Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

24.8.05

001 - Nova fase

Graças ao paciente e eficiente trabalho de nossa colega e amiga Renata Férrer, o Boletim entra hoje em uma nova fase, que esperamos seja mais dinâmica, que atinja a muito mais leitores e que receba mais e mais colaborações.
Agora, toda quarta feira à noite, você poderá acessar o Boletim, sem se preocupar se a sua caixa está cheia... E se por algum motivo não puder ler o Boletim na semana, não se preocupe, ele ficará arquivado e poderá ser consultado a qualquer momento.
É uma grande vitória, conseguida praticamente ao chegarmos ao final do primeiro ano dessa publicação. O sucesso é nosso, pois sem a sua leitura, sem os seus comentários, sem a sua participação, este empreendimento já teria se acabado.
Para comentar os artigos, para discordar de algo que foi colocado, não hesite: envie um email para
rimofa@terra.com.br - no boletim seguinte ele estará publicado e todos saberão sua opinião. Não deixe de participar!!!


A Andréa Valadares me manda um email perguntando minha opinião: Lula sabia ou não sabia?
Respondi:
É complicado a gente falar sobre o Lula. Porque teremos que falar baseados no "eu acho"...porque não temos como comprovar a inocência ou a culpabilidade dele.
Confesso que o governo dele, principalmente por conta da economia, não me agradou nem um pouco. Tanto é que me recusei a votar no PT nas eleições municipais do ano passado e jurei a mim mesmo que jamais voltaria a votar no PT.
Depois dessa podridão toda que está sendo jogada dentro da nossa casa diariamente, fica a dúvida: o presidente sabia ou não?
Pensando que tudo isso foi fruto da mente doentia do Zé Dirceu, que estava, na realidade, preparando-se para ser o sucessor de Lula em 2010, eu até ficaria tentado a acreditar que Lula não sabia. Mas não tenho como provar isso.
Por outro lado, o escândalo é tão grande, envolve tantos interesses que é difícil acreditar que ele não soubesse de nada. Talvez não soubesse de tudo, mas de alguma coisa ele deveria saber. Pressupõe-se que o presidente seja a pessoa mais bem informada deste pais, afinal ele tem N agências que podem informa-lo...
Se ele sabia e nada fez, foi conivente, merece ser “impichado”.
Se ele não sabia de nada... fica a dúvida: não sabia por que esconderam dele ou por que ele não se interessava pela governança, preferia ficar fazendo discursos e viajando??? Se foi isso, ele é um péssimo presidente...
Difícil...muito difícil analisar...
Julgar sem provas é leviandade...apesar de muita gente fazer isso, principalmente os nobres deputados do PSDB e do PFL e a Veja...
Enfim... muito triste toda essa situação... e qualquer que seja o "day after", o resultado para o Brasil será péssimo...
Para finalizar, uma boa notícia: nosso amigo, o prof. Marco Antonio Silveira, que passou um ano em Portugal, realizando pesquisas para seu pós-doutoramento, está de volta à terrinha. E mandou um carinhoso abraço para todos os ex-alunos dele, conforme reproduzo logo abaixo.
Bem vindo! E sucesso nas novas empreitadas!!!
Um abraço a todos
Ricardo


Falam os amigos e amigas...

1. Oi, Ricardo. Voltei de Portugal no início de agosto e estou retomando minha vida aqui em Belo Horizonte. Minha estada em Lisboa foi maravilhosa, tanto profissional como pessoalmente. Aprendi muitas coisas e trouxe comigo lembranças e emoções bastante positivas. Enfim, voltei satisfeito e feliz. Gostaria de me valer do alcance que este Boletim tem junto aos alunos de História do Unibh para mandar-lhes um forte abraço. O atual coordenador do curso e a Fundac decidiram me demitir quando retornei ao Brasil. Quero, portanto, agradecer a todos os alunos do Unibh que trabalharam comigo dentro e fora da sala de aula. Desejo que todos sejam felizes e que consigam atingir suas metas. Um grande e carinhoso abraço! Quanto à corrupção, não percamos a serenidade e a esperança. Embora haja pessoas desonestas em diversas das grandes e pequenas instituições deste país, sigamos em frente sempre com a convicção de que é a nossa honestidade que vai melhorar a situação brasileira. Mais uma vez, um grande abraço. Prof. Marco Antonio Silveira
Bem vindo, Marco! Torcemos para que você, em pouco tempo, consiga uma colocação à altura de sua capacidade!


2. Prof. Ricardo, colegas da História,
no último sábado, dia 20 de agosto, fui com minha namorada Juliana à Feira do Livro, na Serraria Souza Pinto.
Quando se fala de uma feira de livros supõe-se, pela lógica, que você vá adquirir algumas obras de seu interesse. Ledo engano. Saímos como havíamos entrado, ou seja, sem nenhum livrinho em mãos, e por que? Ora, os preços praticados pelas editoras e livrarias, que pasmem, mesmo numa feira de livros, continuam proibitivos para qualquer pessoa de média condição de renda, e imagine se pensarmos num todo - neste país que é campeão mundial de desigualdade social e concentração de renda!
Estamos indignados com esta Feira do Livro. Uma feira, de verdade, tem como propósito a difusão da leitura, a troca de idéias (de livros, por que não?), e quando vemos, nada mais é do que uma extensão do que se vê em nossas tradicionais livrarias - preços altos, preços altos, preços altos.......
Portanto, vemos a continuidade de uma realidade cruel: uma juventude cada vez mais desinteressada pela leitura, pois não tem como ter acesso a ela. E assim, prof. Ricardo e colegas da História, só posso lamentar e reafirmar "VIVA O XEROX!".
Abraços, Tiago Menta e Juliana Alves.
É, Tiago e Juliana... eu também estive lá e não achei muita graça nos preços não...Aí fica a dúvida: os livros são caros por que as editoras publicam poucos exemplares, alegando que o brasileiro não lê? Ou o brasileiro não lê porque os livros são muito caros???


Fala, cidadã!!!

Enviado pela nossa colega Maria Luisa, natural da Grande Sabará!

11 Motivos para o LULA sair !!!
(Segundo o PSDB, PFL, PMDB,PDT, PPS,etc...)
1 - Criou em 2 anos e meio mais de 3 milhões e 135 mil novos empregos de carteira profissional assinada no país. De 1994 a 2002, foram 737 mil.
2 - Recorde absoluto nas exportações. Jamais se exportou tanto nesse país. Estamos conquistando novos mercados com produtos de maior qualidade.
3 - Pagou ANTECIPADO a parcela da dívida, ou seja, o Governo finalmente tem um caixa equilibrado.
4 - Disse NÃO para a possibilidade de novos empréstimos ao FMI. O Brasil faz empréstimos lá fora desde que foi "descoberto". ISSO DESAGRADOU MUITO O FMI.
5 - Quebrou o monopólio das indústrias farmacêuticas quanto aos preços abusivos de remédios para tratamento da AIDS o que barateou o produto em quase 50%.
6 - Está fazendo um projeto de irrigação no Nordeste com poços artesianos como NUNCA se fez nesse país, auxiliando na Reforma Agrária de áreas que ninguém tem interesse.
7 - Está fazendo três universidades federais novas, uma na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul, uma no ABC Paulista, uma no Recôncavo Baiano, além de estar levando uma extensão da Universidade Federal de Minas Gerais lá para o Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres e abandonadas do país.
8 - Foi à África pedir perdão aos irmãos de lá pelos séculos de exploração dos negros nesse país.
9- Realizou um encontro histórico entre o mundo árabe e o mundo sul-americano, abrindo novos horizontes de comércio, não restrito apenas aos EUA e União Européia.
10 - NUNCA a Polícia Federal teve tanta liberdade para atuar e efetuar prisões de figuras do alto escalão da política, da burguesia e do crime.
11 - O Brasil vai atingir a auto-suficiência em petróleo até o final de 2005, ou seja, não precisaremos ficar a mercê do petróleo de fora, com preços oscilantes e perigosos, vide a loucura dos EUA para "pegar" o petróleo do Iraque, por exemplo.
TUDO SEM PRIVATIZAR! COM O DÓLAR E A INFLAÇÃO SOB CONTROLE. ISSO TÁ INCOMODANDO MUITA GENTE E MUITOS INTERESSES!!!
Pense nisso e não fique só lendo revista, jornais e assistindo televisão. Os interesses deles também estão sendo "violados"
PESSOAL,PRECISAMOS ENTENDER O QUE ESTÁ ACONTECENDO.O BRASIL ESTÁ ENVOLVIDO EM UMA DAS PIORES CRISES DA SUA HISTÓRIA SIM, O MAR DE LAMA ESTÁ GRANDE SIM, O PT ESTÁ INFESTADO DE CORRUPTOS SIM, QUE DEVEM SER PUNIDOS, MAS SENTIR SAUDADES DE FHC, DOS TUCANOS, DO PFL E DE TODA ESSA CORJA QUE GOVERNOU O BRASIL ATÉ 31/12/2002, AÍ É DEMAIS...
ENGRAÇADO COMO ANTIGAMENTE TODOS OS PROCESSOS CONTRA O FHC ERAM ARQUIVADOS PELO PGR GERALDO BRINDEIRO, O HOMEM ENGAVETADOR, COMO ERA CONHECIDO...TODAS AS CPI'S VIRARAM PIZZA;
ENGRAÇADO COMO A POLÍCIA FEDERAL NÃO FAZIA QUASE NENHUMA OPERAÇÃO, POIS ERA IMPEDIDA PELA CÚPULA DO GOVERNO FHC;
ENGRAÇADO COMO O JADER BARBALHO, MESMO APÓS ALGUNS ESCÂNDALOS LIGADOS AO BANCO DA AMAZÔNIA, O ESCÂNDALO DAS PERERECAS (RÃS) DE SUA MULHER... FOI INDICADO PRA PRESIDÊNCIA DO SENADO POR DUAS VEZES PELO FHC;
ENGRAÇADO COMO A ROSEANA SARNEY DEU 6 DESCULPAS DIFERENTES PARA A ORIGEM DOS MILHÕES QUE ESTAVAM NO COFRE DA EMPRESA LUMUS (DE SEU MARIDO JORGE MURAD) E NINGUÉM FALOU NADA, NEM CPI ACONTECEU;
ENGRAÇADO COMO O FHC COMPROU DEZENAS DE VOTOS PARA GARANTIR A SUA REELEIÇÃO POR R$ 200.000 CADA... E A CPI FOI MAIS UMA VEZ ENGAVETADA;
ENGRAÇADO COMO, POR ORDEM DO FMI, O FHC ENXUGOU E QUASE MATOU OFUNCIONALISMO PÚBLICO NOS 8 ANOS QUE ESTEVE NO PODER; SEM 1 REAL DEAUMENTO; E NINGUÉM FALA NADA;
ENGRAÇADO COMO O GOVERNO DIZIA NÃO TER DINHEIRO PARA O AUMENTO DOFUNCIONALISMO, MAS EMPRESTAVA MILHÕES PARA SALVAR OS BANQUEIROS.LEMBRAM-SE DO PROER? INCLUSIVE O CACCIOLA, QUE TÁ NA ITALIA;
ENGRAÇADO COMO O FHC LIQUIDOU TODAS AS NOSSAS EMPRESAS ESTATAIS COM A DESCULPA DE PAGAR A DÍVIDA PÚBLICA E ALÉM DE NÃO PAGAR, DEIXOU QUE ELAQUINTUPLICASSE;E SÓ NÃO LIQUIDOU O BRASIL COM A ALCA PORQUE NÃO GANHOU A ELEIÇÃO (COM SERRA);
ENGRAÇADO COMO TODOS RECLAMAM DOS REAJUSTE DAS CONTAS DE LUZ E TELEFONE DE HOJE EM DIA E SE ESQUECEM DE QUE QUEM DEIXOU QUE OS REAJUSTES FOSSEM FEITOS PELO MAIOR ÍNDICE EXISTENTE (FGV) FOI O FHC;
ISSO TUDO É ENGRAÇADO?NÃO..... É TRÁGICO... TRÁGICO É TER COMO OPOSIÇÃO PARTIDOS E PESSOAS COMO O PFL, PSDB, PPB; ACM NETO, MICHEL TEMER, BORNHAUSEN, RODRIGO MAIA, ROBERTO JEFFERSON, MÃO SANTA (Muito santa...)... COMO FIEIS ESCUDEIROS DA POPULAÇÃO, MARCA DE HONESTIDADE E MORAL...E O PIOR DE TUDO É VER QUE REALMENTE A POPULAÇÃO TEM MEMÓRIA FRACA, ALIÁS,NEM MEMÓRIA TEM, PORQUE ESSE FATOS ACONTECERAM HÁ POUCOS ANOS... SÓ PRA RELEMBRAR A MEMÓRIA DESSES MANÉS:
- Fraude no painel do Senado (ACM e ARRUDA), compra de votos para reeleição,
- Proer (ajuda a bancos que deviam para o Governo),
- SIVAN, Liquidação das empresas estatais (Privatizações),
- Banestado,
- Banco Marka (Cacciola),
- Fonte Sindam,
- Remessa ilegal de dólares para o exterior
- via Banestado,
- Engavetamento de diversos processos, etc, etc, etc...
TÁ BOM?AVISO: ROBERTO JEFFERSON NÃO É HERÓI, ELE FEZ UM BEM AO BRASIL AO DENUNCIAR TODA SUJEIRA, MAS ISSO NÃO O ISENTA DE SUA HISTÓRIA CORRUPTA, DE ROUBOS E ESQUEMAS ANTIGOS.E O ACM NETO. CALARAM ELE POR QUE ? SERÁ QUE É PORQUE O AVOZINHO DELE ESTÁTAMBÉM ENVOLVIDO EM ALGUNS ESQUEMAS?O PFL, O PSDB E A TURMA DE FHC PARECEM QUE FIZERAM RECONSTRUÇÃO DE HÍMEN,SÃO TODOS VIRGENS DE LADROAGEM AGORA...NÃO SE ENGANEM... NÃO VÃO VOTAR NESSES CANALHAS POR CAUSA DA DESILUSÃO COM O GOVERNO PETISTA.LUTEM PELA MUDANÇA, PELO EXPURGO DESSES CÂNCERES QUE HÁ SÉCULOS ESTÃOENTRANHADOS NA NOSSA POLÍTICA, NÃO FAÇAM VOLTAR AO PODER AS MESMASRAPOSAS VELHAS QUE TÊM UMA CONTRIBUIÇÃO MUITO MAIOR QUE O PT PARA O LAMAÇAL QUE HÁ MUITO TEMPO TOMOU CONTA DO PAÍS.LUTEMOS PELO FIM DA IMPUNIDADE, NÃO IMPORTA SE O CORRUPTO JOGA PELA DIREITA OU PELA ESQUERDA... ELE TEM QUE SER EXPULSO DESSE JOGO!VAMOS LER MAIS. VAMOS ASSISTIR AS CPMI´S, ENFIM, VAMOS NOS EMBASAR PARA NÃO ESTARMOS FAZENDO OU FALANDO POR AÍ COISAS OU MOVIMENTOS SEM QUALQUER FUNDAMENTO.
Noticias

1. III Congresso Internacional de Educação – 15 de setembro de 2005
No Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte
Veja a programação e preencha a ficha de inscrição no site: http://www.cinternacionalsantillana.com.br/inscricao.htm

2. II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA 16/8/2005 19:14
II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA: CULTURA E IDENTIDADE .
O Departamento de História/UFG, Programa de Pós-Graduação em História e a ANPUH/GO estarão realizando no período de 03 a 07 de OUTUBRO de 2005 o II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA: CULTURA E IDENTIDADE Mais informações:http://www.anpuhgo.hpg.ig.com.br/

3. Talibã negociou morte de Osama Bin Laden com os Estados Unidos!!! (do portal Terra)

Documentos inéditos divulgados pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos mostram que integrantes do Talibã, que governavam o Afeganistão, negociaram em 1998 com autoridades norte-americanas o assassinato do terrorista Osama Bin Laden, três anos antes dos ataques de 11 de setembro a Nova York e Washington.
Segundo os documentos, que estão no site do Arquivo Nacional dos EUA, Wakil Ahmed, braço-direito do mulá Omar (autoridade máxima afegã), se reuniu com o diplomata Alan Eastham Jr. e ofereceu a morte de Bin Laden, ou sua expulsão do Afeganistão, como resposta aos ataques às embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, que mataram 200 pessoas.
"É incrível o que esse baixinho fez com vocês", disse Ahmed durante a reunião, realizada em 19 de novembro de 1998. A negociação é surpreendente porque, oficialmente, os Estados Unidos nunca reconheceram a legitimidade do governo do Talibã.
Em outra conversa entre os mesmos interlocutores, dez dias depois, Ahmed fala claramente que o Talibã poderia facilitar o assassinato de Bin Laden se recebesse mísseis dos EUA.
Em troca pela morte de Bin Laden, o governo do Talibã pediu aos EUA que interrompesse os bombardeios quase diários que ocorriam ao país naquele ano em represália aos atentados na África. Na época, campos de treinamento da Al-Qaeda serviam de alvo para as tropas americanas.
As negociações não avançaram, e houve tensão em vários momentos, como quando Ahmed disse ao diplomata que os americanos "também eram assassinos", e que se pudesse, seu país revidaria os ataques.
Em outubro de 2001, uma força internacional liderada pelos Estados Unidos derrubou o Talibã do governo e restabeleceu a democracia no país.

4. Fica pronto o projeto do Museu de Congonhas (MG)Agência Carta Maior
Projeto do museu que reunirá patrimônio histórico artístico e religioso foi apresentado ao Ministro Gilberto Gil(leia mais)

5. I Seminário de História do Açúcar (fonte: Historia Viva)
Canaviais, Engenhos e Açúcar:História e Cultura Material O Museu Paulista (USP), a Cátedra Jaime Cortesão (FFLCH-USP) e o Centro de Estudos da História do Atlântico realizarão o I Seminário da História do Açúcar na cidade de Itu (são Paulo, Brasil) entre os dias 28 de novembro e 2 de dezembro de 2005.
Convidamos os pesquisadores a submeterem propostas de comunicação. Encoraja-se o envio de propostas por parte de jovens investigadores, incluído estudantes de pós-graduação.
As propostas deverão ser enviadas por meio do formulário (preencha os campos assinalados), para o email admmr@usp.br até o dia 10/06/2005. A decisão sobre o programa será anunciada até ao dia 15.07.2005. Uma vez aceita a comunicação, o texto deverá ser enviado até o dia 21.10.2005.
O formulário e maiores informações encontram-se nos sites: http://www.fflch.usp.br/cjc ou na página da ANPUH Nacional: http://www.anpuh.uepg.br/anpuh/index2.htm
Entre em contato com a secretaria do seminário:
Rua Barão de Itatim, 67 Centro 13300-160 Itu São Paulo - SP Brasil fone/fax: 055 11 4023 0240 admmr@usp.br

6. ENCONTROS BRASIL-PORTUGAL: SOCIEDADES, CULTURAS E FORMAS DE GOVERNAR NO MUNDO PORTUGUÊS – SÉCULOS XVI A XVIII

FAFICH/UFMG – 05 e 06 DE SETEMBRO 2005
Auditório Sônia Viegas


PROGRAMAÇÃO

Mesa 1 - 05/09 08:30-11:30
Administração, sociedade e cotidiano: formas de interação

Carla Maria Junho Anastasia (UFMG) – coord.
Antonio Manuel Hespanha (Universidade Nova de Lisboa)
Silvia Maria Jardim Brügger (UFSJ)
Francisco Eduardo de Andrade (UFMG)
Maria do Carmo Pires (UFV)

Mesa 2 - 05/09 14:00-17:00
Trânsito de culturas, circulação de objetos e agentes de mediação

Eduardo França Paiva (UFMG) – coord.
Caio César Boschi (PUC-MG)
Luiz Carlos Villalta (UFMG)
Eddy Stols (Universidade de Louvain)
Márcia Azevedo Abreu (UNICAMP)
René Lommez Gomes (UFMG)

Mesa 3 - 06/09 08:30-11:30
Instituições, cargos e ofícios no universo colonial

José Newton Coelho Meneses (UFMG) – coord.
Nuno Gonçalo Monteiro (Universidade de Lisboa)
Andréa Lisly Gonçalves (UFOP)
Fabiano Gomes da Silva (UFMG)


Mesa 4 - 06/09 14:00-17:00
Fidalgos, aristocratas, grandes comerciantes no mundo luso-brasileiro

Júnia Ferreira Furtado (UFMG) – coord.
João Pinto Furtado (UFMG)
Mafalda Soares da Cunha (Universidade de Évora)
Carla Maria Carvalho de Almeida (UFJF)
André Guilherme Dornelles Dangelo (UFMG)

Internacional

Duas análises de um mesmo problema: a retirada dos judeus da Faixa de Gaza.
2. Espinhos no coração. Um plano de Sharon fadado ao fracasso
Não falta sofrimento aos militares israelenses que têm de remover os colonos da terra que indevidamente ocuparam, não por opção deles, mas dos governos que os utilizaram eleitoralmente. A análise é do articulista Emir Sader.
Emir Sader - Carta Maior 11/08/2005

Quem invade, é invadido. Quem cerca, é cercado.
Israel paga com dor e sofrimento uma parte das dores e sofrimentos provocados por seus governos.
Enquanto corriam as negociações dos Acordos de Oslo, supostamente para resolver e pacificar o conflito entre palestinos e israelenses, os governos de Israel – de Rabin, de Netaniahu e de Sharon – sabotavam abertamente as negociações, instalando sem cessar grande quantidade de colonos em plenos territórios ocupados. Eram colonos militarmente protegidos, no coração dos territórios ocupados. Uma bomba de tempo que se sabia que iria explodir.
Explode agora e, com dor no coração, os militares israelenses têm de remover os colonos da terra que indevidamente ocuparam, não por opção deles, mas dos governos que os utilizaram para mostrar para os próprios cidadãos de Israel que não abandonariam os territórios ocupados. Foram utilizados com objetivos eleitorais, sentiram que contribuíam para ocupar territórios que os governos diziam que nunca abandonariam, e agora se sentem traídos por seus governantes.
Governos que colocaram o bode na sala e agora têm de retirá-lo da sala. Porém, seres humanos não são bodes. São dramas de todo país que invade outro. Se sentem todo-poderosos, mas não podem consolidar a invasão sem ocupar os territórios. Fizeram isso, que significou radicar populações em Gaza.
Tanto mais criminosa a ação dos governos israelenses, porque há décadas a ONU decidiu que devem retirar suas tropas dos territórios ocupados. Um país invasor provoca sofrimentos e dores incalculáveis nas suas vítimas. Ela está na raiz dos problemas acumulados, da escalada de violência que hoje se torna insuportável para invasores e invadidos, para israelenses e palestinos.
O plano atual do governo de Sharon vai fracassar. Em primeiro lugar, porque não se propõe a resolver o problema central do conflito – o direito à existência de um Estado palestino, soberano, independente, com direito à reunificação de todos os palestinos em seu território. Em segundo lugar, porque os ódios e os ressentimentos acumulados não são facilmente superáveis. Em terceiro, porque o governo de Sharon busca sair de Gaza para manter a Cisjordânia, e sobre esta se concentrarão as tensões.
Que Israel aprenda com seus erros, que sinta na carne os sofrimentos que provocou nas populações palestinas com seus territórios ocupados, com uma população humilhada, ofendida, desprezada, dominada, discriminada e explorada. Para que sinta que os outros têm tanta dignidade quanto eles, que nenhum povo é livre se oprime outro.
Somente aí começará um verdadeiro processo de paz – negociada, justa, duradoura –, que comece com a fundação do Estado palestino, ao lado do Estado de Israel – com os mesmos direitos, a mesma dignidade e a necessidade de convivência pacífica e respeitosa entre eles.

3. Venezuela avança na democracia participativa
Ubiratan de Souza
A experiência do Orçamento Participativo está sendo implementada pelo governo Chávez, na Venezuela. A nova Constituição Bolivariana, de 1999, ampliou direitos sociais e os mecanismos da democracia participativa e direta.(leia mais)

4. Pobreza atinge quase metade das crianças da Ásia
Por Ed Cropley BANGCOC (Reuters) - Dos lixões de Nova Délhi ao litoral devastado pelo tsunami da Indonésia, cerca de 600 milhões de crianças asiáticas, ou metade do total, vivem na pobreza, segundo uma importante entidade de proteção à infância. "O que está acontecendo aqui é catastrófico", disse na segunda-feira Michael Diamond, diretor regional da ONG Plan, ao lançar o relatório intitulado "Crescendo na Ásia". Apesar do rápido crescimento econômico de muitos países, como China e Índia, os dois mais populosos do mundo, muitas crianças asiáticas ainda não têm acesso adequado a alimentação, água potável, moradia, saúde, educação e saneamento. Segundo Diamond, governos de países ricos e pobres precisam agir para evitar enormes prejuízos humanos e econômicos. "Seremos julgados pelas futuras gerações, nos séculos futuros, quando eles escreverem a história e nos compararem talvez ao holocausto", afirmou. O relatório, que detalha a pobreza no continente, diz que cerca de 350 milhões de crianças asiáticas -- quase um terço do total -- vive na "pobreza absoluta", o que significa que não têm acesso a duas ou mais necessidades básicas. Outras 250 milhões, aproximadamente, não têm acesso a uma necessidade básica, o que soma um total de cerca de 600 milhões de crianças pobres na Ásia. Delineando uma estratégia para gastar 1 bilhão de dólares em 12 países asiáticos na próxima década, a Plan, fundada há 68 anos, disse que vai tentar dar voz às crianças e mudar as atitudes de muitas sociedades com relação aos menores de idade. "As pessoas dizem: 'Por que vocês têm esse problema? É falta de bom governo? É corrupção? São as atitudes, as culturas, os costumes? A resposta é: tudo isso junto", disse Tom Miller, executivo-chefe da Plan. "Estamos falando da próxima geração, de crianças que não tiveram voz em suas vidas até agora, que tiveram os adultos tomando decisões por elas", acrescentou. Miller, diplomata de carreira dos EUA, também pediu que as regiões mais ricas do mundo, especialmente América do Norte e Europa, reduzam seus subsídios agrícolas para permitir que produtores de países pobres exportem mais. O relatório também sugeriu o perdão das dívidas do Terceiro Mundo, desde que isso venha acompanhado de medidas internas dos países pobres para garantir um melhor uso do dinheiro em saúde e educação. Na Ásia, a Plan atua em Bangladesh, Camboja, China, Filipinas, Índia, Indonésia, Nepal, Paquistão, Sri Lanka, Tailândia, Timor Leste e Vietnã. A entidade realiza empréstimos e campanhas contra doenças como malária e desnutrição, além de manter um programa para incentivar a educação de meninas. Fonte: Reuters
5. Médicos para o povoEmir SaderEm uma cerimônia, não noticiada pela imprensa brasileira, formou-se, em Cuba, a primeira geração da Escola Latino-americana de Medicina. São 1.600 médicos, de 28 países, formados em um curso de 6 anos, que inclui a prática de medicina nas regiões pobres.(leia mais)

Brasil

1. O grande espetáculo da conspiração (do Correio Caros Amigos)
por Izaías Almada
O cerco se fecha. Jogado o PT às feras, os fariseus exigem agora a cabeça do chefe da nação: “joguem pedra na Geni, ela é boa de apanhar, ela é boa de cuspir. Maldita Geni”. Ele é sujo, não tem diploma universitário nem doutorado, é nordestino e de família pobre, não tem tiques de estadista. Finge que não é com ele. Esconde a sujeira debaixo do tapete. Traiu os 53 milhões de votos que recebeu.
O impeachment parece ganhar força. Procura-se desmoralizar cada vez mais o Partido dos Trabalhadores e a esquerda em geral. Em seguida, implanta-se, como sempre faz a direita, a política da terra arrasada, consolidando e aprofundando a economia neoliberal, mudando alguma coisa aqui e ali para não mudar nada e a classe dominante continua a nadar de braçada, como faz há 500 anos, os bancos a lucrarem 110% no trimestre e assim se transforma o Brasil na base de sustentação do avanço dos movimentos populares alternativos a esse sistema na América Latina (Bolívia, Uruguai, Peru, México) e o país passará a ser o grande desestabilizador do governo Chávez na Venezuela, livrando um pouco a cara de Bush & Cia. Em seguida, é só apoiar a “democratização” em Cuba. Só não vê quem não quer ou tem a ganhar com o aprofundamento da crise política brasileira e a sua superação pela direita.
Para os que ainda têm dúvidas sobre a conspiração direitista, vou reproduzir dois trechos da coluna de Elio Gaspari de domingo (14/08) na FSP. Atenção: não sou eu – uma espécie de Eremildo, o idiota – que o digo, mas o próprio Gaspari, sério pesquisador da nossa história contemporânea. Está lá, comentada por ele, a definição de democracia de um dos porta-vozes dos golpistas, o Sr. Bresser Pereira: “Nas democracias, embora o poder seja formalmente do povo, na prática está com a sociedade civil, que dele se diferencia porque, no povo, cada cidadão tem um voto, na sociedade civil o peso de cada cidadão depende do seu conhecimento, de seu dinheiro e de sua capacidade de comunicação e organização”. E traduz Gaspari: “Embora o andar de baixo vote, quem manda na prática é o de cima, porque a patuleía é ignorante, não tem dinheiro, nem conhece jornalistas. Caberá ao andar de cima decidir o impedimento de Lula. Poucas vezes o golpismo nacional expressou-se com tamanha clareza social. Bresser dá à tal de sociedade civil a condição de árbitro do alcance do sufrágio universal”. Poderia ser mais claro e mais cínico o argumento do tucano?
Se nós, brasileiros, damos mesmo a impressão de não termos memória histórica e nem política (a não ser aquela ocasional, de consulta aos livros, quando necessária), tudo indica que não temos também uma noção muito apropriada para nos prevenirmos quanto ao futuro. Senão vejamos.
Envolvidos que estamos numa crise conjuntural promovida pela mídia comprometida com os interesses da classe dominante e pela direita parlamentar mais nefasta do país, toda essa gente defensora de seus próprios benefícios econômicos e, eles mesmos, praticantes de crimes contra o país que nunca vêm à tona, ou quando vêm são abafados e não punidos, vamos vivendo o dia-a-dia do varejão das CPI’s, do noticiário sensacionalista que mistura muitas vezes alhos com bugalhos, a ouvir os choros melodramáticos de marqueteiros políticos idiotas, a denúncia irresponsável dos novos paladinos da moralidade pública, agora transformados em heróis da burguesia brasileira. E muitos de nós ficamos em dúvida ou até somos convencidos de que o PT é o grande vilão da nossa história política contemporânea e que a corrupção de nosso passado mais remoto ou recente não interessa muito, por exemplo. A propósito, seria bom que os leitores se informassem cada vez mais sobre a tentativa de golpe contra Chavez em 2002 na Venezuela e o papel desempenhado pela mídia na consecução daquele golpe que não deu certo.
Raciocinemos friamente sobre o quadro que se vai compondo para as prováveis eleições em outubro de 2006. Aqui, a complexa questão da crise é mais simples do que parece e a sua lógica é a seguinte: com toda a fúria lançada contra o PT, onde muita lama poderá respingar (e para não irmos muito atrás) até o governo de José Sarney, passando por Collor de Melo (ressuscitado aqui pelo também incorruptível deputado Roberto Jefferson, o novo herói da burguesia) e Fernando Henrique Cardoso, em quem – de fato - votaremos em 2006? Reelegeremos um candidato fragilizado politicamente pelo poder econômico e que ainda não mostrou disposição de mudar o rumo da nau? Nos deixaremos enganar mais uma vez na eventual escolha de um candidato entreguista e privatizador saído das alcovas e dos lupanares do tucanato, comprometido com o que há de mais entreguista na sua prática neoliberal? Ou o eleitorado irá apostar as suas fichas em algum candidato arrivista de direita, fecundado no mesmo ninho que já deu à luz homens como Antonio Carlos Magalhães, Collor de Melo, Jader Barbalho, Arthur Virgílio, Roberto Jefferson, Garotinho, Jorge Bornhausen, Enéas? Ou ainda com algum inexperiente e também arrivista candidato de esquerda, escudado tal candidato, quem sabe, em mágoas pessoais e oportunisticamente à espera de aumentar seus pequenos partidos recém fundados? Ou vamos anular conscientemente os votos?
O quadro político é sombrio não há dúvida, já que o mesmo (ou até pior) se pode dizer das eleições para governadores de Estado, senadores e deputados federais, nessa malha eleitoral corrupta e que sempre favorece o poder econômico, o capital. Como acreditar que uma maioria parlamentar, necessária para aprovar leis que ajudem de fato a transformar o país em uma nação menos dependente do FMI, do enforcamento pelo ‘superávit fiscal primário”, da especulação indisciplinada do capital financeiro, como acreditar – repito – que o atual Congresso faça uma reforma política radical e expressiva? Que legisle a favor da nação e do povo brasileiro e contra o interesse dos grupos econômicos que o elegeu através do Caixa 2 de suas campanhas? Se esta maioria parlamentar está comprometida com esquemas e lobbies tão ou superlativamente mais nefastos que o tal suposto “mensalão, o que esperar deles?
O grave do momento não é o que ele revela de supostos escândalos, mas a perspectiva de buscar soluções casuísticas para os problemas políticos e sociais que se avolumam. O discurso de que (ainda) não querem o impeachment de Lula revela indecisão e alguma divergência no meio da direita, mas é apenas temporário, enquanto ela ganha tempo para resolver o próximo passo de sua estratégia. Ao mesmo tempo, a imprensa comprometida e as CPI’s policialescas, mesmo considerando sua boa fé investigativa, se encarregam de criar o caos no país e – particularmente – confusão na esquerda, na tentativa de desmoralizá-la e desmobilizá-la, lançando-a em lutas internas e enfraquecendo-a em sua organização para enfrentar os verdadeiros inimigos.
Sem aprender com as lições do passado e sem levar à prática uma demonstração inequívoca de que existe uma saída democrática e popular para a crise que vive o Brasil, a esquerda brasileira dá demonstrações de que ela também (ou boa parte dela) tem as costas voltadas para a América Latina. Mas organizando-se e mobilizando-se com determinação enquanto é tempo, buscando nas cidades e nos campos do país despertar e sacudir a força que tem e que não é pouca, as forças populares, de esquerda e não só, saberão encontrar a melhor resposta para o momento. E saberão também definir táticas e estratégias de avanço e superação da crise, juntando forças e mostrando-se solidária com a luta de povos irmãos e vizinhos. E até prova em contrário, tudo indica que, nessa estratégia, não se deve incluir o apoio ao impeachment do presidente Lula.
Izaías Almada é escritor e dramaturgo.

2. Um dia sem os economistas
Emir Sader
Diante das últimas denúncias, Palocci e Meirelles deveriam se afastar do governo. Farão falta? Eu diria que nenhuma. Se for para manter a mesma política, há uma máquina de fabricação de modelos similares. Mas bem que podíamos experimentar algo novo. Quem sabe um dia sem os economistas.(leia mais)

3. No vácuo da crise, fazendeiros saem da “lista suja”
Leonardo Sakamoto - Carta Maior - 17/08/2005
Agosto registra um aumento do número de liminares concedidas pela Justiça para que fazendeiros sejam suspensos da “lista suja” do trabalho escravo. Nove dos 21 excluídos conseguiram o benefício neste mês.(leia mais)

4. O jurista Miguel Reale Jr, que escreve sempre no jornal O Estado de São Paulo, recentemente, em um de seus artigos, defendeu a seguinte pauta para uma autêntica reforma política, segundo ele absolutamente necessária no atual momento. Quem nos enviou foi a Juliana. Comente! Dê sua opinião sobre a proposta!!!
Estou convencido de que não basta o financiamento público das campanhas eleitorais, pois, se o sistema eleitoral for o de sempre, perdurará o expediente de arrecadar sigilosamente para pagar por fora os cabos eleitorais de primeira classe. O sistema proporcional aberto, sem distritos, é a fonte primeira da corrupção eleitoral. Assim, é possível enumerar algumas medidas:
Adoção do sistema distrital misto, com escolhas de representantes do distrito e do partido conforme lista partidária. O voto distrital, em redutos menores, permite controle dos gastos eleitorais e maior fiscalização da movimentação de líderes municipais;
Adoção, no distrito, do “recall”, para cassação pelo eleitorado do parlamentar que afronte os princípios da probidade;
Tipificar como crime de responsabilidade de prefeito e de vereador a percepção de vantagens econômicas em apoio a candidatos a deputado, senador, governador e presidente;
A reeleição é outra fonte segura de improbidade a ser abolida;
Proibição de mudança de partido político e a consagração da fidelidade partidária em temas de relevo;
O financiamento público das campanhas para se impedirem os compromissos de candidatos com empresas, sempre à espera de vantagens futuras;
Restrição do uso da televisão, sem se permitir o recurso à manipulação da mensagem por publicitários, adotando-se, especialmente, programas com debates entre os candidatos.
Estão aí exemplos de possíveis caminhos. Formuladas com a devida técnica legislativa, propostas como essas devem ser oferecidas ao Congresso Nacional, evidentemente, modificadas segundo a convicção das pessoas e de entidades integrantes desse movimento, para serem apreciadas e submetidas pelo Congresso a plebiscito ou a referendo, caso por ele aprovadas com rapidez.Desse modo, revestem-se de legitimidade as mudanças constitucionais e legais a serem adotadas com vista a reconstruir o arcabouço político de nossa combalida democracia.É tempo de urgência e de abertura de espírito, sob pena de naufragarmos nas águas revoltas da descrença nas instituições._________
Fonte: O Estado de S. Paulo, 1/8/2005.

5. Guilherme Souto, sempre “cavando” bons materiais para este boletim, enviou-nos o artigo publicado no Globo, dando conta da palestra feita pela filósofa Marilena Chauí no Seminário “O silêncio dos intelectuais”. O artigo foi publicado no jornal O Globo, de 23 de agosto:
Marilena: Lula rendeu-se à 'armadilha tucana'
Arnaldo Bloch
O governo Lula falhou ao se render à "armadilha tucana" de promover uma transição com base em imperativos econômicos e financeiros em vez de fazer logo a reforma tributária, fundamental para melhorar a distribuição de renda e viabilizar o Fome Zero, e a reforma política, essencial para assegurar a governabilidade. Esta foi a análise da filósofa Marilena Chauí, expoente da intelectualidade petista, sobre a crise política ao abrir, ontem à noite, no Consulado da França, o ciclo de debates "O silêncio dos intelectuais". Antes dela falaram o ministro Gilberto Gil e Adauto Novaes, organizador do seminário.
Na longa fala, não há a palavra corrupção
No texto de uma hora e meia lido pela filósofa, a palavra corrupção não foi pronunciada uma só vez, e Marilena só fez referência à crise política durante o curto tempo para debates. Foi quando lhe perguntaram se o fato de o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e o senador José Sarney (PMDB-AP) apoiarem o projeto petista não aproximava a figura de Lula da de um coronel nordestino:
- Não é verdade que Severino e Sarney apóiem o projeto do PT. O projeto do PT era outro. E isso me leva a apontar dois grandes problemas do atual governo. Um deles foi tornar a tal da transição o ponto central da política governamental em vez de pôr as políticas sociais na dianteira. Somos o segundo país do mundo em desigualdades, depois de Serra Leoa, que está em guerra civil. A primeira ação, que daria um sentido mais que simbólico ao Fome Zero, seria a reforma tributária. Em vez disso, se fez a reforma da Previdência, que os tucanos não tiveram coragem de fazer. Conheci muitos tucanos no ambiente acadêmico, e é preciso ficar com dois pés, duas mãos e a cabeça atrás com o que eles propõem - disse.
O segundo problema, de acordo com a filósofa, foi o de ter negligenciado a reforma política como outro pilar importante para sustentar a governabilidade.
- Na época eu dizia que o nosso presidencialismo é uma aberração, com partidos fragmentados, sem distribuição clara, sem representatividade, e que nenhum presidente tem maioria no Congresso. Sempre soubemos como se obtém apoio e votos. Então, sem reforma política, a aliança se impôs. O PT não era criticado por ser um partido arcaico, por não fazer alianças? Pois bem, aí está a aliança - ironizou, para enfim fazer a defesa do PT, salientando que seu verdadeiro projeto foi ofuscado por uma posição equivocada de estratégia governamental.
Antecipando-se a críticas, ela justificou o fato de não ir muito adiante nas análises do quadro atual dizendo que a indignação nem sempre deve levar o intelectual a lançar mão da revolta e sair dizendo a primeira coisa que vem à cabeça.
- Os intelectuais estão em silêncio, mas está cheio de ideólogo tagarela... Muita gente prefere que o intelectual vocifere sua revolta e todos vão para casa tranqüilos. Mais importante que a revolta, entretanto, é a virtude, no sentido de se compreender a adversidade para transformá-la em algo produtivo. Podíamos ficar horas aqui abrindo um leque enorme de motivos de indignação os mais diversos e até opostos, mas o intelectual às vezes tem que preferir o silêncio se o quadro ainda não está claro. Sim, estou indignada, mas confesso que ainda não compreendo bem a natureza da minha indignação e os fatos em si. Por isso não tenho escrito sobre o assunto nem dado entrevistas.
Durante o seu discurso, Marilena Chauí resvalou indiretamente na crise, mas como sintoma de fenômenos que envolvem a política contemporânea:
- Pautada pelas teses da pós-modernidade, a sociedade contemporânea transformou a política numa operação de marketing e o político num produto a ser consumido pelo eleitor. Neste mundo que hoje entendemos como sociedade do conhecimento os intelectuais se transformaram em especialistas com receitas de bem-estar a serviço da lógica das empresas. Nesse sistema, quem detém algum conhecimento comanda os demais, e no Brasil isso é acentuado porque o nosso intelectual é herdeiro da autoritária tradição ibérica dos bacharéis e dos poetas de prestígio.
Filósofa associa esquerda pós-moderna a teses nazistas
Num ataque direto às esquerdas contemporâneas, Marilena evocou o pensador político alemão Carl Schmidt, integrante do staff nazista:
- Num mundo fragmentado em que a democracia só garante as liberdades entre aqueles que compartilham uma mesma identidade, vejo esquerdas defendendo a lógica de que o inimigo é o diferente, o estrangeiro, o oposto, e que deve ser exterminado. De acordo com a análise de Marilena, esse quadro de fragmentação envolve todas as esferas, da arte - absorvida pela indústria cultural - à política, passando pela ciência, cujas conquistas associam-se à competição econômica e na qual o conhecimento científico vira segredo empresarial. Por isso o cidadão, ao refletir sobre a atualidade, identifica o mal no caráter deste ou daquele político ou indivíduo, e jamais nas instituições ou em seu funcionamento:
- Isso acontece porque, de acordo com os preceitos da pós-modernidade que hoje se festeja tanto, só o presente, só o imediato, o impulso, interessam. Esta maneira de enxergar a realidade é contrária à própria noção de cidadania.
7. Agora vejam o primor da resposta do FHC, publicada no mesmo O Globo...Nosso ilustre sociólogo, à falta de argumentos mais convincentes, procura descredenciar a Marilena Chauí. É a velha mania...

Ao responder às críticas da filósofa Marilena Chauí de que os problemas no governo Lula são decorrentes de uma “armadilha tucana”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que respeita a filósofa como intelectual, mas que ela não deveria discutir política porque não entende do assunto. — Respeito muito Marilena Chauí como filósofa. Ela tem um belo trabalho sobre (o filósofo Baruch) Spinoza. Se alguém me perguntar sobre Spinoza, vou dizer que não sei. Ela deveria ter a humildade de dizer que não entende de política — disse Fernando Henrique, na apresentação do projeto “Cartas a um Jovem Político”, da Editora Campus/Elsevier, em São Paulo. Embora tenha evitado falar sobre a crise em que o governo Lula está mergulhado, o ex-presidente atacou a condução do processo político: — Hoje não se vê uma agenda possível. Vamos fazer tudo para que não haja perda de governabilidade porque quem paga é o povo. Mas o governo perdeu a seiva política, a capacidade de propor alguma coisa inovadora e que desperte entusiasmo.
Agora estou com uma dúvida cruel... quem entende de política? Os sociólogos entendem? Os historiadores entendem? Apenas os filósofos é que não entendem??? Por favor, cartas para a redação...me ajudem a resolver este problema....

8. O coração da matéria
Mauro Santayana
É certo que não há provas contra Antonio Palocci, mas o esforço da oposição para preservar o ministro chama a atenção. Banqueiros e rentistas da alta classe média não querem arriscar-se a uma mudança súbita na direção da economia(leia mais)

9. Movimentos avaliam que são novo alvo da direita e da mídia
Jonas Valente - Carta Maior - 22/08/2005
CUT, MST e UNE consideram que setores conservadores e seus braços midiáticos decidiram desencadear ofensiva contra movimentos sociais após mobilizações da semana passada. Severino Cavalcanti autorizou requerimento de líder do PFL para criar "CPI do MST".(leia mais)


Sites interessantes

1. Ouvir para crer
Para reviver a emoção de um momento histórico importante, apure os ouvidos. O site Video Vozoteca Lek, da Biblioteca Virtual da USP, é um acervo de vozes que relatam episódios marcantes da história brasileira e mundial, como a leitura do AI-5, o anúncio do fim da Segunda Guerra Mundial e o pronunciamentos de Getúlio Vargas ao deixar o poder. Tem também discurso de Santos Dumont e de Villa Lobos, jingles, reclames publicitários e radionovelas.

2. Um brasileiro do mundo
Você deve ter ouvido falar pouco ou quase nada sobre o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, enquanto ele viveu. Saiba, porém, que Mello foi um dos mais importantes diplomatas brasileiros e representou o país como poucos no exterior. Há dois anos, Mello morreu no Iraque, onde estava em missão da ONU, vítima de uma explosão terrorista ocorrida em 19 de agosto de 2003. Sua função nas Nações Unidas era trabalhar pela reconstrução de comunidades que haviam sofrido os horrores da guerra. Depois do trágico desfecho de uma brilhante carreira, os brasileiros se surpreenderam com a comoção que a notícia da morte do diplomata causou na comunidade internacional. Mello deixou um legado de ética e luta pela paz. Agora, um pouco de sua história e dessa herança podem ser conhecidas no site que o professor Jacques Marcovitch, da Faculdade de Economia e Administração da USP, acaba de lançar. Na página, você encontra sugestões para tratar dos temas paz e ética na sala de aula. (www.usp.br/svm/index.php)
3.Making of America

Biblioteca digital que reúne livros e artigos de jornal publicados nos Estados Unidos no século 19. Em inglês.
4.Our Documents

Textos, imagens e documentos oficiais recontam a história dos Estados Unidos. Organizado pelo governo norte-americano. Em inglês.
5.Scrools of Dead Sea

Organizado pela Biblioteca do Congresso dos EUA, traz imagens dos fragmentos dos rolos sagrados encontrados no Mar Morto e textos explicativos. Em inglês.