Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

23.7.08

Numero 148






1. Aprovado o piso salarial de 950.00 (novecentos e cinqüenta reais) para professores das redes públicas. É pouco? Claro que é... mas salvo melhor juízo, é a primeira vez que a categoria recebe algo assim...
Nem todos concordam com isso. Vejam:
Carta que me foi repassada pelo professor Tiago Menta

São Paulo, 16 de julho de 2008
Prezado Sr. Fernando Haddad
Ministro da Educação do Brasil
Sou professora da rede estadual de ensino, no Estado de São Paulo. Estou há três décadas no trabalho do ensino. Nunca pedi licença médica e tenho pouquíssimas faltas. Fui casada e tenho um filho, que criei sem pedir pensão para meu marido que, por razões que não vem ao caso, não podia arcar com tal despesa.
Senhor Ministro, eu poderia tratá-lo de "você", pois é bem mais novo que eu, é menino ainda. Mas, dado estar em um cargo do governo, vou usar o "Sr.", mas isso não implica em um tratamento para "colocar distância", como os antigos faziam em jornal do interior.
Assisti ao programa do Jô Soares, quando de sua entrevista. Vi que uma moça fez uma pergunta ao senhor, sobre filosofia e sociologia no ensino médio. Ela queria saber o que o senhor faria para preparar melhor esses professores. O senhor repetiu as informações que o Jô já havia passado e que está nos jornais, a respeito da lei que colocou a filosofia e a sociologia no currículo da escola média. O senhor não tinha nenhuma proposta para dizer, e não respondeu a pergunta da
moça. Fiquei bem decepcionada.
O senhor também disse que falta dinheiro para a educação. Como outros que passaram pelo seu cargo, o senhor tratou logo de culpar o passado pela falta de dinheiro. Ou seja, o governo do Presidente Lula não teria responsabilidade sobre o assunto, mesmo já estando em segundo mandato. Os responsáveis seriam os antecessores. Vi sua resposta como uma fuga.
Esperava mais, mas nada apareceu na entrevista de novo além do fato de que o senhor tem tempo para fazer aulas de lutas marciais três vezes por semana. E no meio dessa informação, vi também que o senhor se vangloriou por ter conseguido aprovar o piso salarial para os professores – 950 reais para 2009. Nesse caso, penso que a questão das lutas marciais vem a calhar. Por favor, preste atenção.
A compra de supermercado que faço para minha casa, para duas pessoas, fica em 200 reais mensais. O aluguel de nosso pequeno apartamento, de apenas dois minúsculos quartos, é de 400 reais. Gasto 150 reais de transporte coletivo no mês. A Internet que temos – como necessidade de trabalho – dá um gasto de 70 reais, e a velocidade é a mais baixa do Speed. Compro livros e, em geral, gasto nisso algo em torno de 50 reais no mês. Tento economizar nisso, mas é impossível na função de professora não comprar livros. Mantenho-me atualizada em cinema, para poder conversar com os jovens para quem dou aulas, e isso leva do meu orçamento mais 40 reais no mês. Meu filho não tem ainda 18 anos, mas trabalha e ajuda em casa, e graças a isso quase conseguimos fechar o mês. Não posso contar com todo o dinheiro dele, pois ele paga escola e condução. Ele dá duro em uma firma de fotocópias, e chega esgotado para ir para a escola. Também chego tarde do serviço, pouco nos vemos. Não é uma vida fácil. Quando ficamos doentes, nosso orçamento estoura – a farmácia é um local que não podemos entrar sem sair de lá com no mínimo uns 50 reais gastos – isso é batata. Felizmente, gozamos de boa saúde.
Bem como o senhor pode ver, a soma de meus reduzidíssimos e espartanos gastos é maior do que os 950 reais do piso salarial em determinados meses, e noutros, empata. Até meados de 2009, eu estarei gastando mensalmente mais do que os 950 reais.
Mas há algo ainda mais triste. Li que os 950 reais nem são para 2009, na realidade. Pois deverão ser alcançados "gradativamente", num prazo maior, que poderá chegar até a mais que 2010. Isso é tudo? Não! Há algo mais perverso nessa conversa: as estatísticas governamentais (e só elas) dizem que a maioria dos professores ganha mais do que o piso, e que por isso o senhor está "rindo à toa" ao aprovar o piso, pois considera "muito bom" para os professores. Senhor Ministro, há erro nisso. Os professores vão ganhar por 40 horas os 950 reais, e isso não pode ser comemorado, pois a profissão continua sendo desprestigiada com tal salário. Pois em vez do senhor ficar preocupado em comparar o nosso salário com o de outras profissões com igual anos de estudo, o senhor faz comparações regionais que não levam em conta também os gastos de cada um em cada região. Não é verdade que quem está em uma região mais pobre e ganha menos tem um custo de vida menor do que quem está em São Paulo. Cada local tem especificidades, e no geral, a verdade é que com esse piso a profissão de professor não melhora em nada, pois continua sendo uma profissão que, se a abraçamos inteiramente, não nos dá sustento.
Ora, mas se a profissão de professor é para ser "um bico", como podemos ter outro trabalho se a jornada por 950 reais é de 40 horas? Não posso vir trabalhar em três períodos, pois o "terceiro turno" eu tenho de fazer no serviço de casa, além de ter de corrigir provas, preparar aulas, estudar, cuidar do meu filho etc.
Além disso, a comparação do senhor está errada, por outra razão: quando eu era uma estudante de colégio, meus professores viviam com um salário proporcionalmente maior do que o que tenho hoje, e tinham melhores condições de trabalho. Estudei mais que eles, para ganhar menos. O senhor é mocinho, e tudo indica que veio de família rica. Não sei se entende o que é o Brasil e o que foi o Brasil.
Bem, chego então na questão das lutas marciais. Vi que o senhor tem uma barriga. Ainda moço, mas já tem uma barriga. As aulas de luta marcial que faz não estão ajudando, não é? Os ricos sempre comem mais do que podem tirar com a ginástica. Então, minha sugestão, com o devido respeito, é a seguinte: tente fazer a minha vida por apenas um mês, pegando ônibus e enfrentando classes de adolescentes, lecionando seriamente. Volte para a casa e faça a janta. Limpe a casa uma vez na semana. Em um mês, eu garanto, verá que as aulas de luta marcial são ineficientes para tirar a barriga, e que o que eu faço, sim, dará ao senhor um corpo sem malhado. Não sei se dá saúde, mas cansaço físico e mental insuportável, isso dá.
Não estou reclamando, minha carta é apenas para mostrar que e o que eu faço talvez até dê mais saúde do que outras profissões. E o senhor poderia participar desse programa, nem que fosse por um pequeno período experimental. É sério, sem demagogia, o senhor deveria experimentar, por um mês, tentar viver com 950 reais dando aula aqui no Estado de São Paulo. Aula no Ensino Médio, em escola pública. Tenho certeza que após tal experiência, o senhor iria se tornar um Ministro da Educação melhor.
Agradeço demais por ter lido minha cartinha.
Sua admiradora,
Ana Luísa Costa Matos, professora de filosofia da Rede Estadual

2. A proposta da Novae é pertinente. Afinal, estamos presenciando um espetáculo raro neste país: desnuda-se, com toda a clareza possível, quem é que manda. O cara é preso, o presidente do STF, alegando que a lei precisa ser cumprida, descumpre-a, pois o STF não é a primeira instância, é a última... mas o cara consegue ir direto lá, com apoio de um ex-deputado petista que agora virou o defensor do dileto filho do tucanato. O delegado que o prendeu já foi afastado, num espetáculo de tragicomédia. Agora, falta o juiz...ah, o juiz...ele também em breve estará fora, pois já que o senador do DEMO está envolvido...o presidente do STF – sempre ele, sempre ele – vai avocar para o Egrégio Tribunal o processo e todos os envolvidos, inclusive aqueles que não poderiam ter, em nenhuma hipótese, essa deferência! Logo, nada mais justo que a campanha:
Dantas para presidente!!!

Muito mais que uma sátira, uma proposta real da revista NovaE. A idéia simboliza um Brasil sem máscaras, tão comum para encobrir fatos, intenções, movimentos sinistros e articulações de bastidores surgidos diante da prisão de admirável figura da nossa República. Mas por que presidente?
- Dantas pode disputar eleição por uma coligação inédita que reúna PT, PSDB, PMDB e DEM, com certeza não faltarão votos na convenção dos partidos.
- Com a coligação aprovada, também não faltarão estratégias de comunicadores, apoios de diversas áreas da sociedade, principalmente aqueles setores que se acostumaram a não ter seus interesses contrariados, muito menos falta de recursos financeiros, todos eles devidamente declarados.
- Dantas eleito, enfim, um Brasil real, sem subterfúgios, diretamente a serviço do interesse de uma minoria, com apoio incontestável do congresso nacional e, principalmente, de ex-presidentes.
- Dantas seria, enfim, um presidente que saberia de todas as coisas com um nível de Inside Information nunca antes visto na história da República. Jamais diria "eu não sabia".
- Na “Era Dantas”, enfim, executivo, legislativo, judiciário viverão em harmonia, como nunca antes no Brasil, pela razão do país ter um presidente sintonizado como as mais profundas necessidades dos poderes.
- Os grandes meios de comunicação, enfim, vão poder aplaudir, uníssono, uma República construída com a “mão invisível” dos mercados.
- Com Dantas presidente, enfim, a Polícia Federal vai voltar a cuidar daqueles que nunca deveria ter deixado de lado: os desprovidos de advogados, de acesso à justiça e a harbeas corpus, além de ações na bolsa.
- Com Dantas presidente, um novo pacto social vai surgir no horizonte da Pátria, com todos os atores sociais encarando de frente um fato inconteste: Daniel Dantas é o que representa melhor o poder no Brasil e para a grande maioria quem de fato manda no Brasil.

E você? Como você visualiza Dantas presidente? Manifeste-se. Participe deste momento único.
( Manoel Fernandes Neto, editor da www.novae.inf.br )


3. Transcrevo este artigo da Folha, que comenta a declaração do cientista político Bolívar Lamounier, primo e conterrâneo meu, sobre a corrupção brasileira. O Brasil é essencialmente corrupto? Daí Bolívar parte para chegar à mesma conclusão que Hans Magnus Enzesberger (no livro Guerra Civil, resenhado na seção Vale a pena ler, mais abaixo): nada de bom selvagem (Rousseau), o homem é lobo do próprio homem (Hobbes).



Atalhos oportunistas

Ruy Castro
RIO DE JANEIRO - Nelson Rodrigues dizia que, se todos conhecessem a vida sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém. Outro dia, o cientista político Bolívar Lamounier afirmou algo parecido: que, se fosse possível punir toda a corrupção vigente no país, metade da população teria de ir para a cadeia. E foi ainda mais duro no diagnóstico: "O Brasil é essencialmente corrupto".
Para Lamounier, a corrupção -que não dorme, é solerte- tende a aparecer mais em surtos de crescimento econômico. Faz sentido: quanto mais dinheiro em jogo, mais se rouba ou se tenta roubar. Por sorte, não estamos sozinhos. Para ele, Rússia, Japão, Coréia do Sul, China, França e Estados Unidos nos têm feito excelente companhia no pântano.
Uma causa da tendência brasileira a esses, digamos, atalhos oportunistas seria nossa visão, herdada dos anos 50, de que o desenvolvimento produziria uma população "melhor", mais bem educada e com tantas oportunidades que não comportaria o crime. É verdade, achava-se mesmo isto. No dia em que a maioria dos brasileiros se vestisse na Ducal, tivesse um Fusca na garagem e conta no Banco Nacional, o Brasil seria o paraíso.
Bem, o desenvolvimento chegou, a Ducal, o Fusca e o Nacional já eram, e a corrupção não diminuiu. Ao contrário, aumentou. Aquela visão otimista e evolucionista, segundo Lamounier, estava errada. O problema é que ainda acreditamos em Jean-Jacques Rousseau, para quem as pessoas são boas, e é a sociedade que as corrompe.
Melhor seria, diz ele, se fizéssemos como os americanos e acreditássemos em Thomas Hobbes. Para Hobbes, as pessoas são más, e é preciso ficar de olho nelas. Mas, num país em que a PM mata inocentes, a Justiça solta criminosos e os piores exemplos vêm de cima, quem vai ficar de olho em quem?

4. Passado o impacto inicial da libertação de Ingrid Betancourt, o cientista político já pode fazer uma análise menos apaixonada, e levantar novas lebres:

Colômbia e o principiante
JOSÉ FLÁVIO SOMBRA SARAIVA

A Colômbia iluminou as manchetes de quase todos os meios de comunicação do mundo no dia 2 de julho. É como se uma nova era se iniciasse na história latino-americana. A barbárie pareceria ter sido vencida pela mão delicada da civilidade. A democracia latino-americana, tão aviltada por instabilidades e resquícios da Guerra Fria, caminharia para sua maturidade. O fracasso do seqüestro como meio de pressão política estaria sepultado ante discurso sereno e pacífico da senadora Ingrid Betancourt.

A opinião pública internacional respiraria aliviada. Libertou-se a refém mais famosa do mundo, mulher, família tradicional, política e ponte entre a Europa e um país do extremo Ocidente. Quase tudo que se viu nas notas apressadas, mas verdadeiramente tocadas pela boa surpresa, foi a imagem de um divisor de águas entre a liberdade de pessoa com grande visibilidade internacional e o horror da lógica da guerrilha.

O calor do momento anima interpretações as mais diversas acerca do resgate espetacular da senadora. Os críticos dos chamados "corredores humanitários" que vinham sendo construídos por grupos internacionais e alguns governantes da região, encabeçados por líderes políticos de fora, como o presidente da França, logo celebraram a manu militari empreendida pelo governante colombiano. Vitória militar de Álvaro Uribe e derrota política de Hugo Chávez, apressaram-se alguns analistas.

Outros insistiram que, sem a gradual mudança, calculada e estudada pelo apoio dos governos sul-americanos progressistas de esquerda, não teria sido possível libertar Betancourt. Houve ainda aqueles que viram na libertação da refém a mão poderosa da hegemonia norte-americana, a ocupar espaço de inteligência militar no coração de área sensível à América do Sul: seu patrimônio amazônico. E houve ainda aqueles que alinharam as crescentes perdas das Farc e dos demais grupos paramilitares colombianos -exauridos pelas crises de lealdade, reversão da opinião pública internacional e morte de seus líderes históricos- à idéia de término da guerrilha como um meio de ação política.

Todas essas interpretações possuem alguma verdade, mas não toda a verdade. Nos próximos meses teremos uma impressão menos apaixonada dos fatos. Enumero três delas.

Em primeiro lugar, a senadora que sai do cativeiro deixa para trás mais de 700 reféns, em circunstâncias que não se sabe exatamente quais são, mas não são certamente as que ela teve, tratada como foi como moeda importante de troca nas negociações entre os atores interessados na sua libertação.
Salva a grande personagem, o que se fará pelos coadjuvantes? Continuará a via militar a melhor solução? Há espaço para manobra conciliatória ou assistiremos ao recrudescimento da guerrilha? São questões sérias que necessitam ser urgentemente tratadas. Afinal, são vidas da mesma importância que a da ilustre senadora.

Em segundo lugar, está a incógnita política que representa a própria senadora, candidata natural à presidência da Colômbia, como já o fez. Seu discurso serene é de chamar a atenção. Ainda mais seu agradecimento ao presidente Uribe, de quem foi crítica feroz na eleição para a qual não pôde chegar às condições de concorrer. Qual será a opção política da potencial candidata? E como fica aquele que tem o apoio de mais de quatro em cinco colombianos nas mãos para suas ações contra a guerrilha?

Em terceiro lugar, um problema relevante para o contexto sul-americano. Se os colombianos preferem uma Bogotá policiada e militarizada, com todos os custos de cerceamento de liberdades civis e de tensões inerentes a esse contexto de controle da caserna sobre a vida cidadã, o que será a democracia colombiana quando a fase mais dura do conflito findar?Se o conflito está findando, como anuncia Uribe, e se a senadora volta aos palcos políticos com sua versão pacifista do discurso político que todos assistimos, quais serão as opções reais do eleitor colombiano para o amadurecimento do Estado de direito na Colômbia?
Afinal, convenhamos, a Colômbia não é para principiantes. E muitos analistas apressados do hoje terão de se curvar às novas evidências políticas e culturais da difícil construção da cidadania e da tranqüilidade política na América Latina. O triunfalismo do momento pode ceder às visões do amanhã, menos luminosas que os dias atuais em Bogotá.
José Flávio Sombra Saraiva, PhD (Birmingham University, Inglaterra), é professor de Relações Internacionais da UnB. (Artigo publicado na Folha de São Paulo de 21.7.)


VALE A PENA LER

1. Guerra Civil - Hans Magnus Enzensberger
Editora: Companhia das Letras

O sonho da paz mundial e da Europa unificada, harmônica, mais uma vez se desmantelou, passado pouco tempo da queda do muro de Berlim e do fim da guerra fria. Nacionalismos e conflitos étnico-religiosos que pareciam soterrados ressurgem com brutalidade insuspeitada. O equilíbrio angustiante da Pax atômica já não existe." A partir desta nova realidade, Enzensberger inicia uma viagem pelas manifestações de violência que presentemente devastam o mundo, tomando-as como formas de uma agressividade primária, que, liberta da capa protetora das grandes "visões do mundo", reintroduz no curso da história aspectos do comportamento humano aqui tomados como naturais. O homem lobo do homem acorda então da hibernação, emerge da selva e salta para o asfalto, retomando em toda a crueza o seu - segundo o autor, primitivo - instinto sanguinário. E assim se instala uma nova forma de guerra civil.
Mesmo os guerrilheiros e terroristas dos anos 60 e 70 aceitavam a necessidade de justificar as suas ações. Hoje, skinheads, gatunos, serial killers, ou membros armados de seitas ou milícias, baixam a matraca ou disparam, sem precisarem explicar o porquê do seu gesto. Aquilo que confere um caráter novo e sinistro à guerra civil dos nossos dias é precisamente o fato de ser levada a cabo sem qualquer empenho: não está rigorosamente nada em jogo senão o instante, o que faz dela como que um "retrovírus" da política. Neste sentido, deixa de haver crime - gesto que é sempre eticamente avaliável - passando antes a reconhecer-se os "casos clínicos" de gente que mata e que esfola sem que para tal precise de uma qualquer razão. Existe pois um processo de "instalação da barbárie" que deve ser apreendido, para que a ele as sociedades atuais possam ainda sobreviver.
Eis, no fundo, a conclusão desta obra-diagnóstico. que traz ainda apensa um outro escrito, A Grande Migração, destinado a completar essa observação assustadora do mundo em que vivemos que a antecede.
(Resenha feita pela professora Maria José Speglich)

2. Revista Leituras da Historia, nº 10. Entrevista com o historiador da cultura, Jorge Coli. Dossiê sobre a Escravidão – Artigos principais: Teria Noé aportado no Novo Mundo? – Congo, um pedaço de bolo no meio da África – Eremitas e beatas – Alexandre Magno, o visionário.

3. A ditadura militar no Brasil – Nas bancas o fascículo 11, que aborda o Governo Geisel e o processo de abertura.

4. Revista História Viva nº 58. Dossiê O nascimento da Democracia – Biografia de Deng Xiaoping, o arquiteto do milagre chinês – Artigos: A ultima invasão da Grã-Bretanha, em 1066 – A partilha do Oriente Médio – Império brasileiro: alegorias do poder – Estado Novo buscou construir uma sociedade militarizada. Com este numero, vem encartada a revista Entre Livros, com a temática Grécia em cena.

VALE A PENA NAVEGAR POR AQUI

1. http://mariafro.blogspot.com/2008/07/lio-de-antnio-jos-da-silva-o-piau.html
Amplo noticiário a respeito do movimento de repúdio ao ministro Gilmar Mendes. Infelizmente, o previsível aconteceu: o Senado já engavetou o pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes.



2. www.revistaforum.com.br
Especial: Mandela e ÁfricaNelson Mandela faz noventa anos.
Confira o especial fim de semana, produzido pela equipe da revista Fórum, sobre o Nelson Mandela, África, Apartheid e Xenofobia

leia

Confira os vídeos no Youtube sobre Mandela leia

3. Urariano: A excelência do ministro Gilmar Mendes
Por Urariano Mota [Quinta-Feira, 17 de Julho de 2008 às 12:24hs]
Do Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal, mais conhecido pelo nome de Gilmar Mendes, já se disse que é um especialista em Direito Constitucional. Que é autoridade em Direito Público. E que à luz dos últimos julgamentos no Supremo é, pelo menos, ilustre concessor de habeas corpus. Mas quem procurar informações sobre tão insigne homem na página do STF reservada a seus presidentes encontrará apenas quatro modestíssimas, melhor dizendo, quatro quartos de linhas:

Gilmar Ferreira Mendes

Nomeado pelo presidente: Fernando Henrique Cardoso

Faculdade: Faculdade de Direito da Universidade de Brasília

UF de origem: Mato Grosso

Isso é de uma espantosa sobriedade, quando se lhe comparam os anteriores presidentes Ellen Gracie, Nelson Jobim, Maurício Corrêa, Marco Aurélio... todos cheios de currículos cuja importância é digna de mais de cem linhas. Por que tamanha modéstia? Haveria nessa brevidade o intuito de omitir? Segundo o jurista Dalmo de Abreu Dallari haveria mais o que incluir nessas modestas linhas. A saber:

“Advogado-geral da União, subordinado ao então presidente Fernando Henrique Cardoso, que o indicou para o STF antes que se formalizasse a abertura da vaga... especialista em ‘inventar’ soluções jurídicas no interesse daquele governo. Assessor muito próximo do ex-presidente Collor, o qual nunca se notabilizou pelo respeito ao Direito. Autor de inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais. E por último, mas não menos importante, na chefia da Advocacia Geral da União, o Dr. Gilmar Mendes pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público - do qual o mesmo Dr. Gilmar Mendes era um dos proprietários - para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na ‘reputação ilibada’, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo”.

Continue lendo o texto de Urariano Mota neste link.
http://www.diretodaredacao.com/site/noticias/index.php?not=4007

4. CONCLUSÃO DE COMISSÃO NO RS:
Há fortes indícios de que Jango foi assassinado com conhecimento de Geisel
Comissão especial da Assembléia Legislativa gaúcha divulga relatório afirmando que "são fortes os indícios de que Jango foi assassinado de forma premeditada, com o conhecimento do governo Geisel". Documento sugere uma série de providências, entre elas, investigar o papel do então integrante do DOPS, Romeu Tuma, hoje senador da República, na investigação dos passos de Jango no exterior. Caravana da Anistia atualiza temas ainda não resolvidos do período da ditadura.
http://www.agenciacartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15129

5. DOUTRINA DO CHOQUE

Capitalismo de desastre: estado de extorsãoInvadir países para apoderar-se de seus recursos naturais é ilegal, segundo a Convenção de Genebra. Isto significa que a gigantesca tarefa de reconstruir a infra-estrutura do Iraque é responsabilidade financeira dos invasores. Em vez disso, o Iraque está obrigado a vender 75% de seu patrimônio nacional para pagar as contas de sua própria invasão e ocupação ilegais. Os capitalistas do desastre têm estado ocupados. A análise é da Naomi Klein.

> LEIA MAIS Economia

• O fundo político da atual crise econômica

6. GOVERNO BERLUSCONI

Caça as bruxas? Não, na Itália se pratica a caça aos ciganos O governo italiano encontrou nos imigrantes o seu bode expiatório e passou a culpá-los pela crise sócio-econômica que atinge o país. Os ciganos, principalmente, estão sendo brutalmente condenados e criminalizados pelo novo governo de Berlusconi, tanto que estão sendo fichados e tendo as impressões digitais recolhidas. > LEIA MAIS Internacional

7. PRESENÇA INCÔMODA

EUA reativam IV Frota e preocupam dirigentes da ALDesmontada em 1950, frota que ganhou fama na Segunda Guerra volta a freqüentar as águas da América Latina e do Caribe com 22 embarcações dotadas de mísseis. Em telefonema ao ministro Celso Amorim, Condoleeza Rice diz que "objetivo é cooperar". > LEIA MAIS Internacional

8. Um novo olhar sobre o passado Estudos recentes têm reavaliado nosso entendimento sobre a história da escravidão no Brasil
http://cienciahoje.uol.com.br/124087


9. Leia no http://diplo.uol.com.br/
NO CADERNO BRASIL:
CRISE & ALTERNATIVAS

Construir outro mundo, em meio à tempestade

O signo da próxima década pode ser a turbulência. O declínio do poder norte-americano, agora evidente, é bem-vindo — mas tende a provocar, no curto prazo, desordens e ameaças. Será preciso evitar abismos. Mas, como em toda a encruzilhada, haverá espaço para alternativas e escolhas (Por Immanuel Wallerstein)
GEOPOLÍTICA

Escopeta não é chocalho

Ao reativarem a IV Frota, os EUA sugerem que têm força para, por exemplo, bloquear o comércio externo da América do Sul. Em teoria, a disposição de um Estado mais poderoso a exercer violência só pode ser enfrentada por alianças entre parceiros que consigam superar suas próprias rivalidades (Por José Luís Fiori)

CULTURA
Para ir além de minérios e agronegócio

O secretário que dirige a formulação do Plano Nacional de Cultura sustenta que os bens simbólicos serão a base da economia no século 21 e expõe o novo projeto de Gilberto Gil: uma estrutura permanente de apoio aos produtores culturais. Também em debate: Lei Rouanet, direitos autorais e periferias (Entrevista a Carolina Gutierrez e Marília Arantes)

ENSAIO
Em direção à luz?

Um coletivo britânico atuante na galáxia do altermundialismo examina uma questão intrigante: quais são as vitórias, nas lutas por outro mundo possível? Balanço, que inclui mudança climática, G8, América do Sul e periferias, sugere: as respostas costumam estar onde é menos fácil encontrá-las... (Pelo Coletivo Turbulence)

3º FESTIVAL LATINO-AMERICANO DE CINEMA
Imagens de um continente em busca de si mesmo

Filmes, debates e oficinas expõem, em São Paulo, estado da produção cinematográfica na América Latina. Festival reflete momento em que tanto o continente quanto seu cinema buscam novos rumos — mas já não o fazem com as lentes e projetos que marcaram o século 20 (Por Iana Cossoy Paro)

10.. Meu ex-aluno Leonardo, caminhando e buscando outros rumos, coloca no ar um blog voltado para a literatura:
http://www.literaturaemfoco.com/


11. http://noticias.bol.uol.com.br/brasil/2008/07/23/ult23u2553.jhtm
historiador Luiz Filipe Alencastro comenta, em vídeo, as necessárias mudanças no STF

12. Apenas 30% das pesquisas sobre a Amazônia são produzidas no Brasil

O dado alarmante foi apresentado pelo pesquisador do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Luís Val, durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que terminou na última sexta-feira (18) em Campinas. A Amazônia ocupa quase 60% do território brasileiro e responde por 7,8% do Produto Interno Bruto do país. Mas os recursos em ciência e tecnologia para a região são apenas 2% do total nacional. > LEIA MAIS Meio Ambiente 21/07/2008

• Aliar conhecimento científico e tradicional para defender Amazônia

• Amazônia reúne atenções na 60ª Reunião Anual da SBPC

• Governo anuncia, mas não comemora, queda no desmatamento

• ONGs pedem a Minc pressa no Pacto pela Amazônia

13. Cobertura da Operação Satiagraha

Quem é o ministro Gilmar Mendes? O que ele já fez? Onde (e para quem) já trabalhou? Em quais polêmicas este envolvido? Por que tantos pedem seu impeachment?

.Detalhes de páginas vazadas do relatório de cerca de 7 mil páginas entregue pela Polícia Federal à Justiça.
Análise do relatório de Protógenes Queiroz que deu início à Operação.
Link para esse relatório.
Análise do jornalista José de Souza Castro sobre a Operação Satiagraha.
Leia em www.tamoscomraiva. com.br


NOTICIAS

1. Bigajós: A Arte dos Povos da Guiné-Bissau

O Museu Afro Brasil expõe 78 peças confeccionadas pelos povos bijagós, habitantes das ilhas da costa de Guiné-Bissau (ocidente africano). Com curadoria de Emanoel Araújo, a mostra reúne lanças, espadas, adornos, estatuetas e máscaras, que trazem referências à natureza.Utilizadas em rituais e festas, as peças são feitas com madeira, fibras vegetais, tecidos e metais. Abertura: 19/7. Até novembro. Livre.

2. Em exposição no mesmo museu e sob a curadoria de Amador Griño e Wilson Lázaro, a mostra traz 60 fotografias e uma instalação produzidas pelos brasileiros Vik Muniz, Guy Veloso e Rodrigo Petrella e pelos espanhóis Ángel Marco e Eduardo Margareto.O caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, serviu de base para os fotógrafos mostrarem seus olhares, ora distintos ora convergentes, sobre o mesmo tema.

Pavilhão Pe. Manoel da Nóbrega - pq. Ibirapuera - av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 10, Parque Ibirapuera, região sul, tel.:0/xx/11/5579-0593.

Ter. a dom.: 10h às 17h. Até novembro. Livre.

3. Semana Cubana - Siempre es veintiséis

Filmes e festa de encerramento no dia 26, dia da rebeldia cubana, no Cafofo Net Cine!


No dia 26 de Julho de 1953, ocorria em Cuba o episódio do assalto ao " La Moncada", marco importante da luta de Fidel Castro e seus companheiros pelo triunfo de uma Revolução que mudou a história cubana e despertou paixões em todo o mundo.

O Cafofo Net Cine e o Projeto "Soy Loco por Ti, História e Cultura de Nossa América" convidam-no a conhecer um pouco mais da história e da cultura dessa ilha caribenha.

Para isso, estão com uma programação muito especial, que inclui filmes comentados e uma super festa com o melhor dos ritmos caribenhos na perfomance da cubaníssima Teresa Morales e Grupo.

Os eventos têm entrada gratuita, bastando que se confirme presença, pelo e-mail: programasoylocoporti@yahoo.com.br, ou pelo telefones: (31) 3267-1777, ou (31) 9191-9552 - Bruno

Confira!

Programação de Filmes

Dia 23/07 (Quarta Feira), às 19:30
Filme: Guantanamera (Tomás Gutiérrez Alea, 1995, 105 min.)

Dia 24/07 (Quinta Feira), às 19:30
Filme: Buena Vista Social Club (Wim Wenders, 1999, 100 min.)

Dia 25/07 (Sexta Feira), às 19:30
Filme: Memórias do subdesenvolvimento (Tomás Gutiérrez Alea, 1968, 97min.)

Dia 26/07 (Sábado), às 18:00
Filme: Sou Cuba ( Mikhail Kalatozov, 1964, 141 min)

Dia 26/07 (Sábado) - Festa Cubana (A partir das 22:00 horas)
Teresa Morales e Grupo

Teresa Morales é uma experiente cantora cubana, formada em Artes Cênicas e Piano na Escola Nacional de Arte de Cuba, tendo feito também curso de Canto e Folclore na Escola Ignácio Cervantes e curso de locução com professores particulares. Conta na sua bagagem com inúmeras apresentações como cantora e atriz nas principais cidades de Cuba e também no exterior.

O trabalho de Teresa Morales e Grupo está inteiramente baseado na tradição cubano-caribenha. Gêneros como rumba, salsa, son montuno, bolero, merengue, cha cha cha, guaguanco, fazem parte do repertório.

O show é contagiante, dançante e dinâmico. Teresa Morales usa toda sua experiência como cantora e atriz para interagir e incendiar a platéia num espetáculo onde estão presentes a euforia de uma rumba, o intimismo de um bolero e o ritmo cadenciado e gostoso de uma cha-cha-cha. Imperdível !!!!!!!!