Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

14.11.07

Número 113





EDITORIAL

Bem, amigos e amigas, retornando de São Paulo, onde assisti ao Simpósio Internacional Livro didático: educação e história, continuo com minhas observações a respeito.

Infelizmente, não posso deixar de assinalar, achei um tanto ou quanto desorganizado. Fora os atrasos do primeiro dia, que levaram a conferência do professor Alain Choppin a começar com 45 minutos de atraso, a tradução simultânea apresentou falhas inadmissíveis, ainda mais que a conferência foi lida. Ora, o tradutor deveria estar com uma cópia nas mãos, para facilitar seu trabalho e evitar a “perda” de algumas palavras do conferencista, o que tornava determinadas frases absolutamente incompreensíveis.
Outra falha terrível: as mesas redondas eram no mesmo horário das comunicações, o que obviamente retirava um grande público de umas e de outras.... teria sido mais produtivo, a meu ver, realizar as mesas na parte da manhã e reservar as tardes para as comunicações.

Bem...tirando esses aspectos, tudo a que assisti me pareceu de altíssimo nível, demonstrando que o livro didático, tão combatido, tão insultado, tão desprezado em outras décadas, começa a se tornar um objeto de estudo dos mais relevantes. A presença de dezenas de autores e editores contribuiu para abrilhantar, pois clareou determinadas questões que geralmente os professores desconhecem, principalmente com relação à produção e à distribuição do livro didático.

Na quarta-feira, dia 7, assisti às comunicações da mesa “Livros didáticos de História em tempos autoritários”. Cristina Adelino, da PUC-SP apresentou seu trabalho, que busca fazer uma análise crítica dos livros de história no período da ditadura militar.

Na foto, o prof. Kazumi Munakata, presidindo a sessão, e Cristina Adelino apresentando seu trabalho.


Macioniro Costa Filho apresentou um documento intrigante, descoberto por ele em suas pesquisas: a Convenção Interamericana sobre Ensino de História, de 1933, regulamentada entre 1968 e 1970, cujas normas impediam, entre outras coisas, que se falasse mal dos Estados Unidos nos livros... uma norma que, felizmente, “não pegou”. Os mineiros Miriam Hermeto e Mateus Faria apresentaram duas comunicações, uma versando sobre a utilização da “cultura engajada” no período e outra analisando as representações do golpe de 1964 realizadas pelos autores dos livros didáticos produzidos no Brasil de 1973 a 2006.

Ainda neste dia, na parte da tarde, assisti às comunicações da mesa Cultura Escolar e Livro Didático: vivência e violência. Ana Beatriz dos Santos falou sobre a história e cultura afro-brasileira nas imagens dos livros didáticos de História.

Na foto, Ana Beatriz apresenta seu trabalho.


Warley da Costa abordou textos e imagens da escravidão nos livros de história. Maria Cristina Dantas abordou o tema da Republica e Escravidão na escola secundária baiana e Renilson Rosa Ribeiro tratou de Colônia(s) de identidades; discursos sobre a raça nos manuais escolares de História do Brasil. Mas a grande surpresa ficou por conta do jovem antropólogo Giovani José da Silva, que relatou a produção e circulação de livros didáticos dos índios kadiweus (MS). Tais livros são redigidos na língua indígena e em português, e os índios dão mais valor ao processo de produção do que propriamente ao livro pronto.

Finalmente, no dia 8, último dia do Simpósio, assisti às comunicações sobre Saber escolar da escola primária: memória e história.
Thiago Borges de Aguiar falou sobre o Abecedário de John Huss, que provavelmente deve ter influenciado o trabalho de Comenius; José Ricardo Oriá abordou a escrita da história para crianças na obra de Viriato Correa; as mineiras Kátia Gardênia e Francisca Maciel, da UFMG, falaram sobre as cartilhas de alfabetização usadas em MG no período de 1930 a 1945. Alexia Franco falou sobre a apropriação docente dos livros didáticos de História e Juliano Rosa discutiu o discurso geográfico em um livro didático da década de 1940.

Estes foram os trabalhos a que assisti. Lamentavelmente devem ter sido discutidas questões importantes nas mesas redondas e em outras comunicações que, em virtude de serem realizadas simultaneamente, não puderam ser vistas. De qualquer forma, trouxe comigo o CD e, depois de estudá-lo, tentarei conseguir autorização para publicar aqui no boletim algum material.


2. Notícia das mais relevantes para pesquisadores:

Lançado oficialmente no dia 05 de novembro último, o Sistema Integrado de Acesso do Arquivo Público Mineiro (SIA-APM) é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura, no sentido de democratizar o acesso ao patrimônio documental de Minas Gerais. Trata-se de uma base informatizada que concentra instrumentos de pesquisa e importantes fundos e coleções documentais do APM que já estão em meio eletrônico. Este sistema tem por finalidade facilitar a pesquisa ao mais abrangente acervo documental de Minas Gerais.
O site é o http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/

3. E a satisfação maior: Nosso Boletim está sendo recomendado no site da Revista de História da Biblioteca Nacional. O que é muito bom, mas indica a necessidade de constante melhoramento.


FALAM AMIGOS E AMIGAS

A Editora Lê me encaminha email recebido por eles:
Senhor Editor,

Gostaria de parabenizá-los pelo livro "História de Minas Gerais" de Helena G. Campos e Ricardo de M Faria.

Resumo o livro em uma palavra : magnífico.

Saudações,Célio Martins

FALANDO DE HISTORIA

1. O resgate da educação brasileira
Boa parte da história do Brasil colonial está guardada no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Muitos estudos têm sido feitos com base nesses documentos, mas ainda há muito a se investigar na área de educação. Agora, um projeto está organizando e digitalizando esse acervo, o que ajuda a entender a forma como a educação foi construída no Brasil desde o período colonial.

Leia em http://cienciahoje.uol.com.br/103374

2. Gilberto Maringoni

Outros Outubros virão

Qual o sentido de se debater a Revolução Russa hoje? O tema continuará a fazer sentido enquanto a humanidade quiser buscar outro mundo possível. - 07/11/2007

3. Notícia do portal Bol:

(AFP) - Um grupo de arqueólogos encontrou um templo e um mural de cerca de 4 mil anos na província de Chiclayo, no norte do Peru, que pode remontar ao início da civilização nesta zona, informou o líder da investigação, Walter Alva.

Segundo a datação realizada por radiocarbono no laboratório Beta de Miami, o santuário e o mural "têm 4 mil anos", revelou Alva em Chiclayo, 780 km ao norte de Lima.

"Trata-se de um novo elemento da pré-história andina e podemos ter descoberto o início da civilização na costa norte do Peru".

Alva, que descobriu as Tumbas do Senhor de Sipán em 1987, disse que o santuário pertence ao período arcaico ou pré-cerâmico tardio (entre 3.500 a 1.800 a.C.)

"Isto significa que quando construíram este templo ainda não se fabricava cerâmica, mas temos um santuário de arquitetura altamente desenvolvida", destacou.

O templo, situado dentro de uma grande construção, tem uma escada central e uma grande sala, onde há um altar de culto ao fogo.

Alva revelou que os trabalhos começaram no início de 2007 e que após três meses encontraram um mural multicolor, em uma zona denominada Ventarrón.

No mural há uma figura que parece um veado, o que representaria o ritual de caça praticado pelos antigos habitantes do lugar. Há ainda alguns animais presos em uma rede que tentam escapar de seus captores.

O prédio que abriga o mural tem 50 metros de cumprimento por 50 metros de largura, e suas paredes estão decoradas com pinturas em vermelho, branco e verde.

Alva afirma que o santuário tem especial significado para a ciência porque sua construção revela técnicas de edificação jamais registradas. Suas paredes foram levantadas com blocos de sedimentos argilosos trazidos, provavelmente, das margens de um rio próximo."O que surpreende são as técnicas de construção e seu desenho arquitetônico, além da existência de pinturas murais, que podem ser as mais antigas da América".

Alva também ficou surpreso com o fato de não haver imagens do período "Formativo", como felinos, serpentes e aves, o que apontaria uma tradição diferente. Também não existe qualquer elemento ligado ao mar, apesar de ser uma civilização costeira".

O templo corresponderia aos antepassados da civilização do "Senhor de Sipán', um rei pré-incaico que governou há 1.700 anos e foi achado em uma tumba quase intacta, coberto de ornamentos de ouro

BRASIL


1. Pobreza tem cura
José de Souza Castro, do Tamos com Raiva e da revista Novae

O jornal paulista preferido das 400 famílias mais ricas do país, "O Estado de S. Paulo", tratou de minimizar hoje as informações que obteve em primeira mão, graças ao jornalista Roldão Arruda, de um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Aplicada), ligado ao Ministério do Planejamento, muito favorável ao governo Lula. O estudo será divulgado oficialmente nos próximos dias. Ele diz que em 2005 os gastos federais com programas e ações sociais foram de R$ 18 bilhões, contra apenas R$ 1,3 bilhão em 1995, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Os R$ 18 bilhões, é verdade, são ainda muito pouco para tirar o Brasil da situação penosa em que foi deixado por todos os governos, nos últimos 500 anos. Representam apenas 0,83% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas em 1995 eram tão somente 0,08%, percentual que nenhum tucano de boa plumagem se dá ao trabalho de abrir o bico para anunciar.

Em 2005, o economista americano Jeffrey D. Sachs publicou o livro "The End of Poverty: Economic possibilities for our time". O livro foi traduzido para o português com o título "O Fim da Pobreza", que pode ser comprado no Submarino por 5 x R$ 11,50 sem juros. Considerado pela revista Time uma das cem pessoas mais influentes do mundo, o autor deve ter sido lido por pessoas da equipe de Lula. Ele explica como, nos últimos duzentos anos, a riqueza se tornou desigual no planeta e expõe os motivos que impedem as nações mais pobres de melhorar sua sorte. Ele também ensina a fazer um diagnóstico detalhado dos desafios econômicos a serem enfrentados por um país e a descobrir as possíveis saídas, propondo soluções de curto prazo. Ao mesmo tempo, dirige duras críticas aos países ricos – em especial os Estados Unidos – e aos organismos financeiros internacionais. Lula também deveria ler, se não fosse pedir demais. (Eu tenho em casa um exemplar de capa dura que emprestaria com muito orgulho ao nosso ilustrado presidente.)

Mas, por que estou citando Sachs, além do desejo inconfessável de mostrar alguma erudição? É que ele confirma que, sem isso que o governo Lula está fazendo, não é possível tirar milhões de famílias da miséria. Sachs diz que desde 11 de setembro de 2001 os Estados Unidos desfecharam uma guerra contra o terror, sem levar em conta as causas mais profundas da instabilidade global que criam as condições para o terrorismo. Em 2005, os Estados Unidos consumiram 450 bilhões de dólares com gastos militares e apenas 15 bilhões para responder às demandas dos países mais pobres entre os pobres. De cada 100 dólares do Produto Interno Bruto americana, apenas 15 centavos foram destinados a ajudar os pobres.

Pelos cálculos de Sachs, para acabar com a pobreza no mundo até 2025, seria preciso apenas que os países ricos elevassem para 0,7% de seu PIB o valor de sua ajuda ao desenvolvimento dos países pobres. Com isso, haveria a cada ano US$ 175 bilhões disponíveis, equivalentes a 0,7% do PIB de R$ 25 trilhões dos países ricos em 2002. Hoje não chega a 0,2%. Em 2005, os custos da guerra no Iraque superaram os US$ 5 bilhões por mês, comparados com o US$ 1 bilhão gasto, durante todo o ano, para atingir as Metas do Milênio.

Portanto, o mau exemplo vem do país mais rico do mundo, que tenta impor suas regras a todos nós.

Felizmente, nesse aspecto, parece que Lula não está disposto a seguir Bush. Vejamos os dados publicados hoje pelo Estadão. Os gastos de R$ 18 bilhões, em 2005, foram com pagamentos dos benefícios de prestação continuada (BPC) e do Bolsa-Família e com serviços de ação continuada (SAC) e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). São programas que resultam da regulamentação de direitos previstos na Constituição de 1988. O Bolsa-Família foi criado em 2004, com a junção de quatro programas vindos do governo FHC, e os pagamentos a cada família variam entre R$ 60 e R$ 120 por mês. Pela Constituição, qualquer pessoa que demonstre ter renda inferior a ¼ do salário mínimo e que esteja fora do mercado de trabalho por incapacidade ou idade (mínimo de 65 anos) pode requerer o BPC e receber mensalmente um salário mínimo. O BPC atendia em 1995 a 1,2 milhões de pessoas. Em 2005 o número chegou a 2,8 milhões. É graças a ele que hoje os idosos ganharam uma posição de respeito em milhões de famílias brasileiras.

Os velhos deixaram de ser um peso-morto e se transformaram em arrimo.

Em entrevista a Roldão Arruda, o coordenador do estudo, economista Jorge Abrahão, disse que os gastos do governo com programas e ações sociais ajudam a empurrar as economias locais nos municípios mais pobres. "O gasto social se transforma em consumo, especialmente de alimentos". Por outro lado, os investimentos na ampliação da rede de ensino e de saúde pública geram empregos que também alimentam as economias locais. "Em alguns municípios, o que uma família recebe por mês com Bolsa-Família corresponde ao que recebia num ano fazendo pequenos biscates", diz o economista. Ele lembra que parte do benefício paga retorna ao governo, porque, ao consumir, o beneficiado paga impostos.

A recuperação do valor do salário mínimo, outro feito do governo Lula, teve impacto sobre os programas sociais, pois muitos benefícios são regulados pelo mínimo – e 14 milhões das 21 milhões de pessoas que recebem aposentadorias e pensões da Previdência Social ganham um salário mínimo. No período analisado, o número de benefícios concedidos pela Previdência passou de 14,5 milhões para 21,2 milhões. A quantidade de merenda escolar servida anualmente subiu de 4,6 bilhões para 7,3 bilhões. A compra anual de livros didáticos foi de 57 milhões para 120 milhões de exemplares. O programa de saúde da família, que tinha 724 equipes em 150 municípios, passou a 30 mil em 5 mil municípios.

Como no Brasil o governo tradicionalmente se personifica na pessoa do presidente da República, tais números explicam por que Lula é tão popular e sua gente já pensa num terceiro mandato para continuar no governo. Como disse o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE), autor de um projeto apresentado à Câmara dos Deputados para permitir nova reeleição do presidente da República: "Fui oposição muito tempo. Agora sou governo e gosto muito. Não pretendo mais deixar de ser. Desejo longa vida à oposição... na oposição".

Enquanto isso, os opositores de Lula fazem de tudo para esconder seus feitos (mas não adianta, porque eles são sentidos na pele por cada miserável eleitor deste país). O "Estadão" tratou de esconder a notícia, um furo, com uma pequena chamada na parte de baixo da primeira página, com um título inócuo: "Gastos com verbas sociais vão a R$ 18 bilhões em dez anos". Ao lado, com destaque igual, pôs uma notícia pouco favorável ao governo, com o título “Incor agora corre o risco de ficar obsoleto". Tudo porque, até agora, não foram liberados os R$ 100 milhões de dotação incluída pelos senadores no Orçamento da Saúde neste ano. Como se sabe, o Incor, do Hospital das Clínicas de São Paulo, é o preferido dos senadores e outros políticos com problemas cardíacos. Foi nesse hospital público que morreu no dia 20 de julho o senador Antônio Carlos Magalhães, depois de ficar internado por 37 dias.

Ao lado dessas duas notícias, o que se destaca é uma foto legenda sob o título: "Nordeste: em 2022, ainda educação de 3º Mundo". A reportagem de Eduardo Nunomura diz que em 2022, ano do bicentenário da Independência, o Brasil pretende atingir a meta do índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) estabelecido pelo governo, mas apenas 44 de cerca de 1.400 municípios do semi-árido brasileiro terão qualidade de primeiro mundo, da educação infantil à 4ª série do primeiro grau. O número sobe para 58, da 5ª à 8ª séries. Hoje a média nacional, nesse índice, é de 3,8 no primeiro ciclo e de 3,5 no segundo, mas no semi-árido (uma região que vai do Norte de Minas ao interior do Nordeste) a média está em 2,7.

Esse índice foi criado pelo economista Reynaldo Fernandes, presidente do Inep. Para melhorá-lo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, lançou este ano a Caravana da Educação. Das 1.242 cidades que receberão ajuda do MEC para melhorar mais rapidamente seu índice, 820 são do semi-árido.

A educação básica, todos concordam – até o "Estadão" – é essencial para tirar famílias da miséria e para desenvolver o país.


2. Brasil volta a sofrer pressão internacional pela preservação

Anúncio de novo aumento no desmatamento provoca reações internacionais. Secretário-geral da ONU visitará floresta na semana que vem. Países europeus também manifestaram preocupação. Temor é que expansão dos biocombustíveis aumente degradação da Amazônia brasileira. > LEIA MAIS Meio Ambiente 09/11/2007

• Desmatamento volta a crescer na Amazônia



INTERNACIONAL

1. ESTADOS UNIDOS - Eleições e escolhas estratégicas

Basta analisar os programas dos principais candidatos democratas e republicanos às eleições presidenciais de 2008, para perceber que a “velha” estratégia imperial se mantém de pé, integralmente. A análise é de José Luís Fiori. > LEIA MAIS Internacional

2. Gilson Caroni Filho

Estados Unidos, uma lição de barbárie

Assistimos, nas duas gestões de George W. Bush, a um retrocesso histórico-político sem precedentes. O capital, autonomizado da política, faz tábua rasa dos preceitos mais elementares da modernidade.

3. CRISE ESTRUTURAL?

Crise alimentar, energia e clima: nova geopolítica da fome?No momento em que o preço do barril de petróleo ultrapassa os U$ 90,00, uma outra onda, contínua e silenciosa, se espraia pelo mundo. Trata-se da alta dos preços agrícola, em especial dos gêneros alimentícos. A análise é de Francisco Carlos Teixeira. > LEIA MAIS Internacional



NOTICIAS

1. A Universidade Federal de Alfenas lançou edital para concurso público. São sete vagas para professores universitários, com salários que variam de R$ 3.629,82 (para quem tem mestrado) a R$ 5.549,41 (para quem tem o doutorado). As inscrições devem ser feitas no campus da universidade, na Rua Gabriel Monteiro da Silva, 714, Centro, em Alfenas, de 14 a 30 deste mês, de acordo com o cargo pretendido. A taxa de inscrição custa R$ 90 (para mestres) e R$ 138 (para doutores). As vagas exigem graduação em geografia, ciências sociais, pedagogia, matemática, computação, agronomia, biotecnologia, ciências biológicas ou engenharia florestal. Os editais estão disponíveis no site www.unifal-mg.edu.br

2. A professora Alessandra Schueler, do Rio de Janeiro, envia convite:

Filme Jongos, calangos e folias: música negra, memória e poesia
Tem lançamento dia 15 de novembro no Teatro da UFF
Jongos, calangos e folias: música negra, memória e poesia.
Teatro da UFF - Rua Miguel de Frias, 9 - Icaraí / Niterói - dia 15, 15 horas.

O filme faz parte de um projeto desenvolvido pelo Departamento de História da UFF, com a Petrobras, que também patrocinou a organização do Acervo Petrobrás de Memória e Música Negra do Departamento de História da UFF
(http://www.historia.uff.br/jongos/), com direção geral de Hebe Mattos e Martha Abreu, edição de Isabel Castro, fotografia de Guilherme Fernandez e produção da JLM Produções.

A pesquisa para o filme, com mais de 180 horas de gravação, foi desenvolvida ao longo de 2006 e 2007. Contou com uma equipe grande, que envolveu mestrandos, doutores e muitos alunos de iniciação científica da UFF.

Jongos, Calangos e Folias: Música Negra, Memória e Poesia trata das relações entre jongos, calangos e folias, patrimônios culturais de diversos grupos do Estado do Rio de Janeiro, descendentes da última geração de africanos e escravos. A primeira parte do filme se refere ao litoral do Estado, sul e norte, e apresenta as comunidades quilombolas do Bracuí, em Angra dos Reis, e Rasa, em Búzios. A segunda parte, sobe a serra, chega ao Vale do Paraíba, o velho vale do café no século XIX. Ali são entrevistados representantes das comunidades de Barra do Piraí, Quilombo São José da Serra e Duas Barras. A terceira e última parte, desce a serra, e atinge a Baixada Fluminense, especialmente Mesquita. Em todas as regiões apresentam-se as relações entre os jongos, calangos e folias de reis, com destaque para a poesia e os desafios presentes nestas manifestações.
No dia 15 de novembro estarão presentes grupos de jongo do Quilombo São José da Serra, do Quilombo do Bracuí e da região Barra do Piraí; grupos de calango de Duas Barras e Barra do Piraí, e grupos de folias de reis de Duas Barras e Mesquita. Após a exibição do filme, estes grupos farão apresentações, ilustrando o motivo da festa.

Este material está disponibilizado no arquivo oral e visual do LABHOI/UFF, além de ser distribuído gratuitamente em DVD para escolas, bibliotecas públicas e centros-culturais.

JONGOS
Também conhecidos como caxambus e tambus, os jongos são manifestações culturais executadas por afro-descendentes em várias localidades no Estado do Rio de Janeiro. Apresentam percussão, dança e canto, em forma de poesia. A dança, próxima da fogueira, é em círculo, no centro do qual os dançarinos evoluem. O jongo pode ser cantado por um ou mais solistas, sob a forma de desafio. O restante do grupo, como um coro, responde em refrão. As memórias dos velhos jongueiros, que temos entrevistado, revelam que a prática do jongo envolve feitiço, poderes mágicos e segredos partilhados por familiares. Os jongos hoje proporcionam a solidariedade comunitária e o orgulho de um patrimônio compartilhado e valorizado.

CALANGOS
Pouco estudados pelos especialistas, os calangos animavam, com sanfona, versos, desafios e refrões, os bailes das comunidades afro descendentes no Estado do Rio de Janeiro. Dança em pares, aconteciam muitas vezes nas festas de jongo, dentro das casas, e animavam principalmente os mais jovens. As memórias sobre o calango entre os mais velhos trazem à tona, sempre com muita emoção, as festas que reuniam todas as famílias e fortaleciam os laços comunitários.

FOLIAS DE REIS
Grupos de devotos dos Reis Magos, com cantos e símbolos devocionais, percorrem várias localidades do Estado do Rio de Janeiro, em épocas próximas ao Natal. Compostas, em geral, por mestres, contramestres, palhaços e músicos, as folias são organizadas por famílias afro descendentes e guardam especial apreço ao Rei negro Baltazar. Os grupos visitam os amigos e vizinhos e procuram anunciar o nascimento de Jesus e reproduzir a viagem dos Reis Magos a Belém. As memórias que os mais velhos guardam das folias indicam o quanto essas manifestações envolvem-se com a transmissão e a vivência de um patrimônio familiar e comunitário.

3. VII Seminário Gestão de Documentos – Gestão e preservação de arquivos de arquitetura, engenharia e urbanismo: desafios conceituais e operacionais.

Dias 20 e 21 de novembro, nas Salas Multiuso Renée Gianetti, Av. Afonso Pena, 1212.
Inscrições gratuitas e informações: Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, Rua Itambé, 227, Floresta, fones (31) 3277-4672 ou (31) 3277-4632.
Vagas limitadas à capacidade das salas do Espaço Municipal.

4. Confrontando a escravidão. Conferência promovida pela Academia Brasileira de Letras, será realizada entre os dias 22 e 24 de novembro, na ABL, no Rio de Janeiro, com a participação de grandes especialistas como Elisee Soumoni (Universidade Nacional do Benin), Paul Lovejoy (Universidade de York, Canadá) Gwyn Campbell (Universidade McGill, Canadá), Mohammed Ennaji (Espanha) e Jane Landers (Universidade Vanderbilt, EUA).

5. ONU criará maior biblioteca online do mundo

A Unesco e Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, apoiadas pelo Google, vão desenvolver uma biblioteca digital com trabalhos de todas as partes do mundo. A informação foi divulgada na última quarta-feira (17/10) pela Organização Cultural, Científica e Educacional das Nações Unidas.

Em comunicado, a Unesco informou que “ O objetivo da Biblioteca Digital Internacional é digitalizar materiais raros e únicos de bibliotecas e outras instituições ao redor do mundo e torná-los disponíveis de forma gratuita na Internet”.

Manuscritos, mapas, livros, partituras e gravações musicais, filmes, gravuras e fotografias serão incluídos no projeto.

A iniciativa foi lançada pela Biblioteca do Congresso dos EUA em 2005 e vai permitir aos usuários procurar por lugares, épocas, temas e instituições participantes.

O Google, primeiro patrocinador do setor privado, já está digitalizando acervos de diversas bibliotecas do mundo para acesso online. Há também outros parceiros do projeto, entre eles, bibliotecas nacionais no Egito, Rússia e Brasil.


LIVROS E REVISTAS

1.


No mês da Consciência Negra, Milton Santos está na capa da Fórum. O debate sobre as cotas para afrodescendentes e a necessidade de polí­ticas para assegurar igualdade são temas de reportagens


2. Nas bancas a Revista Cult nº 119. Traz uma alentada entrevista com Istvan Mészaros, que fala sobre o neoliberalismo, os caminhos da esquerda e a economia.


3.

Nas bancas a revista Historia Viva de novembro. Traz um dossiê sobre Terrorismo. Artigos principais: Escravos na Conjuração Baiana – Leni Rienfestahl, a cineasta que revolucionou a propaganda nazista – Século XX: quando as Malvinas foram argentinas.






4.

Nas bancas o número 26 da Revista de História da Biblioteca Nacional. Traz um dossiê dobre os 70 anos do IPHAN. Entrevista com Paulo Fernando de Moraes Farias, que recomenda: “Para se conhecer a África, é preciso ir à África” – Artigos sobre as eleições no Império, os rios do Maranhão, a tela O último Tamoio, de Rodolfo Amoedo, entre outros.






5. 2. Vale a pena ler esta entrevista com Antônio Risério, que está lançando um livro intitulado A utopia brasileira e os movimentos negros.
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2056684-EI6608,00.html

6. Na revista EntreLivros deste mês, “7 filósofos para este milênio”, Conheça os novos pensadores que utilizam a mídia para refletir sobre a vida na sociedade pós-moderna.

7.


Chegando às bancas o número 3 do Le Monde Diplomatique Brasil. François Chesnais escreve sobre a crise nos mercados. A África Negra desestruturada a partir das invasões portuguesa e marroquina – Os impasses no Oriente Médio – O Equador e sua “revolução cidadã” – O declínio dos EUA – Os sem-teto às portas de São Paulo – Moshe Lewin escreve sobre os 90 anos da Revolução Russa – Neurociências a serviço do mercado -





SITES E BLOGUES

1. A PF concluiu que Padre Júlio foi, realmente, a vítima de seu caso, calando inúmeras manchetes que o pré-condenaram sem piedade. É o momento de questionarmos por que parte da mídia teve interesse em transformá-lo em réu.
Muita coisa vem acontecendo no livro "Injustiçados - O Caso Portilho", que teve mais dois capítulos publicados esta semana e chega ao fim em menos de um mês. Denúncias que, espantosamente, nada tiveram a ver com Ari Portilho, sumido por alguns anos das manchetes dos jornais...
Leia em www.tamoscomraiva. blogger.com. br

1 Comentários:

  • Às 5:24 PM , Blogger Ler o Mundo História disse...

    Querido Ricardo,
    Uma pena que sua gripe tenha proibido a cerveja e uma conversa entre autores.

    Uma comunicação coordenada que valeu a pena, além da que assistimos conjuntamente no primeiro dia foi a que historicizou o processo de escolarização em massa nos EUA do século XIX e o uso do livro didático, a historiadora da Puc traçou um cenário semelhante ao que estamos vivendo nesta última década.
    A pesquisadora Célia Cassiano discorreu sobre a expansão das editoras espanholas no século XXI para o Brasil e as implicações para a cultura e educação brasileira deste fenômeno.
    Abraços
    Conceiçao

     

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