Número 056
EDITORIAL
1 - A charge de Maringoni, publicada no site da Agência Carta Maior é dolorosa, apesar de muito verdadeira. E é com ela que abro este boletim, seguida de alguns comentários que o Elio Gaspari publicou em sua coluna de domingo no Globo e na Folha de SP. Ele fala coisas muito sensatas, mas que a grande imprensa, defensora do PSDB acima de tudo, se recusa a publicar. Especialmente, ele disse:
“É hipócrita e arrogante a pretensão da cúpula tucana de se apresentar ao eleitorado como guardiã da moralidade [...]. Os tucanos danaram-se na primeira metade de junho do ano passado, quando fizeram sua opção preferencial pela hipocrisia elitista. Diante da notícia de que em 1998 a campanha de seu presidente, o senador Eduardo Azeredo, fizera com o publicitário Marcos Valério o mesmo tipo de arranjo que ele viria a fazer em 2002 com o PT, o tucanato decidiu impor sua ética à choldra. Durante quatro meses, mantiveram Azeredo na presidência do partido. Fritaram-no quando viram o tamanho da besteira cometida, mas era tarde.”
Além disso, ele também comenta a campanha do cavaleiro da triste figura, Dom Xuxu:
“O que falta ao doutor Geraldo Alckmin em sua campanha não é estratégia de marquetagem, mas idéias de candidato. Quem conseguir enumerar três idéias do tucano capazes de justificar o voto na sua ilustre pessoa ganha um pretinho da Daslu”....”A banalidade de Alckmin é produto da crise intelectual do pedaço do PSDB que inventou a sua candidatura. O humorista Henfil tinha um personagem chamado Caboclo Mamado, que chupava o cérebro das pessoas de quem não gostava. Quem ouve os grão-tucanos à sua volta fica com a impressão de que eles foram visitados pelo caboclo”.
2 - Remeto vocês novamente ao blog da minha amiga Cristina Castro. Nesta semana, um demolidor artigo enfoca o candidato ao Senado pelo PMDB, Newton Cardoso. Não deixem de ler: www.tamoscomraiva.blogger.com.br
3 - E mais um artigo para esquentar o debate sobre o voto nulo:
Voto nulo, passividade e conservadorismo
A pregação do voto nulo está na praça. Seus defensores aparentam ser os mais radicais dos inconformados. Mas apenas incentivam a despolitização, descartam um direito duramente conquistado e fazem coro com a intolerância conservadora. > LEIA MAIS Política 31/08/2006
4. Leio, no site do Observatório da Imprensa,artigo de Venicio A. de Lima, em que ele comenta o livro recentemente lançado, de Leonencio Nossa e Eduardo Scolese (Viagens com o Presidente). Venício estranha que ninguém da imprensa comenta o que está nas páginas 214 e 215 do livro: um encontro entre João Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo com Bornhausen e Agripino Maia, dirigentes do PFL. Este encontro, ocorrido em 20 de julho de 2005 é muito significativo. Um trecho do livro:
“O dirigente da poderosa TV Globo afirma aos líderes do PFL que um segundo mandato de Lula poderá levar o país a uma situação caótica. E admite que prefere Geraldo Alckmim a José Serra na cabeça de chapa da oposição".
Curioso, não? Até agora você não sabia por que o FHC insistiu tanto na escolha do Alckmin? Ainda não tinha entendido as razões do Xuxu ser tão bem tratado pela Globo? Ainda acha que desconfiar das intenções da Globo é acreditar em teorias conspiratórias??? Pois é....
FALAM AMIGOS E AMIGAS
1. Wagner Tiso e Paulo Betti foram virtualmente crucificados por terem dito algo que os opositores disseram ser a negação da ética. Suas defesas, publicadas nos jornais O Globo e Folha de São Paulo, não foram consideradas... não se falou nelas, apenas se continua a afirmar que eles e muitos artistas abrem mão da ética quando se trata de defender Lula e o PT. Leia o que Wagner Tiso e Paulo Betti escreveram para se defender e pergunte-se qual a razão de ninguém ter comentado suas defesas... Colaboração da Ana Cláudia Vargas.
O Vilão sou Eu?
Wagner Tiso
Acho que posso dizer, com orgulho, que sou um artista com vínculos pré-históricos com o Partido dos Trabalhadores. Mas nunca ofereci, em sacrifício, a minha independência para pensar. O fato é que na certidão de nascimento do PT consta o meu nome, e nos alicerces de fundação há rastros do meu esforço pessoal para coletar assinaturas de adesão ao partido . Participei de todas as campanhas presidenciais. Muitas vezes, lá no início, carregava o teclado nas costas para animar os comícios petistas. Nada disso impediu minha convivência com intelectuais e gente do mundo artístico com posições políticas diferentes da minha. Na democracia pela qual me bato há espaço amplo para divergências políticas
Meu velho coração de estudante palpitou quando Lula ganhou a eleição. Essa jornada para a ascensão do PT ao poder foi longa. Conhecendo os obstáculos históricos e os preconceitos encravados na sociedade brasileira, nem pensei que pudesse estar vivo quando a faixa presidencial fosse cruzada no peito de um operário metalúrgico. Aconteceu antes do que eu esperava. Vivi o bastante para ver.
Assim, era natural a minha presença na casa do ministro Gilberto Gil, no Rio, durante o encontro de intelectuais e artistas com o presidente Lula. Naquela noite recebi uma emocionante e inesperada homenagem do presidente. Havia o calor da amizade e muita sinceridade nas palavras dele quando me agradeceu pela entrevista que dei ao GLOBO, em setembro de 2005. Naquela ocasião, defendi o que acredito e critiquei o que condeno, como foi o caso do uso de caixa dois nas campanhas políticas do partido. A oposição concentrava todas as forças para abalar o governo. Havia um cheiro de golpe branco no ar, denunciado com precisão e coragem pelo professor Wanderley Guilherme dos Santos.
Convidado para aquela entrevista (do ano passado), publicada pelo GLOBO, defendi um governo no qual acredito. Não vacilei em dizer como via as coisas. Disse o que disse - e repetiria, se preciso fosse - exatamente por acreditar que Lula não rasgou o compromisso com a ética, uma das principais razões pelas quais eu e tantos outros artistas aderimos à causa petista
Cercado pelos repórteres ao sair do encontro com Lula, eu disse uma frase que, no tumulto, escapou do contexto. Um erro meu e não dos repórteres. Nela vi, posteriormente, que passei a impressão de repudiar a ética. Mas não é assim que penso e ajo, conforme disse em carta publicada pelo jornal O GLOBO e desconsiderada na seqüência dos acontecimentos. Minha vida, com indissolúvel ligação entre as atitudes pessoais e as ações artísticas, é a expressão do meu compromisso com a seriedade e a lisura. Nada me fará me esquecer de quem sou! Eu repudiei, sim, a manipulação do discurso sobre a ética, proposta pela oposição. É uma preocupação farisaica. Uma cortina de fumaça que oculta uma disputa implacável pelo poder. Olhem só para a cara dos principais porta-bandeiras do movimento. São vigaristas políticos que enriqueceram na vida pública sem qualquer preocupação com o caos social que vem se formando no Brasil. Eles dão as costas para a população carente e vomitam um discurso hipócrita sobre ética. É isso que repudio. Nesse contexto é que peço que seja inserido meu sentimento real, traído por uma frase mal colocada. A falta de traquejo para enfrentar um batalhão de perguntas - algumas muito agressivas - me fez tropeçar no meu próprio discurso. Agora vejo a frase como alavanca de um debate no qual faço o papel de vilão. Vilão, eu? Eu que pautei toda a minha vida em atitudes éticas. O pano de fundo é atingir Lula e o PT. Um governo que tem, segundo o Datafolha, 52% de aprovação da sociedade no patamar do "ótimo e bom".
O Brasil precisa mesmo de um debate sobre ética . Sério e fecundo. Mas, por favor, não a partir da manipulação cruel de uma frase minha.
Quando a fumaça desse momento se esvair, será possível ver em cena os vilões de sempre. Eu me refiro àqueles que, historicamente, saquearam os cofres públicos e trouxeram o país a essa complicada situação de violência e insegurança .
WAGNER TISO é músico.
A ética da hipocrisia
PAULO BETTI
"Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo." (Fernando Pessoa, "Poema em Linha Reta")
NOS ÚLTIMOS dias, venho sendo submetido por setores da mídia e dos meios político, intelectual e artístico a um linchamento moral que deveria preocupar os democratas sinceros de nosso país. Ele oculta, sob a forma de protestos indignados contra minha suposta pregação do "fim da ética", uma corrente de intolerância e de farisaísmo político que se esforça para desqualificar todos aqueles que se identificam com o projeto político representado pelo presidente Lula.
Nesse episódio, tive pouquíssimas chances de defesa, de demonstrar o sentido completo da minha frase, extraída por repórteres ávidos e ansiosos à saída de um encontro entre artistas e o presidente: "Não se faz política sem sujar as mãos". "Sem pôr a mão na merda", de fato acrescentei, desnecessariamente, para delícia dos que buscavam munição para a renhida disputa eleitoral deste momento.
Embora a Folha tenha publicado minha carta aclarando o sentido das declarações, elas continuam sendo usadas como "prova" do colapso da ética entre nós.
Por outra frase, também dita sob o calor das cobranças, um dos maiores e mais respeitáveis músicos brasileiros, o maestro Wagner Tiso, vem sofrendo igual massacre.
Os jornais e os jornalistas, os artistas, os intelectuais e os políticos que protagonizam esses ataques sabem de quem estão falando. Conhecem nossas trajetórias. Lembram-se de mim associado à trajetória do PT, mas também à memorável batalha de Betinho "Pela Ética na Política". Sabem que constatar as transgressões como inevitáveis não é o mesmo que defendê-las. É lamentável que o sistema político exija um pragmatismo que suja as mãos, mas é só pelo reconhecimento da existência dessas mazelas que poderemos superá-las. Todos sabem que falei coisas óbvias, que dispensariam explicações em outro contexto e momento. Temos um sistema de financiamento privado de campanhas que a todos contamina. Com esse sistema, acaba a fronteira entre o público e o privado. Quem tiver mais acesso aos endinheirados arrecada mais, obrigando-se, nos cargos públicos, a responder com reciprocidade.
Enquanto fez campanhas vendendo bonés e estrelinhas, o PT não teve chances de chegar ao poder. Em 2002, diante do favoritismo de Lula, os cofres se abriram. E o partido se envolveu com forças das quais deveria ter guardado distância. Errou por fazer o que todos sempre fizeram.
Nem por isso devem ser linchados os que, mesmo condenando esse erro, defendem a reeleição de Lula pela qualidade do governo que vem fazendo, voltado para os mais pobres, dando-lhes mais poder de compra e alguma chance de ascensão social. Por estar vivenciando a melhora de suas vidas, e não por amoralismo, é que a maioria dos eleitores o apóiam, segundo as pesquisas. Nosso sistema político permite a eleição direta do presidente da República, mas não lhe garante a governabilidade. A profusão de partidos dispersa o voto para a Câmara. Lula teve 52% dos votos em 2002, mas o PT ficou com 17% das cadeiras. Em busca da maioria, todos os presidentes têm sido obrigados a buscar acordos e alianças. Acabam dependendo do apoio das forças do atraso político, que, em troca, pedem cargos, verbas e mesmo recursos financeiros com a desculpa de que têm dívidas de campanha. O PT caiu nesse antigo alçapão. Nem por isso se deve negar o direito da maioria dos eleitores de reeleger o presidente. Nem por isso é democrático e "ético" o massacre daqueles que, como eu, declaram o voto acreditando na liberdade e na democracia que construímos em jornadas de lutas -das quais também participei. Mais que hipocrisia, há na exploração de minha frase um misto de autoritarismo com oportunismo político.
É autoritária porque reproduz o germe de todos os sistemas totalitários: desqualificar os que não se alinham com o pensamento dominante. Para calar, o primeiro passo é desmoralizar. Assim fazem as ditaduras. É oportunista porque explora minha condição de artista, e as identidades que isso acarreta, para auferir dividendos eleitorais. Há coisa mais suja que isso? Estamos chegando a um grau preocupante de intolerância. Depois das eleições, em nome da democracia, precisamos baixar as armas e recuperar a cordialidade, traço de nossa cultura.
PAULO BETTI , 53, é ator-diretor e produtor. Participou, entre outros, dos filmes "Lamarca" (1994) e "Guerra de Canudos" (1997). Foi professor de teatro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
2. Mais um comentário sobre Voto nulo: sim ou não?
Prof. Ricardo e Colegas,
Estou escrevendo para fazer minhas as palavras do colega Thiago Menta, contra o voto nulo, porque quem ganha com eles são os maus políticos.
João Miguel
3. A professora Helena Campos envia esta notícia, do site da agência Carta Maior:
VALE DO RIO DOCE
Tensão no lançamento da campanha pela anulação da privatização
A Governadora Rosinha, que parecia apoiar a iniciativa, desistiu de ceder teatro para lançamento da campanha, que teve de ser feito na rua sob repressão da polícia. Movimentos sociais querem popularizar bandeira para pressionar Lula a acatar decisão da Justiça que anula venda da empresa
Maurício Thuswohl - Carta MaiorRIO DE JANEIRO –
O processo de privatização da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), uma das maiores e mais lucrativas empresas estatais brasileiras, sempre despertou paixões. Realizado em 1997, o leilão que passou a empresa para mãos privadas só pôde ser concluído depois que a polícia conteve com violência as diversas manifestações contrárias à operação que pipocaram pelo Brasil. No Rio de Janeiro, em frente à Bolsa de Valores, houve enfrentamento físico entre milhares de manifestantes e as forças de repressão enviadas pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, principal avalista político da privatização, numa batalha que ficou na memória da cidade.
Nove anos depois, o Rio de Janeiro voltou a ser cenário da história da Vale com o lançamento nacional, realizado na noite de segunda-feira (14), da Campanha pela Anulação da privatização da Vale do Rio Doce. Curiosamente, a tensão política que cerca o assunto e estava adormecida desde que a venda da empresa fora consumada, também reapareceu. Faltando duas horas para o ato de lançamento da campanha, que deveria contar com a participação de artistas da tevê e teria apresentações dos sambistas Beth Carvalho e Noca da Portela e do rapper Bnegão, entre outros, a governadora Rosinha Matheus (PMDB), que, aparentemente, apoiava a iniciativa, voltou atrás e proibiu a utilização do Teatro João Caetano, que pertence à rede estadual, para esse fim.
Os dirigentes das entidades que organizavam o ato - CUT, MST, Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) e Marcha Mundial das Mulheres, entre outras - receberam a decisão de última hora da governadora com surpresa e indignação e decidiram realizar a manifestação na praça em frente ao teatro. O problema foi que o show musical não pôde mais ser realizado por falta de condições técnicas, fato que afastou a maioria do público. Ainda assim, cerca de 300 manifestantes deram prosseguimento ao lançamento da campanha na rua, mas aí foi a vez de a Polícia Militar, incomodada com o conteúdo das letras das músicas cantadas ao microfone pelo coletivo de rappers Lutarmada, entrar em cena para reprimir o ato e ordenar o desligamento da aparelhagem de som.
"A atitude da governadora demonstra a enorme dificuldade que a gente vai ter para tocar essa campanha. Os atuais donos da Companhia Vale do Rio Doce têm um poder econômico muito grande", avalia a economista Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul e uma das dirigentes da campanha pela anulação da privatização da empresa. O que mais intrigou os organizadores do evento foi a atitude de Noca da Portela, que é secretário estadual de Cultura. Auxiliar direto de Rosinha, Noca parecia tão entusiasmado que se ofereceu para cantar, mas, com a mudança de posição da governadora, sequer apareceu ou levou os convidados prometidos (Beth Carvalho, entre outros) ao Teatro João Caetano.
Apesar das dificuldades, a campanha foi lançada, com o slogan "O Minério é Nosso e a Vale é do Povo Brasileiro". Uma nova reunião da coordenação foi marcada para 22 de agosto: "O desafio agora é popularizar a campanha e fazer com que essa discussão ganhe as ruas. O comitê coordenador é amplo e composto por várias forças, isso vai facilitar a capilarização dessa luta. O próximo passo é criar comitês em todos os estados", avalia Sandra Quintela. Presidente da CUT no Rio de Janeiro, Neuza Pinto lembrou as manifestações de 1997 para justificar sua aposta no processo de popularização da campanha: "Numa noite éramos duzentos, trezentos apanhando da polícia. Na manhã seguinte, havia dez mil pessoas do nosso lado. O governo FHC só conseguiu leiloar a Vale porque colocou na rua o maior aparato repressivo desde a ditadura".
Os dirigentes dos movimentos sociais apostam tanto no apelo popular da bandeira de luta pela reestatização da Vale que o tema vai ser um dos pontos do Grito dos Excluídos no próximo dia 7 de setembro, ao lado de reivindicações tradicionais ligadas à Aliança de Livre Comércio das Américas (Alca) e ao não-pagamento da dívida externa brasileira: "Faremos panfletos específicos sobre a questão da Vale que também serão distribuídos em todo o Brasil no dia das eleições", avisa Sandra. Para Leo Haua, dirigente do MST, "é fundamental organizar comitês populares" para fazer a campanha decolar:
"É preciso levar a discussão à sociedade e mostrar sua importância. Só com mobilização, a decisão judicial vai sair do papel", diz.
Crime de lesa-pátria
A decisão judicial a que se refere o dirigente do MST foi a fagulha que reacendeu as paixões ligadas à antiga estatal e deu início à Campanha pela Anulação da Privatização da Vale do Rio Doce. Ela foi tomada no dia 16 de dezembro do ano passado, pelo Tribunal Regional Federal de Brasília, que determinou a anulação do processo de privatização e do leilão que vendeu a empresa. Provocados por uma ação popular, os juízes determinaram a anulação em virtude das inúmeras falhas e fraudes encontradas no processo. Para se ter uma idéia, a Vale foi vendida, em 1997, por R$ 3,4 bilhões, valor pago de uma tacada só (com garantia do Bradesco) pelo consórcio de compradores ganhador do leilão. Segundo técnicos, no entanto, o valor real da companhia na época se aproximaria de R$ 1 trilhão, o que transforma o leilão da vale num dos maiores crimes de lesa-pátria de nossa história.
Em 1997, segundo o TRF, somente foi levado em consideração pelo governo federal na hora de vender a Vale o valor das ações da empresa no mercado, tendo sido deixados de lado o valor patrimonial do complexo empresarial (incluindo a fantástica infra-estrutura portuária e ferroviária)e os direitos relativos ao potencial de exploração das reservas minerais que, segundo dados levantados pelo CUT, é suficiente para que a empresa continue atuando pelos próximos 300 anos.
Esquecido na hora da privatização, todo esse patrimônio da Vale é evidentemente levado em conta atualmente, na hora de fechar os balanços da empresa. Recentemente, a Vale foi destaque de todos os telejornais por ter apresentado no primeiro semestre de 2006 um lucro de R$ 6,1 bilhões, maior ainda do que os apresentados pelos bancos privados Itaú e Bradesco. Em 2005, o lucro líquido da empresa se aproximou de R$ 10 bilhões, sem incorporar a valorização do patrimônio e os investimentos realizados. Ou seja, a Vale privatizada lucra por ano quase o triplo do valor pelo qual foi comprada.
Boa parte desse lucro é enviada ao exterior. Atualmente, cerca de 63% do capital preferencial da Vale é estrangeiro e apenas 3,3% pertence ao governo federal. Somente 5,4% das ações da empresa estão nas mãos do governo brasileiro, enquanto cerca de 42% são propriedade de investidores externos. Sua venda, na visão dos movimentos sociais, foi um excelente negócio para os compradores e um péssimo negócio para o Brasil: "Quanta falta faz este rio de dinheiro para o crescimento nacional, para geração de emprego e renda, moradia, estradas, saúde e educação", lamenta Antonio Carlos Spis, da direção da CUT e da CMS.
Boa vontade de Lula
A evidência de que a venda da Vale havia sido fraudada era tanta que, desde sua concretização, mais de 60 ações contrárias foram iniciadas na Justiça. As denúncias variavam: irregularidades no processo, ocultação de jazidas minerais exploradas pela empresa nos relatórios de bens, erros grosseiros de avaliação cometidos pelas firmas que fizeram auditoria na Vale antes da venda, etc. Uma dessas ações foi reaberta pelo TRF e culminou na decisão do Tribunal pela anulação da privatização da empresa. Agora, cabe ao governo federal acatar a decisão, coisa que ele ainda não deu o mínimo sinal de que pretende fazer.
"Basta um pronunciamento do governo para que o leilão da Vale realizado em 1997 seja anulado", constata Sandra Quintela, lembrando que o Executivo Federal é réu no processo. A economista, no entanto, não parece otimista: "Bastaria a boa-vontade do presidente Lula, mas a gente sabe que ele não vai abraçar essa causa de livre e espontânea vontade, afinal as pressões são muitas e o poder econômico envolvido é grande. Se o Lula tomar alguma atitude, vai ser por conta de uma outra pressão, a das ruas, que precisará ser muito forte", imagina.
Um outro mundo é possível. um outro Brasil é necessário!
BRASIL
A charge não foi produzida para atender ao artigo que se segue, mas caiu como uma luva...
1. Tempos Modernos
Mudanças tecnológicas das últimas duas décadas alteram o cotidiano do trabalhador e também influem nas formas de representação e negociação sindical
Por Olavo Soares
No começo da década de 1980, o cotidiano do bancário Davilson Moreira era mais ou menos assim: chegar cedo à agência, fazer um relatório dos cheques processados no dia anterior e, depois da abertura do banco ao público, posicionar-se atrás dos caixas e trabalhar mais uma vez em cima de relatórios e contas. Sem contato com os clientes e sem nenhum apoio da tecnologia - a não ser de uma calculadora. Hoje, com mais de 30 anos de casa na mesma empresa, Davilson confronta-se com um dia-a-dia completamente diferente: tem a tecnologia como sua aliada nas tarefas, mas com ela vêm outras responsabilidades e cobranças quenão faziam parte de seu trabalho em anos anteriores.
Que a tecnologia influencia nos métodos de trabalho não é novidade para ninguém, mas o avanço gritante dos últimos anos - que alguns chamam de "Revolução Digital" - fez com que as mudanças no sistema de trabalho fossem muito significativas de 20 anos para cá, mais até doque em séculos anteriores inteiros. E, além de alterar o método de trabalho, as tecnologias interferem nas relações trabalhistas e no contato entre empregadores e patrões, traçando um novo perfil para muitas categorias.
No geral, há o impacto da redução de postos de emprego. Afinal, se existem máquinas que fazem os serviços com grande eficiência, não é mais necessária a presença de algumas pessoas e funções nos ambientes de trabalho. Mas a questão primordial é que a mobilização dos trabalhadores e os seus direitos é que - em tese, não teriam relação com essa mudança de tecnologias - acabam também influenciados por essas transformações.
Informalidade
"A máquina não desemprega ninguém", diz o professor de sociologia Ricardo Antunes, da Unicamp - "o problema está na lógica adotada pelo sistema capitalista." Se o capitalismo é movido por dinheiro, nada mais esperado do que o sistema se guiar pelos lucros e não por uma tentativa de proporcionar conforto aos seus trabalhadores - afinal, uma máquina, além de ser na maioria dos casos mais rápida e eficiente do que um ser humano, não exige salários, décimo terceiro, Previdência e outros elementos. "É incomparável. Uma transação feita na boca do caixa custa para o banco R$ 1,10. No terminal automático, o mesmo processo sai por R$ 0,10", diz o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.
Para Ricardo Antunes, o que se verifica com a massificação das tecnologias representa um paradoxo. "A tecnologia deveria trazer um avanço para o trabalho. Mas, na verdade, o que se vem verificando é um retrocesso." E, segundo Antunes, esse retrocesso se traduz em umacrescente informalidade do emprego. Aquele funcionário de carreira de uma grande companhia, com mais de 30 anos de casa e com direitos trabalhistas, tende a não existir mais. "Vivemos em um quadro de fácil uso e descarte da força de trabalho", cita Antunes. O economista Airton Gustavo dos Santos, que é técnico do Dieese e atua no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, complementa dizendo que "o excesso de mão-de-obra acaba por comprimir os salários para baixo. E o movimento sindical, nesse contexto, perde força'.
Leia mais: http://www.revistaforum.com.br/
Marilena Chauí diz que Brasil convive com violência estrutural e ataca a 'oligarquia'
Ao falar no Congresso Interamericano de Educação em Direitos Humanos, em Brasília, filósofa da USP desfez mito do brasileiro "pacífico e ordeiro" e disse que violência está presente na invasão do público pelo privado, no monopólio da mídia e no paternalismo branco. > LEIA MAIS Direitos Humanos 31/08/2006
3. Guilherme Fiúza, no site www.nominimo.com.br, faz interessantes colocações a respeito do PIB e das críticas ao seu diminuto crescimento no trimestre:
O PIB é um estado de espírito
Esqueçam o resultado das eleições. Talvez o Brasil esteja amadurecendo, e isso é uma ótima notícia. Quando Delfim Netto e Pedro Malan concordam, alguma coisa importante deve estar acontecendo. E pode ser a confirmação de que a receita do crescimento econômico está finalmente saindo da esfera dos contos de fadas.
O esquálido PIB (soma das riquezas produzidas no país) do segundo trimestre de 2005, só 0,5% de crescimento, ensejou críticas estranhas. A mais repetida delas foi de que a culpa é do câmbio – ou seja, o real valorizado inibiu as exportações e freou a economia. Uma tese tão popular quanto esdrúxula.
O primeiro a embarcar nessa explicação fácil foi o candidato Geraldo Alckmin. “É preciso consertar o câmbio para crescer”, declarou o tucano. É a velha tentação da Avenida Paulista de desvalorizar a moeda nacional para encher os exportadores de dinheiro, e apresentá-los como locomotiva do PIB.
O problema é que até a avenida paulista já não pensa assim. E quem acaba de deixar isso claro é um de seus mais famosos porta-vozes, o deputado e ex-ministro Delfim Netto.
Em artigo publicado recentemente no jornal “Valor Econômico”, Delfim dá adeus à sua obsessão pela desvalorização cambial. Lista 11 medidas essenciais para a elevação do PIB, dentre elas a defesa do poder de compra da moeda – num ambiente de equilíbrio fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante.
Delfim Netto está dizendo que não existe mais coelho para ser tirado da cartola. Mostrando que não há atalho fácil ou teoria econômica providencial, ele sentencia com uma ponta de ironia: “O crescimento econômico é um estado de espírito.”
Em artigo no “Estadão”, sexta-feira, o ex-ministro Pedro Malan, velho adversário das idéias de Delfim, aplaudiu o “abandono das ilusões voluntaristas” apontado por ele, e destacou um trecho interessante de seu artigo: “Ninguém mais (talvez seja um pequeno exagero) dos membros da velha tribo acredita no pressuposto fundamental que a dominava: ‘dois mais dois podem ser cinco, desde que haja vontade política!’”.
Eis um fato mais relevante do que 90% dos que aparecem no debate eleitoral: Delfim, Malan e o próprio governo do PT estão falando a mesma língua sobre o fim das “ilusões voluntaristas”, do poder salvador de uma acrobacia monetária ou cambial.
Deve ser isso o que o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco chama de “Crônicas da convergência”, título de seu livro recém-lançado. Ali o economista aborda, entre outras idéias, a crença de que existe um “câmbio de esquerda”, mostrando que o verdadeiro alimento das exportações é produtividade e não moeda fraca. E indica que as várias correntes de pensamento econômico estão se aninhando - algumas a contragosto - no mesmo leito do bom senso.
O governo ainda desafina nos capítulos gêmeos – e cruciais – do controle dos gastos correntes e da redução da carga de impostos (língua que Alckmin, por sua vez, sabe falar bem). Mas aí não estamos mais no departamento das mágicas. Trata-se apenas de administrar direito.
A tarefa não é simples. Mas não é do outro mundo. Se esse consenso se fortalecer, o Brasil corre o risco de crescer. Com qualquer resultado eleitoral.
A anatomia da inveja (clique no texto em azul para abrir o artigo)
É muito divertido ouvir o Sr. Fernando Henrique falar em moralidade pública, e cobrar do presidente Lula medidas contra os corruptos. Onde se encontrava ele quando seu governo beneficiou banqueiros com as inside informations do BCl? Em que galáxia passava férias, quando o BC salvou os bancos Marka e Fontecidam? - 03/09/2006
5. EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
Formação de professores ainda é nó na inserção da temática nas escolas
Políticas de formação de profissionais para a educação em direitos humanos são pontuais. Baixos salários e ausência de condições de trabalho também dificultam que esses conteúdos permeiem todo o currículo escolar. > LEIA MAIS Direitos Humanos 04/09/2006
NUESTRA AMERICA
1. Pedra no sapato neoliberal –
José Paulo Kupfer, do site www.nominimo.com.br
Quando se fala em adotar políticas econômicas menos ortodoxas, com o objetivo de acelerar a redução das incríveis desigualdades sociais brasileiras, não são poucos os que, com acesso aos meios de comunicação e obedientes ao padrão neoliberal vigente, logo sacam dos modelos do Chile, da Coréia e até da China. Não importa que cada uma dessas economias tenha peculiaridades que as distanciam das questões brasileiras e menos ainda que também por lá persistam problemas de bom tamanho. O que vale é agarrar-se ao poder e resistir às mudanças.
Não importa nem mesmo que alguns dos recursos que, na prática, garantem as apregoadas vantagens do modelo macaqueado tenham de ser escamoteados, para garantir a validade da teoria. No caso do badalado Chile, por exemplo, continua-se louvando um sistema previdenciário que, faz já algum tempo, faz água.
O sistema de capitalização individual viveu as glórias das “soluções de mercado” na fase de formação dos pecúlios – como, diga-se de passagem, qualquer outro sistema de acumulação costuma viver nessa fase. Instituído no começo dos anos 80, sob a batuta da ditadura militar, está começando a pagar os benefícios contratados lá atrás e a hora da verdade não está sendo a maravilha que se apregoa por aqui. A cobertura não chega à metade dos trabalhadores chilenos e o custo de administração são altíssimos, alcançando, em média, 20% do total depositado pelo contribuinte.
Na Coréia, os pesados e invejados investimentos em educação e inovação foram obviamente fundamentais para promover um celebrado boom industrial e uma melhoria geral nas condições de vida da população. Nada contra seguir essa trilha. Mas a coisa, para andar bem, tem exigido uma política ativa e permanente de desvalorização cambial, cujo risco potencial é exposto pela hipertrofia das reservas em dólares, em contínua e custosa expansão. Isso é melhor esquecer, como também é melhor esquecer que, na economia coreana, intervenção estatal é mais regra do que exceção.
Quanto à China, os olhos só ficam abertos – mais correto é dizer que ficam arregalados – para as maravilhas da ocidentalização consumista. Diante do sistema bancário totalmente artificial, expressão financeira de um modelo de controle absoluto da atividade econômica, da calamidade do sistema público de saúde, da exploração abjeta da mão-de-obra abundante, da pirataria descarada de produtos e, por fim, mas não por último, da clássica ditadura de partido único, com prisões políticas e fuzilamentos, fazem-se de cegos.
Seria ingenuidade indagar por que não se vê nada semelhante, em matéria de entusiasmo com modelos econômicos alheios, por exemplo, em relação à Argentina. A vizinha caloteira é, no momento, uma pedra no sapato neoliberal. Quando não resolvem empurrar para debaixo do tapete e, simplesmente, esquecer o que hoje em dia ocorre por lá na economia, os doutores recarregam as baterias de suas bolas de cristal viciadas no esforço de prever um novo fim do mundo em algum ponto do futuro próximo para a economia argentina.
O fato é que, depois do calote da dívida externa – que, aliás, culminou numa bem sucedida reestruturação em que a maior parte dos credores aceitou receber 25% dos seus créditos, mas com o direito a compensações adicionais atreladas ao crescimento econômico –, a Argentina enfunou as velas. Já são 37 meses de crescimento ininterrupto a taxas asiáticas. Desde o segundo trimestre de 2002, a produção Argentina cresceu 35%, mais de 9% ao ano. E nem adianta mais falar que esse gordo porcentual apenas reflete a deprimida base de comparação. Em termos absolutos, o PIB argentino atual já superou o pico de 1998.
Calma moçada do pensamento único. É claro que toda e qualquer economia está sujeita a tropeços e até mesmo a desastres. Se, até nos Estados Unidos existe hoje um crescente temor de estouro da “maior bolha da história americana”, como classificou, recentemente, a revista The Economist, o que dizer da economia Argentina? Sem dúvida a coisa avança entre desequilíbrios, com a inflação teimando a se manter nos dois dígitos, mesmo com tarifas públicas congeladas e aqueles perigosos pactos de controle de preço. E as despesas públicas estão avançando com rapidez maior do que a desejável.
Mas, para quem era vista daqui do Brasil com sorrisinhos de superioridade, ainda mais por ser conduzida, na visão dos “modernos” tupiniquins, por dinossauros antimercado, a economia argentina está dando um olé. Não se trata apenas de constatar que a pobreza recuou de mais de 50% da população, em 2003, para 34%, em 2005, com redução pela metade dos considerados indigentes, um grupo que, no auge da crise, chegou a incríveis 25% da população. Também nos indicadores macroeconômicos, os resultados surpreendem positivamente.
Na Argentina, o setor público apresenta, no momento, um superávit de 3,2% do PIB. Já foi, é verdade, de 4,5%, no passado. É um recuo preocupante, mas nem tanto. Afinal, não estamos falando de um superávit primário, como o nosso. Esse superávit argentino é nominal, ou seja, inclui o pagamento dos juros. No Brasil, quando se inclui a despesa com juros, o superávit se transforma num déficit de 2% do PIB.
Vai dar tudo errado, de novo, ali na primeira curva? Tem gente boa que não aposta nisso. É gente que não queima dinheiro e levou o investimento na Argentina a crescer, em três anos, quase 130%. E que continua apostando na recuperação econômica do país. No primeiro trimestre de 2006, os investimentos avançaram mais de 20% sobre o mesmo período do ano anterior, quando já vinham em alta. Detalhe a lamentar pelos brasileiros (neoliberais ou não): parte desses investimentos se destina à indústria automobilística e está sendo feito com recursos antes programados para o Brasil.
Notar que, com calote, casca e tudo, a economia argentina se recupera não significa sugerir que se copie o modelo econômico que anda dando certo no vizinho. Até porque, sobretudo em relação à dívida externa, palco do tão repelido calote, não há mais o que brigar no Brasil: o negócio foi resolvido de outro jeito e tudo bem. Ajuda apenas a lembrar que cada país é um caso específico e que nenhum modelo deve ser pura e simplesmente macaqueado.
2. Contraversões (I)
Por Emir Sader
Durante toda a existência do Muro de Berlim, morreram cerca de 250 pesoas tentando cruzá-lo. Atualmente, no muro que os EUA construíram na fronteira com o México, morrem anualmente cerca de 500 pessoas tentando cruzá-lo.
Leia o post na íntegra >>
INTERNACIONAL
BRASIL, ÍNDIA E ÁFRICA DO SUL
Reunião inédita de Cúpula do Ibas reúne Lula, Mbeki e Singh
Marcada para o dia 13, I Cúpula de chefes de Estado do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) materializa articulação entre países grandes do Sul e dá impulso para negociações tanto do Brasil como do Mercosul no âmbito político e comercial. > LEIA MAIS Internacional 05/09/2006
NOTICIAS
1. A Fundação Memorial da América Latina, por meio do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina, realizará em setembro o curso de extensão: SEGURANÇA E DEFESA NACIONAL - da Competição à Cooperação Regional. Este curso será composto por 12 aulas, conforme a programação abaixo. As inscrições são gratuitas.
PÚBLICO-ALVO
Será dirigido a um público diversificado, não sendo exigida formação acadêmica.
INSCRIÇÕES E CERTIFICAÇÃO
As inscrições serão gratuitas e deverão ser feitas no local ou pelo e-mail cursos@memorial.sp.gov.br. Os participantes com 75% de presença nas aulas terão direito a um Certificado de Participação emitido pela Fundação Memorial da América Latina e Universidade São Marcos.
LOCAL
Biblioteca Latino-Americana Victor Civita – Fundação Memorial da América Latina.ENDEREÇO:Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Metrô Barra Funda - São Paulo - Para maiores informações, favor ligar para (11) 3823-4780.
2. OFICINAS “COMO FAZER” (PROGRAMAÇÃO PARA O 2º SEMESTRE)
a) Oficina 6 – “Como fazer tratamento de fotografias"
Professoras: Solange Ferraz de Lima, Vânia Carneiro de Carvalho e Patrícia de FillippiData: 28 e 29 de setembro
b) Oficina 7 - "Como organizar documentos de arquivo"
Professora: Janice GonçalvesData: 26 e 27 de outubroc)
Oficina 8 - "Como gerenciar documentos audiovisuais"
Professor: Clóvis MolinariData: 23 e 24 de novembroLocal:Arquivo do Estado de São Paulo – Auditório Florestan Fernandes - R. Voluntários da Pátria, 596, Santana - São Paulo – SP - Informações e inscrição: http://www.saesp.sp.gov.br/inscricoes.html
3. Exposição "Eletrodomésticos: origens, historia e design no Brasil”
Data: De 16 de agosto a 08 de outubro
Museu Histórico Nacional - Praça Marechal Âncora - Próximo à Praça XV - Rio de Janeiro - RJMais Informações: (21) 25509220 / 25509224 - mhn02@visualnet.com.br
4. CURSO Brasil: modernização e autoritarismo (1964-1985)
Organizado pelo Centro Brasileiro de Estudos da América Latina, deste Memorial, o curso é ministrado por professores e pesquisadores de diferentes áreas, que analisam aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais da sociedade brasileira no período.
Veja a programação completa do curso no link abaixo: www.memorial.sp.gov.br/memorial/AgendaDetalhe.do?agendaId=500
Fundação Memorial da América Latina
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda – São Paulo - SP
Mais Informações: (11) 3823-4780 cursos@memorial.sp.gov.br
5. EXPOSIÇÃO “Deuses gregos”
A exposição reúne 200 peças de arte greco-romana pertencentes ao museu Pergamon de Berlim, entre elas representações de Afrodite, Artemis, Apolo, Dionísio, Zeus e Poseidon.
Data: de 21 de agosto a 26 de novembro. Terça a sexta, das 10h às 20h Entrada gratuitaMuseu de Arte Brasileira da Faap Rua Alagoas, 903 – Higienópolis - São Paulo – SP
Mais Informações: (11) 3662-7198
6. SÃO PAULO 3D
A exposição enfoca a metrópole de São Paulo por meio da tecnologia estereoscópica, que oferece imagens em três dimensões. Trabalho, habitação, tribos urbanas e espaços públicos São temas tratados pelas imagens.
Arquivo Público do Estado
Grande GaleriaRua Voluntários da Pátria, 596 - (ao lado do Terminal Rodoviário e Estação Tietê do Metrô)Horário: 09 às 17h00, de terça a domingo. Entrada gratuita.Mais Informações: Comunicação Social – tel: 6221-4785 – ramal 218comsocial@arquivoestado.sp.gov.br
7. O Instituto Cultural Amilcar Martins (ICAM) convida para o seminário do professor Alexandre Mendes Cunha sobre sua tese de Doutorado “Do urbano ao rural: economia e política em Minas Gerais entre o século XVIII e o XIX”.
Dia 13 de setembro, às 15 horas, no Auditório do ICAM, Av. Afonso Pena, 867, 19º andar, Ed. Acaiaca, Belo Horizonte.
SITES INTERESSANTES
1. REVISTA HISTÓRICA Nº 13
www.historica.arquivoestado.sp.gov.br
a) Instrumentos científicos como fonte para a história da ciência: uma história possível
Janaína Lacerda
http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia01/
b) Trajetória da luta operária em Sorocaba: a greve de 1917
Isabel Cristina Caetano Dessotti http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia02/
c) Questões introdutórias para uma discussão acerca da História e da Memória
Fabiano Junqueira de Freitas - Paula Lou Ane Matos Braga http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia03/
d) Imagens de uma época: Fidel Castro http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/imagemepoca/
2. A descoberta de um gigante
Conheça o Maxakalisaurus topai , o primeiro dinossauro de grande porte montado por paleontólogos no Brasil - http://cienciahoje.uol.com.br/56135
CINEMA
Na esteira das comemorações pelos cem anos do primeiro vôo do 14-Bis , a vida de Alberto Santos-Dumont, inventor dessa e de outras máquinas voadoras, chega aos cinemas. Está em cartaz em algumas capitais brasileiras o documentário O homem pode voar , do matemático e jornalista Nelson Hoineff, com roteiro do físico Henrique Lins de Barros. Leia em http://cienciahoje.uol.com.br/56461
LIVROS E REVISTAS
1. Monografia passo a passo
Maria Cristina Traldi e Reinaldo Dias
Nesta edição mantivemos o perfil da edição anterior, cuja maior contribuição consiste na forma de apresentação de uma monografia, em que o leitor pode seguir com facilidade os passos indicados para a elaboração de um trabalho científico. Mantivemos a distribuição dos tópicos do livro, por ter sido amplamente aprovada pelos leitores. Algumas modificações foram feitas para atualizar a publicação em função da existência de novas regras para a citação bibliográfica. Portanto, as alterações realizadas nesta nova edição do livro estão centradas basicamente nas novas normas da ABNT. Procuramos adaptá-las à realidade do perfil do estudante de graduação, e também do pós-graduando que, na maioria das vezes, em sua vivência acadêmica, desfruta de pouco contato com o método científico.
O livro está em 5ª edição, pela Editora Alínea, com 115 páginas, ao preço de R$ 25,00.
2. Berta, Sophia e Rachel. Livro de Isabel Vincent, procura resgatar a trajetória das “polacas”, mulheres pobres e judias que foram vendidas como escravas por mafiosos, no período de 1860 a 1939. Editora Relume Dumará, 248 p., R$ 39,90.
3. A filosofia de Vattimo dá adeus à verdade (Carla Rodrigues, do site www.nominimo.com.br)
Estão na praça dois livros com a participação do filósofo italiano Gianni Vattimo. “O futuro da religião”, no qual ele e o norte-americano Richard Rorty discutem solidariedade e caridade nos dias de hoje, e “Metamorfoses da cultura contemporânea”, coletânea de textos apresentandos durante seminário de mesmo nome em Porto Alegre. Sua intervenção, “Adeus à verdade”, é uma peça curta e contundente contra o que ele chama de “violência da verdade”:
…abandonar a idéia de verdade significa abandonar a idéia de violência, a possibilidade de violência, ou seja, significa reduzir a possibilidade de violência. Parece-me que, mesmo que a verdade tenha sempre sido considerada um valor muito alto, abandoná-la em nome da redução da violência é algo que vale até a pena fazer.
Esse é o trecho final do texto de Vattimo, no qual o autor o demonstra como as verdades objetivas são tendencialmente violentas – uma proposição que faz eco com diferentes autores desde Nietzsche, mas que ganha importância no discurso do filósofo italiano, um pensador da pós-modernidade, pelo que ela possa trazer de liberdade contra esse imperativo da verdade objetiva e cientificista.
Em “O futuro da religião”, Vattimo volta ao tema, desta vez de forma mais aprofundada, retomando o mote do seu último livro lançado no Brasil, Depois da cristandade. Católico, mas abertamente contra a política do Vaticano, ele demonstra como a igreja vem se valendo cada vez mais de argumentos científicos, sobretudo nos temas ligados à bioética, para pregar “a verdade”. E afirma:
A única via que ela [ a igreja ] tem aberta diante de si para não voltar a ser uma pequena seita fundamentalista, como era necessariamente em seus primórdios, e para desenvolver, ao contrário, a sua vocação universal, é assumir a mensagem evangélica como princípio para a dissolução das pretensões de objetividade.
Num mundo dominado pela ciência, as idéias de Vattimo são fundamentais para a discussão sobre o quanto há de fundamentalista na crença cega que devota-se à técnica. A quem pretender se aventurar pelas idéias do filósofo italiano, recomenda-se também a leitura de “O fim da modernidade”, no qual ele explora questões filosóficas, bebe na filosofia de Nietzsche e Heidegger para discutir a pós-modernidade com um olhar menos pessimista e mais acolhedor ao que chama de “âmbito oscilante”, capaz de tornar a realidade mais leve “porque menos cindida entre o verdadeiro e a ficção”.
É o que de mais interessante o pensamento de Vattimo oferece: a idéia de que a pós-modernidade possa ser definida como uma passagem das unidades fortes às multiplicidades débeis, do domínio do autoritarismo à democracia.
O futuro da religião – solidariedade, caridade e ironia, Richard Rorty e Gianni Vattimo, Relume-Dumará.
Metamorfoses da cultura contemporânea, organização de Fernando Schuler e Juremir Machado da Silva, Editora SulinaDepois da Cristandade, Gianni Vattimo, Record, 2004
O fim da modernidade, Gianni Vattimo, Martins Fontes, 2002
4. Nas bancas o numero 35 da revista História Viva, que traz um dossiê sobre a Caça às bruxas. Além disso, artigos sobre gladiadores, Emile Zola, o fim do Império otomano, o 11 de setembro, a família colonial brasileira, o Convênio de Taubaté, entre outros.
5. Nas bancas o número 35 da revista Nossa História. Artigos sobre o fim dos cassinos no Brasil, os grandes crimes que abalaram o Brasil, a Confederação do Equador, o padre brasileiro que inventou o telefone sem fio e o rádio, a vinda da corte portuguesa para o Brasil, entre outros.
6. Nas bancas número especial da revista Nossa Historia intitulado A Construção do Brasil – fatos, pessoas e idéias que formaram a nação. Ao final, artigo de Emilia Viotti: o legado do império ao Brasil.
7. Nas bancas o numero 41 da revista Fórum. Dossiê sobre 80 anos de Fidel. Artigos sobre a questão da segurança pública – Tempos modernos (veja introdução acima) – regulamentação da profissão de prostituta – os neoconservadores norte-americanos promovem a terceira guerra mundial – as fraudes na educação – um novo Mercosul – as mentiras do Império.
8. Walter Benjamin é tema de dossiê e capa da CULT
Filósofo alemão, integrante da Escola de Frankfurt, dedicou sua obra ao pensamento estético e à análise crítica
A revista CULT de setembro traz na capa Walter Benjamin, um dos maiores expoentes da Escola de Frankfurt, que também mereceu uma profunda análise no dossiê. O ganhador do Prêmio Jabuti de 2006, Márcio Seligmann-Silva, e os professores Jeanne Marie Gagnebin, Ernani Chaves, Carla Damião e Vladimir Safatle refletem sobre este pensador alemão que propôs um projeto estético e político para a crítica. Em entrevista exclusiva, o poeta e filósofo Antonio Cícero fala de política, música e presenteia o leitor com dois poemas inéditos que fazem parte de seu novo livro. Também nesta edição, o crítico literário Moacir Amâncio resgata um clássico da literatura latino-americana, Felisberto Hernàndez, e Arthur Nestrovski destaca a música de Brad Mehldau.
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