode ler na Folha de 24 passado.

Interessante é que fui ver arquivos de recortes que guardo e achei alguns interessantes. Na Folha de SP de 9.10.1994, Noam Chomsky atacava a ocupação do Haiti pelos EUA, quando do golpe que tirou Aristide do poder:

“A eleição de Aristide foi um grande choque para os EUA. Era a primeira eleição livre do Haiti e os americanos estavam certos de que Marc Bazin, o candidato que apoiavam, venceria. Ele era o representante dos bancos, dos empresários e de quem detinha a riqueza no Haiti. Ninguém estava prestando atenção ao que acontecia nas favelas e entre os camponeses. Ignoravam a existência dessa sociedade civil ativa e vibrante que acabou colocando seu próprio candidato no poder, o populista Aristide.”

Outro recorte, este do Estadão, de 24.7.1994, ostenta a manchete:
ELITE HAITIANA DANÇA TANGO EM MEIO À MISÉRIA.
O jornalista Paulo Sotero afirmava “Os poucos ricos do miserável país ameaçado de invasão americana tentam ignorar realidade”. “No Haiti, a realidade supera qualquer metáfora que a imaginação poderia conceber sobre a crueldade social e a alienação política. A pequeninissima elite do país sabe que é feio – e que talvez seja arriscado – divertir-se em meio ao pesadelo que é o cotidiano da maioria dos haitianos”.

No mesmo Estadão, mas mais recente, em 20.2.2000, Leonardo Trevisan dizia que “Nem os mortos estão a salvo no pobre Haiti”. E explicava: “No “país das impossibilidades ilimitadas”, as florestas foram torradas para produzir combustível e a água tornou-se raridade... O desemprego atinge 80% da população e a violência morde sem piedade. A produção de cacau, café e açúcar é menor que a de 1915... túmulos são violados em busca de roupas, metais e ossos.”
Pois foi nesse país que aconteceu uma das maiores desgraças “naturais”, com, possivelmente, mais de 100.000 mortos.
Mas, ao que parece, não há o que temer. Os EUA começaram rapidamente a ajudar, mandando...soldados e mais soldados... é tudo que os haitianos precisam...

Dossiê Haiti

Haiti e a militarização nossa de cada dia (Correio Caros Amigos)

Colômbia com mais sete bases militares. Honduras sob um golpe militar legitimado por uma eleição sem legalidade. A Quarta Frota reativada em 1° de julho de 2008 -depois de mais de 50 anos desativada- e cuja função é patrulhar o Atlântico Sul. E agora o processo crescente de militarização da ajuda humanitária no Haiti.

No último dia 13 de janeiro, o mundo acordou com uma calamidade de dimensões assustadoras: um terço da população de um país, três milhões de pessoas desabrigadas, mais de 100 mil mortos, cerca de 40 mil mulheres grávidas sem a menor perspectiva de um teto para abrigar seus filhos e filhas. A comunidade internacional se movimenta a passos lentos no sentido de responder o quanto antes a essa tragédia: o terremoto do dia 12 de janeiro no Haiti.
Como explicar que a longínqua China envie alimentos que chegam mais rápido que os dos EUA, que está a menos de uma hora de vôo de Porto Príncipe? Como explicar que os mais de dois mil fuzileiros navais sejam os primeiros “bens” dos EUA a aportarem nesta ilha caribenha?

Cuba, Venezuela e a própria Comunidade do Caribe (Caricom) imediatamente enviaram seus médicos, pessoal qualificado para desastres dessa dimensão. O avião da Caricom não pôde aterrissar no aeroporto Toussaint Louverture, assim como o avião da Força Aérea Brasileira. Tiveram que aportar em Santo Domingo, na República Dominicana, uma vez que os fuzileiros navais dos EUA tomaram o controle do aeroporto e dos portos haitianos.

Cabe a pergunta: como se fecha portos e aeroportos logo após uma tragédia dessa dimensão em que a comunidade internacional está se mobilizando para o envio de medicamentos, comida e roupas? Fechar portos e aeroportos não compõe uma estratégia de guerra? Assim sempre soubemos.

Desde 2004, o Haiti está ocupado pelas tropas militares da ONU através da Missão de Estabilização do Haiti – Minustah. Desde então, várias organizações nacionais e internacionais têm se posicionado pela retirada das tropas. Após seis anos de permanência no país, pouquíssimo fizeram para a reconstrução do Haiti.

Sabemos que o comando militar dessa missão está sob responsabilidade do Brasil. Por depoimentos já veiculados na mídia, soubemos que as tropas brasileiras estão fazendo do Haiti um campo de treinamento.

Como já escrevemos em outros artigos, esses treinamentos servem ao processo de militarização de diversas periferias urbanas. Não é a toa que há treinamentos dessas tropas em favelas do Rio de Janeiro. Elas vão ao Haiti e depois retornam à cidade carioca, como foi o caso da ocupação do Morro da Providência pela Guarda Nacional, em 2008.

Nesse momento de catástrofe, nos perguntamos: que papel está tendo a Minustah? Onde estavam seus soldados nos primeiros dias da tragédia? Os relatos que nos chegam do Haiti são de que a população pobre ficou absolutamente abandonada.

Com o crescente papel dos EUA no processo de militarização da ajuda humanitária no Haiti, nos perguntamos o que faz o Presidente Obama, achando pouco enviar soldados que podem chegar ao número de 14 mil, mobilizar Bill Clinton e George W. Bush para serem os coordenadores do esforço de reconstrução do Haiti.

Como explicar que em um país tão pequeno e tão pobre do Caribe, dois ex-presidentes da maior potência de guerra do mundo – os EUA – sejam designados a cuidar de sua reconstrução? O que está por trás de tudo isso? Em nossa opinião, são estratégias de vários tipos de militarização de nossos países da América. Estamos vendo, ao vivo e em cores, em nome da ajuda humanitária, um país ser ocupado militarmente após uma catástrofe monumental.

Assim, temos que fortalecer o grito de retirada das tropas militares do Haiti. Não se faz ajuda humanitária com tropas militares. O povo haitiano, através de suas organizações e movimentos sociais, precisa ser apoiado para que sua voz fale mais alto no processo de reconstrução do país.

Desde última segunda- feira, (18/01) foi constituída no Brasil a Frente Nacional de Solidariedade ao povo haitiano formada por movimentos sociais do campo e da cidade, por centrais sindicais, pastorais sociais, movimento negro, de mulheres, enfim, um espectro amplo de organizações da esquerda brasileira. A tarefa central é trabalhar a ajuda direta junto a organizações sociais haitianas e pela retirada das tropas militares. Muito trabalho existe pela frente. A reconstrução do Haiti vai ser lenta. Mas, não esqueçamos a dívida histórica que todos temos com este país. O Haiti foi a primeira nação do mundo a abolir a escravidão. Será que é esse o seu pecado?


Sandra Quintela, economista, é integrante do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS)/ Rede Jubileu Sul.



Quando começaremos a nos esquecer do Haiti?
A julgar pelo que já vimos acontecer em outros momentos, logo os meios de comunicação começarão a centrar sua atuação em outros temas. Uma semana depois do terremoto e de suas incontáveis consequências, as histórias sobre o Haiti começam a perder espaço. Hoje, já não ocupam todos os lugares entre as mais lidas ou visitadas nos portais da internet. As chamadas em rádios e TVs começam a refletir uma certa saturação que não é mal intencionada, mas sim resultado quase natural da super exposição midiática que parece não conduzir a nenhum lado. O artigo é de Gabriele Warkentin.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16345&boletim_id=638&componente_id=10638

Os terremotos geológicos e histórico-sociais do Haiti
Desde há muito, o país vivencia seu terremoto histórico e social afastado dos holofotes das mídias. Comentava-se sua pobreza, mas, havia um certo descaso racista em relação às suas possibilidades e o seu futuro
.
http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4523&boletim_id=638&componente_id=10650

O legado dos amaldiçoados: uma breve história do Haiti
A tragédia que fez o Haiti desabar é mais um golpe sobre um povo com o qual toda a América Latina tem uma dívida histórica. O Haiti foi promotor dos ideais da Revolução Francesa, da luta contra a escravidão, do anti-colonialismo e do americanismo bolivariano.

http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4516&boletim_id=638&componente_id=10647

Haiti, a geologia do império
O envio de mais de 10 mil soldados e marines, e uma frota capitaneada por um porta-aviões nuclear, sem que a ONU fosse sequer consultada, revela uma estratégia por demais conhecida dos Estados Unidos.

http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4521&boletim_id=638&componente_id=10645

Os pecados do Haiti
A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental. Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e abolir o artigo constitucional que proibia vender plantações aos estrangeiros. O artigo é de Eduardo Galeano.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16342&boletim_id=637&componente_id=10620

Imperialismo e sub-imperialismo de mãos dadas no Haiti
Escrito por Duarte Pereira
23-Jan-2010
Está se consumando a crônica anunciada e previsível da nova ocupação do Haiti pelos Estados Unidos, desta vez aproveitando o terremoto que devastou o país e sua capital.
Leia em: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/4259/9/


O Rei e o Menino - Haiti
(Urda Alice Klueger)

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&cod=44393&lang=PT

Terremoto é desastre natural, mas a pobreza extrema, não
Mídia relaciona efeitos graves do terremoto com a pobreza extrema, mas não diz por que o país caribenho é tão subdesenvolvido.

Leia em http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/internacional/miseria-nao-e-desastre-natural
A invasão humanitária dos Estados Unidos
(James Petras)
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&cod=44536&lang=PT

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O passado contado através da publicidade - o Café História conta um pouco da história da publicidade e mostra que anunciar produtos é muito mais do que uma ação de mercado, mas um instrumento que revela hábitos, culturas e, claro, o passado!

Revisitando a História da República – Confira o site República Online, vinculado ao Centro de Referência da História Republicana do Museu da República do Rio de Janeiro.
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Esta é uma das muitas salas do Palácio de Schonbrunn, em Viena.
Considerado por muitos como o “Versalhes austríaco”, é de uma beleza ímpar, com jardins extremamente bem cuidados, em que não se vê uma folha fora do lugar!
A UNESCO declarou-o Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1996.
Possui 1440 aposentos, numa mistura de barroco e rococó. Passou a ser propriedade dos Habsburgos em 1569, mas, sem dúvida, o casal mais famoso que o ocupou era formado por Francisco José I e Elizabeth (ou Isabel), que ficou imortalizada por Romy Schneider na série de filmes “Sissi”.
A visão adocicada e romântica de Sissi foi duramente criticada pela historiadora Gabriela Praschl-Bichler, para quem ela era narcisista, cheia de paqueras, defendia o casamento aberto, tinha tendências lésbicas e medo de enlouquecer. Será?
Pelo menos, o palácio é lindo....





Minha amiga Denise Gaudard pede que divulguemos:

Prezados Colegas, parceiros e amigos,

Agradecemos sua atenção e contamos com todos vocês, como sempre, naquele carinhoso auxilio na divulgação de nosso curso e também na indicação junto a empresas e entidades institucionais para ministrar cursos IN COMPANY (os módulos deste curso também podem ser oferecidos individualmente)

Informamos que conforme grande expectativa de mercado finalmente disponibilizamos as inscrições para a 1a turma do melhor curso de extensão sobre os Contratos ERPAs (Emission Reduction Purchase Agreement)sobre o mercado de carbono e mudanças climáticas, agora no centro do Rio de Janeiro (*) e denominado:

CONTRATOS INTERNACIONAIS - PROJETOS DE MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO (MDL) E MERCADOS DE CARBONO (ERPA)

As matrículas já estão abertas para todos os interessados que poderão obter maiores informações

http://www.alsustentavel.com.br/Portals/0/MDL%20CURSO%20CONTRATO%20CC.jpg






Esta semana recebi os exemplares deste mês da Leituras da História e Revista de História da Biblioteca Nacional.

Aproveitando que em breve haverá um novo grande debate por conta da nova obra de Dan Brown (o autor do Código da Vinci), a Leituras da História mostra Washington, a cidade dos maçons.
Gilberto Maringoni, jornalista e historiador, estudou o processo que levou Chavez ao poder na Venezuela e fala sobre isso na entrevista.
Outro artigo mostra desconhecidos heróis portugueses.
E Josep Mengele e Lima Barreto, por razões diversas, são também contemplados na Leituras da Historia.

Já a revista da BN traz matéria de capa sobre a Fotografia e entrevista com Jean Hebrard.
A educação musical ontem e hoje. Dois artigos analisam o ensino da música nas escolas brasileiras antigamente, no momento em que ela volta à pauta.
Outros assuntos abordados neste numero dizem respeito à crença na magia e na feitiçaria em Mato Grosso; ao apoio estatal ao cinema brasileiro; a Joaquim Nabuco e ao General Osório; pinturas renascentistas no acervo da BN; como Erico Veríssimo denunciou a hipocrisia e a corrupção em um livro; a importância das mulas na economia dos séculos 18 e 19; as casas de recolhimento em Pernambuco.










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