Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

17.10.07

Número 109






EDITORIAL


Olá! No editorial de hoje vamos falar essencialmente do Seminário do qual participei, na cidade de Natal, na semana passada. Como sempre, nesses encontros, re-encontramos velhos amigos e ficamos sabendo o que andam pesquisando ou escrevendo. E as surpresas mais gratas ficam por conta de ex-alunos que andam brilhando por este Brasil afora. Vamos ver as fotos daqui a pouco.
No GT que freqüentei com mais assiduidade (porque eram muitos e era impossível ir a todos), o do livro didático de História, outra grata surpresa. Em Aracaju, na Universidade Federal de Sergipe, há um grupo muito forte de pesquisas, não apenas sobre o livro didático, e que envolve principalmente os graduandos. Tenho a satisfação, inclusive, de publicar aqui, hoje, um artigo de duas estudantes de lá, Sayonara e Iara. E espero publicar mais artigos nos próximos números. Confiram na seção Falando de História.
Natal é uma cidade que está crescendo muito, enormes edifícios estão sendo construídos, sua população já chega perto de 1 milhão de habitantes. Preserva algumas áreas antigas, entre elas o famoso Forte dos Reis Magos, construído em 1598.




Forte dos Reis Magos, Natal



Já o Seminário Perspectivas do Ensino de História foi marcado por uma certa desorganização, em função principalmente do feriado da sexta-feira, mas no cômputo geral as discussões foram muito boas.
A palestra de abertura coube à professora Maria Auxiliadora Schmit, da Universidade Federal do Paraná: “O aprender da História no Brasil: trajetória e perspectiva”. Ela desenvolve um trabalho analisando 14 livros de Didática de História, desde Jônatas Serrano até os mais recentes. E observou 3 grandes tendências nesses 14 livros: todos enfatizam que existe uma concepção tradicional à qual contrapõem uma concepção “renovada” ou crítica; enfatizam-se duas grandes questões: para que aprender? E o que aprender?; a terceira tendência é que se procura sempre relacionar a História do Brasil à História Universal.

A mesa redonda “A produção do conhecimento em aulas de História: currículo e espaços de aprendizagem”, reuniu a pesquisadora mineira Lana Mara Siman e Kátia Abud, da USP.
ABUD manifestou sua estranheza quanto a certos conteúdos em alguns livros didáticos de História, por exemplo, a ênfase na apresentação de dinossauros, animais que viveram em épocas em que o ser humano, objeto e sujeito da História, sequer havia surgido. Questionou também alguns assuntos, principalmente nos livros de 1ª a 4ª séries, que ficariam melhor em livros de ciências e geografia, pois não existe uma abordagem histórica dos mesmos: alimentos, habitação, transporte. Tais assuntos, em seu entender, merecem estar num livro de História, mas tratados em sua historicidade, o que quase nunca acontece. Ela desenvolve atualmente uma pesquisa que procura identificar se os alunos são capazes de reconhecer narrativas históricas e identificar os elementos que os alunos selecionam para o reconhecimento da narrativa histórica. Os primeiros resultados já apontam surpresas, mostradas por ela na palestra.
A professora Lana Mara, por sua vez, tratou de “Leitura em sala de aula de História: instituição de práticas”. Afirmou que se queremos um novo ensino de História, é necessário que possamos instituir novas práticas, inclusive das salas de aula. A etnometodologia coloca em evidência a construção social, cotidiana e incessante das instituições nas quais vivem. O fio condutor é a produção das desigualdades.




Professoras Katia Abud e Lana Mara em sua apresentação na mesa-redonda


O minicurso em que me inscrevi foi “História e cultura afro-brasileira na sala de aula”. Foi ministrado pelos professores Amílcar Araújo Pereira e Giovana Xavier Côrtes, o primeiro faz doutorado na UFF e ela na Unicamp. Foi um curso muito interessante, pelas estratégias utilizadas pelos professores e que permitiu um amplo debate, apesar de ser muito corrido, foram apenas duas sessões de 4 horas cada uma.












Prof. Amilcar Profª Giovana





A outra mesa redonda que assisti era “Historia da Educação e ensino de História”, da qual participaram as professoras Arlete Gasparello (UFF) e Marta Araújo (UFRN), além do meu ex-aluno da FAfi-BH e hoje professor da UFU, Décio Gatti, a quem tive o prazer de rever depois de longos anos. Ele mostrou que a invenção da escola moderna e das disciplinas antecede a formação das ciências, o que se constitui, evidentemente, em novidade para aqueles que sempre pensaram que da ciência constituída é que derivavam as disciplinas escolares.

Prof. Décio Gatti


Quanto aos GTs, que ocuparam a maior parte do tempo, como já disse, participei mais do de Livros Didáticos, coordenado pela professora Arlete Gasparello da UFF e João Maria Valença da URFN, onde fiquei conhecendo alguns integrantes do grupo da UFS que me deixaram encantado com seus trabalhos. Prestigiei também as apresentações, em outros GTs, de minha ex-aluna Thamar Kalil, hoje doutoranda na UFU, que apresentou comunicação sobre “Saberes históricos escolares: consciência histórica e identidade latino-americana”.

Thamar Kalil faz sua comunicação



No GT Novas Linguagens no ensino de História, as mineiras (ex-alunas da UFMG) Ligia Vilela Felix e Érica Melanie Ribeiro Nunes apresentaram comunicação intitulada “Desconstruindo imagens, construindo saber histórico: o filme Carlota Joaquina no ensino de História”.



Érica e Lígia apresentado sua comunicação no GT Novas tecnologias

Bem, o Simpósio era enorme, havia centenas de comunicações e, evidentemente, impossível era estar presente em todas. Foram muito frutíferas as que pude assistir, e infelizmente mais não pôde ser feito.

Para concluir nosso editorial de hoje, uma notícia da Agência Estado

Mais de 70% dos formados em Licenciatura no País não trabalham como professores nas escolas brasileiras. Estudo feito pelo MEC mostra que, com exceção das áreas de física e química, existem mais licenciados do que a demanda para dar aulas em todas as salas de 5ª a 8ª séries e do ensino médio. Cerca de 1, 2 milhão de pessoas se formaram nos cursos de Licenciatura do país nos últimos 25 anos, mas eles não querem ir para as salas de aula. Somente nas áreas de física e química, cerca de 90% dos professores que hoje estão lecionando não são formados nessas áreas.

FALAM AMIGOS E AMIGAS

De Portugal, Adriana Almeida envia mais uma notícia preocupante:
França intensifica luta contra imigrantes ilegais

A "gendarmerie" francesa, uma força de polícia militarizada, recebeu esta quarta-feira ordens para intensificar a luta contra os imigrantes clandestinos, reforçando a vigilância nas estradas, nos comboios e no trabalho ilegal, escreve a Lusa.
Aquela força policial, que conta com cerca de cem mil militares, está também a recorrer aos «reformados do exército» e aos «reservistas» para seguir os estrangeiros em situação irregular a partir dos centros de retenção administrativa.
O director-geral da "gendarmerie", o general Guy Parayre, pediu aos militares para intensificarem a luta contra a imigração ilegal, numa nota dirigida aos 22 comandos da região de Paris.
Na nota, publicada pelo diário comunista l`Humanité, o general Guy Parayre refere que «no fim dos primeiros meses do ano, 67 agrupamentos (escalão do comando a nível do departamento) de 17 regiões estão abaixo dos seus objectivos anuais».
O director-geral pede a criação de uma «célula de luta contra a imigração irregular», devendo, para tal, intensificar a vigilância nos eixos de circulação rodoviária e de caminhos-de-ferro, além de um «esforço especial» na luta contra o trabalho ilegal dos clandestinos.
Esta decisão acontece numa altura em que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, colocou o controlo da imigração como prioridade.
O governo já chamou a atenção da polícia para «redobrar os esforços» no sentido de se atingir o objectivo de expulsar este ano 25 mil imigrantes ilegais.
As autoridades avaliam entre 200 a 400 mil o número de clandestinos na França.
O anúncio da "gendarmerie" de intensificar a luta contra a imigração ilegal surge no dia em que foi inaugurado, em Paris, o Museu Nacional da História da Imigração.
O Museu, que pretende reconhecer o contributo dos estrangeiros em França, foi hoje inaugurado discretamente devido às actuais políticas de imigração.
Os responsáveis pelo Museu não quiseram convidar o governo, nem o Presidente da República, por não estarem de acordo com as actuais políticas de imigração das autoridades francesas.
A exposição do Museu abre com uma fotografia da década de 60 de duas mulheres e crianças portuguesas que chegam a uma estação de comboio em Paris.


FALANDO DE HISTORIA


1. A DISCIPLINA ECONOMIA DOMÉSTICA NO ATHENEU SERGIPENSE DA DÉCADA DE 1940


Iara Alves de Farias[i]
Sayonara do Espírito Santo Almeida[ii]


Perante as transformações ocorridas no processo de escolarização ao longo dos anos, é notável o aumento pelo interesse em estudar a história dos currículos e das disciplinas escolares. Tais transformações estão atreladas, entre outros fatores, às redefinições de políticas educacionais que provocaram o surgimento, o desaparecimento ou ainda a mudança de conteúdos de certas disciplinas, dentre elas Economia Doméstica, que constitui o nosso objeto de estudo.
Disciplina ausente dos conteúdos programáticos atuais e desconhecida por muitos, Economia Doméstica estava inserida nos currículos escolares das 3ªs e 4ªs séries do Curso Ginasial e em todas as séries do Curso Clássico, elaborados com base na Lei Orgânica do Ensino Secundário de 09 de Abril de 1942, idealizada pelo então ministro Gustavo Capanema.
Voltada, sobretudo, para a educação feminina, a matéria ditava às estudantes da época, entre outras coisas, o modo como deviam se portar em determinados lugares; maneiras de escolher, arrumar e manter a casa que mais tarde viessem a ser donas; os cuidados com os filhos e o marido, desde a alimentação à maneira de educar a prole (Noções de Puericultura e Nutrologia); contabilidade doméstica e trabalhos manuais como corte e costura - que seria útil já na confecção do enxoval das moças, além de noções de enfermagem, que lhes auxiliaria nos cuidados com os filhos e da família como um todo.
Ao observamos os percursos realizados pelas mulheres na conquista de seus direitos básicos, como o de serem alfabetizadas, poder freqüentar escolas, ou simplesmente ser consideradas como dotadas de inteligência, verificamos o quanto estas conquistas foram difíceis. Outrora, a preocupação com a educação feminina estava voltada mais para questões morais, em detrimento do seu desenvolvimento intelectual. Tal inquietação devia-se ao papel atribuído a mulher na sociedade – o de ser esposa e mãe. Diante de tais transformações é que se fez necessário uma disciplina voltada para a formação dessas mulheres.
O interesse por tal tema foi alimentado através do encontro com cadernetas da disciplina supracitada, referentes aos anos de 1944 a 1949, arquivadas no Centro de Educação e Memória Atheneu Sergipense – Arquivo Permanente do referido colégio que encontra-se em fase de organização do acervo, o qual é coordenado pela Professora Dra. Eva Maria Siqueira Alves, docente do Departamento de Educação (DED) da Universidade Federal de Sergipe.
No Colégio Atheneu Sergipense, primeira instituição oficial de ensino secundário de Sergipe e berço intelectual de grandes personalidades sergipanas que marcaram época, as estudantes que cursavam as 3ªs e 4ªs séries do curso ginasial em meados do século XX, também receberam lições da referida matéria das professoras Esther de Aquino Vasconcelos e Anita de Novaes Mendonça.
Diante das investigações até o momento realizadas, uma vez que esta é uma pesquisa ainda em andamento, é possível inferir-se que Economia Doméstica não era uma disciplina preocupada apenas com a “a arte de administrar uma casa”, como sugere a sua denominação. Ela conseguia aliar este saber às questões morais, que se constituíam no centro das atenções de formadores femininos, pois “para que se desenvolvam perfeitamente as suas faculdades morais, intelectuais e físicas, é necessário que o indivíduo encontre no lar a base solidamente assentada” (SERRANO, 1954, p.20).
Nota-se ainda que ao formar esposas dedicadas, mães exemplares, donas de casa capazes de administrar o seu espaço privado, a matéria de ensino preparava, mesmo que indiretamente, mulheres profissionais, uma vez que seus conteúdos lhes davam suporte para ocupações como a enfermagem, a contabilidade e o serviço social.

[1] Graduanda em História pela UFS, membro do Grupo de Pesquisa Disciplinas Escolares: História, Ensino, Aprendizagem (GPDEHEA), sob a Coordenação da Profª. Drª. Eva Maria Siqueira Alves. E-mail: iaraalvesf85@yahoo.com.br

[1] Graduanda em História pela UFS, membro do GPDEHEA. E-mail:
sayonara_esa@hotmail.com


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALVES, Eva Maria Siqueira. O Atheneu Sergipense: uma casa de educação literária examinada segundo os planos de estudo (1870/1908). 2005. Tese de Doutorado, Programas de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política e Sociedade, PUC/SP.
CHERVEL, André. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. In: Teoria e Educação, 1990. nº2. pp.177-229.
GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes, 2001. 4.ed.
SERRANO, Isabel de Almeida. Noções de Economia Doméstica. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1954. 6. ed.



2. Horrorosos, atrasados, incivilizados e degenerados



Henrique Sugahara observa a difamação dos feiticeiros negros, curandeiros e cartomantes, promovida pela imprensa paulistana e pela elite republicana no início do século XX.
Leia em http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia01/


BRASIL

1. do blog do Rovai

Histórias do Paulo Renato e Raul Jungmann e a licitação das rodovias
(10/10/2007 17:06)
Aparentemente nenhuma notícia tem relação com a outra, mas como esse blogueiro acha que nem tudo que fica parado é poste (e viva o Zé Simão), o leitor que tire suas conclusões.
A história mais instigante está publicada na Folha de hoje. O ex-ministro da Educação no governo FHC (durante os dois mandatos) e atual deputado federal tucano Paulo Renato de Souza enviou um artigo para o jornal para tratar da compra pelo BB do Besc, o banco estadual de Santa Catarina. Ainda não li o artigo porque ele não foi publicado, mas claro que o nobre deputado deve ter defendido que o Besc deveria ser privatizado. Nem precisa ser bidu para saber disso. Mas o artigo foi enviado antes para a leitura do presidente do Bradesco. Veja o trecho da Folha que é bastante esclarecedor:
“O deputado federal Paulo Renato (PSDB-SP) submeteu à apreciação da presidência do banco Bradesco um texto assinado por ele e enviado anteontem à Folha para publicação. No artigo, ainda inédito, o deputado critica a intenção do governo federal de passar o Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) para o controle do Banco do Brasil.
O texto foi enviado ao jornal por e-mail. Por engano, o corpo da mensagem trouxe uma correspondência eletrônica anterior, na qual o parlamentar escrevera ao presidente do Bradesco, Márcio Cypriano: "Em anexo, vai o artigo revisto. Procurei colocá-lo dentro dos limites do espaço da Folha. Por favor, veja se está correto e se você concorda, ou tem alguma observação. Muito obrigado, Paulo Renato Souza" O mais estranho de tudo isso é que aqui na redação da Fórum, quando a gente escreve para alguém algo como: “em anexo vai o artigo revisto. Procurei colocá-lo dentro dos limites do espaço da revista”, a gente quer dizer que o artigo do interlocutor foi editado. Mas a gente sabe que o deputado Paulo Renato de Souza não assinaria um artigo de Márcio Cypriano e enviaria assinando-o para um jornal. Mas que é estranho é, não é deputado?
Aliás, se eu fosse presidente do Itaú, do Unibanco, ou do Banco Panamericano ficaria muito chateado com o deputado. Afinal, segundo dados do TSE, para a última campanha de Paulo Renato o Itaú doou 150 mil reais, o Unibanco 50 mil reais e o Panamericano 50 mil. E, diretamente, o Bradesco não lhe deu um centavo. E na hora de “revisar” seus artigos o deputado consulta o Bradesco. Jungmann – O Estado de S. Paulo de hoje traz uma reportagem que dá conta que a Justiça Federal de Brasília bloqueou os bens e as contas bancárias do deputado federal Raul Jungmann (PPS), também ex-ministro no governo FHC. Ele é acusado de ter contratado sem licitação uma agência de publicidade. Jungmann para quem não o conhece é um daqueles deputados que fica acusando o governo Lula de “o mais corrupto da história” e que outro dia saiu no braço com seguranças do Senado porque queria assistir o julgamento de Renan Calheiros. Não tenho elementos para dizer se Jungmann é o ou não inocente, mas estou curioso para ver o Jornal Nacional de hoje. Imagino que teremos uma enorme e detalhada cobertura do caso.
Falando em caso, a licitação para concessões de rodovias feitas ontem resultou num custo de pedágio de 0,02 centavos por quilômetro. Nas rodovias paulistas, em concessões organizadas pelo PSDB, o custo por quilômetro é em média de 0,12 centavos. Ou seja, seis vezes maior. Pois é, pois é. Como acredito na nossa mídia comercial, estou esperando as explicações de Geraldo Alckminn e José Serra sobre o assunto. Ou eles não têm de se explicar?


2. A gaiola se abre. E a audiência voa
Por Nelson Hoineff em 9/10/2007

A entrevista de Aguinaldo Silva para a Folha de S. Paulo de quinta-feira ("O 2 Caras desaba; autor culpa DVD e Orkut", 4/10/2007) sintetiza o que todos sabem, mas as emissoras de televisão fingem que não existe: a era da massificação acabou.
A novela das 8 está fazendo 35 pontos, o que não acontecia há dez anos. Mas não está sozinha. O Fantástico estacionou em pouco mais de 20 pontos. Nos bons tempos chegava a cravar 65. O Casseta e Planeta não passa dos 25. E o próprio Jornal Nacional está amargando a casa dos 30. A Record e o SBT disputam o segundo lugar com médias mensais entre os 6 e 7 pontos, como lembra a reportagem de capa da Veja com data de capa de 10 de outubro.
O público não está migrando para outras redes. Está caminhando na direção de outras mídias. "Agora até as criancinhas estão viciadas em Orkut", diz Aguinaldo. Não só em Orkut e não só as criancinhas. As pessoas estão desligando seus aparelhos de televisão e ligando seus computadores. Cerca de 36% dos televisores brasileiros estão desligados em pleno horário nobre. Isso nunca havia acontecido. O índice vai cair muito na medida em que o brasileiro tenha acesso à internet em banda larga. E os televisores que estiverem ligados estarão cada vez menos construindo o imenso bloco dos cidadãos que precisam ser parte da audiência massiva para fazer parte da sociedade.

Televisão pelo celular

A Telefônica, a BrT, a Oi, todas as teles, enfim, estão lançando suas grades de IPTV, ainda timidamente, mas que em pouco tempo darão acesso à programação de TV a todos que tiverem uma linha telefônica. O tempo em que 80% da sociedade brasileira estava consumindo a mesma informação ao mesmo tempo é parte da história. Não voltará jamais. As crianças que estão nascendo agora demorarão para acreditar que isso um dia aconteceu.
A personalização do consumo midiático é um fato extraordinário num país que tem a televisão aberta mais abrangente do mundo. (Nos EUA, as três grandes redes abertas navegam hoje em torno dos 7% para cada uma.) As transmissões digitais vão potencializar esse quadro. Por isso as emissoras temem tanto qualquer passo que possa impactar o modelo de negócios estabelecido há mais de 50 anos.
Mas o impacto é inevitável. A grande batalha será travada nas transmissões para receptores móveis e portáteis. As transmissões começam oficialmente em 2 de dezembro, mas desde maio a Globo e a Band vêm colocando o sinal digital no ar. Ele pode ser captado hoje por qualquer um que disponha de um receptor digital portátil. Ele é do tamanho de um celular. Não pode ser encontrado ainda nas Casas Bahia, mas está disponível em qualquer esquina do Japão. A partir de 2008 será, sim, o celular. A partir de então, o horário nobre (que concentra mais de 80% da receita das emissoras) não será mais o período em que o cidadão está em casa, mas todos os períodos em que ele estiver ocioso, seja no trânsito ou no intervalo para o lanche. No Japão, 40% da audiência televisiva já se dá pelo celular ou por qualquer outro tipo de receptor portátil. O japonês, em grande medida, já prefere ver televisão pelo seu aparelho de bolso, mesmo quando está em casa.

Procurando sua turma

Não é simplesmente uma tendência local. Ganha um doce quem encontrar um garoto de 15 anos que veja hoje televisão seqüencialmente. Que se sente com a família diante de um aparelho, como induziam os anúncios de revistas dos anos 50.
O consumo se individualizou e vai se individualizar mais e mais, fazendo com que a curva assintótica, conhecida como cauda longa, se estenda ao infinito. Mas as emissoras não perceberam isso – ou não querem acreditar no que estão vendo. Ficam espantadas quando o garoto não está vendo Paraíso Tropical. Acham que Duas Caras vai resolver o problema. Mas esse problema não mais será resolvido.
Até porque a fuga da audiência não é o problema, mas a solução, como erroneamente dizia Darcy Ribeiro sobre as favelas. A exacerbação da televisão generalista foi lida no Brasil como a necessidade de se tratar o espectador como débil mental. De tanto fazer isso, as emissoras passaram a acreditar que o espectador era mesmo um idiota. Compuseram para ele um cardápio oligofrênico que expressa muito mais o que os realizadores são capazes de fazer do que aquilo que o povo é capaz de entender.
A expansão da oferta do produto audiovisual está simplesmente fazendo com que a verdade venha à tona. O jovem, que tem acesso a inúmeras fontes de informação, sobretudo mas não apenas pela web, olha para a sua televisão e tudo aquilo lhe parece uma idiotice. Bota o seu fone de ouvido e vai procurar a sua turma.

Virando as costas

Não há um único argumento no mundo para sugerir que ele esteja errado. Durante muito tempo a sociedade brasileira via a sua televisão e não sabia o que poderia existir do lado de fora da gaiola. O que as novas mídias fizeram foi abrir a porta da gaiola. Levará menos de uma geração para que o modelo de programação desenvolvido pelas emissoras vá parar num museu antropológico.
Disso não escapa, é claro, a qualidade da informação jornalística. Antes mesmo que a informação objetiva apareça, o tratamento dado a quem vai consumi-la é bizarro. Que credibilidade pode ter quem se dirige a nós como idiotas?
O entorpecimento promovido pela própria televisão – que faz com que o espectador, devidamente lobotomizado, pareça não perceber como está sendo tratado, pretenda não saber qual é o passado da fonte da informação "isenta" que lhe está sendo passada – está tendo a sua resposta no comportamento das novas audiências, para as quais a gaiola está aberta e que se espantam, sim, vendo no televisor dos seus pais uma dramaturgia incrivelmente primária, um cardápio de atrações que parecem saídas de um circo de horrores, uma informação com sabor de hipocrisia que parece saída de um mundo construído sabe-se lá por quem.
Esse novo espectador está virando as costas a tudo isso. A informação que está procurando fala da sua tribo, dos seus anseios, da sua atitude, da sua visão do mundo, que certamente não é a visão filtrada pelos que estão comprometidos com a possibilidade de emburrecê-lo.
O problema não está no Duas Caras, mas no que essa novela – e toda a programação que gira em sua volta – representa. Ontem, quem não via essa programação não fazia parte do mundo. Hoje, é justamente o contrário.


NUESTRA AMERICA

1. ‘A América Latina é uma esperança’, diz Evo nos 40 anos da morte de Che



Presidente boliviano fez um discurso marcadamente ambientalista, ao lado do local onde foram encontrados os restos mortais de Che Guevara, em Vallegrande, na região sudeste da Bolívia. > LEIA MAIS Política 08/10/2007

2. Jorge Rovira Mas

Costa Rica e o referendo sobre o TLC com os EUA



O primeiro referendo da história da Costa Rica aprovou, por uma estreita margem, um Tratado de Livre Comércio com os EUA. Desigualdade de recursos e interferência do governo e da mídia marcaram a consulta. A análise é de Jorge Rovira Mas. - 10/10/2007

3. Frei Betto: "cooptar símbolo é a melhor maneira de neutralizar seu significado"
Por Glauco Faria


É assim que ele explica por que a imagem de Che foi rapidamente absorvida pelo capitalismo. Na entrevista, Betto fala ainda que Guevara é só um “retrato na parede” para a esquerda política brasileira. Ele é uma das fontes da reportagem de capa da edição da Fórum deste mês, nos 40 anos de sua morte. leia http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=1215


INTERNACIONAL

1. DEBATES CARTA MAIOR

Aquecimento global: é preciso mais do que biocombustíveis para enfrentá-lo



Debate reuniu especialistas e representantes do governo e de setores envolvidos com a luta ambiental para uma discussão sobre o aquecimento global. Ficou claro que a solução não passa apenas por alternativas energéticas, mas sim por uma definitiva mudança nos padrões de consumo e produção. > LEIA MAIS Meio Ambiente 11/10/2007


2. José Luis Fiori

O "poder global"


Do ponto de vista do “poder global”, desordem, crise e guerra não são, por si mesmos, um anuncio do “fim”, são uma parte necessária do movimento de expansão do sistema mundial. Deste mesmo ponto de vista, falar de uma “crise terminal”, com data marcada, de um poder hegemônico é um absurdo teórico e histórico. - 10/10/2007

3. Tão bárbaros como Bush


Imagens do pan-arabismo totalitário, uma tendência que nega o passado, a cultura e tolerância árabes – mas cresce em muitas partes do mundo, em outro sinal de que o fundamentalismo é uma das grandes ameaças à humanidade, no século 21
Roberto Cattani
Leia em http://diplo.uol.com.br/2007-10,a1944


NOTICIAS


1. Seleção para Mestrado e Doutorado

- As inscrições para as provas de seleção para o Mestrado e Doutorado em Sociologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) estão abertas ate' 22/10/2007. Mais informações em www.ifch.unicamp.br/pos.


- As inscrições para as provas de seleção para o Mestrado em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), estão abertas ate' 30/11/2007. Mais informações em www.pucminas.br/Mestrado/RI


- As inscrições para as provas de seleção para o Mestrado e Doutorado em Planejamento Urbano e Regional do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR), estão abertas ate' 1/11/2007. Mais informações em http://www.ippur.ufrj.br/.


2- I Simpósio Nacional de Pesquisa na Graduação em Relações Internacionais/USP
O Núcleo de Estudos de Relações Internacionais (NERI), do Centro Acadêmico Guimarães Rosa (Guima), do curso de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, esta' organizando o I Simpósio Nacional de Pesquisa na Graduação em Relações Internacionais. O objetivo deste evento e' contribuir para o debate acerca da importância da pesquisa para a consolidação acadêmica de Relações Internacionais. O Simpósio ocorrera' entre 30/10 e 1/11/2007. Mais informações em guimarosa.no-ip.info


3. 12ª Mostra Internacional do Filme Etnografico/RJ
Será realizada entre 6 e 14/11/2007 a 12ª Mostra Internacional do Filme Etnográfico, um evento que tem como objetivo exibir documentários de caráter etnográfico, nacionais e internacionais, possibilitando um dialogo entre diferentes realizadores e suas cinematografias. Mais informações em mostraetnografica.com.br.

4. Revista/ Chamadas para artigos


- A revista Cidade Nova, publicação do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, esta' recebendo artigos, entrevistas e resenhas de livros. Mais informações pelo e-mail: revistacidadenova@rio.rj.gov.br

5. Gostaríamos de solicitar a divulgação dos “Seminários de História Econômica”, uma iniciativa do recém-constituído “Hermes & Clio” - Grupo de Estudos e Pesquisas em História Econômica, do Departamento de Economia da FEA-USP. O grupo, formado por docentes, alunos e pesquisadores, tem como objetivo promover o estudo e a pesquisa dos diversos temas e períodos da História Econômica no âmbito do Departamento de Economia da FEA.
Os eventos estão abertos a todos interessados. A programação para o ano de 2007 é a seguinte:

Flávio Rabelo Versiani (Departamento de Economia, UnB)
“Escravidão ‘suave’ no Brasil: Gilberto Freyre tinha razão?”
Dia: 17 de outubro de 2007 (quarta-feira)
Horário: 11:30

Eustáquio Reis (IPEA)
“As origens das desigualdades no Brasil”
Dia: 31 de outubro de 2007 (quarta-feira)
Horário: 11:30

Gabriel Porcile (Departamento de Economia, UFPR)
“Convergence, trade and industrial policy: Argentina, Brazil and Uruguay in the international economy, 1900-1980”
Dia: 21 de novembro de 2007 (quarta-feira)
Horário: 11:30


LIVROS E REVISTAS

1. A Revista Cult de outubro está nas bancas com um dossiê sobre os rumos do pensamento de esquerda pós queda do Muro.


2. - "As metrópoles e a questão social brasileira", organizado por Luis César de Queiroz Ribeiro e Orlando Alves dos Santos Alves, editora Revan. Mais informações pelo e-mail: divulgacao@ippur.ufrj.br

3- "Historia das relações internacionais", organizado por Mônica Leite Lessa e Williams da Silva Gonçalves, EDUERJ. Mais informações em www.uerj.br/eduerj.

4- "A barbárie legitimada", organizado de Daniela Maria Cunha de Hollanda, EDUERJ

Qual a relação entre história oral e entrevista? Como fazer um projeto de história oral? A história oral brasileira é diferente?
Leitura útil e importante para compreender um mundo que caminha entre palavras, discursos, narrativas e esperanças de compreensão, História oral: como fazer, como pensar é uma introdução abrangente e exemplificada, destinada a todos – estudantes e professores de História, pesquisadores, jornalistas e demais interessados –, que busca facilitar o aprendizado e ampliar os debates sobre como abordar: memória, identidade e comunidade – matérias-primas da história oral. Resultado de anos de pesquisas teóricas e aplicação em diversos temas, este livro foi organizado como um roteiro em que a experiência prática se articula às ponderações teóricas de maneira que uma justifique a outra. Dividido em duas partes, o como fazer é um guia atento que responde e mostra os passos da elaboração de projetos em história oral; o como pensar é um roteiro teórico que enlaça tanto a origem, pertinência da transformação do conceito de documento, quanto o desafio de quem se vale da história oral como uma oportunidade de aliar avanços da eletrônica com a capacidade de ponderar sobre o mundo no tempo presente.
Os autores
José Carlos Sebe B. Meihy é professor titular aposentado do Departamento de História da USP e Coordenador do Núcleo de Estudos em História Oral (NEHO - USP). Além de ser um dos introdutores da moderna História Oral no Brasil, é criador de uma metodologia própria de condução de História Oral.É também consultor histórico de novelas de televisão.
Fabíola Holanda é professora adjunta do Departamento de História da Universidade Federal de Rondônia, doutora em História Social pela USP e pesquisadora associada do NEHO/USP.

Preço: R$ 33,00 - Nº Págs.: 176


6, Quem se interessa pela época e não conseguiu comprar a edição das Ordenações Filipinas da Fundação Calouste Gulbenkian. Vejam isso!!!!

http://www.seep.ws/produtos.asp?produto=99

7. Tráfico de mulheres e crianças cresce, mas faltam políticas públicas, mostra livro Por Brunna Rosa

Livro Tráfico de Pessoas e Violência Sexual, do grupo Violes, propõe políticas públicas para a população em situação de abuso e exploração sexual. leia

8. Editora Contexto apresenta mais um importante lançamento da já consagrada coleção Povos e civilizações:
OS JAPONESES - Célia Sakurai

É grande a tentação de ficar nos estereótipos quando se trata de japoneses. São disciplinados e limpos segundo alguns, silenciosos e desconfiados segundo outros. E, para quase todos, um povo obstinado, respeitoso dos seus ancestrais e herdeiro da lealdade dos samurais. No entanto, existe um outro lado do mundo oriental que desperta grande curiosidade. É verdade que a indústria japonesa nada cria, apenas copia? E por que será que os japoneses gostam de tirar tantas fotos e andar sempre em grupo? E as mulheres, seriam ainda gueixas submissas e dependentes? O objetivo deste livro é mostrar de onde vêm essas imagens cristalizadas, a partir de um olhar sobre a história, desde a formação, passando pelo mito do milagre japonês e chegando até o Japão pop de hoje. É sobre esse povo fascinante que se debruça a historiadora e antropóloga Célia Sakurai neste livro surpreendente e revelador.
A autora
Célia Sakurai é mestre em Ciência Política pela USP e doutora em Ciências Sociais pela Unicamp. Especialista em história da imigração japonesa no Brasil, foi pesquisadora do Idesp e em diversas instituições de pesquisa em São Paulo. Autora de diversos livros e artigos sobre imigração japonesa, é colaboradora no Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil.
Preço: R$ 49,90 - Nº Págs.: 368

9. Nas bancas a edição especial nº 8 da revista Biblioteca EntreLivros. Na chamada de capa, artigos que vão interessar a todos: Retratos do Brasil: Antônio Candido, Caio Prado Jr., Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e outros pensadores que produziram as principais obras para explicar como se forjou o país de hoje. Entenda: O homem cordial – Mestiçagem – Mitos de origem – Subdesenvolvimento.

10. Não deixe de ler, na revista Carta Capital desta semana, três matérias: a primeira é a matéria de capa, Império com pés de barro, com uma análise do sociólogo Immanuel Wallerstein sobre a hegemonia norte-americana. A outra é um relato dos últimos momentos de Che Guevara, fuzilado na Bolívia há 40 anos atrás, revelando alguns detalhes preciosos a partir de documentos norte-americanos. A terceira é fundamental para quem milita na educação: O ensino vai à bolsa, mostrando o poder dos grandes conglomerados “educacionais” e o processo de fusão de instituições, muito ao modo de empresas industriais e financeiras. Aliás, na próxima indicação, do jornal Le Monde Diplomatique Brasil há um artigo que se aproxima bastante deste, Europa: o ensino no tom do mercado.

11. Não perca o segundo número do jornal Le Monde Diplomatique Brasil. Entre as muitas matérias, destacamos: O novo fundamentalismo – Comunicação e Democracia – Traumatismos de fim de império (EUA) – As manobras americanas contra o Irã – Claro-escuros bolivarianos – Brasil: o país dos desiguais – a esquerda evangélica – Um novo marxismo para um novo mundo – Os cadernos inéditos de Che Guevara – Periferia: a invenção dos bairros problemáticos – Europa: o ensino no tom do mercado.

SITES E BLOGUES

Prof. Ricardo,em minha postagem desta semana, no blog http://www.tiagomentausandoarazao.blogspot.com/, coloco em debate aberto as questões referentes a descriminalização das drogas como solução mais eficaz ao combate do tráfico de drogas e ao crime organizado.Tudo isto vem a calhar nesta semana onde estréia em nossos cinemas o filme "Tropa de Elite" baseado no ótimo e não menos chocante livro "Elite da Tropa" que aborda a guerra urbana vivida na cidade do Rio de Janeiro e que reflete de maneira crua a coexistência deturpada e doentia de policiais, traficantes, sociedade.Abraços do colega Tiago Menta.


2.Caixa dois não é privilégio dos tucanos mineiros! O Zeca do PT aprendeu direitinho com a trupe de Eduardo Azeredo: é acusado de desviar R$ 30 milhões por meio de agências publicitárias parceiras.
No capítulo 11 de "Injustiçados" , a imprensa consegue fazer seu papel em plena ditadura e, no capítulo seguinte, Ari Portilho quase perde todos os seus direitos de cidadão ao enfrentar os juízes que o acusavam de "doido varrido".
Leia em http://www.tamoscomraiva.blogger.com.br/



Interessante noticia a respeito de uma biblioteca virtual sobre África, que já tem mais de 200 mil itens.

4. O site http://www.sabercultural.com/ me foi recomendado e é realmente um primor. Se quiser conhecer sobre pintores, escultores, músicos, visitar centenas de museus e bibliotecas on-line, não deixe de acessar. Vale a pena!!!

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