Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

26.5.10

Numero 236

Greve dos professores: alguns aprendizados

José de Souza Castro
Foram 47 dias de greve. Com ela, os professores estaduais mineiros nos deram uma lição de resistência desesperada às pressões desfechadas pelo Palácio Tiradentes – teremos que nos acostumar com esse nome – e pelo Palácio Rodrigues Campos. Este último, poucos sabem disso, é a sede do Tribunal de Justiça. Foi inaugurada em 1911 na Av. Afonso Pena, centro da nova capital do Estado, e ficou hoje muito pequena. Melhor dizendo, apequenada. Vale a pena recordar. Em 1964, após seis anos de reforma, o palácio foi reinaugurado com o nome atual, uma homenagem ao pai do então senador Milton Campos. Quando governador, na década de 1950, numa greve de ferroviários de Divinópolis, aconselhado a enviar para lá um trem cheio de soldados, Milton Campos perguntou: não seria melhor mandar o trem pagador? Os salários estavam atrasados...
Ao longo da história, os funcionários públicos mineiros, quando não sofriam o atraso do pagamento, era porque o salário se tornara insignificante, esmagado pela inflação e pela ausência de um reajuste justo e a tempo. Não há dinheiro – foi sempre essa a desculpa dos governantes que, no entanto, não abrem mão de seus palácios. O atual tem agora à disposição nada menos que quatro: Liberdade, Despacho, Mangabeiras e Tiradentes. Gostaria de estar aqui comemorando, com os professores, uma vitória da sua inegável coragem e persistência. Mas, não é o caso. Eles vão voltar às salas de aula, nesta quinta-feira, pior do que estavam no dia 8 de abril, no começo da greve. A tal comissão para estudar a reivindicação salarial dos professores é uma comissão como todas aquelas criadas por governos quando não querem resolver um problema. Essa aí, se não me engano, vai servir apenas para que o sindicato dos professores possa dizer que não cedeu simplesmente às pressões do governo e da Justiça. Pressões que, na sua face mais pragmática, se traduziram pela multa diária de 30 mil reais imposta pelo Tribunal de Justiça, e que seria paga – a quem? – pelo Sind-UTE, caso a greve não terminasse.
Os grevistas vão ter que esperar algumas semanas para receber os dias parados e terão que repor as aulas que deixaram de dar. Ou seja, vão trabalhar mais, até o fim do ano, sem tempo para se curar do estresse da longa greve. E não receberão um centavo a mais no minguado salário. É verdade, receberam promessas. Só para lembrar: no governo Francelino Pereira, os professores terminaram uma greve depois de ouvirem muitas promessas. Um ano depois, nenhuma havia sido cumprida. Eles tiveram que fazer nova greve, mas aprenderam a lição: no ano seguinte, o candidato apoiado pelo governador foi derrotado por Tancredo Neves.
Acho que o neto de Tancredo e seu candidato, Antônio Anastasia, gazetearam aquelas aulas...
Os professores grevistas voltarão às aulas, no entanto, com uma promessa que talvez seja cumprida – a de não serem punidos. Até poderiam ser, pois a greve foi considera ilegal por um punhado de desembargadores. Também eles funcionários públicos estaduais, só que incrivelmente bem pagos pelo mesmo governo que alega não ter recursos para conceder aos professores um salário de 1.321 reais por mês.
O que temos pela frente não é um panorama animador para os candidatos Aécio Neves e Antônio Anastasia, se dependerem do voto dos professores. Também não, para o principal adversário nas urnas do atual governador, o ex-ministro Hélio Costa. Alguém ouviu dele uma palavra de solidariedade aos grevistas? Até onde sei, foi ensurdecedor o silêncio do candidato do PMDB sobre as reivindicações dos professores.
E os pais que recorreram ao Ministério Público exigindo a volta às aulas? Acho que esses pais – se é que são mesmo pais de alunos – têm, ainda, muito a aprender...





Por que Washington rejeita a paz

Por Antonio Martins (http://www.outraspalavras.net/?p=1233)

O desfecho da disputa que Estados Unidos e Irã travam, em torno da energia nuclear, tornou-se imprevisível, após uma série de reviravoltas diplomáticas. Tão logo Brasil e Turquia anunciaram, em 16 de maio, um acordo que cria espaço para entendimento, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, saiu a campo para bombardear a iniciativa. Na manhã desta terça-feira (18/5), ela anunciou, no Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, ter costurado com Rússia e China um rascunho de resolução contra Teerã, a ser submetido ao Conselho de Segurança da ONU. Apesar de ter aprovação aparente dos cinco membros-permanentes do conselho, a aprovação desta proposta é incerta. Tanto a articulação brasileiro-turca quanto a resposta-relâmpago do governo Obama são fatos novos e surpreendentes, que ajudam a revelar traços da conjuntura global que se abre na virada da década.
1.
Revelado no final da noite de segunda-feira, o texto anunciado por Hillary é, como afirmou a própria secretária, particularmente “duro”. As sanções previstas transformam o Irã, na prática, num Estado-pária. Fica proibido de construir instalações de enriquecimento de urânio (algo que o Tratado de Não-Proliferação Nuclear – TNP – considera um direito de qualquer país). É interditado de atividades banais (como a mineração de urânio). As nações são impedidas de vender-lhe oito tipos de armamentos convencionais (os mesmos oferecidos a todos os seus vizinhos), e mesmo de fornecer assistência técnica e treinamento militares.
Estabelecem-se, além disso, constrangimentos humilhantes. Barcos com destino ao Irã podem ser inspecionados em alto-mar. Fundos iranianos no exterior tornam-se passíveis de bloqueio, bastando para isso que algum Estado ofereça “bases razoáveis para acreditar” que o negócio “poderia contribuir” para que Teerã livre-se das sanções.
A proposta de Hillary obriga os EUA a renegar posições já assumidas, afronta possíveis aliados e tende a ampliar a oposição e o ressentimento contra Washington, em especial no mundo árabe. Os compromissos que que Brasil e Turquia convenceram o Irã a assumir são, em essência, idênticos ao que os EUA exigiam de Teerã, em outubro último. Brasília e Ancara apostaram que, na condição de países do Sul, não-hostis ao Irã, teriam maiores chances de obter um compromisso. Esta tentativa foi comunicada previamente à Casa Branca – que a encorajou, em palavras.
Ao renegar esta atitude, Washington sugere que não desejava, no ano passado, um entendimento: fazia apenas uma provocação. Ainda mais porque as novas ameaças contrastam com o prolongado apoio norte-americano a Israel – que mantém e desenvolve armas nucleares e se recusa a assinar o TNP.
Na manhã de quarta-feira (19/5), surgiram, aliás, os primeiros sinais de que a tramitação do texto, no Conselho de Segurança, poderá ser lenta, complexa e desgastante para os EUA. Embora admitisse que seu país participou da redação do esboço de Hillary, o embaixador chinês na ONU, Li Badong, fez ressalvas. “Fazer circular este rascunho não significa que as portas para a diplomacia estão fechadas (…) Acreditamos que o diálogo, a diplomacia e as negociações são a melhor maneira de lidar com a questão iraniana”.
Brasil e Turquia mantiveram-se firmes, anunciando que enviarão ao Conselho de Segurança um relato de suas gestões, que julgam suficientes para colocar o debate em novo tom. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, afirmou que, após os sinais de boa-vontade emitidos por Teerã “não há nenhum motivo para manter uma linha de pressões e sanções”.
Na própria sociedade norte-americana, não parece haver unanimidade em favor da postura de ameaças e confrontos. Na manhã de quarta-feira (19/5), uma ampla maioria dos leitores do New York Times pronunciava-se de forma francamente crítica a nova cartada da Casa Branca. O jornal elogiou Hillary Clinton em editorial. Mas na página de comentários aberta aos internautas, todas as dez opiniões mais pontuadas estavam contra as sanções. Um comentário emblemático perguntava: “Por que será que estou me tornando mais inclinado a acreditar em propostas feitas por países como a Turquia e o Brasil que nas manifestações de China, Rússia e Estados Unidos”?
Nove votos, entre os quinze países que compõem o Conselho de Segurança, são necessários para aprovar sanções. Há enormes probabilidades de que Brasil, Turquia e Líbano rejeitem a resolução articulada pelos EUA. Ainda que os cinco membros permanentes confirmem adesão à proposta de Hillary, será preciso cabalar mais quatro apoios, entre os sete integrantes que faltam (Áustria, Bósnia, Gabão, Japão, México, Nigéria e Uganda). O sucesso é duvidoso. A maior parte dos que se atrevem a fazer previsões imaginam que as negociações deverão se estender até julho.
2.
Por que, então, a sofisticada Hillary Clinton agiu tão brusca e rudemente? Dois textos publicados em Outras Palavras ajudam a encontrar respostas. Em A política de desarmamento de Obama, que foi ao ar no final de abril, o economista José Luís Fiori aponta como o presidente “mudou de foco”, depois de enfrentar o primeiro ano de crise econômica profunda, resistências no Congresso, movimentos sociais ultra-conservadores e queda de popularidade.
Ao menos no momento, tais pressões conduziram o homem do Yes, we can, à condição de um aplicador do business as usual (“o mesmo de sempre”). As esperanças de um poder norte-americano benévolo, que ele espalhou pelo mundo em sua campanha eleitoral, reduziram-se a retórica. Diante da crise – e talvez da falta de mobilização, em seu país, para políticas progressistas – o presidente passou a reconhecer, nas palavras de Fiori, que “o poder militar é indispensável à reconstrução da economia dos EUA”; que estes “não abdicarão do poder global que já conquistaram”, nem “de sua expansão futura”.
Em O plano militar do Pentágono, o jornalista Jack A. Smith parte de análise semelhante, e investiga em especial seus desdobramentos militares. Smith disseca dois documentos oficiais sobre estratégia publicados já no mandato de Obama. Trata-se do Relatório Quadrienal da Revisão de Política de Defesa (Quadriennial Defense Review Report, QDR, de fevereiro de 2010) e a a Revisão da Política Nuclear (Nuclear Posture Review, NPR, de abril de 2010).
O novo governo, mostra o estudo, não se limitou a aprovar, um orçamento militar que é superior ao de todos os demais países do mundo somados, e supera inclusive o recorde de George W. Bush (741 bilhões de dólares no ano fiscal de 2011, contra US$ 651 bi em 2009). Ele formulou um leque de objetivos que acentuará, se alcançado, o aspecto militar da supremacia mundial norte-americana.
O apoio na força bélica está explícito no QDR. O relatório proclama que “os interesses dos EUA e seu papel no mundo exigem forças armadas com capacidades superiores a tudo o que se conhece”. Defende “o domínio continuado das forças armadas norte-americanas, nas guerras de larga escala de exército contra exército”. Traduz tais propósitos num vasto elenco de metas militares: “Expandir as capacidades de ataque a longa distância; explorar as vantagens das operações subterrâneas; garantir acesso ao espaço e ao uso de recursos espaciais; aumentar a robustez de capacidades-chave de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento; derrotar sistemas inimigos de sensores; aumentar a presença e a prontidão de resposta das forças dos EUA, em todo o mundo”.
3.
Em suma, a virada de Obama equivale a aceitar como projeto, conforme sumariza Fiori, “o congelamento da atual hierarquia do poder militar mundial”. Diante de tal propósito, e das armas e orçamentos mobilizados para alcançá-lo, a iniciativa pacifista e distensionadora de Brasil e Turquia só poderia ser encarada pelos EUA como… um disparate inaceitável. Que restará da estratégia de supremacia mundial com base nas armas, se puder ser desarmada, à primeira crise, por dois países de poder bélico menor, sem assento permanente no Conselho de Segurança da ONU e detentores de PIBs que, somados, não chegam a 1/5 do norte-americano?
Significa, então, que apesar de suas boas intenções, a cartada de Brasília e Ancara foi imprudente e irrealista? As próximas semanas serão muito reveladoras, mas muitos fatores indicam que a respostas é não.
Primeiro, porque continua cada vez mais atual a frase atribuída a Bonaparte: é possível fazer qualquer coisa com baionetas, exceto sentar-se sobre elas. Qualquer poder que se apoia nas armas emite um sinal de fraqueza. País mais endividado do planeta, candidato a perder em poucas décadas a liderança econômica, os Estados Unidos parecem imitar, com a estratégia de poder que praticam, a trajetória de declínio descrita pela Inglaterra, a partir do final do século 19.
Segundo, porque a simples ousadia brasileiro-turca, a intensa repercussão que encontrou e as possibilidades reais de que tenha sucesso no Conselho de Segurança são sinais de outro fenômeno destacado da atualidade. Trata-se da ascensão dos países antes vistos como periféricos e seu desejo de uma ordem mundial multipolar. Em certo sentido, esta emergência recupera aspirações do “movimento dos não-alinhados” — que tateou em busca de espaço, a partir da segunda metade dos anos 1950, num cenário monopolizado por Estados Unidos e União Soviética.
Agora, talvez as possibilidades sejam maiores. Uma atitude como a de Lula e Erdogan seria provavelmente irrelevante nos tempos da Guerra Fria; e estaria no campo do bizarro depois, durante o breve período em que os EUA dominaram sozinho a cena internacional. Vale notar, aqui, a posição dúbia da China, que oscila entre sentir-se parte dos periféricos (é força destacada nos BRICs) e a tentação de compor, com Washington, um novo e poderoso G-2.
O terceiro fator não se relaciona com oportunidades geopolíticas, mas com projetos de sociedade. Num tempo também caracterizado pela emergência da sociedade civil planetária, da economia do conhecimento e das redes sociais, é possível aceitar que os destinos do planeta sejam decididos por uma potência armada até os dentes?
Se a resposta for não, Brasil e Turquia ajudaram a tornar o presente respirável e abriram janelas para o futuro. Talvez haja mais que coincidência em Lula, o protagonista mais empenhado no projeto, ser o presidente do país onde surgiram os Fóruns Sociais Mundiais. Aqueles que sustentam a ideia, também irreverente, de que “outro mundo é possível”…


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Do Correio Caros Amigos:
Alguns recados do Irã: a paz invadiu o meu coração
Por Beto Almeida
Após o anúncio do acordo construído entre Brasil, Irã e Turquia para evitar que a nação persa sofra novas sanções ou que tenha que renunciar ao seu direito de desenvolver a tecnologia nuclear para fins pacíficos, já se nota em certos segmentos políticos e midiáticos brasileiros uma tentativa de desmerecer a importância da iniciativa do presidente Lula que conseguiu apoio também da Rússia e da China. Por isso mesmo vale colocar em realce - como já tem feito a imprensa internacional - os desdobramentos políticos que o Acordo Nuclear Brasil-Irã-Turquia poderá promover. A viagem de Lula à Teerã foi cercada de imenso ceticismo, silencioso ou declarado, como o da Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton que disse que o presidente brasileiro iria ter que enfrentar uma montanha de problemas, desacreditando do êxito de sua empreitada. É como se não soubesse que Lula, desde que nasceu, enfrentou os mais montanhosos e espinhosos problemas que seres humanos pobres, nascidos no Nordeste, foram obrigados a enfrentar, a começar por vencer a pena de morte a céu aberto que executava crianças nordestinas pela fome dia-a-dia, fenômeno político denunciado com franqueza e precisão por outro nordestino mundialmente respeitado, Josué de Castro. Na mesma linha, o chanceler francês - que não acredita que o fim da tarde é lilás - chegou a afirmar de modo deselegante e desrespeitoso, que Lula seria embromado pelos iranianos, sendo obrigado a corrigir-se e a desculpar-se por orientação do presidente Sarkozy, este talvez mais pragmático e interessado na bilionária venda dos aviões Rafale para o Brasil. O acordo é uma lição para muita gente. Não seria petulante afirmar que o episódio constitui grande recado para o presidente dos EUA, Barack Obama. Afinal, não deveria ser dele, Prêmio Nobel da Paz, a iniciativa principal de promover o diálogo, insistir em saídas pacíficas, apostar em soluções cooperativas, ao invés de falar precipitadamente na lógica das sanções que, obviamente, são muito interessantes para as encomendas da indústria bélica? Talvez por ser prisioneiro do Complexo-Militar-Industrial, denunciado por um ex-presidente dos EUA, Obama ainda não demonstrou claramente estar o Prêmio nas mãos mais adequadas.... O acordo firmado entre Lula, Ahmadinejad e o chanceler turco Ebergan manda recados também para o Conselho de Segurança da ONU, que, antes mesmo de explorar as possibilidades de uma saída pelo diálogo e que não implicasse no veto aos países que - como o Irã e o Brasil, entre outros - estão desenvolvendo tecnologias nucleares para finalidades pacíficas, deu péssimo exemplo de intolerância e prepotência ao mundo. O Conselho só tem falado em sanções, em ameaças, sem sequer referir-se ao fato que a via das sanções aplicadas por ele até hoje tem resultado, fundamentalmente, em castigos militares de gigantescos sofrimentos, perdas de vidas, destruição e rigorosamente nenhuma solução, como se observa no Afeganistão e no Iraque. Embora o impacto internacional positivo seja inegável, o acordo traz ingredientes novos para o debate político brasileiro já que o candidato oposicionista, José Serra, manifestou-se de maneira negativa à viagem de Lula ao Irã, afirmando que nem iria lá, nem convidaria o presidente iraniano a vir ao Brasil. Se o objetivo é buscar soluções negociadas, por meio de conversações complexas e delicadas, como podem Obama, o chanceler francês, o Conselho da ONU e José Serra não privilegiarem o diálogo direto com a parte envolvida, o Irã, para se alcançar a paz? Sintonia entre tucanos e falcões.... Para a mídia sobram muitas lições, sobretudo para grande parte da mídia brasileira que, desde o anúncio da viagem de mandatário brasileiro à antiga Pérsia encontrou inúmeras qualificações negativas e pessimistas para a iniciativa, algumas de escassa qualificação, como aquelas que davam a entender que o “Lula não se enxerga”, ou que “isto é apenas uma bravata”. Ou, então, que seria pretensioso acreditar que o Brasil poderia ter alguma importância na solução de um problema de tão grande porte e tão distante. Uma por uma estas conceituações midiáticas, provavelmente eivadas de uma certa dose de preconceito, foram, pouco a pouco, desmanchando-se no ar. Agora, até mesmo os mais pessimistas admitem que o acordo reveste-se de importância altamente relevante e que é uma vitória de Lula e da política externa brasileira independente e soberana. O mundo inteiro está discutindo o gesto brasileiro e rejeitá-lo será altamente desgastante para eles, sobretudo para o Prêmio Nobel da Paz. O curioso é que esta mesma mídia reconhece e destaca o protagonismo de outro brasileiro, Oswaldo Aranha, quando das gestões feitas para a criação de Israel, há décadas. Mas, agora, quando Lula insiste em ter voz ativa, convocando ou até mesmo desafiando as grandes potências a empenharem-se na via pacífica seja para o Irã, para o Iraque, como também, por desdobramento, para a Questão Palestina, nenhum reconhecimento. O difícil mesmo é acreditar que tanto o Prêmio Nobel da Paz, como os demais dirigentes dos países ricos, tenham coragem em apostar em caminhos que contrariem a indústria bélica. Coragem, que Lula, em sua dialética de retirante, tem demonstrado ter de sobra.
Beto Almeida é jornalista e membro da Junta Diretiva da Telesur
(Cena bucólica. Foto RMF)
Republicamos o editorial de Mino Carta, na Carta Capital desta semana:
Os interesses dos impérios e os nossos
Ao ler os jornalões na manhã de segunda 17, dos editoriais aos textos ditos jornalísticos, sem omitir as colunas, sobretudo as de O Globo, me atrevi a perguntar aos meus perplexos botões se Lula não seria um agente, ocidental e duplo, a serviço do Irã. Limitaram-se a responder soturnamente com uma frase de Raymundo Faoro: “A elite brasileira é entreguista”.
Entendi a mensagem.
A elite brasileira aceita com impávida resignação o papel reservado ao País há quase um século, de súdito do Império. Antes, foi de outros. Súdito por séculos, embora graúdo por causa de suas dimensões e infindas potencialidades, destacado dentro do quintal latino-americano. Mas subordinado, sempre e sempre, às vontades do mais forte.
Para citar eventos recentíssimos, me vem à mente a foto de Fernando Henrique Cardoso, postado dois degraus abaixo de Bill Clinton, que lhe apoia as mãos enormes sobre os ombros, em sinal de tolerante proteção e imponência inescapável. O americano sorri, condescendente. O brasileiro gargalha. O presidente que atrelou o Brasil ao mando neoliberal e o quebrou três vezes revela um misto de lisonja e encantamento servil. A alegria de ser notado. Admitido no clube dos senhores, por um escasso instante.
Não pretendo aqui celebrar o êxito da missão de Lula e Erdogan. Sei apenas que em país nenhum do mundo democrático um presidente disposto a buscar o caminho da paz não contaria, ao menos, com o respeito da mídia. Aqui não. Em perfeita sintonia, o jornalismo pátrio enxerga no presidente da República, um ex-metalúrgico que ousou demais, o surfista do exibicionismo, o devoto da autopromoção a beirar o ridículo. Falamos, porém, é do chefe do Estado e do governo do Brasil. Do nosso país. E a esperança da mídia é que se enrede em equívocos e desatinos.
Não há entidade, instituição, setor, capaz de representar de forma mais eficaz a elite brasileira do que a nossa mídia. Desta nata, creme do creme, ela é, de resto, o rosto explícito. E a elite brasileira fica a cada dia mais anacrônica, como a Igreja do papa Ratzinger. Recusa-se a entender que o tempo passa, ou melhor, galopa. Tudo muda, ainda que nem sempre a galope. No entanto, o partido da mídia nativa insiste nos vezos de antanho, e se arma, compacto, diante daquilo que considera risco comum. Agora, contra a continuidade de Lula por meio de Dilma.
Imaginemos o que teriam estampado os jornalões se na manhã da segunda 17, em lugar de Lula, o presidente FHC tivesse passado por Teerã? Ele, ou, se quiserem, uma neoudenista qualquer? Verifiquem os leitores as reações midiáticas à fala de Marta Suplicy a respeito de Fernando Gabeira, um dos sequestradores do embaixador dos Estados Unidos em 1969. Disse a ex-prefeita de São Paulo: por que só falam da “ex-guerrilheira” Dilma, e não dele, o sequestrador?
A pergunta é cabível, conquanto Gabeira tenha se bandeado para o outro lado enquanto Dilma está longe de se envergonhar do seu passado de resistência à ditadura, disposta a aderir a uma luta armada da qual, de fato, nunca participou ao vivo. Nada disso impede que a chamem de guerrilheira, quando não terrorista. Quanto a Gabeira, Marta não teria lhe atribuído o papel exato que de fato desempenhou, mas no sequestro esteve tão envolvido a ponto de alugar o apartamento onde o sequestrado ficaria aprisionado. E com os demais implicados foi desterrado pela ditadura.
Por que não catalogá-lo, como se faz com Dilma? Ocorre que o candidato ao governo do Rio de Janeiro perpetrou outra adesão. Ficou na oposição a Lula, primeiro alvo antes de sua candidata. Cabe outro pensamento: em qual país do mundo democrático a mídia se afinaria em torno de uma posição única ao atirar contra um único alvo? Só no Brasil, onde os profissionais do jornalismo chamam os patrões de colegas.
Até que ponto o fenômeno atual repete outros tantos do passado, ou, quem sabe, acrescenta uma pedra à construção do monumento? A verificar, no decorrer do período. Vale, contudo, anotar o comportamento dos jornalões em relação às pesquisas eleitorais. Os números do Vox Populi e da Sensus, a exibirem, na melhor das hipóteses para os neoudenistas, um empate técnico entre candidatos, somem das manchetes para ganhar algum modesto recanto das páginas internas.
Recôndito espaço. Ao mesmo tempo Lula, pela enésima vez, é condenado sem apelação ao praticar uma política exterior independente em relação aos interesses do Império. Recomenda-se cuidado: a apelação vitoriosa ameaça vir das urnas.

(Estátua de Gatamelatta, do renascentista Donatello. Foto RMF)


O Laboratório de Estudos Brasileiros (LEB) e o Laboratório de Turismo, Esporte e Lazer (LETEL) têm o prazer de convidar para o evento O Futebol vai ao CPDOC, no dia 28 de maio de 2010.
11h: Futebol e Pensamento Social Brasileiro Conferência: José Miguel Wisnik (Departamento de Letras/USP) Mediador: Bernardo Buarque de Hollanda (Recém-Doutor/CPDOC)
14h: Futebol, Memória e Patrimônio Mesa: Clara Azevedo – “A experiência do Museu do Futebol /Pacaembu” Ricardo Cravo Albin – “A experiência do Museu da Imagem e do Som /RJ” Mediador: Carlos Eduardo Sarmento (CPDOC/FGV)
16h: Futebol e Cinema Mesa: Hernani Heffner (Cinemateca do MAM /RJ) Victor Andrade de Melo (Departamento de História/UFRJ) Mediadora: Mônica Kornis (CPDOC/FGV)
O Futebol vai ao CPDOC
Data: 28 de maio de 2010 - sexta-feira, a partir de 11h Local: Auditório 1333, 13º andar, Fundação Getulio Vargas Praia de Botafogo 190, Rio de Janeiro




O Laboratório de Estudos Urbanos (LEU) do CPDOC tem o prazer de convidar para a palestra da Profª Leticia Veloso (UFF) intitulada "Sobre guetos e favelas: tem um gueto na favela?", dia 27 de maio de 2010, às 14h.
http://cpdoc.fgv.br/noticias/eventos/27052010
Dia 27 de maio, quinta-feira, às 14hLocal: Fundação Getulio Vargas - Sala 418 (4º andar)Praia de Botafogo 190, Rio de Janeiro O evento é gratuito e não é necessário fazer inscrição



A publicação “RPPN Mata Atlântica” apresenta os resultados de um projeto de pesquisa das instituições Fundação SOS Mata Atlântica, The Nature Conservancy e Conservação Internacional, a respeito da eficiência das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) da Mata Atlântica na proteção e representatividade deste bioma. A Mata Atlântica, que atualmente possui cerca de 10% de sua área original, possui a grande maioria de seus remanescentes em propriedades particulares. Neste sentido, a criação de reservas privadas é uma importante ferramenta para a conservação deste bioma tão ameaçado. A publicação apresenta o número de espécies registradas e protegidas nestas reservas, enfocando espécies ameaçadas de extinção e espécies endêmicas (com ocorrência restrita a determinados hábitats); justamente as que necessitam de mais esforços conservacionistas. Também são apresentadas informações sobre a produção científica nestas reservas, caracterização das RPPNs estudadas e diversos comentários sobre a importância destas reservas para a proteção da biodiversidade. As RPPNs são Unidades de Conservação reconhecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação, o SNUC (Lei 9.985/2000) e são criadas pela vontade de seus proprietários.
A publicação é gratuita. Mas os 500 exemplares iniciais já se esgotaram. Os autores estão tentando imprimir mais. Por enquanto, os interessados podem conseguir na versão PDF, nos seguintes locais: Conservação Internacional, em Belo Horizonte (Av. Getulio Vargas 1300/7º andar), na Fundação SOS Mata Atlântica, em São Paulo (rua Manoel da Nóbrega 456) e na The Nature Conservancy, em Curitiba (rua Padre Anchiete, 392).

(Jardins do palácio Schonbrunn, Viena - Foto RMF)


Os desejos virulentos da antiga imprensa brasileira
Nas horas seguintes aos primeiros anúncios do acordo com o Irã, começaram a surgir vozes e textos tentando diminuir ou simplesmente desqualificar o feito alcançado. A pressa era compreensível. Dias antes, o pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, havia dito durante uma entrevista em Porto Alegre, que jamais receberia ou se reuniria, caso fosse eleito, com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. A diferença de horizonte expõe o tamanho, a qualidade da visão e o compromisso de quem fala. Mas, se a visão é curta, por um lado, é crescentemente virulenta, por outro. E o grau dessa virulência parece ser proporcional aos acertos do governo brasileiro.
Editorial - Carta Maior
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16620&boletim_id=702&componente_id=11766

(Idosa esperando a Tate Gallery, em Londres, abrir - Foto RMF)

A dor da gente não sai no jornal
Se as potências mundiais resolverem aplicar uma sanção contra o programa nuclear brasileiro a partir de pretexto de que aqui também se constrói uma bomba, o que já foi insinuado, a mídia brasileira ficará contra o Brasil e o seu povo? Para se medir até onde poderá chegar este anti-jornalismo, basta citar apenas um exemplo histórico: praticamente toda a imprensa fez campanha contra Vargas quando ele criava a Petrobrás. Essa mesma imprensa noticiava reiteradamente que não havia petróleo no Brasil, conforme diziam os relatórios de espertíssimos técnicos norte-americanos. O artigo é de Beto Almeida.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16625&boletim_id=702&componente_id=11767
(Estátua de Netuno, em Florença - Foto RMF)

Irã: os dilemas da aplicação das sanções
Se admitirmos que os efeitos das prováveis sanções serão mínimos, qual o sentido da tentativa do governo Obama sabotar o esforço diplomático do Brasil e da Turquia? Trata-se, ao que tudo indica, de uma resposta às crescentes críticas na sociedade norte-americana - provavelmente devido às eleições no Congresso norte-americano em novembro -, de que os EUA estão aceitando o seu declínio, ao permitir que países emergentes estejam preenchendo o vácuo de poder na política mundial. Talvez o custo dessa irresponsabilidade seja alto demais. A análise é de Reginaldo Nasser.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16626&boletim_id=702&componente_id=11764
(Noturno Veneziano - Foto RMF)
O Irã que eu conheci
[Sonia Bonzi] A instabilidade no Oriente Médio não é causada pelo Irã. Apesar da força que a imprensa, os governos, as corporações fazem para denegrir a imagem do Irã, eu confesso que o Irã que eu conheci não é o que é descrito pela mídia ocidental.
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1524

(Arco de Constantino, Roma - Foto RMF)

Escalada de sanções é atalho para ação militar contra Irã
O problema não é a suposta bomba iraniana, mas a própria existência de um regime que confronta a hegemonia dos EUA. A expansão das grandes corporações e o acesso seguro às fontes de energia dependem, em ampla medida, da manutenção do unilateralismo.
http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4644&boletim_id=703&componente_id=11805
(O flautista e o pintor - Salzburgo, Áustria - Foto RMF)
Confiram as notícias do Festival de Tira Gosto - de Tira em Tira em São Gonçalo do Rio das Pedras
http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/cbn-sabores-bh/2010/05/20/SABIA-COMO-SURGIU-O-FESTIVAL-DE-TIRA-GOSTO-DE-SAO-GONCALO.htm


A tradicional Revista do IHGB já se encontra disponível on line, desde o primeiro número, lançado em 1839. O endereço para acesso ao conteúdo da Revista é http://www.ihgb.org.br/rihgb.php.


A Revista "INTERAGIR: PENSANDO A EXTENSÃO" (ISSN - 15198847) é uma publicação da UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro que publica artigos, ensaios, resenhas e relatos de experiência com a finalidade de disseminar os saberes da extensão universitária e ampliar o debate de questões inseridas nas áreas temáticas definidas no Plano Nacional de Extensão.
No período de 01 de maio a 30 de julho de 2010 a Revista receberá trabalhos para avaliação com vistas a publicação de seus dois próximos números. As normas podem ser acessadas pelo endereço eletrônico: http://www.sr3.uerj.br/depext/depex_frentes_trabalho_revista_interagir.htm. Assim, solicitamos sua ajuda na ampla divulgação dessa oportunidade de publicação de ações de extensão para seus pares.


Divulgando o Simpósio Temático: Ciência, Sociedade e Assistência
Organização: Maria Renilda Nery Barreto (CEFET-RJ) e Maria Martha de Luna Freire (UFF)
Este Simpósio Temático pretende propiciar a discussão de pesquisas recentes sobre o tema Ciência, Sociedade e Assistência, bem como aprofundar as discussões levantadas no Simpósio Internacional Estado, Filantropia e Assistência realizado em novembro de 2009. Nesta ocasião, reunimos diversos convidados nacionais e estrangeiros para discutir as relações estabelecidas entre Estado, filantropia e assistências, a partir de diversas abordagens, entre os séculos XVII e XX. Tal evento revelou a crescente produção sobre a história da assistência no Brasil e a demanda por espaços de interlocução entre os pesquisadores. Interessa, nesse ST, debater acerca dos conceitos e abordagens, enfatizando as relações entre diferentes grupos sociais e considerando as perspectivas de quem oferecia e as de quem recebia ou demandava assistência. Para tal, seguiremos duas linhas de abordagens que reunidas possibilitarão uma melhor compreensão da prática da assistência. De um lado, as transformações na prática médica, o desenvolvimento da ciência que trouxe novos problemas para o hospital e seu papel. Nesta abordagem interessa-nos discutir a prática médica, o surgimento de novas especialidades médicas – como a puericultura, o papel dos médicos, as políticas públicas entre outros temas. De outro lado, o papel da sociedade civil na criação e manutenção de espaços de assistência – tanto no que concerne à ação filantrópica, quanto àquelas voltadas para o mundo do trabalho; entre outros temas.Interligando as temáticas, a assistência em suas diversas formas.Concebemos o SBHC como um fórum estimulante e privilegiado para reunir pesquisas e pesquisadores no âmbito da temática proposta. Este Simpósio Temático também visa reforçar as ações do Grupo de Pesquisa "História da Assistência à Saúde" que vem desenvolvendo projetos vinculados a temas como filantropia e assistência; assistência e escravidão; assistência, maternalismo e infância; entre outros.Prazo de inscrição: 30 de junhoMaiores informações: http://www.sbhc.org.br/seminario.php




A Rede de Empresários da Estrada Real, ROTA ER, está apoiando as festividades do Corpus Christi em Diamantina, com uma programação especial. Participe!
Programação:
Quinta-Feira - Dia: 03/06
Missa - Local: Catedral - Horário: 10:30h
Logo em seguida procissão do Santíssimo Sacramento, saindo da Catedral até a Paróquia São Paulo Apóstolo com a benção do Santíssimo.
A construção do som – Apresentação do Grupo de Percussão Iukerê
Local: Praça Doutor Prado - Horário: 20:00h
Sexta-Feira - Dia 04/06
Seresta - Local: Saída da Praça JK - Horário: 20:00h
Sexta Nossa - Local: Mercado Velho - Horário: A partir das 19:00h
Sabádo - Dia 05/06
Concerto “Tributo a Lobo de Mesquita”
Local: Igreja Nossa Senhora do Carmo - Horário: 20:00
Domingo – Dia 06/06
Café no Beco - Local: Beco da Tecla - Horário: A partir das 08:00h




Mortes Vitorianas
Corpus, luto e vesturário

As atitudes e os comportamentos diante da morte mudaram de acordo com as diferentes épocas e as diferentes sociedades. De maneira geral, em todas elas, diversas práticas rituais acompanham o evento, preenchendo-o de carga simbólica. Uma vez que o conceito de morte é também histórico – transformando-se no decorrer do espaço-tempo e refletindo variadas visões de mundo em eras passadas – foi possível começar a produzir sua historiografia, ou seja, registros sobre a maneira como os grupos humanos vivenciam a morte. Neste livro, a pesquisadora Juliana Schmitt analisa a morte e suas representações sociais no século XIX.
Mortes Vitorianas possui um especial relevo nos estudos históricos produzidos nas últimas décadas sobre esse assunto que tanto intriga a humanidade. O leitor poderá desfrutar e enfrentar o enigma de Thanatos, procurando desvendar as inesgotáveis vias que constituem o empenho humano de abordar o inabordável.
Sobre o autor: Juliana Schmitt possui graduação em História pela Universidade Estadual de Londrina e mestrado em Moda, Cultura e Arte pelo Centro Universitário Senac. Atualmente é doutoranda do programa de História Social da Universidade de São Paulo.
Livro: Mortes Vitorianas
Autor: Juliana Schmitt
Edição: Alameda (11 3012-2400)
Preço: R$ 40 (198 páginas)




A teia mercantil
Negócios e poderes em São Paulo colonial (1711-1765)

No início do século XVIII, quando as oportunidades na colônia despontavam por uma estreita relação com o brilho forte do ouro, lavradores, mercadores e aventureiros buscavam espaços onde ganhar suas vidas. Os atores das histórias que se desenrolam ao longo deste período envolveram-se nas mais diversas lides do comércio. Neste livro, a historiadora Maria Aparecida de Menezes Borrego faz uma minuciosa análise desses fatos denominados como “baixa especialização e a diversificação dos negócios”.
O desafio colocado no desenrolar do texto fluente nos mostra uma verdadeira peregrinação da historiadora em busca de suas fontes, esparramadas por diversos arquivos. Dessa forma, o leitor irá perceber que, através da trajetória de investigação aqui exposta, é possível compreender as trajetórias dos homens de negócios que ganharam vida ao longo das páginas deste cativante livro.

Os autores: Maria Aparecida Menezes de Borrego é doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP).
Livro: A teia mercantil
Autor: Maria Aparecida de Menezes Borrego
Edição: Alameda (11 3012-2400)
Preço: R$ 68 (336páginas



Livro: A Finança Capitalista
Autor: Suzanne de Brunhoff, François Chesnais, Gérard Duménil, Dominique Lévy e Michel Husson
Edição: Alameda (11 3012-2400)
Preço: R$ 56 (358 páginas)

A Finança Capitalista
Um estudo do Capital

A financeirização possui uma dupla função: ela instaura uma concorrência exacerbada, necessária para manter a pressão para a elevação da exploração; e estabelece um modo de repartição adequado às novas condições de reprodução do capital. A finança capitalista, livro seminal escrito por especialistas franceses que estudam o capital ao lado de François Chesnais tem como objetivo analisar e compreender os processos desse sistema.
A imponente fachada da Bolsa, templo de uma divindade antiga de vários séculos, domina aqui a praça pública onde se resolvem os negócios do mundo; em frente fica o Parlamento; a Catedral fica exatamente lá, à direita. Nas avenidas vizinhas, se ligam as fachadas dos bancos e das sedes das grandes empresas. Os mármores brilhantes refletem a luz do dia com insolência; as letras de ouro destacam as marcas e as placas brilham sobre suas portas. Perto, as grandes torres de vidro dos escritórios. Mas, quando nós nos caminhamos em direção aos subúrbios, gradualmente, às vezes até subitamente, tudo muda. A opulência pertence a uma minoria privilegiada e a cada novo passo se confirma o diagnóstico.
Mas onde estávamos exatamente? Sem dúvida em um desses centros do centro, no qual a “finança capitalista” dos países avançados redesenha o mundo na medida de suas próprias ambições e interesses. De bairro em bairro o um mundo familiar do final do século XX e do início do século XXI carrega essa estranha entidade.
Este livro remete o leitor à contradição essencial para o capitalismo contemporâneo, que consiste na recusa em satisfazer uma parte crescente das necessidades sociais, uma vez que essas se distanciam, gradativamente, de seus próprios critérios de escolha e de eficácia.

Os autores: Suzanne de Brunhoff, François Chesnais, Gérard Duménil, Dominique Lévy e Michel Husson são professores de economia na França.



Direita pressiona, e governo recua nos direitos humanos
Movimentos sociais e organizações de direitos humanos qualificaram o decreto n.º 7.177, que alterou nove pontos da terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos, como um retrocesso. As modificações no texto, lançado em dezembro de 2009, foram uma resposta às reações de setores conservadores, que criticaram duramente o programa. “O Brasil está voltando atrás na visão de direitos humanos”, lamenta Alexandre Ciconello, assessor do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/na-contramao-dos-direitos-humanos/view

(O Palácio dos Doges, Veneza - Foto RMF)

Barbárie e modernidade no século 20
(Michael Löwy)
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&cod=47877&lang=PT

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