Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

12.9.07

Número 105





EDITORIAL

1. Após a decisão do STF de aceitar a denúncia contra os 40, os grandes jornais se apressaram a insinuar que todos eles já estavam condenados. O nosso extraordinário jornaleco Estado de Minas chegou a colocar as penas para cada um deles...Uma típica manobra para enganar os incautos. Qualquer pessoa minimamente informada sobre os procedimentos jurídicos, sabe que ACEITAR uma denúncia significa tão-somente que o JULGAMENTO terá INICIO, sem ser possível se fixar uma data para conclui-lo e CONDENAR ou INOCENTAR alguns ou todos, ou nenhum.
No domingo já apareciam notícias, nos portais virtuais, de que o Congresso pode obstar o julgamento daqueles que exercem mandato, há uma brecha na lei para isso. A conversa ao telefone de um dos ministros, afirmando que eles teriam votado com a faca no pescoço (quem segurava essa faca?) já está sendo utilizada pelo Zé Dirceu para se defender. E todos nós sabemos o que significam esses processos demorados, paralisados a todo momento por embargos, por vistas, o que significa, ao fim e ao cabo que, dificilmente todos estarão JULGADOS em menos de 5 anos. E aí, claro, encerra-se o prazo... quem não tiver sido julgado não o será mais... está na lei...é o decurso de prazo...

É óbvio que não estou querendo bancar o papel de advogado dos 40 diabos. Creio que de uma forma ou de outra, a maioria, senão todos, estiveram envolvidos com a questão do caixa 2 (o mensalão é outra coisa, até hoje ninguém me convenceu da necessidade de comprar votos de deputados da base aliada...ainda mais na ínfima quantidade, inexpressiva perante o total de congressistas que temos...). E não tenho o menor receio de dizer que muito, muito mais do que 40, deveriam estar no banco dos réus. Aliás, na seção Brasil colocamos uma crônica do Lula Miranda, da Agência Carta Maior, muito esclarecedora, não deixem de ler!

A esse propósito, inclusive, seria interessante ler reportagem da revista Istoé da semana passada, que ouviu o Marcos Valério. Ele disse textualmente que vai mudar de postura, porque não gostou de ver a maioria das culpas cair sobre sua cabeça, mero intermediador de dinheiro.
Ele parece estar interessado, agora, em denunciar todo o esquema, inclusive o envolvimento de boa parte de políticos mineiros que até agora ficaram – inexplicavelmente – de fora das investigações. Os nomes do ministro Walfrido e do governador Aécio podem aparecer....

“Há fortes indícios de que o mensalão mineiro abasteceu também as campanhas de Aécio”, diz um dos investigadores do caso. Nos documentos, também consta o atual ministro Walfrido dos Mares Guia, que coordenou a campanha de Azeredo em 1998 e hoje é o articulador político do governo Lula. A PF encontrou ainda duas dezenas de funcionários de gabinetes de deputados e vereadores que recebiam dinheiro, também no Banco Rural, só que em Belo Horizonte, para repassá-lo aos políticos com os quais trabalhavam. A Polícia Federal não indiciou ninguém antes de enviar o relatório para o Ministério Público Federal e caberá ao procurador Antonio Fernando, que já deu sinais explícitos de que não é de aliviar a barra de ninguém, escolher as condutas criminais.” (trecho da reportagem).

E se ficar comprovado o uso de Caixa 2 pelos próceres do PSDB e do ex-PFL... a imprensa vai continuar a fazer a mesma campanha para derrubar o presidente? Aliás, falar nisso, ainda não entendi como nenhum dos grandes jornais insinuou que o presidente seria o responsável pelo desastre dos trens do Rio de Janeiro... por que será? Ah...deve ser porque não era a classe média que viajava neles...quando é ela que viaja, o faz de avião...ai, sim, deve-se dar bastante destaque e acusar o presidente de ser o responsável... hehehe...

De qualquer forma, foi decepcionante, extremamente decepcionante o discurso de Lula na convenção do Pt no fim de semana passada. Em vez de exigir que a ala podre do partido respondesse às acusações, preferiu defender aqueles que estão sendo acusados...é lamentável, e apenas contribui para deslustrar cada vez mais sua biografia e a de seu partido.

2. Confirmando o artigo que foi postado aqui na semana passada, sobre a violência nas escolas:

a) Uma estudante foi baleada em frente a uma escola na zona sul de Porto Alegre (RS) na noite da quarta-feira atrasada. Segundo a rádio Gaúcha, o disparo teria sido feita por um rapaz que estava em uma moto.

b) Em Jaú, interior de São Paulo, os pais de um aluno estão processando a Prefeitura por conta de um suposto castigo que seu filho teria recebido numa das escolas municipais. De acordo com a versão dos pais, a professora, para punir as atitudes indisciplinares do aluno, o teria castigado, obrigando-o a chupar uma chupeta e a vestir trajes femininos. Apesar de uma sindicância ter considerado que tal castigo não teria ocorrido, os pais resolveram entrar com uma ação na Justiça, pedindo 100 mil reais de indenização.

c) Sexta passada, um jovem de 17 anos foi baleado por um colega, no banheiro da escola, em Bragança Paulista.

Lucas Franco, ex-aluno e que agora já ocupa cargo de direção de escola pública, enviou uma colaboração para o debate sobre a violência nas escolas:

Escola e brincadeira
Lucas Henrique Franco Silva

Quando pensamos em brincadeiras logo imaginamos momentos de pura diversão, liberdade de expressar alegria, enfim, momentos de verdadeira felicidade. Aliás, não apenas em brincadeiras o ser humano deseja ser feliz, mas também em momentos diversos do dinâmico dia-a-dia, como na escola e no trabalho.

A escola, por exemplo, há muito tempo é uma das instituições sociais formadoras de cidadãos para o exercício de valores bem quistos para a harmonização das relações entre os indivíduos na sociedade. Entretanto, o que vemos de maneira quase generalizada, em especial no Brasil, é um olhar de desconforto, desânimo, ou seja, de desinteresse pela escola, sentimentos estes que não expressam características de brincadeira e, conseqüentemente, de felicidade.

De que vale para as crianças, adolescentes, jovens e adultos estarem em um local que – mesmo com uma excelente intenção: a educativa – pouco consegue criar um clima favorável (com atividades realmente atrativas) a uma permanência feliz e significativa do alunado? “Pra quê escola se eu posso ser feliz em outro lugar!” Quantas cabeças sugerem este tipo de conduta numa sala de aula em desordem, com brigas constantes com professores e demais funcionários! Quantos evadem logo no princípio ou se tornam infrequentes no decorrer do ano letivo por conta da felicidade que não encontram! Quantos problemas se avolumam devido à imagem negativa da escola na construção do imaginário estudantil, dos profissionais da educação e, finalmente, de toda a comunidade escolar!

É preciso lembrar também que toda brincadeira para dar certo e, assim, proporcionar felicidade carece de regras, mas de regras claras, suficientemente divulgadas, aplicadas e fiscalizadas. Se a regra é descumprida a irritação de pronto mostra suas garras, bem como conflitos desnecessários se instauram. Quem quer ficar irritado? Quem quer viver munido de sentimentos tão desgastantes como este? A saída para muitos estudantes é a fuga mesmo, uma vez que já entram para a escola – grande parte diga-se de passagem – desmotivados pela imagem negativa da escola como um local chato (regras sem sentido), de estadia obrigatória por causa das pressões sociais (família, mercado de trabalho, etc.) sofridas.

Brincadeira mesmo é o que temos visto por parte de políticos de cargos oficiais. Um lamaçal de corrupção diariamente veiculado pela mídia, desencantando a cada instante a frágil esperança de dias melhores que muitos brasileiros ainda sustentam. Direto e reto um dos meus alunos onde trabalho me diz: “É professor, esse Brasil não tem jeito mesmo!” E eu, com um aperto no coração, tenho que lhe dizer que tem jeito sim e, como numa tragicomédia afirmo: “Ô cara, você é brasileiro e não desiste nunca!”. Nessas horas é melhor rir para não chorar!

É... enquanto os Mensalões, as Ambulâncias, as Sanguessugas, as Navalhas, os Strikes, os Vavás, os Renans malham nas academias da impunidade (ô meu Deus, será que meu aluno está certo mesmo?), as balas perdidas voam democraticamente em direção a brasileiros que não desistem nunca, “Joãos Hélios” são arrastados não apenas por um carro, mas pela vida cruel e cadeiras (patrimônio público) são estragadas nas cabeças de professores! Misericórdia!

Vou parar por aqui porque não se deve brincar com coisa séria, não é mesmo? Mas ainda quero acreditar que a educação pode ser vivenciada como uma brincadeira, ser construída com felicidade e com a boa vontade de gente séria e que sabe brincar com responsabilidade.
Lucas Franco é Professor de História da rede estadual de ensino de Minas Gerais e diretor de escola estadual.


3. Renato Rovai, editor da revista Fórum, coloca em seu blog uma notícia muuiiiiitooooo interessante. Leia:



A edição da revista masculina Playboy que chega às bancas nos próximos dias não terá a ex-amante do presidente do Senado, Renan Calheiros, na capa. O ensaio sensual será de outra ex. A ex-namoradinha de Supla na Casa dos Artistas, a atriz Bárbara Paz.
A justificativa da editora Abril é que o ensaio de Mônica Veloso não ficou pronto a tempo para a edição deste mês. Este blog, porém, tem informações confiáveis de que a alegação é falsa e de que a revista estava diagramada com as fotos da ex-Renan, pronta para a impressão.
Com o crescimento das assinaturas de parlamentares para a criação da CPI da Abril-Telefônica no Congresso, um dos advogados da empresa dos Civita alertou que a publicação das fotos da principal testemunha do caso Renan numa publicação do grupo poderia trazer prejuízos ao processo. Afinal, a empresa estaria contratando e pagando caro por um trabalho dessa testemunha. Civita teria ordenado pessoalmente a suspensão da publicação das fotos da moça.
Foi nessa hora que o ensaio de Bárbara Paz, até então engavetado, foi editado às pressas para ser o destaque do mês.
E se o leitor está ansioso para ver as fotos da moça de Brasília, há quem diga que ele vá esquentar apenas as gavetas da redação. Enquanto o caso Renan não for resolvido e a ameaça de CPI da Abril-Telefônica não desaparecer Mônica Veloso ficaria, inclusive, sem receber o cachê.
Com a palavra a Editora Abril.

4.



Este fim de semana presenciamos o ilustre presidente norte-americano dar três vexames em seqüência. Primeiro, numa reunião da APEC, referiu-se a ela como OPEP (ato falho, será? Afinal, o moço só pensa em petróleo, não é?). Em seguida, fala das tropas australianas como se fossem AUSTRÍACAS.... e na hora de sair...foi para o lado errado, deixando seus acompanhantes constrangidos....A mídia, pelo menos a que vi, limitou-se a comentar a “pequena gafe” do presidente Bush.... fico imaginando se fosse um certo presidente tupiniquim que fizesse tanta bobagem junta...o que não seria dito... no mínimo que estaria envergonhando o país inteiro...será que a imprensa dos States julgou assim o seu presidente?

5.



Legal descobrir que o Boletim está sendo divulgado. Vi referências elogiosas a ele no Portal Artífice (http://portalartifice.blogspot.com/) , ele é indicado no Tamoscomraiva (http://www.tamoscomraiva.blogger.com.br/) , no Tentativas de mitologia (http://drambrosini.blogspot.com/) , no Revista Pontes (http://www.sitepontes.blogspot.com/) , no Diário do Professor (http://diariodoprofessor.blogspot.com/) , no Sentir sin embargo (http://sentirsinembargo.blogspot.com/), no Maria Fro (http://mariafro.blogspot.com/)
no Historia para vestibulares (http://www.historiaparavestibulares.com.br/), no Agência Brasil, da Radiobrás (http://www.agenciabrasil.gov.br/) , no YahooGroups Cultura Cresce, no blog Portal Mídia Petista (http://portalmidiapetista.blogspot.com/) , no blog Miscelânea BH (http://miscelaneabh.blogspot.com/) no site da professora Fátima (http://www.historiaparavestibulares.com.br/) também referências a ele feitas pelo jornalista José de Castro em comentários no Observatório da Imprensa.
Quem souber de mais alguma indicação, favor me avisar... sempre é bom a gente saber!

FALAM AMIGOS E AMIGAS

1. Prezado Professor Ricardo,
Tenho recebido os boletins, e tem sido muito útil para mim, espero poder continuar sendo contemplado com eles.
Forte abraço,
Jarbas Barbosa Álvares


FALANDO DE HISTORIA

1. Os motivos da entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial sempre foram polêmicos. Sabe-se que o pretexto foi o afundamento do transatlântico Lusitânia, mas os motivos reais continuam a ser descritos como derivados dos interesses econômicos, vez que os bancos e as empresas do país estavam fornecendo empréstimos e vendendo produtos para os ingleses e franceses. Não convinha, portanto, que a Alemanha vencesse, pois isso traria prejuízos enormes para os empresários norte-americanos.
Curioso é que a historiadora Bárbara Tuchman, desde 1981 insistira numa outra tese, assunto de um livro seu, que foi traduzido em 1992 pela José Olympio, intitulado “O telegrama Zimmermann”.
Zimmermann era o ministro das Relações Exteriores da Alemanha nazista e o telegrama, cifrado, tinha sido enviado ao embaixador alemão nos EUA.
A Inglaterra, após anos de pacientes esforços, decifrara o código em que eram transmitidos os despachos militares e diplomáticos da Alemanha, e podia acompanhar de perto as maquinações dos dirigentes germânicos. O telegrama de Zimmermman ao embaixador dava conta de que os alemães estavam procurando alianças com o Japão e com o México ao mesmo tempo em que iniciaria a guerra submarina. A primeira decifração, ainda incompleta, era do seguinte teor, conforme publicado na página 7 da obra de Tuchman:

PROPOMOS COMEÇAR 1º FEVEREIRO GUERRA SUBMARINA SEM RESTRIÇÕES. AO FAZÊ-LO PORÉM TENTAREMOS MANTER A AMÉRICA DO NORTE NEUTRA...(?) SE NÃO (ISSO CONSEGUIRMOS?) PROPOMOS (? AO MÉXICO) UMA ALIANÇA NAS SEGUINTES BASES: CONDUÇÃO (CONJUNTA) DA GUERRA, CONCLUSÃO (CONJUNTA) DA PAZ....VOSSA EXCELÊNCIA DEVE NO MOMENTO INFORMAR O PRESIDENTE [DO MÉXICO] SECRETAMENTE (? QUE ESPERAMOS) GUERRA COM OS EUA (POSSIVELMENTE)... (JAPÃO) E AO MESMO TEMPO NEGOCIAR ENTRE NÓS E O JAPÃO...FAVOR INFORMAR AO PRESIDENTE QUE...NOSSOS SUBMARINOS... FORÇARÃO A INGLATERRA A UMA PAZ DENTRO DE POUCOS MESES. ACUSE RECEBIMENTO. ZIMMERMANN.

Ora, por que o México? E por que o Japão? Simples. Os japoneses estavam já desde um certo tempo em estado de tensão, pois desejavam dominar uma série de ilhas e regiões do Pacífico, que também eram alvo das pretensões norte-americanas. O México, por sua vez, desejava reaver os territórios perdidos na metade do século XIX para os EUA.
De acordo com Bárbara Tuchman, estaria ai, finalmente, o motivo que convenceu o presidente Wilson a declarar guerra aos alemães. E, para sorte daqueles que desejavam essa entrada no conflito, submarinos alemães afundaram o transatlântico Lusitânia. O pretexto estava dado.

2. O Sete de Setembro: Independência, independências (da Agência Carta Maior)
Francisco Carlos Teixeira
O ministro da Justiça Tarso Genro assinou, na terça-feira (28), portaria que garante a posse de 14.227 hectares aos povos Guarani e Tupinikim. A área havia sido invadida pela transnacional Aracruz Celulose, na década de 1960, para plantar eucaliptos (do Jornal Brasil de Fato)

2. A origem do crime
Adriano BenayonÉ notável que a delinqüência não seja maior pois a oferta das indústrias do entretenimento, entre outras, induz ao esmagamento da cultura (Jornal Brasil de Fato)

3. do Correio Caros Amigos:
A picanha da classe média
por Carlos Azevedo

Recentemente, tenho lido com freqüência manifestações indignadas segundo as quais, enquanto a classe média (elite) dá um duro danado para construir o Brasil, trabalha, paga impostos etc., o povo fica só de “chupim”, vivendo do Bolsa Família. A Veja acaba de publicar uma pesquisa que, de acordo com a interpretação da revista, demonstra ser a elite o que há de melhor no país, e que todo o nosso atraso se deve à ignorância do povo. Fiquei impactado com essas revelações luminosas, mas não perdi a fome (afinal, ninguém é de ferro, nem a elite e muito menos o povo). Fui a um restaurante e pedi uma picanha. Ela veio no ponto, rosadinha e macia. Agradeci à classe média por essa maravilha. Quantos dias de trabalho deve ter custado a essas senhoras e senhores respeitáveis, cidadãos cumpridores de seus deveres, fazer uma picanha como essa? Tem que cuidar da vaca, do bezerrinho dela, dando ração todo dia, curando suas doenças até virar novilho, tudo isso pisando em bosta de boi, sem esquecer aquele cheiro de curral. Depois, matar o boi etc. etc., até extrair a maravilhosa picanha. Enquanto isso, o povo ó!, só no Bolsa Família.
Aí, peguei meu carro para ir para casa. E agradeci de novo à classe média laboriosa pelo petróleo que ela produz generosamente. (Não, não são os petroleiros, você precisa ler mais a Veja.) E pelo seu ingente trabalho de plantar cana, fazer álcool, para misturar na gasolina. Agradeci pelo carro também, porque quem senão ela faz o carro? E assim fui pensando em tudo de bom que a classe média produz, meus sapatos, as roupas, meu chapéu (eu uso chapéu quando faz frio!); em tudo que ela constrói, os prédios, as ruas, as estradas. E tudo o mais: telefone celular, televisão, computador, Internet... Percebo que Adam Smith, Ricardo e Karl Marx enganaram-se redondamente em dizer que o valor vem do trabalho. Ele vem é da classe média!
E acabei pasmo, pensando em como é difícil para a classe média (elite) ter de carregar nas costas esses milhões de operários, técnicos, cientistas, trabalhadores na agricultura, bóias-frias, camponeses sem terra, índios, esses vagabundos! Ainda bem que ela consegue se distrair nos shopping centers, cinemas, na televisão a cabo, no Orkut (que ela fez), matar a saudade da Disney comendo sanduíche do Mcdonalds (que a classe média americana fez). Oh, meu Deus, que peso! Não é de estranhar que esteja tão cansada! Por que o governo não cria também uma Bolsa Classe Média?
Carlos Azevedo é jornalista
4. Promotores de justiça que nos MATAM de raiva[Cristina Moreno de Castro]
Aprendam como matar, ferir gravemente, e continuar recebendo R$ 10.800 mensais com o aval do Ministério Público
.http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=748

5. Por que “seletividade” nas denúncias?
Não tenho nada contra denúncias de Caixa 2 e de corrupção. Mas essas críticas devem atingir a todos indiscriminadamente, à esquerda e à direita, governo e oposição. Por que as denúncias são seletivas, só apontando um dos lados?
Lula Miranda (Agência Carta Maior)

Não tenho nada contra denúncias de caixa 2 ou de corrupção – nem poderia, uma vez que o viés crítico, a tão propalada eterna vigilância e as conseqüentes denúncias, que dela advém, são posturas essenciais/inerentes ao bom jornalismo e é, indubitavelmente, um primeiro passo para a correção de falhas do nosso sistema político, dos desvios de conduta dos homens públicos e de rumos dos governos. Mas essas críticas e denúncias devem atingir a todos indiscriminadamente – à esquerda e à direita, governo e oposição.
E esse é apenas um primeiro passo. Os passos seguintes, desgraçadamente quase sempre sem a firmeza e competência necessárias, devem, assim determina a Lei, ficar a cargo da polícia, do Ministério Público e da Justiça. A Justiça, como todos sabemos, é por demais lenta e suas decisões são para sempre postergadas nos meandros e estratégias que o Direito Processual propicia. Porém, não exatamente por isso, ou não exatamente como conseqüência disso [da morosidade da Justiça e das intrincadas miríades do Direito], a imprensa, nos dias de hoje, arvora-se o grande verdugo: investiga, denuncia e também condena, ao arrepio da lei e do Estado de Direito.
O que me causa estranheza e desconfiança, entretanto, e acima de tudo, é a seletividade das denúncias e a celeridade/açodamento do julgamento: prévio, precipitado, “definitivo”. Então cabem aqui algumas (muitas) perguntas inevitáveis. Por que as denúncias só atingem políticos da base aliada do governo Lula? Não houve caixa 2 nas campanhas de Serra, Aécio Neves e Alckmin – só para citar os nomes de ilustres presidenciáveis, de hoje e de ontem? Será que não há (ou houve) corrupção nos governos desses senhores? Por que então não se investiga essas gestões? Por que não saem, nos jornais e revistas, manchetes alardeando possíveis crimes por eles cometidos? Ou eles não cometeram seus pecados?
Por que então existem cerca de sessenta e nove pedidos de instalação de CPI para investigar denúncias, devidamente lastreadas em provas ou fortes indícios, de malversação do dinheiro público e/ou improbidade no governo de Geraldo Alckmin barrados na Assembléia Legislativa de São Paulo? E as fotos de Serra entregando ambulâncias aos deputados “sanguessugas”, foram forjadas? E o dossiê Vedoin/Serra/Barjas Negri – lembram-se dele? –, também forjado? E aquele esquema, que, supõe-se, foi o embrião, a matriz do “valerioduto”, e que irrigou as contas da campanha de Eduardo Azeredo (do PSDB) ao governo de Minas Gerais em 1998? E a lista de furnas? E a planilha do Bresser detalhando recursos “por fora” da campanha de FHC? E a denúncia do milionário caixa 2 do carlismo na Bahia, estampada e detalhada em várias matérias da revista CartaCapital – e, para variar, devidamente silenciada pela grande imprensa? Pelo visto, os esquemas de caixa 2 de uns são mais criminosos que os de outros. Curiosamente, não se percebe o mesmo empenho da imprensa em investigar, denunciar e julgar quando se trata de políticos do PSDB e do DEM (ex-PFL). Por que será? A imprensa não deveria ter compromisso com a imparcialidade, com o pluralismo e a verdade factual?
Não acredito em duendes, porém sei de muita gente que “acredita”, seja por mero modismo, fantasia ou ainda como uma espécie de alegoria de uma inocência perdida. Também não creio em bruxas, curupira, mula sem cabeça e outros entes do imaginário popular. Da mesma forma, também não acredito na pureza e no falso moralismo das vestais de bordel da imprensa tupiniquim. Pois há muito percebo e compreendo o por quê da “seletividade” de seu “denuncismo” estrepitoso, calhorda, oportunista e de sua ética canhestra, conveniente.
Insisto nas incômodas perguntas: por que somente as denúncias contra os políticos do PT e do governo Lula merecem destaque na mídia e são repisadas, requentadas e reiteradas até a exaustão? Por que só os esquemas de caixa 2 do PT e dos partidos aliados são investigados (e previamente condenados)? Isso sem falar, claro, em algumas denúncias absurdas – como os dólares de Cuba e sobre a “periculosidade” do irmão do presidente (supostamente, um ardiloso lobista). Por que, só agora, caixa 2 tornou-se escândalo nacional? Por que aqueles partidos que servem, desde sempre, diligentemente, aos donos do poder recebem tratamento diferenciado da mídia? Não seria por que a mídia, hipocrisia à parte, está a serviço dos donos do poder e dos partidos que lhes representam e servem de esteio?
Insisto a bater na mesma tecla e a defender a mesma tese, não completamente só, mas na boa companhia de jornalistas como Mino Carta, por exemplo: não há provas de que houve o tal “mensalão” – tal “fenômeno” não é sequer verossímil. Os recursos “não contabilizados”, ao que tudo indica, serviam para honrar gastos de campanha. O que ocorreu, como já disse em textos anteriores, foi o secular esquema de caixa 2, agora, mas só agora, denunciado e investigado com a rigidez necessária – e também com direito às pirotecnias e fumaças de todo espetáculo midiático. Porém, devidamente embalado para consumo fácil, tipo “fast food”, com nomenclaturas de fácil assimilação pelas massas (“mensalão”), e revestido por uma aura de indisfarçável falso moralismo e hipocrisia.
Esclareço: não, prezado leitor. Não pretendo aqui justificar os desmandos e crimes de uns pelos dos outros, proteger uns e outros. Mas exigir que se investigue, critique e denuncie a todos, de modo imparcial e justo. A lei deve atingir a todos, com justiça e isenção, independentemente de filiação ou coloração partidária.
Por fim, respondendo a pergunta que intitula esse artigo: as denúncias são seletivas e reiteradas por que visam, tão somente, fragilizar, desestabilizar e, por fim, interditar o governo de Luis Inácio Lula da Silva – e, por isso, a imprensa é, de fato, “conservadora e golpista” como diz, diuturnamente, Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa Afiada. E isso não é, como pretendem os sacripantas e sabujos encastelados na grande imprensa, mera e fabulosa “teoria da conspiração” – como, aliás, deixam evidentes argumentos aqui esgrimidos.
Se houvesse ainda algo de sério, ou, ao menos, boas intenções na mídia brasileira, quase que totalmente dominada pelas oligarquias e pelos coronéis da política (daí não poderia sair boa coisa mesmo), ela certamente estaria do lado dos homens de bem desse país. E estaria, com a mesma força e denodo com que hoje divulga denúncias e ataques ao governo Lula, veiculando também denúncias que envolvem “o outro lado” e defendendo uma ampla reforma política que estabelecesse, dentre outros mecanismos, o financiamento público de campanha e a fidelidade partidária. O resto é diversionismo/ilusionismo golpista com o indefectível molho de hipocrisia.
Lula Miranda é poeta, cronista e colabora semanalmente com a Carta Maior. É Secretário de Formação para a Cidadania do Sindicato de Trabalhadores em Editoras de Livros de São Paulo.

6. Por que a Cpi da TVA-Abril-Veja passou a ser necessária [Antônio Mello]
A Veja que foi para as bancas neste final de semana volta à carga contra a criação da CPI da TVA, que vai investigar a venda da TVA (Grupo Abril, que edita a Veja) para a Telefônica. A Anatel, num primeiro momento, aprovou o negócio, mas impôs condições. http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=762
7. O Acidente de Trem no RJ e o Silêncio dos Abutres [Guina]
Interessante observar o comportamento da mídia golpista, pois diferentemente de quando aconteceu o acidente da TAM em Congonhas nós não vemos os abutres se indignarem com tanta veemência por causa do acidente.
8. do Correio Caros Amigos
A questão da nomenclatura
por Guilherme Scalzilli
A pauta política dos grandes veículos obedece à cronologia da conveniência. Os assuntos perdem relevância quando seus desdobramentos contrariam as motivações que inicialmente justificaram a exploração dos fatos. Portanto, antes que outros motes ocupem as atenções gerais, é necessário impedir que a cobertura jornalística sobre a aviação civil mergulhe na obsolescência. Talvez assim entendamos melhor um dos tantos episódios sombrios da história da imprensa brasileira.
Nasce uma crise – A propaganda maquiada de jornalismo inventou o esgotamento infra-estrutural fulminante. Enquanto no resto do planeta fenômenos semelhantes são processos longos e cumulativos, nossa crise aérea floresceu em apenas quatro anos. E o sucateamento do transporte ferroviário? E o Plano Diretor para a Infraero, de 1982, que já sugeria a ampliação de Cumbica e a limitação do movimento de Congonhas? Por que Viracopos foi subutilizado por duas décadas? Não importa. Antes dos gestores petistas, incompetentes e corruptos, voar no país era supimpa.
No entanto, ainda que se concorde com a premissa do colapso, ele não explica todos os eventos identificados com o “caos aéreo”. Quem associou a paralisação dos aeroportos à administração federal foram os próprios controladores amotinados. A imprensa usou-os como bodes expiatórios para inaugurar a crise, legitimando suas reivindicações, e depois criticou a demora das autoridades em puni-los.
O movimento acabou em março e o tráfego foi normalizado, mas a simbologia do infortúnio permaneceu. Quando rompemos as mistificações do noticiário, descobrimos que os problemas nos aeroportos são superdimensionados e embaralhados para transmitir a falsa impressão de uma crise generalizada e ininterrupta. A maioria dos vôos realizados nos últimos cinco meses transcorreu normalmente, exceto sob condições atmosféricas inadequadas. Entretanto, mesmo atrasos de poucos minutos e problemas causados por neblina ou tempestades entram na conta do “apagão”.
O governo criminoso – Para o colunista Ricardo Daudt, o governo “assassinou mais de duzentas pessoas”, porque “sabia” que os acidentes iriam ocorrer. Reinaldo Azevedo concordou: “As mortes têm mesmo a ver com o governo federal”, que é “assassino culposo”, pois fabricou “360 mortos”. Diogo Mainardi ressaltou o “descaso criminoso” e a “barbárie aérea”. Mesmo quando não chega a esse nível de insensatez, a maioria dos analistas afirma que as tragédias teriam sido evitadas em outro contexto administrativo.
Mentira. O choque do Boeing da Gol com o jato Legacy foi causado por erros dos controladores de vôo e dos pilotos estadunidenses. A explosão do airbus da TAM originou-se numa falha mecânica, provavelmente agravada por imperícia do piloto. O governo federal não influenciou as fatalidades, cuja relação causal com um suposto “apagão” é nula. Crises aéreas não desligam transponders, não travam reversos nem pousam com manetes em posição errada.
Apenas cínicos e insensíveis culpam governos por acidentes dessa natureza, politizando terríveis perdas humanas, manipulando a comoção pública e desprezando o rigor apurativo. Até desabafos indignados estão sujeitos aos limites da decência e da legalidade – por isso nenhum idiota saiu gritando que FHC e seus tucanos eram culpados pela queda do Fokker 100 da Tam, em 1996.
O mais preocupante dessas deturpações é que elas contribuem para a sobrevivência dos problemas reais. As empresas aéreas, eternas causadoras de transtornos, aproveitam a tolerância da mídia (afinal, são grandes anunciantes) para incrementar sua rotina de abusos e desrespeitos contra os passageiros. Funcionários grosseiros, overbooking, filas intermináveis e aeronaves defeituosas viraram sintomas da enfermidade petista. Previsivelmente, assim que as práticas lesivas receberem punições merecidas, o governo será acusado de planejar a falência das companhias.
Terminologias – Cerca de duas mil pessoas morreram nas estradas paulistas desde outubro, quando o tal “apagão” surgiu. Cinco vezes o número de mortos nos acidentes aéreos. Na capital, o trânsito vive em colapso permanente, escancarando a saturação dos transportes públicos. Há décadas, todo dia, milhões de cidadãos enfrentam congestionamentos gigantescos, com média de absurdos 111 km nos horários de pico.
O excesso de veículos está para os congestionamentos como o aumento de passageiros para o caos nos aeroportos. A falta de verbas que justifica uma ridícula malha metroviária também explicaria a escassez de terminais e pistas. As mesmas chuvas que param o trânsito impedem pousos e decolagens. Mas por que ninguém enxerga um “apagão dos transportes” em São Paulo?Os defensores da mídia oposicionista argumentam que essa polêmica se resume a um estéril debate sobre nomenclaturas. E talvez estejam certos. A essência das coisas independe do vocabulário utilizado.
Se existe quem equipare saguões tumultuados às sobretaxas, racionamentos e blecautes do governo FHC, é razoável que alguém veja na “crise aérea” uma invenção midiática. Se “apagão” não define uma calamidade que afeta diariamente uma população proporcional à da Bélgica, a prudência aconselha não ver apagões em lugar algum. “Golpista” representa apenas um adjetivo possível para uma imprensa que se desvia de suas atribuições constitucionais com o objetivo de ludibriar o (e)leitorado. Chamá-la “democrática” não modifica sua natureza.
O mesmo vale para os comentaristas. Clóvis Rossi qualifica seus críticos como “debilóides do lulo-petismo”. Augusto Nunes prefere “subespécie”, “idiotas” e “cretinos”. Outros usam “chimpanzés”, “raça maldita” e “imbecis”. Se esse jargão demonstra independência ou ignorância, cabe ao público avaliar. O fato é que a expressão “apagão aéreo” encaixa-se perfeitamente no repertório dos seus divulgadores.
Guilherme Scalzilli, historiador e escritor. Autor do romance “Crisálida” (editora Casa Amarela). www.guilherme.scalzilli.nom.br.
9. Lula Miranda, da Carta Maior, escreve:
Os problemas de abastecimento do Nordeste podem ser solucionados através de alternativas mais simples e baratas do que a transposição, alternativas que tragam resultados significativos na melhoria da qualidade de vida de toda população. (Repórter Brasil)

NUESTRA AMERICA

1. Evo acusa Estados Unidos de financiar desestabilização na Bolívia
Os Estados Unidos estariam financiando um movimento contra-revolucionário na Bolívia. Essa foi a denúncia feita pelo presidente Evo Morales, na segunda-feira (27). A oposição investe na tentativa de transferir a capital do governo de La Paz para Sucre como tema que divide o país (Jornal Brasil de Fato)


INTERNACIONAL

1. 40% das crianças francesas não aprendem o básico, diz estudo
O nível de desigualdade social na França é visto como um outro fator que agrava a crise da escola primária

PARIS - Na França, cerca de 300 mil alunos, o equivalente a 40% do total, saem todos os anos a escola primária sem as noções básicas de leitura, escrita e matemática. A conclusão é de um estudo realizado pelo Alto Conselho de Educação, composto por nove conselheiros nomeados, entre outros, pela própria Presidência do país. Os resultados da pesquisa, um verdadeiro golpe para a escola primária francesa, tradicional motivo de orgulho no país, abala uma versão bastante difundida de que todos os males da educação francesa e suas insuficiências surgem mais tarde, na chamada escola média inferior, que agrega crianças com idades entre 11 e 15 anos.
O texto, entregue ao presidente Nicolas Sarkozy, é alarmante. Segundo as informações
divulgadas, 300 mil crianças que saem da escola primária, com idades entre 6 e 11 anos, apresentam "graves lacunas" de aprendizado. Destas, 200 mil possuem um nível de conhecimento considerado "frágil e insuficiente" ante as noções fundamentais de leitura, escrita e matemática. As outras 100 mil, por sua vez, sequer "dominam as competências básicas". Embora não relacione possíveis soluções para o grave diagnóstico, o estudo reacende uma polêmica já surgida anteriormente com a divulgação de outros relatórios, sobretudo em relação à introdução do método silábico na alfabetização. Outros pontos bastante questionados são a introdução, impulsionada pelo Ministério da Educação, de um tempo obrigatório dedicado às tabuadas, o que serviria para melhorar a capacidade de cálculo mental; e a invenção das "lições de vocabulário", que visam enriquecer a linguagem das crianças. Desta forma, se não propõe soluções, o estudo ao menos indica alguns dos principais pontos aos quais se atribui o fracasso da escola francesa.
Outras críticas são direcionadas também aos professores do nível inicial, a quem falta formação específica. O nível de desigualdade social verificado na França é visto como um outro fator que agrava a crise da escola primária. De acordo com as conclusões da pesquisa, as crianças que vivem em um ambiente melhor dentro de suas casas serão sempre melhores, pois "a escola não consegue compensar a disparidade social que existe fora das salas de aula".

2. Risco moral torna atual crise mais profunda e perigosa

LONDRES (AFP) - Os efeitos do aquecimento global sobre as paisagens da Terra, principalmente sobre as regiões litorâneas, já são visíveis, provocando alterações nos mapas, segundo cartógrafos que elaboram uma referência mundial sobre o Atlas.
Por ocasião da publicação nesta segunda-feira do "Atlas completo do mundo Times" 2007, seus autores informaram ter tido que redesenhar rios e mudar de classificação algumas regiões em relação à última edição de 2003.
"Podemos literalmente ver os desastres ambientais acontecerem diante de nossos olhos. Acreditamos verdadeiramente que, em um futuro próximo, famosas paisagens desaparecerão para sempre",
afirmou Mick Ashworth, redator chefe do Atlas.
"O contorno de certas regiões muda, como em Bangladesh. O nível do mar se eleva em 3 mm por ano, o que tem efeitos curiosos sobre a costa", indicou.
E o rio Huang He (Rio Amarelo), segundo maior da China, "talvez não chegue a se juntar ao mar, o que acarretará alterações na costa". Os autores também estão preocupados com o fato de que grandes rios como o Rio Grande e o Colorado nos Estados Unidos ou o Tigre no Iraque possam ficar sem alguns afluentes que correm o risco de secar no verão.
Outras mudanças importantes também são conseqüências da ação do homem - freqüentemente por atividades de irrigação - como o desaparecimento de três quartos do mar de Aral em 40 anos, de 95% do lago Chade desde 1963 ou a diminuição de 25 metros do Mar Morto em 50 anos.
O lado positivo, os especialistas constataram que vastas extensões do Pântano da Mesopotâmia, um dos maiores do mundo situado na confluência do Tigre com o Eufrates, foram realimentadas pela água e estavam mais verdes. A água que chegava ao local havia sido drenada por Saddam Hussein.
A segunda edição do Atlas, publicada pela primeira vez em 1895, passou por mais de 20.000 atualizações.

5. Novos alertas sobre os efeitos do aquecimento global
Projeto de lei propõe mudança na forma de ingresso à universidade
A Comissão de Educação e Cultura da Câmara deve votar nesta quarta-feira (29/8) o Projeto de Lei 6137/05, que altera a forma de ingresso nos cursos de graduação oferecidos por universidades e faculdades. Pela proposta, o vestibular será substituído por um curso de pré-graduação, onde o candidato vai estudar, durante um ano, disciplinas básicas do curso de graduação escolhido. Segundo o deputado Alex Canziani (PTB-PR), autor da proposta, a intenção é permitir que o aluno tenha "mais certeza na opção de formação profissional". Para ele, a proposta garante um sistema de acesso ao ensino superior "democrático, progressivo, flexível, vocacional e capaz de selecionar pela competência e não apenas pelo treinamento". O relator, deputado Eliene Lima (PP-MT), recomendou a aprovação da proposta. De acordo com o projeto, as instituições de ensino superior deverão oferecer para os cursos de pré-graduação pelo menos o triplo das vagas existentes para os cursos de graduação correspondentes. Os
candidatos, no entanto, não estarão livres de processo seletivo, pois as vagas para a pré-graduação serão ocupadas por meio de um processo que aproveite o desempenho dos estudantes no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Depois de concluído o curso de pré-graduação, os alunos serão admitidos na ordem do seu desempenho até o preenchimento das vagas. As instituições de ensino superior serão autorizadas a reduzir os cursos de graduação em um ano - período relativo ao curso de admissão

2. "Ver e lembrar: monumentos em Belo Horizonte"

A exposição lança um olhar sobre artefatos que, embora convivendo cotidianamente com os habitantes da cidade, nem sempre são por eles lembrados: os monumentos. A proposta é pensar nesses artefatos tão presentes na vida de todos nós e na necessidade de sua preservação. A exposição mostra como a memória e a história integram a vida diária e estão por todo lugar, até mesmo em locais da cidade nos quais, por vezes, relutamos em pensar. Com essa iniciativa, o MHAB pretende trazer para suas instalações algumas das malhas que são parte da imensa trama da cidade, assim como os atores que a mantêm integrada. Atores passados, homens e idéias feitos monumentos; atores presentes, aqueles que convivem, nas ruas da cidade, com os monumentos.
Local: Sala Usiminas
Horário de visitação: terça a domingo, das 10h às 17h; quinta-feira, até 21h.
Previsão de permanência: outubro de 2007
Entrada franca

3. "Uma questão de raça: representações do negro no Museu da Cidade"
A nova exposição de curta duração do MHAB pretende mostrar o negro como sujeito histórico em Belo Horizonte. Com essa mostra, o Museu revisa a forma como o negro é representado em seu acervo, com o cuidado de localizar sujeitos outros para além do ideal civilizatório europeu e branco. Assim, onde eram vistos "tipos populares", pretende-se que sejam identificados sujeitos com nome, sobrenome e atuação no espaço urbano. A proposta é lançar as bases de uma prática que pretende recolher elementos que trabalhem com o negro como sujeito ativo, visando aprofundar a compreensão sobre o acervo em termos de referência desse agente social na história da cidade.
Abertura: meados de setembro
Horário de visitação: terça-feira a domingo, das 10h às 17h; quinta-feira, até 21h
Local: Foyer térreo
ENTRADA FRANCA

4. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - LABORATÓRIO DE ANTROPOLOGIA ARTHUR NAPOLEÃO FIGUEIREDO
QUARTAS DE ANTROPOLOGIA - SETEMBRO
12.09 - Direitos Indígenas: quando a democracia importa, Profa. Eneida Assis
19.09 - Aventura Espiritual: terapêutica na irmandade dos Alcoólicos Anônimos, Prof. Anselmo Paes
26.09 - Do amor e outras histórias: a trajetória de uma pesquisa, Profa.Telma Amaral
Sala de Audiovisual DEAN - Horário: 16 horas - Realização: Departamento de Antropologia
5. Seleção para Mestrado
- As inscrições para as provas de seleção para o Mestrado em
Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), estarão abertas entre o período de 1/10 e 9/11/2007. Mais informações em www.ufrn.br

- As inscrições para as provas de seleção para o Mestrado em Sociologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), estarão abertas entre o período de 1/10 e 1/11/2007. Mais informações em www.ufg.br/pos-sociologia

6. V Seminário Memória, Ciência e Arte/UNICAMP
A Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) realizara', entre os dias 17 e 19/10/2007, o V Seminário Memória, Ciência e Arte - razão e sensibilidade na produção de conhecimento. Mais informações em www.preac.unicamp.br/memoria.

7. Exposição "40 anos de 1968"/AGCRJO Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro esta' recebendo doações e/ou empréstimos para a organização da mostra "40 anos de 1968", que acontecera' no próximo ano. Mais informações pelo e-mail: arquivog@rio.rj.gov.br

SITES

1. No site da Editora Moderna, a autora e professora Patrícia Braick mantém uma página sobre seus livros de ensino fundamental e médio. Além disso, o professor vai encontrar mais de 3.000 mil questões e testes de vestibulares para o Ensino Fundamental e Ensino Médio , sugestões de leitura para professores e alunos, comentários de filmes e textos de apoio para o professor. Acesse o site da editora e procure pela obra História, das cavernas ao terceiro milênio.
http://www.moderna.com.br/

2. No quinto, sexto e sétimo capítulos de "Injustiçados - O Caso Portilho", as denúncias contra funcionários- fantasma no Judiciário brasileiro!
Leia em http://www.tamoscomraiva.blogger.com.br/

3. Visões do passado
Analisar telas e gravuras leva os estudantes de 6º e 7º ano a aguçar o senso crítico e conhecer mais um recurso para estudar a trajetória do país. Saiba também como usar a música para enriquecer suas aulas de História.
Em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, o ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) comenta livro lançado pelo governo que pede mais investigações para tentar localizar restos mortais das vítimas.

2.

Estudo de Eric Nepomuceno revê massacre em Eldorado dos Carajás. No dizer do autor, depois de ter lido o volumoso processo, aquilo foi “uma das mais frias e emblemáticas matanças da história”.
Editora Planeta, 216 páginas, R$32,50








3.

O Príncipe Maldito, de Mary del Priore, Editora Objetiva, 307 páginas, R$ 36,90. A autora analisa a história do ex-quase-futuro D. Pedro III do Brasil, neto de Pedro II, que teria governado não houvesse o golpe republicano.









4.

O Brasil Francês, de Andréa Daher, editora Record, 364 páginas, R$ 50,00.
A pesquisadora analisa a capacidade dos missionários de conquistar e dominar “pela doçura” os índios no período colonial.







5. Nas bancas o numero 24 da Revista de Historia da Biblioteca Nacional, com um amplo dossiê sobre José Bonifácio, um dos nomes mais expressivos do processo de independência do Brasil. Além disso, há artigos importantes como Humor contra o Nazismo – Rui Barbosa, uma voz pela paz – A expulsão dos jesuítas do Pará, em 1757 – O modernismo em Belo Horizonte nos anos 20 – RPG: aprender brincando.


6. - "Movimento Estudantil Brasileiro e a Educação Superior", de Michel Zaidan Filho e Otavio Luis Machado, editora UFPE. Mais informações pelo e-mail: otaviomachado3@yahoo.com.br.

7.

RAÇA PURA
Pietra Diwan
Discussão e controvérsia. Este lançamento da Contexto discorre sobre um assunto polêmico, que foi e – possivelmente – continuará sendo um grande motivador de guerras e exclusões: a tentativa de "construir a raça perfeita".
No mundo moderno temos o dever de ser belos, magros, ter cabelos lisos e parecer “naturais” diante do espelho, de nós mesmos, diante dos outros. E, para conquistar mais saúde, juventude e beleza, os caminhos científicos e industriais não cessam de se multiplicar. O Brasil atualmente é o segundo país no mundo em número de cirurgias plásticas, só perde para os Estados Unidos. Homens e mulheres em busca da perfeição corporal são cortados, costurados, espetados por agulhas, queimados por raios laser, besuntados e massageados com cremes. No entanto, essa busca por se construir o “super-homem” e perseguir uma suposta perfeição já levou diversas nações a atitudes extremadas. Assim, evoluir a cada geração, se superar, ser saudável, ser belo, ser forte. A democratização da beleza, para alguns; ou a vulgarização dos corpos, para outros; todas essas afirmativas estão contidas na concepção de eugenia. Com status de disciplina científica, a eugenia pretendeu implantar um método de seleção humana baseado em premissas biológicas. E isso através da ciência que sempre se dizia neutra e analítica. Em Raça pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo, Pietra Diwan – experiente historiadora e pesquisadora do tema – abre a “caixa preta” da eugenia e desata os nós da rede de relações que compõe a empreitada, seus adeptos, incentivadores e financiadores.
A autora
Pietra Diwan é historiadora. Mestre em História pela PUC/SP, é especialista em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela Universidade de Granada (Espanha). Foi editora-assistente da revista História Viva e atualmente desenvolve pesquisa sobre as concepções de beleza e saúde na eugenia norte-americana e sua influência no Brasil.
Preço: R$ 29,00 - Nº Págs.: 160

INFORME ANPUH 10/2007

1. PROCESSOS DE SELEÇÃO PARA PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO
a) Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em História abre inscrições para Curso de Mestrado em História. Área de Concentração: Cultura e Sociedade. Linhas de Pesquisa: 1) Cultura e Cidade; 2) Cultura, Poder e IdentidadesInscrições: de 15 de outubro a 14 de novembro de 2007 ppgh@ufcg.edu.br

b) Programa de Pós-Graduação em História abre inscrições para o Curso de Mestrado em História Social da Cultura Regional. Linhas de Pesquisa: 1)Sociedade, Cultura, Memória e Patrimônio; 2) Política Cultural, Discursos e IdentidadeInscrições: de 3 de setembro de 2007 a 17 de outubro de 2007 cppg@prppg.ufrpe.br - http://www.prppg.ufrpe.br/

c)Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba abre inscrições. Informações: Secretaria do PPGH: ppgh@cchla.ufpb.br - http://www.cchla.ufpb.br/ppgh/

2. LANÇAMENTOS DE REVISTAS E CHAMADAS DE ARTIGOS
a) Revista Eletrônica História em Reflexão
Lançado novo número da Revista Eletrônica História em Reflexão (Vol. 1 n. 2,)trazendo artigos livres, resenhas e um dossiê sobre História Indígena. Está aberta, até 31/10/2007, chamada para publicação de artigos na Revista Eletrônica História em Reflexão http://www.historiaemreflexao.ufgd.edu.br/

b) Fênix - Revista de História e Estudos Culturais
Lançado novo número da revista Fênix - Revista de História e Estudos Culturais (Volume 4,Ano IV, Número 2 - Abril - Maio - Junho - 2007). http://www.revistafenix.pro.br/

c) AMERÍNDIA - Revista Eletrônica dos Alunos do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará
Lançado novo número de AMERÍNDIA - Revista Eletrônica dos Alunos do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará.Informações: revistaamerindia@yahoo.com.br - http://www.amerindia.ufc.br/

d) Revista de História Comparada
Chamada de artigos para a Revista de História Comparada, publicada semestralmente pelo Programa de Pós-Graduação em História Comparada (PPGHC) do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a serem enviados até 15/10/2007.http://www.hcomparada.ifcs.ufrj.br/revistahc/revistahc.htm

e) Revista Museu
Lançado novo número da Revista Museu http://www.revistamuseu.com.br/

3. CONGRESSOS, SIMPÓSIOS E EVENTOS
Colóquio A Escola e a Formação Continuada de Professores. Local: Auditório do Centro de Convenções da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a ser realizado em 19 de setembro de 2007, das 09h00 às 17h00.Informações: secretaria@alb.com.br;
(19) 3289-4166 ou (19) 3521-7960 Inscrições gratuitas, no local ou no site:http://www.cori.unicamp.br/foruns/magis/foruns_magis.php

-VI Semana de História do Centro Universitário de Jales: América Latina, Poder e Luta, a ser realizado entre os dias 01 e 05 de outubro de 2007, em Jales (SP). Informações: www.unijales.edu.br/historia

- I Colóquio de História da UFRPE Brasil e Portugal: nossa história ontem e hoje”, a ser realizado entre os dias 03 e 05 de outubro de 2007 na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife, PE. Informações: http://www.brasilportugal.org-/

-I Encontro Regional em História Social e Cultural da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a ser realizado entre os dias 16 e 19 de outubro de 2007.
Informações: (XX).81. 3320.6451.
- IV Seminário Religião e Sociedade: o espaço do sagrado no século XXI, evento promovido pelo NUPPER, (UFPR), a ser realizado nos dias 26 e 27 de outubro, em Curitiba (PR). Informações: roseli.boschilia@ufpr.brwww.geog.ufpr.br/nupper

4. PRÊMIOS
- XXIII Prêmio Jovem Cientista CNPqO Prêmio Jovem Cientista está com inscrições abertas até o dia 30 de novembro de 2007. Tema: Educação para reduzir as desigualdades sociaisLinhas de pesquisa abordadas:a)mecanismos de inclusão social: tecnologia digital; educação empreendedora; acessibilidade e mobilidade social; b) popularização da ciência, tecnologia e inovação; c) o papel da educação na superação da violência; d) a educação como instrumento do antidesperdício de energia; energia como fator de segurança; conservação da energia elétrica (produção e consumo) fomentando a criação de empregos.Categorias previstas: Graduado, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio; Orientador e Mérito Institucional.Premiaçõesa) Graduado: 1º lugar - R$20 mil; 2º lugar - R$15 mil; e 3º lugar - R$10 mil; b) Estudante do Ensino Superior: 1º lugar: R$10 mil; 2º lugar - R$8,5 mil; e 3º lugar - R$7 mil;c) Estudante do Ensino Médio: microcomputadores; d) Mérito Institucional: R$30 mil para a instituição de ensino superior e do ensino médio; e) Orientador: microcomputador. Menção Honrosa: R$15mil.Os três primeiros colocados das categorias Graduado, Estudante do Ensino Superior e Estudante do Ensino Médio poderão receber bolsas do CNPq. Regulamento e informações: premios@cnpq.br - http://www.jovemcientista.cnpq.br/







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