Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

5.5.10

Numero 233



Estava eu, ontem à tarde, selecionando o material para este Boletim, quando fui surpreendido pela notícia de que minha filha já estava a caminho da maternidade para ganhar seu primeiro filho (e meu segundo neto).
Dessa forma, não foi possível alinhavar muita coisa aqui, nem selecionar mais coisas (material não faltava...).
Os leitores irão me perdoar, com certeza... Motivo justo, não?
Bem, o João Augusto já nasceu, passa bem, tem saúde.
E o Boletim vai meio capenga, mas com dois temas de fundo. O primeiro, o titulo que a revista Time (para quem não sabe, esta revista não é financiada pelo comunismo internacional...) escolheu o presidente Lula como a PESSOA MAIS INFLUENTE do mundo. E a nossa mídia, claro, ignorou completamente o assunto, que seria motivo de orgulho em qualquer país do mundo. Um artigo tenta compreender as razões desse silêncio.
O outro tema é a política brasileira, com as declarações terríveis do Serra contra o Mercosul. As repercussões, inclusive na Argentina, não demoraram e estão logo em seguida para quem quiser ler.
Ainda com relação ao pré-candidato, a denúncia feita por um deputado a respeito da guerra suja que será travada pela internet. Leiam, para terem a certeza de que aquele comentário de minha amiga, publicado no numero passado (e que vou repetir neste) tem muita razão de ser:


E, principalmente, solicito que confiem no meu discernimento em questão política. Neste ano vão nos entulhar a caixa de LIXO que querem que repassemos, nos fazendo de joguete de interesses eleitoreiros. Gente que quer prestígio, poder e dinheiro e para tanto quer eficientes cabos eleitorais que façam divulgar, a custo zero para eles, o que não ousariam nem sequer mencionar em debates sérios! Nós, simples pagadores de impostos, além de pedágios e outros, viramos otários!
Eu não vou aceitar ser usada para divulgar coisas que em sua maioria nem verdade são, ou, pior ainda: Verdades distorcidas ou meias verdades, o que é pior que a mentira. As coisas sérias e com algum grau de confiabilidade chegam à imprensa e se tornam depois objeto de debate. O resto é lixo!
Minha formação cidadã não necessita de informações "privilegiadas" de última hora: Leio livros, jornais, analiso também por mim mesma a realidade do dia a dia e faço consciente minhas escolhas, pois é assim que deve ser. Por favor, não me conte como uma pessoa ingênua a mais, você, amigo (a) que me conhece.







Nova York, 29 abr (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a pessoa mais influente do mundo, segundo a revista "Time", que publicou hoje a lista que inclui também o ex-líder americano Bill Clinton e a cantora Lady Gaga.

A sétima lista anual da publicação das 100 pessoas mais influentes do mundo, divulgada hoje no site da revista que chega às bancas nesta sexta-feira, coloca o presidente Lula, de 64 anos, no topo dos líderes mundiais.
"Lula é um autêntico filho da classe trabalhadora latino-americana, que esteve preso uma vez por liderar uma greve", afirma o cineasta Michael Moore, que se encarregou de elaborar um perfil do presidente para a revista em que destaca as conquistas de Lula para levar o seu país "ao Primeiro Mundo".
Time: por que Dalai Lama é o "mais" e Lula é "um dos"?
Mais uma farsa da Mídia Corporativa, com apoio do PSDB/DEM/PPS, que mostra que os métodos mentirosos foram incorporados às redações e como pode ser rasa uma personalidade pública.
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1490


Lula, as elites e o vira-latas
É extremamente interessante que o brasileiro de maior destaque no mundo hoje seja um mestiço, nordestino, de origens paupérrimas e com déficit de educação formal. Para todos os segmentos das elites nacionais, nostálgicas de uma Europa que as rejeita, é como uma bofetada! E assim foi compreendida a lista do Time. Daí a resposta das elites: o silêncio!
Francisco Carlos Teixeira
Seguindo outros grandes meios de comunicação globais, a revista Time escolheu – na semana passada - o presidente Lula como o líder mais influente do mundo. A notícia repercutiu em todo o mundo, sendo matéria de primeira página, no jornalão El País.
Elite e preconceito
Na verdade a matéria o apontava como o homem mais influente do mundo, posto que nem só políticos fossem alinhados na larga lista composta pelo Time. Esta não é a primeira vez que Lula merece amplo destaque na imprensa mundial. Os jornais Le Monde, de Paris, e o El País, o mais importante meio de comunicação em língua espanhola (e muito atento aos temas latino-americanos) já haviam, na virada de 2009, destacado Lula como o “homem do ano”. O inédito desta feita, com a revista Time, foi fazer uma lista, incluindo aí homens de negócios, cientistas e artistas mundialmente conhecidos. Entre os quais está o brasileiro Luis Inácio da Silva, nascido pobre e humilde em Caetés, no interior de Pernambuco, em 1945, o presidente do Brasil aparece como o mais influente de todas as personalidades globais. Por si só, dado o ponto de partida da trajetória de Lula e as deficiências de formação notórias é um fato que merece toda a atenção. No Brasil a trajetória de Lula tornou-se um símbolo contra toda a forma de exclusão e um cabal desmentido aos preconceitos culturalistas que pouco se esforçam para disfarçar o preconceito social e de classe.
É extremamente interessante, inclusive para uma sociologia das elites nacionais, que o brasileiro de maior destaque no mundo hoje seja um mestiço, nordestino, de origens paupérrimas e com grande déficit de educação formal. Para todos os segmentos das elites nacionais, nostálgicas de uma Europa que as rejeita, é como uma bofetada! E assim foi compreendida a lista do Time. Daí a resposta das elites: o silêncio sepulcral!
Lula Líder Mundial
Desde 2007 a imprensa mundial, depois de colocá-lo ao lado de líderes cubanos e nicaraguenhos num pretenso “eixinho do mal”, teve que aceitar a importância da presença de Lula nas relações internacionais e reconhecer a existência de uma personalidade original, complexa e desprovida de complexos neocoloniais. Em 2008 a Newsweek, seguida pela Forbes, admitiam Lula como um personagem de alcance mundial. O conservador Financial Times declarava, em 2009, que Lula, “com charme e habilidade política” era um dos homens que haviam moldado a primeira década do século XXI. Suas ações, em prol da paz, das negociações e dos programas de combate à pobreza eram responsáveis pela melhor atenção dada, globalmente, aos pobres e desprovidos do mundo.
Mesmo no momento da invasão do Iraque, em busca das propaladas “armas de destruição em massa”, Lula havia proposto a continuidade das negociações e declarado que a guerra contra a fome era mais importante que sustentar o complexo industrial-militar norte-americano.
Em 2010, em meio a uma polêmica bastante desinformada no Brasil – quando alguns meios de comunicação nacionais ridicularizaram as propostas de negociação para a contínua crise no Oriente Médio – o jornal israelense Haaretz – um importante meio de comunicação marcado por sua independência – denominou Lula de “profeta da paz”, destacando sua insistência em buscar soluções negociadas para a paz. Enquanto isso, boa parte da mídia brasileira, fazendo eco à extrema-direita israelense, procurava diminuir o papel do Brasil na nova ordem mundial.
Lula, talvez mesmo sem saber, utilizando-se de sua habilidade política e de seu incrível sentido de negociações, repetia, nos mais graves dossiês internacionais, a máxima de Raymond Aron: a paz se negocia com inimigos. As exigências, descabidas e mal camufladas de recusa ás negociações, sempre baseadas em imposições, foram denunciadas pelo presidente brasileiro. Idéias pré-concebidas estabelecendo a necessidade de mudar regimes para se ter a paz ou usar as baionetas para garantir a democracia foram consideradas, como sempre, desculpas para novas guerras. Lula mostrou-se, em várias das mais espinhosas crises internacionais, um negociador permanente. Foi assim na crise do golpe de Estado na Venezuela em 2002 (quando ainda era candidato) e nas demais crises sul-americanas, como na Bolívia, com o Equador e como mediador em crises entre outros países.
Lula negociador
O mais surpreendente é que o reconhecimento internacional do presidente brasileiro não traz qualquer orgulho para a elite brasileira. Ao contrário. Lula foi ridicularizado por sua política no Oriente Médio. Enquanto isso o presidente de Israel, Shimon Perez ou o Grande-Rabino daquele país solicitavam o uso do livre trânsito do presidente para intervir junto ao irascível presidente do Irã. Dizia-se aqui que Lula ofendera Israel, enquanto o Haaretz o chamava de “profeta da paz” e a Knesset (o parlamento de Israel) o aplaudia em pé. No mesmo momento o Brasil assinava importantes acordos comerciais com Israel.
Ridicularizou-se ao extremo a atuação brasileira em Honduras, sem perceber a terrível porta que se abria com um golpe militar no continente. Lula teve a firmeza e a coragem, contra a opinião pública pessimamente informada, de dizer e que “... a época de se arrancar presidentes de pijama” do palácio do governo e expulsá-los do país pertencia, definitivamente, a noite dos tempos.
Honduras teve que arcar com o peso, e os prejuízos, de sustentar uma elite empedernida, que escrevera na constituição, após anos de domínio ditatorial, que as leis, o mundo e a vida não podem ser mudados. Nem mesmo através da expressa vontade do povo! E a elite brasileira preferiu ficar ao lado dos golpistas hondurenhos e aceitar um precedente tenebroso para todo o continente.
Brasil, país no mundo!
Também se ridicularizou a abertura das relações do Brasil com o conjunto do planeta. Em oito anos abriu-se mais de sessenta novas representações no exterior, tornando o Brasil um país global. Os nostálgicos do “circuito Helena Rubinstein” – relações privilegiadas com Nova York, Londres e Paris – choraram a “proletarização” de nossas relações. Com a crise econômica global – que desmentiu os credos fundamentalistas neoliberais – a expansão do Brasil pelo mundo, os novos acordos comerciais (ao lado de um mercado interno robusto) impediram o Brasil de cair de joelhos. Outros países, atrelados ao eixo norte-atlântico e aqueles que aceitaram uma “pequena Alca”, como o México, debatem-se no fundo de suas infelicidades. Lula foi ridicularizado quando falou em “marolinha”. Em seguida o ex-poderoso e o ex-centro anti-povos chamado FMI, declarou as medidas do governo Lula como as mais acertadas no conjunto do arsenal anti-crise.
Mais uma vez silêncio das elites brasileiras!
Lula foi considerado fomentador da preguiça e da miséria ao ampliar, recriar, e expandir ações de redistribuição de renda no país. A miséria encolheu e mais de 91 milhões de brasileiros ascenderam para vivenciar novos patamares de dignidade social... A elite disse que era apoiar o vício da preguiça, ecoando, desta feita sabendo, as ofensas coloniais sobre “nativos” preguiçosos. Era a retro-alimentação do mito da “pereza ibérica”. Uma ajuda de meio salário, temporária, merece por parte da elite um bombardeio constante. A corrupção em larga escala, dez vezes mais cara e improdutiva ao país que o Bolsa Família, e da qual a elite nacional não é estranha, nunca foi alvo de tantos ataques.
A ONU acabou escolhendo o Programa Bolsa Família como símbolo mundial do resgate dos desfavorecidos. O ultra-conservador jornal britânico The Economist o considerou um modelo de ação para todos os países tocados pela pobreza e o Le Monde como ação modelar de inclusão social.
Mais uma vez a elite nacional manteve-se em silêncio!
Em suma, quando a influente revista, sem anúncios do governo brasileiro, Time escolhe Lula como o líder mais influente do mundo, a mídia brasileira “esquece” de noticiar. Nas páginas internas, tão encolhidas como um vira-lata em dia de chuva noticia-se que Lula “... está entre os 25 lideres mais influentes do mundo”. Errado! A lista colocava Lula como “o mais” influente do mundo.
Agora se espera o silêncio da elite brasileira!

Francisco Carlos Teixeira é professor Titular de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).




O comandante da guerra suja de Serra na internet
Deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) denuncia em seu blog que Eduardo Graeff, ex-secretário geral do governo FHC, tesoureiro do PSDB e homem forte da campanha de Serra, é o proprietário de domínios de páginas na internet criadas para promover uma guerra suja durante a campanha eleitoral. “Vou hoje à tribuna da Câmara, desafiar o discurso de bom-moço de José Serra. Toda esta sujeira é feita por seus homens de confiança”, afirmou o parlamentar.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16553&boletim_id=687&componente_id=11506




O Mercosul, o BRIC e o planeta
Um candidato a presidente do Brasil que tem possibilidades de ser eleito deveria ao menos estar bem informado. Por exemplo, deveria conhecer os altíssimos índices de crescimento que o comércio exterior de seu país vem tendo durante os últimos dois anos, em que o Mercosul existiu notoriamente. Este foi um dos principais fatores do crescimento e do enorme superávit de seu país. Haveria uma boa quantidade de dados, cifras e percetuais para demonstrar a Serra que suas opiniões nao têm por certo um fundamento muito sólido e sobretudo sereno. E essas são virtudes que se reclama de qualquer governante. O artigo é de Esteban Valenti, diretor da agência UyPress.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16558&boletim_id=687&componente_id=11503



Qual farsa Serra quer?
O que fica claro, olhando desde a Argentina, é que José Serra associa o Mercosul a um valor negativo. Para ele, por outro lado, seria positivo que o Brasil firmasse muitos tratados de livre comércio. Cabe lembrar que o Mercosul não é o paraíso em boa medida porque foi esvaziado de política pela dupla FHC-Menem com a ajuda de Domingo Cavallo, o ministro argentino que adorava as áreas de livre comércio como Serra. O Mercosul é um resultado concreto da construção regional. Outros são a Unasul e o Conselho de Defesa Sulamericano. E a chave dessa estabilidade é a sólida relação entre Argentina e Brasil. O artigo é de Martin Granovsky, analista internacional argentino e colunista do jornal Página 12.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16556&boletim_id=687&componente_id=11504



Serra contra o Mercosul: o auge das direitas loucas na América Latina
Serra propõe substituir o Mercosul e as demais alianças regionais por tratados de livre comércio. A retirada política do Brasil significaria um decisivo aumento da influência dos EUA na América Latina, abrindo o caminho para suas estratégias de desestabilização e conquista. No esquema Serra, sem a rede protetora de aproximações e acordos políticos, econômicos e culturais, o Brasil teria só um caminho em sua política comercial: o da competição selvagem apoiada por salários e impostos reduzidos, na miséria crescente do grosso de sua população, no apequenamento do Estado e na expansão das estruturas repressivas para manter a ordem social e política. A análise é de Jorge Beinstein.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16568&boletim_id=689&componente_id=11544






Apertem os cintos, a manchete sumiu!
Mais uma para a coleção "o que a mídia é capaz de fazer para eleger Serra" http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1491




Momento de humor: placas encontradas neste Brasil...

A política de desarmamento do governo Obama
Ao contrário das aparências, em plena crise econômica, o presidente Obama decidiu mudar o foco e dedicar-se à consolidação do poder militar dos EUA em todo mundo, demonstrando plena consciência de que este poder militar é indispensável à reconstrução da economia norteamericana e da própria liderança mundial do dólar. Deste ponto de vista, o que Obama está propondo, de fato, é uma espécie de congelamento da atual hierarquia do poder militar mundial, com a manutenção do direito e da obrigação americana de aumentar continuamente os seus próprios arsenais. O artigo é de José Luis Fiori.
José Luis Fiori (
www.agenciacartamaior.com.br)

“America´s interests and role in the world require armed forces with unmatched capabilities and a willingness on the part of the nation to employ them in defense of our interests and the common good. The United States remains the only nation able to protect and sustain large-scale operations over extended distances. This unique position generates an obligation to be responsible stewards of the power and the influence that history, determination and circumstance have provided”(Department of Defense, USA, Quadrennial Defense Review Report, February 2010)
Depois de quinze meses de discursos e indecisões, o presidente Barak Obama conseguiu transformar em fatos, o que deseja ser a marca de sua política externa, voltada para o desarmamento e o controle nuclear. No inicio do mês de abril, Obama redefiniu a estratégia nuclear dos Estados Unidos, prometendo não utilizar mais armas atômicas contra países que não as possuam, e que assinem e cumpram com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Logo em seguida, no dia 8 de abril, Barak Obama, assinou - em Praga - um acordo com o presidente russo Dmitry Mevedev, com o objetivo de reduzir o arsenal nuclear duas maiores potências atômicas do mundo. E quatro dias depois, Barak Obama liderou a reunião da Cúpula de Segurança Nuclear, reunindo em Washington, 47 chefes de Estado, para discutir a sua própria proposta de controle da proliferação nuclear, ao redor do mundo. Com vistas à reunião qüinqüenal de reexame do Tratado de Não Proliferação Nuclear, que se realizará no próximo mês de maio, na cidade de New York, com a participação dos 189 estados assinantes do TNP.
Até aqui, a retórica e a encenação foram perfeitas, mas os limites e contradições desta nova proposta de desarmamento do presidente Obama, são muito visíveis. Em primeiro lugar, o que ele chamou de “nova estratégia nuclear americana”, não passa de uma decisão e de um compromisso verbal que pode ser revertido e abandonado em qualquer momento, dependendo das circunstâncias e de uma decisão arbitrária dos próprios EUA. Em segundo lugar, o acordo entre os presidentes Obama e Mevedev, envolve uma redução insignificante e quase só simbólica, dos seus arsenais atômicos, permitindo ao mesmo tempo, a substituição e modernização das cabeças nucleares dos vetores já existentes.
Além disto, o novo acordo de desarmamento não incluiu nenhuma discussão a respeito do aumento exponencial dos gastos militares norte-americanos nos últimos anos, nem a respeito do aperfeiçoamento dos novos vetores X 51 da Boeing, com capacidade nuclear e que entrarão em ação em 30 meses, sendo capazes de alcançar qualquer pais do mundo, em menos de uma hora. Nem tampouco se falou dos novos submarinos russos Yassen, que tem capacidade de transportar 24 mísseis a bordo, cada um com seis bombas atômicas. Em terceiro lugar, em nenhum momento e em nenhuma destas reuniões se mencionou o armamento atômico da OTAN, localizado secretamente, na Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda e Turquia. Nem muito menos se incluiu na discussão os arsenais atômicos de Israel e Paquistão, que estão hoje sob o controle de governos com forte presença de forças fundamentalistas e belicistas, e que atuam sob a batuta dos próprios norte-americanos.
Por fim, é lógico que não aparece, em nenhum momento, nesta agenda pacifista de Barak Obama, o aprofundamento recente da Guerra do Afeganistão, e os preparativos dos Estados Unidos e de Israel, para um ataque arrasador contra o Irã, que é um país que não possui armamento atômico, e que assinou o Tratado de Não Proliferação, ao contrário de Israel.
Estas contradições não são novas nem surpreendentes, fazem parte da política externa dos Estados Unidos, desde o fim da Guerra Fria. O importante, neste caso, é que os demais países envolvidos entendam e assimilem a lição, e saibam se posicionar em função dos seus próprios interesses. Os Estados Unidos são um “poder global”, e os “interesses nacionais” de um poder global envolvem posições a defender em todo mundo, o que diminuiu muito sua capacidade de sustentar princípios e valores universais. Por isto, depois do fracasso do fundamentalismo quase religioso do governo Bush, o presidente Obama vem surpreendendo alguns analistas com o realismo pragmático e relativista de sua política externa. Mas o seu objetivo central segue sendo o mesmo, ou seja, a primazia mundial dos Estados Unidos. Além disto, ao contrário das aparências, em plena crise econômica, Barak Obama decidiu mudar o foco e dedicar-se à consolidação do poder militar americano em todo mundo, sem grandes preocupações com diretos humanos ou com a difusão da democracia, e demonstrando plena consciência de que este poder militar é indispensável à reconstrução da economia americana e da própria liderança mundial do dólar. Deste ponto de vista, o que o presidente Obama está propondo, de fato, é uma espécie de congelamento da atual hierarquia do poder militar mundial, com a manutenção do direito e da obrigação americana de aumentar continuamente os seus próprios arsenais.
Os reveses econômicos e militares dos Estados Unidos, na primeira década do século XXI, atingiram o projeto de poder global dos EUA, mas ele não foi abandonado. Hoje, está em curso um realinhamento interno de forças dentro do establishment americano - como ocorreu na década de 70 - e desta luta interna poderá surgir uma nova estratégia internacional, como aconteceu nos anos 80, com o governo Reagan. Mas estes processos de realinhamento costumam ser lentos e seus resultados dependerão da própria luta interna, e dos desdobramentos dos conflitos externos em que os Estados Unidos estão envolvidos.
De qualquer maneira, o que é importante compreender é que seja qual for o resultado desta disputa interna, os EUA não abdicarão voluntariamente do poder global que já conquistaram e não renunciarão à sua expansão futura. A política externa das potências globais tem uma lógica própria, e por isto mesmo, com ou sem política de desarmamento, os EUA deverão seguir aumentando sua capacidade militar de forma contínua, e numa velocidade que deverá crescer nos próximos anos, na medida em que se aproxime a hora da ultrapassagem da economia americana, pela economia chinesa.

A Eurolândia arde: futuro da Grécia na mãos dos mercados
No caso grego figuram no banco dos réus não os bancos freneticamente especulativos, mas os Estados sociais perdulários de aspecto europeu. Oficialmente, a ajuda a Grécia tem a ver com a manutenção da estabilidade do euro. É a única coisa que se pode obter, caso a especulação internacional seja bloqueada nos países da zona do euro. Uma quebradeira do estado grego, uma expulsão da eurolândia, daria precisamente um sinal equivocado. Então, inexoravelmente, Portugal, Espanha e Irlanda seriam os próximos. O artigo é de Michael Kratke.
Michael Kratke - Sin Permiso
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16566&boletim_id=689&componente_id=11545




A revista Fórum deste mês tem “A democracia brasileira” como tema de capa. É uma análise dos últimos 25 anos, ou seja, do fim do período militar aos nossos dias. O que mudou? O que permanece?
Outros artigos: Mulheres encarceradas – “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres” – Uma nova Honduras despertou depois do golpe – O Santo Daime e o terrorismo midiático – A urbanização que desagrega – Irã e EUA, via Israel – África: tão longe, tão perto.



MISCLENÂNEA
História em Alta Definição - Milhares de fotos tiradas entre 1850 1950 são disponibilizadas em alta-definição por blog americano.
GRUPO EM DESTAQUE
Imigração Chinesa - Grupo voltado à pesquisa da imigração chinesa iniciada aproximadamente em 1811 com a vinda de D.João VI ao Brasil (Rio de Janeiro). Entre pós e contras, a "importação de trabalhadores chins" se tornou uma das mais polêmicas questões durante todo o século XIX.
Acesse: http://cafehistoria.ning.com/group/imigracaochinesa
VÍDEOS
180 Anos da Imigração Alemã para o Brasil. Assista a reportagem: http://cafehistoria.ning.com/video/180-anos-de-imigracao-alema-em
FÓRUNS EM DEBATE
O que devemos fazer quando um possível entrevistado não aceita que gravemos ou filmemos seus depoimentos?
Acesse: http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/o-que-devemos-fazer-quando-um
Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network



A tentação do plágio
01/05/20100
por Walter Praxedes*
Para expiação do pecado capital do mundo do conhecimento que é o plágio, um primeiro passo pode ser a simples confissão. Nos livramos da culpa do plágio citando a fonte de uma informação ou argumento. Quando um autor perde a capacidade de resistir ao mal o plágio se consuma.
LEIA NA ÍNTEGRA:


A Revista de História da Biblioteca Nacional nº 56 já está disponível nas bancas, A matéria de capa é Feitiçaria diabólica. São vários artigos e uma entrevista com Ronaldo Vainfas sobre questões variadas enfocando o surgimento do diabo, os feitiços, os malefícios.
Outros artigos: Justiça da luxúria – Especial Máquinas Voadoras – Os selos do Império – A arte de vestir santos – Fernando de Noronha, a ilha-prisão.



Por acaso, descobri um blog de um professor gaúcho, o professor Rafael. Tem muita coisa interessante, principalmente para alunos do ensino médio.
Conheça-o aqui:
http://historiamurialdo.blogspot.com/


Segundo momento de humor: mais placas bizarras encontradas por este país afora...

Jornalista Mauro Werkema lança livro sobre Minas Gerais
A obra “História, Arte e Sonho na Formação de Minas”, já está disponível nas livrarias. Com prefácio e ilustrações de Carlos Bracher e fotos de Eduardo Trópia, a obra de Mauro Werkema apresenta-se como uma acentuada investigação pela história de origem, formação e trajetória tricentenária de Minas Gerais, junto a uma busca pela interpretação da diversidade cultural e natural do Estado. O ensaio jornalístico de Mauro é também um guia turístico-cultural sobre Minas, com especial destaque para as cidades históricas e, em particular, Ouro Preto e Mariana.
A obra é resultado de vários anos de trabalho intenso entre leituras e pesquisas documentais. Somente as referências bibliográficas ultrapassam as duas centenas. A isso somam-se uma intensa vivência do autor em sítios históricos, principalmente Ouro Preto e Mariana, e a longa prática profissional no jornalismo, na gestão cultural e em órgãos ligados ao turismo. O livro propõe uma viagem amparada em fatos históricos e suas ilações culturais. Ela começa ainda no Brasil colônia e se estende até aos nossos dias, permitindo ao leitor uma visão completa da formação de Minas, com ênfase na expansão das cidades históricas sob o impacto da corrida pelo ouro e pelo diamante. Com suas expressões artísticas de reconhecimento universal, Ouro Preto e Mariana têm um destaque especial, com roteiros detalhados. São esses preciosos tesouros do passado e do presente, rica e minuciosamente interpretados, que vão oferecer ao turista diferenciado o que o autor chama de “possibilidades de sonhos”. É o próprio Werkema que, ao final do texto de introdução, arrisca uma possível síntese desse universo inesgotável: “Minas é história. Sua arte inaugura a identidade cultural brasileira. Sua natureza diversa, conforma o mineiro e sua feição social. Ambos, história, arte e natureza, convidam ao sonho, exercício do imaginário e do vivencial. Eis Minas Gerais.”
Duo Editorial, 50 reais.







2 Comentários:

  • Às 4:49 PM , Blogger Meg Mamede disse...

    Oi Ricardo,
    Mais uma vez parabéns pelo nascimento do Joao Augusto, verdade que o boletim pode ter menos atençao sua nesse momento, mas nem por isso esta menos interessante. Queria comentar a notícia da semana, quem sabe do mês e do ano, temos sim que "dar a Cesar o que é de Cesar" nesse caso o que do Lula é do Lula e olha que ñ votei nele, ñ sou petista e nem outro ista qualquer, mas admito que ele tem me surpreendido muito, por isso também escrevi sobre ele lá no meu blog algo intitulado "2010 o Ano Lular" quando puder passe por lá e deixe seu comentário. Bjs e até breve, dia 29 estarei de volta.

     
  • Às 9:21 AM , Blogger Cris disse...

    Antes que eu me esqueça, vou comentar aqui, como o Ricardo pediu. O Brizola Neto inventou que a Folha retirou uma manchete, que, na verdade, foi colocada. Quem quiser entender melhor como foi, pode acompanhar minha discussão com o deputado (que, obviamente, não deu em nada, porque apesar de perceber o erro, ele foi incapaz de admiti-lo) no seguinte site: http://www.tijolaco.com/?p=13759.

     

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