Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

9.3.10

Numero 225


Nesta semana, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, nada mais justo que trazer alguns artigos a respeito. E escritos por mulheres, com certeza.
A primeira discute a velha questão de por que, em pleno século XXI, as mulheres ainda padecem com a dupla jornada, com os salários inferiores e outras questões que incomodam há décadas...mas continuam sem ser resolvidas.
No segundo, há uma crítica às revistas ditas “femininas” e ao tipo de mulher que elas apresentam.
Gostaria de ter tido tempo para escrever algo a respeito da falta de respeito que muitas mulheres assumem com relação a si próprias, ao cantarem essas ditas “músicas” funkeiras que reduzem o sexo feminino a “cachorras” ou coisas piores, que fazem apologia apenas aos popozões. Me incomoda muito saber que mulheres cantam e dançam ao som de “músicas” como essa. Mas o tempo não me permitiu. Um dia eu ainda escrevo.
Vamos aos dois artigos, então:



Mulheres do início do século XXI

Delze dos Santos Laureano *
Adital -
"Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores." Cora Coralina
A primeira idéia que nos vem à mente quando pensamos em mulheres neste início do século XXI é a da mulher urbana, trabalhadora, realizada e feliz porque agora se viu livre do domínio machista que a condenava à inferioridade nas relações de gênero mantida por tantos séculos, inclusive a obrigação de gerar filhos. Todavia, não podemos ser ingênuas acreditando existir um único tipo "ideal" de mulher, como se ele representasse de fato todas as mulheres de hoje, de idades variadas, com os diversos problemas que enfrentam em suas comunidades e territórios, e com todos os desafios que as fazem lutar por mais dignidade, seja nas relações afetivas, na família, no trabalho ou no meio político e social em que vivem.
Mesmo considerando que são algumas mulheres urbanas, esses seres que se fizeram autônomas por terem renda própria e por se desvencilharem dos tabus e das muitas armadilhas dos preconceitos morais, as que galgaram altos cargos públicos e privados, assumindo as mesmas profissões antes reservadas exclusivamente aos homens, e que por isso são as que melhor representam, ideologicamente, a emancipação feminina, não podemos nos esquecer de outras tantas mulheres, as que ainda hoje vivem sob o jugo dos pais, dos maridos(1), ou dos patrões nessa sociedade com resquícios patriarcais e da exploração capitalista desmedida, modo de vida que transformou tudo em mercadoria. Penso nas mulheres que, mesmo tendo conquistado a emancipação frente ao machismo, estão sobrecarregadas com o ônus da própria emancipação conquistada, como a dupla ou até a trilha jornada de trabalho, com o sofrimento em face das doenças antes quase exclusivas do mundo masculino, com o fardo do provimento da prole, pelo simples fato de poderem agora romper com as relações afetivas falidas.
Foi a partir dos anos 60 do século passado que o movimento de libertação das mulheres desencadeou-se como parte integrante de um movimento cultural da juventude. No final do século XX, um número expressivo de mulheres entrou no mercado de trabalho, chegando mesmo a ser em número maior do que os homens em determinados setores, como são exemplos as universidades. Em algumas empresas, os quadros femininos passaram a atingir o topo da carreira. A economia capitalista, baseada no estímulo e na criação incessante de novas necessidades, foi a que mais contribuiu para o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, de modo a que viessem a ser uma fonte suplementar de rendimentos, necessária para a realização dos sonhos da sociedade de consumo. Todavia, olhando bem, antes disso, as mulheres sempre trabalharam. Nas sociedades primitivas executavam as tarefas agrícolas e domésticas. Às mulheres devemos a criação da agricultura, no neolítico, enquanto os homens incumbiam-se da caça e da pesca. A partir da Revolução Industrial trabalharam nas fábricas e nas situações extremas, como no período das duas grandes guerras, trabalharam fora do lar. É de se notar, todavia, que as mulheres em todos esses momentos não deixaram de assumir a difícil tarefa das obrigações domésticas. Para justificar a dupla ou até a tripla jornada, essa "realidade" foi mascarada por uma cultura que valoriza a liberdade e o maior bem-estar individual e que vê no trabalho doméstico uma forma de submissão da mulher ao homem. A ideologia hegemônica forjou o reconhecimento social do trabalho feminino atrelado a ideias como o direito a uma "vida autônoma" e à independência econômica. Os próprios homens tiveram de reconhecer a legitimidade do trabalho assalariado feminino como instrumento de autonomia e realização pessoal, a despeito de muitas vezes ser cristalino para todos que nem mesmo sob o aspecto econômico é compensatório para as famílias, e principalmente para a sociedade de modo geral, o sacrifício da venda de toda a força de trabalho de cada família no mercado. Quando ambos os cônjuges estão fora do lar, e por muitas horas de trabalho nas empresas, há irremediavelmente uma perda na qualidade de vida dos pais e dos filhos, que acabam sendo expostos à vulnerabilidade de uma sociedade que não tem mais tempo para os laços comunitários, para os momentos de mística, de intimidade familiar e de luta social. Os maiores problemas, normalmente, tornam-se mais visíveis nos territórios de baixa renda, em vista de não disporem as famílias de creches, de escolas e de serviços necessários para compensar minimamente a falta da atenção materna e paterna no lar. Deparamo-nos diariamente com notícias de crianças e adolescentes entregues ao narcotráfico, de adolescentes grávidas e sem a mínima condição de ampararem os filhos gerados, perpetuando, deste modo, o círculo vicioso da pobreza e da exclusão, elas mesmas, essas mulheres, desde tenra idade, desamparadas pela sociedade.
E por que muitas mulheres, mesmo neste século XXI ainda estão longe das conquistas da emancipação feminina? Penso que isso ocorre em vista da hegemonia capitalista. Vivemos em uma sociedade que tem como fundamento a competição em todos os níveis. Assim, a primeira preocupação não é um lugar para cada um na sociedade. O discurso hegemônico faz acreditar que todos podem se dar bem, desde que lutem isoladamente por isso. Cada um tenta de todas as formas conquistar um lugar melhor, mas de modo a se tornar um ser que consome mais. Todavia quem embarca no consumismo se consome aos poucos. Na busca de um sonho inatingível as pessoas empenham suas forças sem ter muita consciência de que, na prática, estão contribuindo é para a manutenção de um sistema opressor, que absolutiza o lucro e que desconsidera as mazelas sociais e ambientais que provoca. Deste modo, o nosso agir em sociedade, mesmo aparentemente emancipado, tem contribuído para o aumento das intervenções irresponsáveis no meio ambiente e para a destruição da cultura e dos bens naturais das comunidades tradicionais, nas quais ainda existem laços de fraternidade e de cultura camponesa. A cada minuto deixamos os nossos rastros na poluição do ambiente provocada pelos nossos automóveis, pelo consumo excessivo de mercadorias cada vez mais sofisticadas que exigem o uso crescente de energia, de água, de produtos de limpeza e de mais e mais embalagens. Exploramos trabalho e biodiversidade quando excedemos no uso de cosméticos, de produtos de higiene pessoal, de artigos de luxo, ou com tanta parafernália para manter a aparência e para nos manter em dia com as inovações tecnológicas. Tudo o que resulta da manipulação das necessidades humanas pelos meios de comunicação. Vítimas deste modo de vida ocidental, construído sob a lógica de um poder dominado por homens e do qual participam inexoravelmente as mulheres urbanas modernas e as suas porta-vozes, as mulheres que na televisão e na mídia em geral são usadas para vender tudo, desde os cosméticos e bebidas até os automóveis e os imóveis de luxo. As mulheres subservientes do consumismo e as que vendem a sua imagem - escolhidas entre "as mais bonitas" - contribuem para lançar no mundo da exclusão, este já esquecido pelo capitalismo, outras mulheres que ainda têm muito a conquistar. São as meninas, grávidas ainda na adolescência, as mulheres marginalizadas que não encontrando outra forma de renda não podem realizar tarefa senão a venda do seu próprio corpo de uma outra maneira, as mulheres operárias que além da tripla jornada são as responsáveis pelo provimento do lar, mesmo condenadas aos salários mais baixos do que os dos homens.
Não quero com isso passar uma visão pessimista do ser feminino deste início de século XXI. Apesar de não terem as mulheres conseguido efetivamente se emancipar neste sistema mundo, mantido nas e pelas relações de competição e do individualismo, são elas, emancipadas economicamente ou não, as protagonistas de uma nova sociedade. No mundo inteiro, nos chamados movimentos antissistêmicos são as mulheres as que constroem na luta os caminhos contra toda forma de opressão. Temos visto isso nas Comunidades Eclesiais de Base, no Movimento dos trabalhadores Rurais sem Terra - MST -, no Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB -, na Via Campesina e em tantos movimentos populares sociais do Brasil e da América Latina.
No Brasil, nos núcleos urbanos pobres são as mulheres as que tomaram a decisão de construir a casa própria através do mutirão(2), como consequência da falta de políticas públicas adequadas e sob pena de verem as famílias vulnerabilizadas ainda mais pela falta de moradia e após se verem mais empobrecidas com o pagamento do aluguel ao longo do tempo. Para essas mulheres faço reverência, reconhecendo que sem elas correríamos o risco de perder a esperança de vida melhor para todas as nossas crianças. São as mulheres camponesas as que descobriram que não basta a conquista da terra, que é preciso conquistar a igualdade de direitos também nas conquistas, inclusive o machismo ainda existente na militância. São elas que assumiram a liderança da luta pela reforma agrária em muitos casos(3) e nas denúncias da apropriação capitalista dos bens naturais no campo, como foram exemplo as mil mulheres que no Rio Grande do Sul destruíram diversas mudas de eucalipto de uma empresa transnacional que impede o fortalecimento da agricultura familiar para a produção de alimentos e para a geração de renda para os pequenos agricultores. Lembro-me também daquela mulher indígena que teve a ousadia de num ato extremo apontar um facão para o engenheiro da Eletrobrás que usava diversas mentiras para justificar numa audiência pública a construção ilegal da hidrelétrica de Belo Monte no Rio Xingu.
Por tudo isso, parafraseando o grande poeta Drumond, digo que olho as minhas companheiras mulheres neste início de século XXI e vejo que estão muitas taciturnas, mas nutrem grandes esperanças. Entre todas, considero a enorme realidade. Porém, também como Drumond, não serei a cantora de uma mulher, de uma história. Proponho na diversidade a construção de uma sociedade em que vivam mulheres, de todas as idades, de todos os lugares, de todas as culturas, fazendo um outro mundo possível, onde o poder seja somente o do cuidado, na e da perspectiva feminina. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas em mais um 8 de março, o de 2010!

Notas:
(1) Para ilustrar essa afirmação basta ver o grande número de situações de violência doméstica amparadas pela Lei Maria da Penha.(2) Em Belo Horizonte são exemplos as Comunidades Camilo Torres e Dandara, com mais de 1.000 famílias de sem-teto e sem-terra" que estão conquistando na luta e na garra moradia popular e cidadania. Nessas duas ocupações as lideranças femininas são fortes e decisivas. (3) Temos como exemplo o Assentamento Pastorinhas do MST em Brumadinho, MG, liderado por mulheres camponesas que além da conquista da terra tem contribuído para uma educação em agroecologia em toda a região metropolitana de Belo Horizonte, especialmente para estudantes do ensino médio e superior. Cf.
http://www.pastorinhas.blogspot.com/
* Advogada, professora de Direito Agrário na Escola Superior Dom Hélder Câmara, em Belo Horizonte, MG; Integra a Rede Nacional dos Advogados Populares - RENAP





Colaboração da Ana Claudia Vargas, publicada originalmente no Observatório da Imprensa:

REVISTAS FEMININAS Não estamos lá
Por Ana Vargas em 9/3/2010
Basicamente, aquele filme sobre a vida do Bob Dylan é assim: alguns atores interpretam fases marcantes da vida do cantor. Parece que cada um construiu um Dylan imaginário. Segundo o que li, o roteiro é extremamente "surreal e criativo", os atores estão muito bem e conseguiram transpor para a tela o caleidoscópico talento de Dylan. Bob Dylan é um cara genial. Eu gosto bastante dele! Pessoas como ele – que atingiram esse status artístico – parecem dar aos outros o direito de interpretá-las (como se fossem obras de arte na paisagem do mundo, e talvez seja isso mesmo, oras!).
Mas para que tudo isso, se eu gostaria na verdade de falar sobre o dia das mulheres? Isso sem resvalar para aquelas histórias sobre beleza e maternidade e maternidade e beleza, tão comuns nesse dia. Com o pensamento do avesso, eu fui então, folhear três revistas femininas. Fui ver como elas nos veem. A mim, minhas irmãs, amigas, às mulheres com as quais convivo; mulheres como eu e diferentes de mim, mas mulheres, enfim.
Amor e sexo
E foi assim: na Claudia eu vi mulheres quarentonas com roupas juvenis – é preciso deter o tempo! – mulheres maduras (por exemplo, a talentosa atriz Lilia Cabral está na capa desse mês) com ares sensatos e equilibrados, mulheres de menos de trinta, com deslumbrantes e coloridas roupas; vi consultorias sentimentais, emocionais, fashions, dietéticas; vi casas fantásticas e sugestões para que a querida leitora possa se inspirar e decorar a sua etc. Nada mais bonitinho. A Claudia é uma revista bonita e as mulheres lá são tão lindas, mas tão lindas, que tanta perfeição assusta. Mete medo! Penso que a mulher de Claudia, ainda que descabelada por dores, traições, filhos drogados ou empregos horríveis, será sempre bela e estará sempre de salto alto. É uma mulher de sonhos comportados, aquela de Claudia. Na Claudia, a seção "Amor e Sexo" parece definir o óbvio: sexo para as mulheres apaziguadas de Claudia, só com amor. E, caso haja arroubos, devem ser comedidos.
Já a Marie Claire consegue desarrumar um pouco o cabelo de suas mulheres; elas parecem, sei lá, mais reais. Nela, a Sandra Bullock, na capa deste mês, sorri e seus cabelos parecem levemente bagunçados, ao natural. É como se ela tivesse sido clicada em uma tarde preguiçosa. Sem saltos altos ou reuniões chatas logo de manhã. Mas isso não significa que a MC seja "melhor" que a Claudia.
Apesar de estilosas, modernas e vibrantes (e também coloridas), as mulheres da Marie Claire ainda não se parecem com as que eu conheço, digo, com aquelas que eu vejo por aí, nas ruas (bom, talvez aquelas mulheres andem apenas nos Jardins ou no Leblon; lugares que não frequento, embora tenha uma leve impressão de que nem lá elas andem). Onde estão as mulheres mulheres? Ah, sim, na MC a seção "sexo" é separada de "amor": talvez isso signifique algo. Agora uma coisa eu preciso dizer: as matérias sobre viagens e algumas sobre lugares ou pessoas interessantes, na Marie Claire parecem mesmo mais interessantes.
O direito de ser o que somos
E a Nova, hein? Tão ousada e sensual. Aquelas atrizes da Globo ficam irreconhecíveis lá, com aqueles decotões, aquelas cabeleireiras selvagens, aqueles ares de mulheres sempre dispostas àquilo a qualquer hora. Lá não se esconde o jogo. Mulheres se arrumam, se maquiam, estudam e trabalham, viajam e fazem compras, mas o mais importante, a razão de suas vidas, a verdade absoluta que deve guiá-las é: sou bonita, gostosa e hei de sair com muitos homens! E ponto.
Pois é, e assim, entre estereótipos imaginários ou fabricados por talentosos designers – o trabalho deles é muito bom, deve ser parabenizado e isso não é uma ironia – muitas caras e corpos de mulheres ficaram pairando em um imenso oceano de imagens. E no horizonte desse mar, há toda uma indústria de moda e beleza que deixa as mulheres de Claudia, Marie Claire e Nova realmente deslumbrantes. Inatingíveis.
E no horizonte que se formou ainda há a mídia que se alimenta – reproduzindo e digerindo – disso tudo e ainda há as mulheres, leitoras do lado de cá, como eu, que talvez tentem se achar nesses mares de belezas fake e nunca, nunca, se encontram. Afinal, nós – eu e talvez você – não estamos lá. Aquilo são ideais de mulheres dispostas em quadros, emolduradas por tudo o que o mundo de agora (porque amanhã, tudo muda, este mar midiático é revolto!) considera cool.
E, diante disso, me pergunto: será que um dia seremos amadas pelo que somos de verdade, realmente, com a maquiagem borrada porque não conseguimos segurar o choro quando fomos despedidas, com os quilos a mais aparecendo sob a roupa barata, comprada em liquidação, será que temos o direito de ser o que somos para além do que qualquer revista anuncie como sendo in?
Uma "mulher de verdade"
Será que um dia, estaremos lá, de fato, de verdade, nas revistas que só nos querem se formos a imagem pré-fabricada – mitificada e vazia (há raras exceções) – da perfeição photoshopada? Somos caleidoscópicas, interessantes, criativas, doces e amargas, mas só nos querem se cabemos em um manequim 38 (as anoréxicas modelos que o digam) e uma Marina Silva, por exemplo, uma admirável mulher "fora do padrão", que conseguiu sair numa revista feminina, para ter o direito de estar lá, teve que literalmente, mover montanhas.
Mas me resta o consolo de saber que talvez sejamos tão multifacetadas – todas nós, todas mesmo! Talvez sejamos obras de arte, ora e porque não?! – que nenhuma revista – o que são folhas com imagens impressas diante de uma mulher de verdade? – foi ou será capaz de apreender tantos matizes.
Elas bem que tentam... Pobrezinhas.


Voltando ao tema da educação. Ainda sobre aquela pesquisa que citamos no número passado, uma entrevista com a professora Regina Michelotto, da Unisinos, discute quem será o professor do futuro.
E, na seqüência, um outro artigo nos mostra os problemas de saúde que andam afetando os professores em escala surpreendente.

Quem vai ser o professor do futuro?
Entrevista com Regina Maria Michelotto
IHU - Unisinos *
Adital -
Uma pesquisa lançada pela Fundação Carlos Chagas revelou que somente 2% dos jovens brasileiros se interessam em atuar profissionalmente como professores. Um dado que revela a desvalorização e a perda de interesse por essa carreira. "Há que se considerar que a lacuna deixada pela classe média ou média/alta foi sendo, aos poucos, preenchida pelas classes populares na profissão de professor. Isso representa um problema, mas também um ganho para a escola pública. Problema no sentido de que a esses candidatos falta acesso a livros, museus, concertos, viagens, palestras, debates, contato com pessoas familiarizadas com a cultura letrada desde o lar. Essa falta redunda em pouca base para os estudos, o que traz grandes dificuldades. O ganho se apresenta no fato de que tais professores, atuando nas escolas públicas do ensino fundamental e médio, têm maior conhecimento das condições de vida da clientela que as frequenta", disse a professora Regina Maria Michelotto, durante a entrevista que concedeu a IHU On-Line, por e-mail.
Ela revela pontos cruciais sobre essa questão que explicam as consequências para a área educacional, no futuro, em função da baixa procura pela licenciatura, e analisa, também, os principais desafios que a educação enfrenta neste novo século. "Buscar uma profissão apenas com base no mercado de trabalho é esquecer que é muito bom trabalhar naquilo que nos dá satisfação e prazer, em algo que nos faz sentir úteis e dignos" opinou.
Regina Maria Michelotto é graduada em pedagogia pela Universidade Federal do Paraná, onde fez também o mestrado em educação. É doutora em educação pela Università degli Studi di Padova (Itália) e pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, é professora da UFPR.
Confira a entrevista.

IHU On-Line - Segundo uma pesquisa da Fundação Carlos Chagas, apenas 2% dos jovens brasileiros se dizem interessados em seguir a carreira de professor. Como entender a perda de interesse pela profissão?
Regina Maria Michelotto - A partir da segunda metade do século XX, a profissão de professor foi sendo, pouco a pouco, desvalorizada: os salários foram baixando, e as condições de trabalho piorando. As causas foram políticas públicas de contenção de gastos sociais que levaram ao desrespeito do índice de recursos destinados à educação. Ao mesmo tempo, um grande leque de alternativas de profissionalização em nível superior se apresentava aos jovens de classe média ou alta, que costumeiramente se endereçariam a essa área.Por outro lado, a partir das décadas de 1980 e 1990, a ênfase no mercado de trabalho para a escolha da profissão foi substituindo o conteúdo humanista que antes representava um estímulo aos indivíduos para se tornarem professores. A regra era (e é) atender ao que o mercado está valorizando. Outro dado desse contexto é a privatização dos cursos de formação de professores. Sendo mais fáceis de instalar, foram escolhidos por instituições de caráter mercantil, com pouca responsabilidade com a qualidade.Há que se considerar que a lacuna deixada pela classe média ou média/alta foi sendo, aos poucos, preenchida pelas classes populares na profissão de professor. Isso representa um problema, mas também um ganho para a escola pública. Problema no sentido de que a esses candidatos falta acesso a livros, museus, concertos, viagens, palestras, debates, contato com pessoas familiarizadas com a cultura letrada desde o lar. Essa falta redunda em pouca base para os estudos, o que traz grandes dificuldades. O ganho se apresenta no fato de que tais professores, atuando nas escolas públicas do ensino fundamental e médio, têm maior conhecimento das condições de vida da clientela que as frequenta, podendo aproximar o trabalho docente da realidade desses alunos - o que é muito importante - com maior facilidade. Para quem leciona nos cursos de formação de professores que podem ser considerados sérios, apresenta-se um grande desafio que é o de trabalhar conhecimentos fundamentais à função de professor, com estudantes que chegam com pouca base.
IHU On-Line - Quais as consequências para o futuro da educação da pouca procura pela carreira hoje?
Regina Maria Michelotto - Índices cada vez mais baixos, qualidade muitas vezes duvidosa, principalmente para os alunos das escolas públicas.
IHU On-Line - A senhora poderia fazer uma retrospectiva histórica do papel do professor na sociedade brasileira desde o início do século XX até os dias atuais?
Regina Maria Michelotto - Ser professor já foi motivo de orgulho e dignidade. Vários movimentos influenciaram nessa formação. No início da década de 1920, os movimentos de base e a criação de partidos de esquerda imprimiram na educação brasileira um cunho político de "direito de todos". Já no final da mesma década, as discussões sobre educação se desenvolveram menos voltadas a questões políticas e mais a pedagógicas. Foi um importante movimento que produziu o "manifesto dos educadores da educação nova", cujos signatários tinham nomes bem conhecidos dentro da área, como Anísio Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo etc.No contexto pós-guerra, década de 1950 e início da de 1960, novamente a educação e a cultura se viram politizadas por meio de campanhas de alfabetização, teatro para o povo, movimentos estudantis pela democratização da universidade... Tudo isso foi cortado a partir de 1964, quando os rumos da educação tomaram conotação tecnicista por influência estadunidense, em acordos com o governo militar. Nessa época, inicia a privatização da educação superior no Brasil, que foi incrementada intensamente nos governos FHC.Estamos, agora, assistindo e participando de um grande movimento voltado à escola pública, do qual faz parte a expansão atual das universidades. Resta, porém, a garantia da qualidade, para que essa expansão não se dê apenas numericamente.
IHU On-Line - Quais os maiores entraves e desafios para a educação no Brasil hoje?
Regina Maria Michelotto - A falta de valorização da carreira do professor. Um profissional sobrecarregado, obrigado a agregar atuação em três horários diários para poder conseguir um situação digna, nunca conseguirá se sair bem em seu trabalho.
IHU On-Line - Quais os caminhos para resolver o problema da desmotivação dos professores em função da postura dos alunos em sala de aula?
Regina Maria Michelotto - O professor que trabalha com um número razoável de alunos, em torno de 20, consegue conhecê-los, atendê-los e incentivá-los. Isso é impossível quando se tem de 40 a 50 em uma sala, e se trabalha em dois ou três turnos, em escolas diferentes. Assim, é necessário aumentar muito o número de escolas e de professores, além de proporcionar as condições necessárias a um trabalho docente voltado para o ótimo.
IHU On-Line - Considerando um cenário de crise na educação, quais os efeitos que isso pode acarretar no mercado de trabalho e no problema do desemprego?
Regina Maria Michelotto - O mercado de trabalho é variável e volátil. Não se pode apoiar o desenrolar de uma vida profissional apenas nisso. Há que pensar que se trata de pessoas, da vida das pessoas.Buscar uma profissão apenas com base no mercado de trabalho é esquecer que é muito bom trabalhar naquilo que nos dá satisfação e prazer, em algo que nos faz sentir úteis e dignos.
IHU On-Line - Como entender que apenas 16% dos jovens brasileiros têm ensino médio completo? Que mercado de trabalho está se configurando a partir desta realidade?
Regina Maria Michelotto - Vivemos em uma sociedade desigual. O produto do trabalho não chega da mesma forma para todos. Pelo contrário, é endereçado apenas a alguns. Não é de estranhar que, numa sociedade tão mal organizada, essa porcentagem seja uma realidade.
IHU On-Line - O que esperar da sociedade do futuro ao considerarmos que muitos jovens optam pelos cursos técnicos (que muitas vezes oferecem mais vagas no mercado de trabalho) ao invés da formação universitária, abrindo mão de uma formação mais humanística e teoricamente embasada?
Regina Maria Michelotto - O mercado é que está direcionando as escolhas. Mas os filhos das classes mais abonadas dificilmente optam por cursos apenas técnicos ou só práticos.
* Instituto Humanitas Unisinos



rudaricci.blogspot.com

Adoecimento de professores, na Nova Escola
Pesquisa NOVA ESCOLA e Ibope feita em 2007 com 500 professores de redes públicas das capitais revelou que mais da metade dos entrevistados sofre de estresse. Entre as queixas freqüentes estão dores musculares, citadas por 40% deles. Preocupa também o fato de 40% terem declarado sofrer de forma regular alguma doença ou mal-estar. (...) Nos casos mais sérios, os sintomas acabam afastando os profissionais da sala de aula. No estado de São Paulo a maior rede do país, com 250 mil professores, são registradas 30 mil faltas por dia. Só em 2006 foram quase 140 mil licenças médicas, com duração média de 33 dias. O custo anual para o governo estadual chega a 235 milhões de reais - correspondente ao valor a ser destinado pelo Ministério da Educação (MEC) para construir, mobiliar e equipar 330 escolas de Educação Infantil em 2008.
O problema se repete pelo país e faz com que as doenças de quem leciona tornem enfermo o sistema de ensino. (...) O tema vem despertando a atenção de pesquisadores. Tufi Machado Soares, da Universidade Federal de Juiz de Fora, estudou o impacto das faltas na rede mineira e constatou que os alunos da 4ª série que tinham mestres assíduos alcançaram média 15 pontos maior que a dos demais em Língua Portuguesa no Programa de Avaliação da Educação Básica de 2002.
(...) Os "remédios" prescritos -tanto no sentido de prevenção quanto no tratamento -são gestão, formação, organização do tempo, trabalho em equipe, relacionamento com os alunos, infra-estrutura, currículo e valorização social. Nenhum combate sozinho todos os sintomas, mas, associados, eles podem formar um coquetel eficaz para acabar com a situação de impotência diante de um sistema tão doente.
Uma gestão democrática e participativa é capaz de alterar as condições de trabalho dentro da escola. (...) Instituições com maior participação dos pais e da comunidade têm mais materiais de apoio ao ensino e são mais limpas, por exemplo, o que contribui para melhorar o bem-estar de quem ali leciona. A presença de diretores e coordenadores pedagógicos que dêem suporte efetivo equipe escolar e se co-responsabilizem pelos resultados do ensino é, igualmente, fator de aprimoramento das condições profissionais. (...) As investigações em escolas públicas levaram o pesquisador a concluir que, quando o diretor deixa de focar a atuação nas questões burocráticas, ele consegue tornar o dia-a-dia menos desgastante para todos. Por sua vez, os coordenadores, que também ocupam posição de liderança, têm papel fundamental no acompanhamento da prática em sala. Essa ação tem o poder de minimizar as angústias do docente diante das adversidades. (...) Uma boa forma de reduzir o cansaço físico e mental e ainda melhorar os resultados de aprendizagem dos estudantes é ter tempo para estudar, planejar e reunir-se com os colegas sem esquecer os momentos de lazer. De acordo com a pesquisa NOVA ESCOLA e Ibope, os professores gastam em média 59 horas por semana em atividades ligadas ao trabalho 50% desse tempo em sala de aula. Metade deles tem menos de seis horas por semana de lazer. Esses são os que mais apresentam sintomas de estresse como insônia e dores de cabeça freqüentes. (...)
A dificuldade de relacionamento com crianças e jovens em classe é a maior queixa dos professores, como mostra a pesquisa NOVA ESCOLA e Ibope. A falta de disciplina foi citada como o principal problema em sala de aula por 46% dos entrevistados.
(...) O espaço da escola afeta tanto o cotidiano dos professores quanto o dos alunos. A precariedade das condições físicas dificulta as aulas, tornando-as desgastantes e reduzindo a produtividade. Mobiliário inadequado ou classes sem boa ventilação, iluminação ou acústica podem causar ou agravar problemas de saúde, como os osteomusculares ou de voz. (...)
O apoio da sociedade aos educadores está diminuindo. É o que sente um terço dos professores brasileiros, segundo a pesquisa NOVA ESCOLA e Ibope. Isso acaba afetando seu bem-estar e seu desempenho em sala de aula. "A progressiva desqualificação e o não-reconhecimento social potencializam o sofrimento dos docentes", assinala Mary Yale Rodrigues Neves, da Universidade Federal da Paraíba. (...) A Finlândia, o país com a melhor Educação do mundo segundo o Pisa, avaliação feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, é um lugar em que a carreira docente está entre as mais concorridas e desfruta de grande prestígio. Lá, as principais apostas do sistema educacional são um currículo amplo e a formação docente.




Recebi este artigo de minha colega de profissão e amiga Maria Frô, que tem um blog que já recomendei aqui. Ela me poupou o trabalho de escrever sobre o seminário promovido pelo Instituto Millenium, ocorrido recentemente em São Paulo.
Leiam o que ela publicou em seu blog e gentilmente me enviou:



http://mariafro.com.br/wordpress/?p=1917

“A verdade é sempre subversiva”: Neocons se despem no Millenium
março 3rd, 2010 by mariafro

A frase entre aspas, que dá título a este post, é do historiador Sidney Chalhoub, ao proferi-la ele dá um recado aos historiadores que trabalham com história pública, história social. Em síntese, Sidney defende o seguinte: para revelar injustiças, para revelar o longo processo de exclusão social os historiadores envolvidos com os movimentos sociais não precisam falsear fatos, a pesquisa histórica honesta é capaz de revelá-lo.
O artigo da jornalista Bia Barbosa, publicado na Carta Capital e reproduzido no Vi o Mundo, o qual reproduzo na íntegra aqui é revelador desta premissa de compromisso com a verdade. Ela não precisou falsear nada para mostrar aos leitores como pensam os neocons, quais são seus medos diante da possibilidade da criação de uma democracia social, sobre o verdadeiro pavor dos neocons diante da menor possibilidade de os movimentos sociais vencerem algumas lutas sem que as tevês possam criminalizá-los em horário nobre. Para isso, bastou a jornalista relatar o que viu e ouviu no encontro.
Para quem não sabe do que estou falando, Bia relata em seu artigo o encontro ocorrido segunda-feira, em São Paulo, de empresários da mídia e seus representantes neocons num fórum que recebeu o pomposo nome de “Democracia e Liberdade de Expressão“.
Todos os principais articulistas conservadores da grande mídia estavam presentes: Demétrio Magnoli, que há alguns anos virou ‘especialista’ (sic) da questão racial e abriu uma cruzada contra as ações afirmativas; o psicanalista gaúcho (que precisa fazer análise urgente) Denis Rosenfeld que se de fato vivesse em um país onde a liberdade de expressão estivesse mesmo ameaçada já estaria preso, pois se alguém dá um peido ele culpa o presidente Lula. Os caricatos blogueiro
s da Veja – Tio Rei (Reinaldo de Azevedo) e Diogo Mainardi - dentre outras excrescências.
Em seu artigo Bia não fez mais do que transcrever a fala deles e contextualizá-las e, neste sentido, o artigo ficou profundamente transparente de como pensam estes seres assustados com um mínimo de inclusão social e avanço da democracia social. Ao ler a fala de cada um deles, entendemos perfeitamente porque eles têm verdadeiro pavor da aprovação do PNDH ou de uma possível vitória de Dilma. O pavor deles está em que a democracia avance para além do discurso liberal e uma maior parte dos brasileiros possam de fato desfrutar a sensação de viver em um país democrático.
Além do artigo de Bia, dois outros problematizam o que esses tresloucados neocons fazem questão de esconder (e paradoxalmente nos revelam) ao proferir seus discursos inflamados: o historiador Gilberto Maringoni escreveu uma série de artigos que podem ser lidos aqui e Luiz Egypto no Observatório da Imprensa escreveu A voz dos donos.
Em síntese a grande revelação que o leitor atento e crítico as ‘verdades prontas e empacotadas da mídia neocon’ poderá perceber é que os neocons reproduzem a voz dos donos das empresas para as quais trabalham, empresários que monopolizam os meios de comunicação no Brasil: Globo, Grupo Abril e correlatos e gritam ensandecidos contra princípios constitucionais aprovados há mais de 20 anos, mas que continuam letra morta em nossa Constituição.
Luiz Egypto mostra-nos que o tal ‘controle social’, o inimigo mortal dos neocons, diz respeito ao direito constitucional que a sociedade tem diante de concessões públicas de tv, ou seja, os Marinho da vida ao mostrarem o lixo que exibem 24 horas, criminalizando os movimentos sociais ou qualquer política pública de inclusão social em seus telelixos receberam do Estado um canal para exibi-los, não podem, portanto, agir como se fossem dono de uma única verdade salvadora. Egypto chama a atenção para a confusão proposital que os donos dos meios de comunicação e seus porta-vozes, os neocons, fazem em torno do Plano Nacional dos Direitos Humanos 3 e a liberdade de expressão nos meios de comunicação:
“E tome confusão, porque o embaralhamento da discussão interessa sobremaneira àqueles que querem evitar o debate sobre o papel da mídia numa sociedade que se quer democrática. Um exemplo? Na bateria de críticas que se faz ao PNDH 3, em momento algum se esclarece que ali se propõe que o tal “controle social” deve ser exercido, sim, sobre os canais públicos de radiodifusão que operam sob regime de concessão. Não se trata, portanto, de “controlar” a pauta e a operação dos meios privados, como os jornais. Não se trata de censura, como a grande mídia gosta de repetir a torto e a direito. Trata-se de fazer cumprir a Constituição, observar de perto o comportamento da mídia, qualquer mídia, e disseminar as avaliações obtidas desse acompanhamento. Algo, aliás, que este Observatório faz há 14 anos.
Convém não esquecer que estão lá, no capítulo 5 da Constituição de 1988 – “Da Comunicação Social” –, a proibição de monopólios ou oligopólios dos meios de comunicação, os princípios educativos a ser observados na programação de rádio e TV, o estímulo à produção independente e a promoção da cultura regional, a regionalização da produção e o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Por que a sociedade não tem o direito de controlar a observância desses princípios? Por que essas normas ainda não foram regulamentadas quase 22 anos depois da promulgação da Constituição? Por que não discutir abertamente a propriedade cruzada dos meios e as concessões de radiodifusão a parlamentares?
Estranhamente em um evento que se diz em defesa da Liberdade de Expressão, um fórum pela democracia, pessoas como Jabor pregue até mesmo a negação do direito de pensar da esquerda!; cobre-se 500 reais para a participação do Fórum (o que impede, por exemplo, a presença de qualquer representante das mídias de movimentos sociais); cultue-se jornalistas que usaram de suas televisões para promover golpe de estado em 2002 na Venezuela e pregue-se, abertamente, contra o PNDH3, que nada mais é que o resultado de uma profunda discussão democrática de anos a fio de milhares de representantes da sociedade brasileira para que os Direitos Humanos sejam de fato respeitados no Brasil e que segue as premissas do PNDH2, elaborado no governo de FHC.
Os neocons, que neste encontro finalmente resolveram apoiar abertamente a candidatura daquele que representa seus valores excludentes, não são sequer honestos em relação aos próprios pensadores do seu partido: o PSDB. Paulo Sérgio Pinheiro, que foi secretário de Direitos Humanos do governo FHC e hoje atua como relator da ONU e que é um dos brasileiros mais respeitados e conhecidos no exterior na área de direitos humanos, por exemplo, teve de sair em peregrinação em rádios, tevês e jornais impressos explicando aos neocons que o PT não inventou os Direitos Humanos, mas pelo visto seu trabalho foi em vão: diante da subida de Dilma e da descida de Serra nas pesquisas eleitorais os neocons só são capazes de ouvir seus próprios medos.



Para onde vai a Argélia?

Miguel Urbano Rodrigues

Miguel Urbano Rodrigues conheceu Argel em 1953 quando era a capital de uma colônia mascarada de parcela da França. Neste artigo, após uma breve visita, escreve sobre a Argélia do início do século XXI.
http://www.correiocidadania.com.br/content/view/4400/9/]





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A Educação além dos Muros da Escola
Portal do Professor e Banco Internacional de Objetos Educacionais são as apostas do MEC para subsidiar educadores com conteúdos

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Achado arqueológico sugere que lepra surgiu na Índia há cerca de 4.000 anos.

Para ler o texto de Cintya Dayane, acesse:

http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/achado-arqueologico-sugere-que?xg_source=msg_mes_network



A louca corrida dos EUA pela hegemonia ameaça o planeta
Antes do 11 de setembro os neoconservadores norte-americanos foram explícitos quanto afirmaram que as guerras de agressão que pretendiam desencadear no Oriente Médio exigiam "um novo Pearl Harbour". Para seu próprio bem e para o bem de todo o mundo, é preciso que os norte-americanos prestem atenção ao número cada vez maior de especialistas que estão dizendo que o relato do governo sobre o 11 de Setembro não condiz com as suas próprias investigações. O 11 de Setembro desencadeou o plano neoconservador para a hegemonia mundial dos EUA. O artigo é de Paul Craig Roberts, ex-secretário assistente do tesouro no governo Reagan.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16434&boletim_id=654&componente_id=10919

Aécio volta a recusar ser vice de Serra: "não adianta empurrar!"
"Minas a reboque, não!". Esse é o título do editorial do jornal "O Estado de Minas", rechaçando a proposta para o governador Aécio Neves ser vice de José Serra na eleição presidencial deste ano. "Na política, a hesitação cobra caro, mais ainda numa disputa que promete ser das mais difíceis. Não há como negar que a postura vacilante do próprio candidato, até hoje não lançado, de atrair aliados tem adubado a ascensão da pouco conhecida candidata oficial. O que é inaceitável é que o comando tucano e outras lideranças da oposição queiram pagar esse preço com o sacrifício da trajetória de Aécio Neves", afirma o editorial.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16415&boletim_id=653&componente_id=10907



Amnésia, o tempo como construção
Resenha do filme Amnésia (título original,Memento). Direção e roteiro, Christopher Nolan, EUA 2001, distribuidora Paris Filmes
por NORMA CÔRTES
LINK:
http://espacoacademico.wordpress.com/2010/03/06/amnesia-o-tempo-como-construcao/


Informo que a Revista Espaço Acadêmico, edição nº 106, março de 2010, foi publicada
Acesse: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/issue/current/showToc

Neste número, destaca-se a segunda parte do DOSSIÊ RASTROS DE ALTERIDADE, organizado pela Profª. Drª. Cristina Maria da Silva.


Chile
Terremoto desnuda a precariedade do Estado chileno

A resposta para solucionar ou abrandar em parte os problemas mais urgentes de amplos setores da população tem sido extremamente lenta e ineficaz
Celso Calfullán
http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/internacional/terremoto-desnuda-a-precariedade-do-estado-chileno/view

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A revista Leituras da História n.26 está nas bancas.
Os artigos principais são Sherlock Holmes, Revolta da Chibata, Luis IX da França, Darwinismo no Rio de Janeiro e a entrevista com Javier Sierra, jornalista e pesquisador espanhol.











E a revista Fórum, n. 83, de fevereiro, trouxe um grande material sobre o décimo Fórum Social Mundial, alem de entrevistas e outros artigos.
Vale a pena conferir!



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