Número 054
EDITORIAL
Utilizo hoje, no editorial, uma entrevista com o sociólogo Carlos Fridman, da Universidade Federal Fluminense, a propósito do inusitado seqüestro dos repórteres da Rede Globo e da posterior exigência da leitura de um manifesto do PCC. A partir daí, as reflexões de Fridman o encaminham para o conceito de “refugo humano” que, em minha opinião, não está longe do conceito de “excluído”, assim entendido o indivíduo que não consegue prover seu próprio sustento (Manuel Castells). O excluído não ocupa, nem terá condições de ocupar, qualquer lugar na divisão social do trabalho. Exatamente como Fridman define “refugo humano”. Sem ideología, sem projeto político, o que esses refugos podem fazer? É uma questão das mais significativas, creio eu que sua resposta dará bem a dimensão da sociedade futura. A entrevista foi extraída do site http://www.nominimo.com.br/.
Despejo de refugo humano
Carla Rodrigues
Na semana em que dois funcionários da Rede Globo de São Paulo foram seqüestrados em troca da exibição de um vídeo na TV Globo, NoMínimo foi conversar com o sociólogo Luiz Carlos Fridman, professor da UFF, autor de “Os jardins de Marx” e “Vertigens pós-modernas”, sobre o que ele chama de “refugo humano” – gente que não ocupou, não ocupa e não ocupará lugar nenhum na divisão social do trabalho. Parte desse excesso de pessoas que o capitalismo contemporâneo não consegue absorver como mão-de-obra está depositada, como lixo, nas prisões brasileiras. Num cenário de desmantelamento das instituições e de desmonte do estado do bem-estar social – que em países como o Brasil nunca chegou a ser sólido –, Fridman não acha que seja o caso de classificar os seqüestradores como terroristas. “Eles só querem aparecer na televisão para se habilitarem como força a ser considerada pelas instituições carcerárias. Essa é uma ameaça terrível, pois se dispõem a utilizar a violência de maneira indiscriminada, impondo sacrifícios a todos os grupos e instituições”, analisa ele nesta entrevista.
Uma das exigências dos seqüestradores da equipe da TV Globo em SP era aparecer na televisão. No vídeo eles fazem uma série de exigências, mas seqüestram o jornalista pedindo em troca a exibição do vídeo. A partir dessa constatação, gostaria de perguntar se a sociedade está se dividindo entre pessoas e não-pessoas, entre visíveis e invisíveis?
– Não, mas estamos nos dividindo entre aqueles que têm uma vida para viver e os que não têm. Na economia contemporânea é o contrário do capitalismo industrial clássico. No capitalismo contemporâneo, que se move à velocidade do sinal eletrônico e que aplica intensa, ininterrupta e sucessivamente tecnologia à produção da riqueza material, criou-se uma nova categoria que é o refugo humano. O velho Marx falava em exército industrial de reserva, mas o exército industrial de reserva acabou. Não existe mais. O exército industrial de reserva eram as pessoas que não estavam alocadas na divisão social do trabalho, mas que iriam ser integradas, mais cedo ou mais tarde, ou poderiam vir a ocupar um lugar na divisão social do trabalho. O refugo humano é gente que não ocupou, não ocupa e não ocupará lugar nenhum na divisão social do trabalho. Isso acontece no Brasil, assim como na Ásia, na África e nos demais países da América Latina. Com a presença do terceiro mundo no primeiro mundo, também vai acontecer no primeiro mundo. O último filme do Costa Gravas, “O Corte”, trata dessa questão, só que ao nível dos executivos. Aquilo é a insegurança com o emprego, o efeito daqueles que estiveram empregados no mundo do desemprego estrutural.
Como você explicaria a expressão “refugo humano”?
– Os pobres, as grandes massas excluídas de todos os lugares do mundo, viraram refugo humano, ou seja, lixo humano que não tem vida para viver. É a partir daí que o nível de violência torna-se imenso. A sociedade contemporânea ainda não trouxe para si este problema, ainda está no projeto desenvolvimentista. A questão passa a ser: qual é a vida que as pessoas vão desejar viver na medida em que não existe emprego para todos e, portanto, todas as instituições de proteção social também foram desmanteladas pela predominância do neoliberalismo?
Mas quando se critica o desmantelamento das instituições, parece que aqueles que estão inseridos em instituições fortes ainda estariam protegidos. Mas esses também não estão bem, certo?
– Vivemos numa época de insegurança, incerteza e falta de garantia. No mundo do desemprego estrutural ninguém está verdadeiramente seguro. Esse refugo humano, na precariedade social brasileira, cria um novo tipo de pessoa que não é alcançada pelas instituições. É uma espécie de lixo humano que pode ser incorporado em qualquer coisa. É preciso prestar atenção para não adotar o discurso determinista de que todo pobre vai virar bandido. Se todo pobre virasse bandido, o mundo já tinha acabado. O que acontece é que o sujeito não tem vida para viver, mora numa casa de papelão, a mãe não trabalha e muitas vezes não tem nem pai, e ele nunca desceu do morro...
O universo fica restrito ali, configura-se um gueto. E como fazer a partir daí uma conexão com o PCC, o seqüestro do jornalista em SP?
– Esse já é um patamar diferente. Nesse aprendizado precário no interior das instituições carcerárias, vão surgindo as formas perversas do crime, a ponto de o crime ameaçar a sociedade. Na verdade, acaba sendo a forma como eles aterrorizam que os habilita a ser uma força – que não é terrorista (o terrorismo em geral obedece a propósitos de valor, ou religiosos ou políticos), mas os habilita como força perante a sociedade. Acho que ele quer aparecer na televisão para ser habilitado enquanto força a ser considerada pelas instituições carcerárias. Essa é uma ameaça terrível, pois eles se dispõem a utilizar a violência de maneira indiscriminada, impondo sacrifícios a todos os grupos e instituições. Isso é uma ameaça ao Estado de direito democrático, que precisa se defender e defender a população. Sem essa adição, a “interpretação sociológica” fica leniente com as aberrações evidentes como a morte de civis ou seqüestros de jornalistas.
É importante fazer essa distinção entre violência e terrorismo?
– Claro. Uma coisa é o menino que vira fogueteiro no morro para ganhar R$ 300 por semana, outra coisa é o cara que já está dentro da instituição carcerária, que já está pensando como ele vai estabelecer relações com a instituição carcerária, como ele vai discutir visita, sexo, isolamento, todas as coisas que dizem respeito a uma multiplicidade de negociações. Eles utilizam a violência indiscriminada – e não o terrorismo – fazendo a sociedade toda de refém, o que deve ser firmemente repudiado. O aprendizado não é precário; é o aprendizado da revolta perversa que não mede conseqüências. Estão querendo fazer valer certas demandas nessa “multiplicidade de negociações” sem qualquer representação. Não é, por exemplo, um suposto “movimento dos direitos dos presos”. Nenhuma dessas estratégias é política, é pau puro.
O crime organizado seria, então, uma forma de dar organicidade a essa força política?
– Não acredito que esta seja uma força organizada. Essa coisa de crime organizado é um pouco discutível. É uma forma de agregação súbita e pontual a partir da experiência carcerária, na qual ele se liga a todas as formas de perversão. Esses caras são perversos. Os bandidos da periferia exercem uma dominação muito forte em suas áreas. A classe média sente as formas de dominação econômica e social, mas os pobres são triplamente oprimidos. Eles sofrem a opressão da pobreza, a opressão da falta de justiça, da falta de beneficio social, da polícia e do bandido. São oprimidos especialmente pelos bandidos.
A proximidade geográfica faz com que eles fiquem mais vulneráveis a essa opressão?
– Se os bandidos desconfiam que uma garota do morro seja de uma outra facção, eles cortam o cabelo da garota e fazem ela descer do morro nua. Ou então queimam no pneu. Achar que os bandidos estão fazendo protestos é uma visão muito romântica.
FALAM AMIGOS E AMIGAS
O debate sobre o voto nulo. Duas pessoas comentaram... vamos criar coragem e falar?
1. Enquanto profissional envolvida no processo de "formação" de outras pessoas, não posso concordar com o VOTO NULO. Na minha opinião, devemos promover discussões que levem os sujeitos a ter uma participação ativa no processo eleitoral, através do VOTO CONSCIENTE. DEVEMOS considerar que as eleições constituem uma oportunidade de compromisso e sendo assim todo compromisso deve ser cobrado e cumprido; DEVEMOS ressaltar que em uma democracia as mudanças ocorrem pela via política. Mostrar a esses sujeitos que: liberdade de escolha + conhecimentos = exercer bem o direito de voto. Não podemos escolher pelos outros, precisamos promover discussões que permitam um melhor discernimento no momento da escolha, no momento do VOTO. LEMBRAR QUE SOMOS SERES POLÍTICOS, MESMO QUANDO DIZEMOS QUE NÃO NOS INTERESSAMOS POR POLÍTICA. Votar nulo é deixar que alguém faça a escolha por você.
Mara Motta
2. "Voto nulo: sim ou não? Vamos debater o assunto?
Para alguma coisa está servindo toda essa crise política. Estamos deparando com indivíduos que se percebem cidadãos. Vêem-se diante de um dilema, que, se não os consome com a proximidade das eleições, pelo menos os faz sentir incomodados pela necessidade de tomar uma decisão. Será o início de uma lenta transformação da sociedade brasileira?
Escolher um candidato. Se essa opção não for feita de maneira consciente, certos de estarmos escolhendo o melhor para o país, ela deve ser feita? Votar em um candidato com menor possibilidade de nos decepcionar, não será dar continuidade ao que até agora não mostrou ter eficiência, apenas pelo sentimento do "dever cumprido com a democracia", ou, pelo "temor à perda da Democracia"?
Você que pensa assim, qual o real significado de Democracia para você? Simplesmente votar? Vale lembrar que respeito ao direito alheio, ou seja, obedecer a mais simples lei ou até respeitar os limites da boa convivência, como não jogar papel ou toco de cigarro nas ruas é praticar Democracia.
Ignorá-los. Será diferente de votar e no mês seguinte ter-se esquecido em quem votou? Qual a diferença entre escolher um candidato e logo depois não acompanhá-lo? Você não estará apenas adiando sua vontade "politicamente incorreta" de ter anulado seu voto? Que Democracia você está praticando?
Haveria outra forma de revolucionarmos nossas atitudes? Diversos povos optam por uma revolução desordeira, carregada de ideais fundamentalistas que se confundem com o objetivo principal que é a prática da política do desenvolvimento em prol do bem coletivo. Ainda somos uma sociedade pacífica e que pode escolher formas pacíficas para mudar um sistema político falido. Não se trata de buscar inutilmente anular as eleições com 50% + 1, mas esclarecer à classe política vigente que estamos num processo de mudança. Que não somos mais alienados às suas atitudes egoístas. Que temos consciência que o voto, seja para elegê-los, ou reelegê-los, ou para baní-los, ou nulo, terá sido praticado por uma sociedade atenta a suas necessidades e seus desejos.
Paulo R. Fonseca
3. Ana Claudia Vargas, nossa colaboradora mais freqüente, envia este artigo de Eduardo Galeano. Ainda que muitas pessoas o considerem um panfletário, nunca é demais ler o que ele escreve. Nem que seja apenas para se indignar....
Salva-vidas de chumbo
por Eduardo Galeano (*) Montevidéu, agosto/2006 –
Nossos países se modernizam. Agora, o discurso oficial manda honrar a dívida (embora seja desonrosa), atrair investimentos (embora sejam indignos) e entrar no mundo (ainda que pela porta de serviço). Na realidade, continuamos acreditando nas histórias de sempre. A América Latina nasceu para obedecer ao mercado mundial, ainda quando este mercado não se chamava assim, e mal ou bem seguimos atados ao dever de obediência.
Esta triste rotina dos séculos começou com o ouro e a prata e seguiu com o açúcar, tabaco, guano, salitre, cobre, estanho, borracha, cacau, banana, café, petróleo. O que nos deixaram esses esplendores? Nos deixaram sem herança nem querência. Jardins transformados em desertos, campos abandonados, montanhas esburacadas, águas podres, longas caravanas de infelizes condenados á morte precoce, vazios palácios onde perambulam os fantasmas? Agora é a vez da soja transgênica e da celulose. E novamente se repete a história as glórias fugazes, que ao som de suas trombetas nos anunciam longas infelicidades.
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O passado será mudo? Nos negamos a ouvir as vozes que nos advertem: os sonhos do mercado mundial são os pesadelos dos países que se submetem aos seus caprichos. Continuamos aplaudindo o seqüestro dos bens naturais que Deus, ou o diabo, nos deu, e assim trabalhamos por nossa própria perdição e contribuímos para o extermínio da pouca natureza que resta neste mundo.
Argentina, Brasil e outros países latino-americanos vivem a febre da soja transgênica. Preços tentadores, rendimentos multiplicados. A Argentina é, há algum tempo, o segundo produtor mundial de transgênicos, depois dos Estados Unidos. No Brasil, o governo de Lula executou uma dessas piruetas que fazem pela democracia e disse sim à soja transgênica, embora seu partido tenha dito não durante toda a campanha eleitoral.
Isto é pão para hoje e fome para amanhã, como denunciam alguns sindicatos rurais e organizações ecologistas. Mas já se sabe que os camponeses ignorantes se negam a entender as vantagens do pasto de plástico e da vaca a motor, e que os ecologistas são uns estraga-festas que sempre cospem no assado.
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Os defensores dos transgênicos afirmam que não está provado que prejudicam a saúde humana. Em todo caso, tampouco está provado que não a prejudicam. E, se são tão inofensivos, por que os fabricantes de soja transgênica se negam a declarar, nas embalagens, que vendem o que vendem? Ou, por acaso, o rótulo de soja transgênica não seria a melhor publicidade?
Mas há evidências de que essas invenções do doutor Frankenstein afetam a saúde dos solos e reduzem a soberania nacional. Exportamos soja ou exportamos solo? E, por acaso, não ficamos presos nas jaulas da Monsanto e outras grandes empresas de cujas sementes, herbicidas e pesticidas passamos a depender?
Terras que produziam de tudo para o mercado local, agora se consagram a um só produto para a demanda estrangeira. Me desenvolvo para fora, e me esqueço do que tem dentro. O monocultivo é uma prisão, sempre foi, e agora, com os transgênicos, muito mais. A diversidade, por outro lado, libera. A independência se reduz ao hino e à bandeira se não existe soberania alimentar. A autodeterminação começa pela boca. Somente a diversidade produtiva pode nos defender das súbitas quedas de preços que são costume, costume mortal, do mercado mundial.
As imensas áreas destinadas à soja transgência estão arrasando as florestas nativas e expulsando os camponeses pobres. Poucos braços ocupam estas explorações altamente mecanizadas, que, por outro lado, exterminam as pequenas plantações e hortas familiares com os venenos que utilizam. Multiplica-se o êxodo rural para as grandes cidades, onde se supõe que os expulsos vão consumir, se tiverem a sorte, o que antes produziam. É a agrária reforma. A reforma agrária ao contrário.
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A celulose também entrou na moda, em vários países. O Uruguai, para não ir mais longe, está querendo se converter em um centro mundial de produção de celulose para fornecer matéria-prima barata a distantes fábricas de papel. Trata-se de monoculturas de exportação, na mais pura tradição colonial: imensas plantações artificiais que dizem ser florestas e se convertem em celulose em um processo industrial que despeja dejetos químicos nos rios e torna o ar irrespirável. Aqui começaram a ser construídas duas fábricas enormes, uma delas já no meio da construção. Depois foi incorporado outro projeto, e se fala de outro e de outro mais, e mais hectares estão sendo destinados à produção de eucaliptos em série.
As grandes multinacionais nos descobriram no mapa e brotaram subitamente cheias de amor por este Uruguai onde não há tecnologia capaz de controlá-las, o Estado lhes concede subsídios e isenção de impostos, os salários são raquíticos e as árvores brotam em um piscar de olhos. Tudo indica que nosso pequeno país não poderá suportar o asfixiante abraço destes grandões. Como costuma ocorrer, as bênçãos da natureza se transformam em maldições da história. Nossos eucaliptos crescem 10 vezes mais rápidos do que os da Finlândia, e isto se traduz da seguinte maneira: as plantações industriais serão 10 vezes mais devastadoras. Ao ritmo de exploração previsto, boa parte do território nacional será espremida até a última gota de água. Os gigantes sedentos vão secar nosso solo e subsolo.
Trágico paradoxo: este foi o único lugar do mundo onde se submeteu a plebiscito a propriedade da água. Por esmagadora maioria, os uruguaios decidiram, em 2004, que a água seria de propriedade pública. Não haverá maneira de evitar este seqüestro da vontade popular?
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É preciso reconhecer que a celulose se converteu em algo com uma causa patriótica, e a defesa da natureza não desperta entusiasmo. E pior: em nosso país, doente de celulite, algumas palavras que não eram más palavras, como ecologista e ambientalista, estão se transformando em insultos que crucificam os inimigos do progresso e os sabotadores do trabalho. Comemora-se a desgraça como se fosse uma boa notícia. Mais vale morrer de contaminação do que morrer de fome: muitos desempregados acreditam que não há mais remédio a não ser escolher entre duas calamidades, e os vendedores de ilusões desembarcam oferecendo milhares e milhares de empregos.
Mas uma coisa é a publicidade, e outra a realidade. O MST, o movimento de camponeses sem-terra divulgou dados eloqüentes, que não valem apenas para o Brasil: a celulose gera um emprego para cada 185 hectares, enquanto a agricultura familiar cria cinco postos de trabalho para cada 10 hectares. As empresas prometem o melhor. Trabalho em abundância, investimentos milionários, controles rígidos, ar puro, água limpa, terra intacta. E é o caso de se perguntar por que não instalam estas maravilhas em Punta del Este, para melhorar a qualidade de vida e estimular o turismo em nosso principal balneário?
(*) Eduardo Galeano, escritor e jornalista uruguaio, autor de As veias abertas da América Latina e Memórias do Fogo.
INTERNACIONAL
A crise do Oriente Médio em três artigos do Le Monde Diplomatique e na resenha do livro do juiz espanhol Garzón. Clique nos títulos para abrir o artigo.
1. Carta branca aos incendiários
Com a cumplicidade dos EUA e Europa, e o aplauso dos neoconservadores, Israel aprofunda a guerra contra os árabes. Os poderosos do Ocidente querem a “guerra de civilizações”?Alain Gresh
2. Cisjordânia, capitalismo selvagem
Em novo movimento expansionista, Telavive estimula a colonização da Cisjordânia. A ofensiva envolve confisco ilegal de terras palestinas e aliança entre grandes empresas e o fundamentalismo judeuGadi Algazi
3. O higt-tech encontra o ultra-ortodoxo
Como o capitalismo israelense tira proveito da mão de obra barata (e obediente) das colônias para promover deslocalização interna e disputar mercado mundial em setores como a informáticaGadi Algazi
4. Terrorismo, política e a Questão Palestina
A tese central do livro recém-lançado pelo juiz espanhol Baltazar Garzón é a de que a natureza do terrorismo fundamentalista não está na religião ou na cultura, mas sim na política. A questão-chave a ser resolvida, e que gera instabilidade no Oriente Médio e no mundo, é o conflito Israel-Palestina. > LEIA MAIS Internacional 18/08/2006
5. Olhando para o passado: José Luis Fiori examina o jeito inglês de contar a história, principalmente a das revoluções de 1640 e 1688
José Luís Fiori
O jeito inglês de contar a história
O império britânico jamais abriu mão do monopólio do poder de contar a sua própria história, segundo seus próprios interesses. Diversos casos de "inversão da história" tiveram conseqüências muito importantes em todo o mundo. - 21/08/2006
BRASIL
A primeira série de artigos faz parte de um especial do site da Agência Carta Maior sobre as privatizações. A questão chave abordada é o abandono dos setores mais pobres da sociedade na medida em que se privatizaram importantes serviços e as empresas não cumpriram os compromissos que haviam firmado com o governo.
ESPECIAL - PRIVATIZAÇÕES E POBREZA
Grupos privados negligenciam universalização de serviços
A ampliação do acesso a serviços antes oferecidos pelo poder público não se confirmou como chegaram a prever os defensores das privatizações; metas fixadas em contrato não foram cumpridas e pobres foram deixados de lado. > LEIA MAIS Economia 18/08/2006
• Reformas de mercado afastaram serviços públicos dos pobres
• Banco Mundial pressiona por privatizações, mostra estudo
• Especialista sugere vínculo de recursos para água e saneamento
• Aloysio Biondi antecipou fracasso do processo em livro de 1999
Professores e alunos são os temas dos demais artigos da seção Brasil deste boletim. No primeiro, verifica-se o fracasso do modelo que o PSDB implantou em São Paulo. Nos outros dois, reflexões importantes sobre o voto da juventude.
EDUCAÇÃO BÁSICA
Especialistas reprovam 'projeto gerencial' implantado pelo PSDB
Diminuição do número de professores, fechamento de escolas, baixos salários, municipalização e aprovação automática dos alunos são alguns dos problemas apontados após 12 de governo tucano no Estado de SP, marcados por visão gerencial. Secretaria da Educação não atendeu a pedido de entrevista feito pela reportagem. > LEIA MAIS Educação 18/08/2006
• Brasil precisa qualificar com urgência 1 milhão de professores
Professor: Seus alunos assistem a MTV? Já viram este “comercial” que está sendo veiculado? Leia atentamente o artigo de Marco Aurélio Weissheimer... Você poderá precisar de argumentos para debater com eles!!!
Marco Aurélio Weissheimer
Em defesa da política e da democracia
Há crescentes indícios de que está aumentando na sociedade brasileira um movimento subterrâneo (ou nem tão subterrâneo assim), profundamente autoritário que, sob o manto de um discurso de indignação moral, mal consegue disfarçar seu desprezo pela democracia. Um comercial veiculado pela MTV resume o ideário desse movimento. - 16/08/2006
ELEIÇÕES 2006
Jovens desconfiam da política tradicional, mas querem votar
Dados do TSE mostram que houve um aumento de 49,3% nos títulos de adolescentes com 16 e 17 anos, o que representou um acréscimo de mais de 17 milhões de eleitores. Pesquisa da Unesco indica que 69% dos jovens de 15 a 29 anos acredita que voto pode mudar situação do país. > LEIA MAIS Política 21/08/2006
• Candidatos de olho no voto da juventude
NUESTRA AMERICA
No Correio Caros Amigos, Elaine Tavares faz uma interessante analogia entre Midas e Bush.
1. Esse desejo de sangue!...
Por Elaine Tavares
Existe uma velha história grega que conta sobre a sina de um rei que ambicionava todas as riquezas do mundo. Ele queria muito isso, e tanto insistiu junto aos deuses que eles lhe deram um dom: tudo o que tocasse viraria ouro. Maior alegria não podia haver. Doido de contente saiu a tocar as coisas que o rodeavam e, era fato: tudo o que seus dedos encostavam imediatamente virava ouro. Ele ria de felicidade. Babava. Ninguém no mundo poderia ser tão rico quanto ele. Estava embriagado de poder. Então, veio a fome – prosaica e humana – e ele quis comer. Mas tudo o que tocava virava ouro. Morreu de fome. Um triste fim.
Hoje, no mundo, estamos vendo a versão moderna. O presidente Bush que se considera um enviado de deus ambiciona tomar para si todas as riquezas do mundo. Mas ele não recorre aos deuses do Olimpo, nem mesmo ao deus que diz representar. Ele usa o incrível poder da guerra e dos armamentos mais modernos. Já invadiu o Afeganistão, destruiu o Iraque e agora apóia o ataque infame que Israel insiste em manter contra o Líbano e a Palestina. Não satisfeito com todo o banho de sangue que impõe aos países do Oriente Médio, ele agora volta seus tanques para Cuba. Como um sinistro urubu, manda seus sequazes bombardearem a ilha com palavras de incitamento de guerra civil. A secretária de Estado Condoleeza Rice conclama os cubanos a lutarem pela democracia. E mais, incita os cubanos que vivem em Miami para que entrem nos barcos e voltem para Cuba para comandar uma contra-revolução. Para tornarem Cuba o que era antes, o quintal dos EUA. E tudo isso é feito assim, às claras, via satélite, através da CNN, a rede estadunidense que transmite em espanhol.
O mundo assiste a tudo, perplexo e impotente. Agora imaginem se fosse o contrário? Se fosse um outro presidente ou secretário de estado a conclamar uma guerra num outro país? Não seriam bombardeados no dia seguinte? Não seriam chamados de terroristas e outros que tais? E se fosse o Chávez? Ah, seria chamado de louco e ditador. Mas não, quem promove o terror são os donos do mundo, daí o silêncio. E a pequena e insuportável ilha do Caribe, que desde o final dos anos 50 resiste aos ataques dos EUA, vai vivendo seus dias de terror. O governo estadunidense nunca conseguiu engolir o fato de que grande parte do povo cubano prefere viver lutando, na pobreza, do que ficar de joelhos diante do império. Seguem a velha idéia de José Martí. Resistem!
Mas, agora, com a doença de Fidel, a sanha anti-castrista volta com força total. É chocante de ver os ataques que são feitos para o mundo todo ouvir. E os governos dos demais países ficam quietos, achicados, com medo. Temem que chegue a sua vez. E os senhores da guerra não estão satisfeitos. Não basta o sangue do povo árabe. É preciso que escorra também o sangue cubano. É preciso que as bombas caiam sobre La Habana. É preciso salvar o mundo capitalista, ampliar o império, conquistar todas as riquezas. É preciso que todos aqueles que não defendam o chamado mundo livre (???!!!) sejam destruídos. É preciso que todos vivam sob a democracia decidida por eles. E assim, vão entrando em todos os jardins... Chegarão ao nosso? Chegarão!...
A nós os que defendem o direito soberano dos povos, impotentes e em pequeno número resta gritar até que a garganta estoure. Quem sabe, lá no alto, algum deus escute e torne real o sonho de Bush. E que tudo o que ele toque vire ouro!!!
Elaine Tavares é jornalista no OLA/UFSC. O OLA é um projeto de observação das lutas populares na América Latina: www.ola.cse.ufsc.br
2. Três artigos comentam o que se fala na IV Conferência Latino-americana e caribenha de Ciências Sociais, realizado no Rio de Janeiro.
SEMINÁRIO DA CLACSO - RIO DE JANEIRO
Emancipação requer união entre demandas étnicas e de classe
A relação entre a identidade de povos originários com as demandas econômicas, sociais e políticas do conjunto das populações mereceu destaque durante a IV Conferência Latino-Americana e Caribenha de Ciências Sociais. > LEIA MAIS Internacional 22/08/2006
• Futuro da democracia no México é imprevisível, dizem analistas
• Pesquisadora propõe estratégia global para superar neoliberalismo
LIVROS E REVISTAS
1. Convite para o lançamento do livro: "O capitão Lamarca e a VPR:Repressão judicial no Brasil".
Na Casa da Dona Yayá, sede do Centro de Preservação Cultural (CPC) da USP.Rua Major Diogo, 353 - Bela Vista - São Paulo - SPfone: (11)3106.3562Data: 26.08.2006 (sábado)Horário: Das 10:30 às 13:30 horas
Veja a apresentação no link
http://www.alamedaeditorial.com.br/o-capitao-lamarca-e-a-vpr/
2. Diálogo entre civilizações, de Muhammad Khatami, Ed. Attar, 181 p., R$39,00 – livro procura derrubar preconceitos contra o Irã e a Revolução Iraniana.
3. A História na política, a política na História. Organizado por Maria Ligia Prado, Maria de Lourdes Janotti e Cecília Helena de Sales Oliveira. Editora Alameda, 296 p., R$36,00
4. Revista Estudos Avançados, do IEA da USP. Nº 57 traz um dossiê sobre migrações.
5.
Leia a resenha de "Bom dia camaradas", que conta a história de meninos admirados com a liberdade de não mais se submeter ao domínio português em Angola. - 21/08/2006
(foto da capa do livro)
6. O avesso das naus
CINEMA
1. Filme: Zuzu Angel
Na Profunda Escuridão do Mar
Mário Maestri
O nome estadunidense pomposo não correspondia ao rapaz. Stuart Edgar Angel Jones era apenas um jovem da classe média carioca, como tanto outros que, desde 1967, participou alegre das mobilizações estudantis contra a Ditadura Militar. Seu nome complicado deveu-se a tropeço do coração da mãe, a mineira Zuleika Gomes Netto, que conheceu, em Belo Horizonte, onde morava e estudava, o estadunidense Norman Angel Jones, filho e neto de missionários protestantes.
O casamento foi curto. Já no Rio, Zuleika, ou Zuzu, pros íntimos, teve que segurar a barra e meter a cara na costura pra sustentar o rebento de nome estranho e duas filhas que o seguiram. Desde Minas, fazia vestidos pra primas com qualidade e imaginação. Em meados de 1950, casada, ganhava uns pilas costurando pra fora saias baratas, pois a vida de mulher de profeta nunca foi fácil.
Zuzu não era mulher de brincadeira. Desquitada, fez da necessidade virtude, foi à luta com mil idéias na cabeça e um tesourão na mão. Na época, sobretudo no Brasil, os costureiros chiques lançavam modas complicadas, tudo meio copiado dos estranjas, pras burguesas enricadas, enquanto as costureiras suavam na máquina de costura produzindo o riscado pelos bam-bam-bans da moda.
Zuzu pôs fim ao semi-monopólio masculino. Tornou-se figurinista, criando literalmente moda nacional capaz de vestir a mulher de todo dia, dessas que correm apressadas atrás do ônibus no caminho do batente. Levou simplesmente pras passarelas o jeito, a feminilidade e a simplicidade da brasileira comum. Os motivos de sua costura foram os da terra; os adereços, bambu, conchas, pedras; as cores, alegres e populares. Sobretudo revolucionou a moda servindo-se de panos populares como a chita, o gorgorão, o zuarte e, até mesmo, o tecido de colchão! Propôs moda pra população, baseada em invenção, trabalho e alegria de viver, emancipada da ditadura do tecido caro. Em inícios dos anos 1970, abriu butique e levou sua criação pros States, onde foi vitrine de grandes lojas, matéria em revistas e vestiu ícones da cinematografia.
Enquanto Zuzu abraçava as nuvens, o pimpolho via o mundo desabar. Em fins de 1968, chegara ao fim a recessão. A economia cresceu, iniciou o “Milagre”, alimentado por empréstimos e abertura internacional que ainda hoje continuamos a pagar. O crescimento das exportações e, sobretudo, do emprego e consumo, principalmente das classes médias e altas, isolou a oposição, reprimida duramente.
Filho de dona Zuzu não era de desencilhar o cavalo ao primeiro pinote. Com alguns poucos milhares de companheiros, partiu pra agarrar o tigre à unha. Saltou do movimento estudantil à luta armada, no Movimento Revolucionário 8 de Outubro [MR8], um dos tantos grupos que sonharam iniciar a revolução isolados, nem que fosse no início, dos trabalhadores.
Em 1970, Stuart Angel já vivia, sob o nome de Paulo, na clandestinidade, acompanhado por Sônia Maria, a companheira de vida, ideal e calvário. Preso no Grajaú, na manhã de 14 de junho de 1971, foi levado para a Base Aérea do Galeão, para ser torturado, sem interrupção e medida. Ao cair da noite, estropiado, foi amarrado a um jipe, com a boca no cano da descarga.
Avisada pelo telefone da queda do filho, como tantas outras mães, Zuzu iniciou a dilacerante vigília nas portas cerradas dos quartéis e centros de tortura na esperança de, ao menos, impedir um assassinato frio. Diante da recusa cínica de militares e policiais de reconhecerem a prisão, enterrou-se na alma de Zuzu a certeza da morte do filho, confirmada por carta de militante, preso em cela próxima ao local da tortura.
Zuzu Angel não se afundou na dor. Recolheu o fuzil caído, retomando a seu modo o combate do filho. Por cinco anos, em terrível guerrilha democrática, disparou forte contra os ditadores com a poderosa munição de mulher que se construíra com o poder da criatividade, da decisão e do trabalho.
Passou a denunciar, aqui e lá fora, as barbaridades que os militares desdobravam-se para esconder. Em desfiles, substituiu as cores alegres e os papagaios coloridos por sinistros tecidos estampados com pássaros mortos e anjos amordaçados. Envolveu na sua luta clientes e amigos famosos, do Brasil e USA. Distribuiu a deputados estadunidenses e ao fúnebre Henry Kissinger dossier sobre o filho, para que não dissessem que não sabiam o que faziam no Brasil.
Vigiada, difamada, ameaçada, Zuzu não ensarilhou as armas, até que, na madrugada de 14 de abril de 1976, encontrou a morte quando seu carro foi precipitado ribanceira abaixo, na Estrada da Gávea. Não completara cinqüenta anos. Uma semana antes, entregara documento a Chico Buarque para ser publicado caso algo lhe ocorresse. Testemunha presenciou jipe militar afastar-se do local do acidente.
***
Por diversas razões, o filme “Zuzu Angel” deve ser visto. Com coragem, exatidão e sem pieguice, retrata a vida e a luta dessa mulher emblemática, que merecem ser apresentadas ao público, rompendo o silêncio orquestrado sobre fatos dilacerantes e crimes mesquinhos ainda impunes. O filme não chega porém jamais a registrar a tensão dos fatos que apresenta.
Em “Zuzu Angel”, Sérgio Rezende não repete o feito de “Lamarca”, de 1994, umas das principais obras do cinema político nacional. Nesse filme, fixa magistralmente o perfil de Lamarca, o militar-guerrilheiro valente, desprendido e politicamente inconcluso. As últimas cenas, com o capitão carregado nas costas pelo fiel Zequinha, camponês e operário nos panos de guerrilheiro, através dos sertões baianos, em direção ao derradeiro fim, constitui candente metáfora do isolamento e trágicas ilusões da guerrilha no Brasil.
Em “Zuzu Angel”, Patrícia Pilar, sempre superficialmente bela, jamais incorpora a dor e destemerosidade de Zuzu Angel. O filme registra também com dificuldade a euforia das mobilizações de 1968 e, sobretudo, o angustiante isolamento dos combatentes cercados pela repressão, nos anos 1970. Porém, nada impede que a emoção invada o espectador ao escutar, com o filme concluindo, a música “Angélica”, escrita após a morte de Zuzu, por Chico Buarque, seu amigo e companheiro na luta. “Quem é essa mulher? Que canta este estribilho. Só queria embalar meu filho. Que mora na escuridão do mar.”
Mário Maestri, 58, é professor do Programa de Pós-Graduação e do Curso de História da UPF. E-mail: maestri@via-rs.net
2. O Sol - Caminhando contra o vento
O filme retrata a história do jornal O Sol, um dos primeiros veículos da imprensa alternativa brasileira, produzido diariamente durante seis meses, num período conturbado, em 1968, momentos antes do governo militar decretar o AI-5. O diário impresso falava de cultura, política e educação por meio de sátiras.23/08/2006
ilustração
NOTICIAS
PRESERVE 2006:
IX Seminário Nacional de Preservação e Revitalização Ferroviária
23 a 26 de agosto de 2006
Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix - Belo Horizonte - MG
Tema - Trem Brasil: Onde Estamos? Para Onde Vamos
# Cartaz # Programação # Regulamento
2. A professora Lana Maria Siman, da UFMG, convida:
LABEPEH promove Diálogos - Centro Pedagógico- FaE/UFMG
Programação 2º Semestre/2006
Toda última quinta-feira de cada mês, às 19h.
Local: Auditório Luiz Pompeu -FaE- UFMG
Temática : Ensino de História e diferentes linguagens
Temas:
Agosto: 31/08 – Jogos de computador e aprendizagem em história: interfaces possíveis?
Palestrante: Prof. Eucídio Arruda – FUMEC
Debatedor: Prof. Fábio Costa Pedro – CP-UFMG
Setembro: 28/09 – A música popular no ensino de história: potencialidades e limites
Palestrante: Prof. João Pinto Furtado – FAFICH- UFMG
Debatedora: Profa. Júnia Sales - FAE-UFMG
Outubro: 26/10 – O cinema e o ensino de História
Palestrantes: Prof. Roger Andrade Dutra – FAFICH - UFMG
Prof. Roberto Abdala Júnior – UNILESTE
Debatedora: Profa. Simone Calil – PPGE – FAE - UFMG
Novembro: 30/11 – Ensino de História e Literatura
Palestrante: Profa. Maria do Céu – Universidade do Minho - Portugal
Debatedora: Profa. Márcia Cristina Braga – Colégio Marista Dom Silvério – BH
Apoio: PAIE/UFMG
3. Achado em Israel sistema de água de 2.700 anos
(Noticia publicada no site da OI Internet)
JERUSALÉM - Arqueólogos das Universidades de Tel Aviv e de Heidelberg (Alemanha) descobriram nos arredores de Jerusalém um sistema para o transporte de água construído no tempo do bíblico Reino da Judéia, há 2.700 anos.
O chefe das escavações, Oded Lifshitz, disse que o sistema, que inclui cisternas subterrâneas, cinco bacias ao ar livre, vários canais no interior da rocha e outros externos, funcionou durante 400 anos e é o primeiro encontrado pelos arqueólogos na antiga Terra de Israel, informa hoje o jornal "Maariv".Por enquanto, os arqueólogos não conhecem a história do sistema e nem sabem para que servia. Mas "a maioria das descobertas indica que se trata de um estabelecimento real", disse Lifshitz.
O sistema foi descoberto no kibutz Ramat Rajel, quatro quilômetros a sudeste da cidade de Jerusalém, onde existem traços de ocupação humana de 5 mil anos.
Agora, os arqueólogos israelenses e alemães se perguntam para que os reis de Judéia precisariam de um sistema de água tão notável perto de Jerusalém, onde até o momento nunca se descobriu algo semelhante, afirma o jornal de Tel Aviv.
Uma das hipóteses é de que a rede foi construída por algum dos reis que conquistaram e controlaram a região. Outros supõem que o sistema de águas tenha pertencido ao império da Assíria.Também foram achados no mesmo local restos de um edifício do período muçulmano, construído entre os anos 750 e 1.000 da era cristã. Agencia EFE
4. Do portal Yahoo:
Um empresário português decidiu oferecer R$ 200 mil por "informações concretas" sobre o paradeiro de 17 peças furtadas da matriz de Nossa Senhora do Pilar em Ouro Preto, Minas Gerais, em setembro de 1973. O roubo é considerado o maior do acervo sacro da história do País. A oferta foi anunciada há dez dias, durante a entrega das obras de restauração dos sinos da igreja de São Francisco de Assis, financiadas pelo produtor de vinhos da Ilha da Madeira, comendador José Berardo.
Colecionador e apaixonado por artes sacras, o português contou que ficou sabendo da história do roubo por um guia turístico durante uma visita à matriz em abril, na primeira vez em que esteve na cidade. O anúncio da recompensa animou autoridades de Ouro Preto, que ainda confiam no reaparecimento dos objetos.
"Muitas pessoas dizem que as peças foram roubadas para serem fundidas. Nunca! Havia outras peças mais valiosas que não foram levadas. Foi um roubo programado, estudado, pensado", afirma o pároco da matriz, José Feliciano da Costa Simões. As peças do conjunto furtado faziam parte do cortejo do Triunfo Eucarístico, celebração popular que marcou a transferência do santíssimo sacramento da Igreja de Nossa Senhora do Rosário para a matriz do Pilar, em 1733.
"Essas peças representavam um momento precioso da nossa história", disse padre Simões. "Quem roubou, sabia o que queria. O grande valor desses objetos é artístico e histórico", reforçou Carlos José Aparecido de Oliveira, superintendente do Museu de Arte Sacra de Ouro Preto.
Conforme as primeiras investigações policiais, os ladrões se esconderam na matriz no horário de visitas e praticaram o furto durante a madrugada. "Fizeram a festa e ficou por isso mesmo", lamenta Oliveira. O prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, lembra que na época o governo militar impôs restrições à divulgação do fato. "Impediram que saíssem notícias sobre isso", disse. "Não se podia falar nada", recorda padre Simões. O pároco, atualmente com 75 anos, chegou a ficar preso durante três dias como suspeito do crime. "Acharam que eu era o autor intelectual." O inquérito foi reaberto em outras oportunidades, mas a investigação não avançou. Conforme padre Simões, quem tiver alguma informação sobre as peças deve ligar para a Polícia Militar de Ouro Preto, com garantia de sigilo do nome.
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