Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

14.2.07

Número 078



EDITORIAL


O boletim desta semana está com um formato ligeiramente alterado, mas isso não significa que será definitiva a mudança. Ela ocorre por razões circunstanciais. Algumas coisas ocorridas semana passada me chamaram muito a atenção, motivando a mudança que você poderá ver hoje.
Quinta feira da semana passada, ainda sob o impacto de imagens de uma violência inaudita ocorrida no estádio do Villa Nova, em Nova Lima, fomos surpreendidos pela não menos violenta morte de uma criança no Rio de Janeiro.
Isso me levou a uma pesquisa sumária em alguns poucos sites de notícias que a internet nos proporciona. Vejam, sinteticamente, o que podia ser encontrado por qualquer um que tivesse acesso a computadores naquele dia:

1. Um rapaz foi preso nesta quinta-feira em Barcelona após atacar uma estátua de dragão criada por Antoni Gaudí (1852-1926). A peça, que fica em uma das entradas do parque Güell, foi danificada.

2. Uma criança de seis anos morreu no fim da noite de quarta-feira ao ser arrastada num carro roubado por bandidos na zona norte do Rio de Janeiro, informou a polícia.
As pessoas que assistiram à cena ficaram chocadas. "Todo mundo começou a gritar pára, pára, pára e os bandidos não pararam. Eu nunca vi isso na minha vida. Estou até acostumado com a violência no subúrbio, mas isso nunca vi na minha vida. Eu não tenho mais esperança. A violência não pára de aumentar no Rio", disse um morador que presenciou o crime e não quis se identificar.

3. Desemprego mundial atingiu 195 milhões de pessoas em 2006

4. O grupo americano de fotografia Eastman Kodad anunciou nesta quinta-feira que demitirá 3.000 pessoas a mais do que o previsto, podendo chegar portanto a um total de 30 mil funcionários, dentro de seu plano de reestruturação iniciado há três anos.


5. A Polícia Militar Rodoviária prendeu três homens ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) na tarde desta quinta-feira, em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Com eles foi encontrada uma lista com cerca de 20 nomes de agentes penitenciários marcados para morrer.

6. Uma mulher e três crianças foram atingidas por ácido jogado por uma suposta advogada ontem no prédio onde moram em Florianópolis (SC). Segundo testemunhas, ela estaria querendo se vingar de um cabeleireiro que a havia agredido. Como não encontrou o homem, atacou a mulher dele.

7. A estudante de Psicologia do Cesmac de Maceió, J.P.S., 23 anos, denunciou na segunda-feira o ex-namorado, T.N.M.S, 23 anos, por jogar ácido no rosto dela. O fato ocorreu quando ela chegava à faculdade na sexta-feira, depois que os dois terminaram o namoro.

8. LSC, 36 anos, sofreu queimaduras nas pernas após ser atingindo por um coquetel molotov atirado pelo vizinho DT, 22 anos, na travessa da Generosidade, na vila da Penha, zona norte do Rio de Janeiro.

9. Mulher agride marido com ácido sulfúrico em MG

10. Mulher é executada ao sair para comprar pão.

11. Chilena é presa após morder pênis do marido e pode pegar até 5 anos

12.
Assaltantes fazem arrastão na periferia de Duque de Caxias (8/2/2007 15:12:00)

13. Policiais libertam comerciante que estava em cativeiro em Magé (8/2/2007 15:02:00)

14. Idosa morre ao ser atingida por bala perdida em São João de Meriti (8/2/2007 14:12:00)

15. Dois suspeitos de assaltar turistas croatas no início do ano são presos (8/2/2007 14:08:00)

16.
Dois homens mortos em Nova Iguaçu (8/2/2007 09:09:00)

17. Rapaz de 24 anos morre em acidente de carro na Avenida Presidente Vargas (8/2/2007 09:05:00)

18. Segurança de condomínio em Vargem Grande é executado (8/2/2007 08:57:00)

19. Menina de 8 anos morre e mulher fica gravemente ferida em incêndio na Ilha do Governador (8/2/2007 08:54:00)

20. Corpo de mulher em decomposição é encontrado em saco plástico no Barreto (8/2/2007 08:52:00)

21.
Três assaltantes são presos após perseguição e acidente no Túnel Santa Bárbara (8/2/2007 08:20:00)

22. Operação do Bope na Cidade de Deus deixa dois bandidos baleados (8/2/2007 08:16:00)

Perante a situação, o prefeito César Maia, do Rio de Janeiro, escreveu em seu blog (sim...o prefeito tem um blog...)

MUDAR O ESTATUTO DO MENOR JÁ! O CRIME É JUVENIL E MASCULINO!
01. As cenas de barbárie de um menino arrastado por delinqüentes irrecuperáveis, que já não diferenciam vida ou morte, crime ou direito, colocam num estágio limite o discurso de tantos que defenderam o estatuto dos menores no que cabe.
02. Uns 15 anos atrás -numa garagem da Tijuca- um menor delinqüente com uma navalha na mão a comprimia contra a jugular de uma criança. A cena transmitida ao vivo pela TV tinha como terceiro personagem um juiz de menores do Rio que a todo tempo perguntava ao menor -delinqüente- se ele estava bem, se não tinham feito mal a ele... A cena chocou a opinião pública. E ficou por isso mesmo.
03. Fora do Brasil estar na rua não é direito de um menor. Só aqui é assim.
Quando se tenta legislar a respeito vêm os pseudo-defensores dos direitos humanos, como se ficar desocupado na rua fosse direito humano.

E as pessoas que comentam no blog do prefeito, de uma maneira geral, endossaram o que uma senhora escreveu:

É lamentável,que mesmo diante de acontecimentos como esses, pessoa ainda escrevem defendo os direitos humanos. Direitos humanos pra delinquentes responsáveis por uma barbaridade dessa?? De que adianta um cadeia de alto padrão?? Eles são irrecuperáveis!! Diante do que o menino sofreu, Febem é muito pouco pra esse tipo de ser humano.

Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, observou:

Somos culpados, sem exceções, pelo apocalipse climático. E somos vítimas, indistintamente, da barbárie que se infiltrou sorrateira e agora domina este impávido colosso.
Mesmo aqueles abrigados em carros blindados, mesmo os ilesos que escapam das balas perdidas, mesmo os que jamais estiveram no meio de um tiroteio, de um arrastão e nunca foram ameaçados dentro de um ônibus, mesmo os que sobreviveram a seqüestros ou ainda não experimentaram a tortura da extorsão pelo telefone, estamos todos irremediavelmente igualados pela violência.

No Blog dos blogs, Tales Faria pergunta ao ministro Marco Aurelio Mello:

E a diminuição da maioridade penal? Tinha um menor no grupo que matou o menino -
- Também não resolve. Primeiro, porque o nosso sistema penitenciário não garante a integridade dos presos. Estaremos mandando garotos para sofrerem torturas, sevícias nos presídios. Depois, o fundamental é a causa do problema. temos que pensar por que está aumentando a violência entre os jovens. O problema é social e econômico. A estagnação do país, a má distribuição de renda, a falta de oportunidades, a péssima educação básica...

Como todos sabem, atualmente estou aposentado, mas nos últimos anos em que lecionei no curso de História, trabalhei com a disciplina História Contemporânea. Algumas leituras que na ocasião eu propunha para as turmas debaterem vieram à minha cabeça ao ver a relação de tragédias e dos comentários indicados acima. Talvez eu esteja ficando meio repetitivo, não é a primeira vez que falo disso aqui, mas como não recordar de textos escritos ainda na década de 1980 que praticamente “profetizaram” o que estamos vivendo e diariamente é exposto por uma mídia cada vez mais sensacionalista e pouco preocupada em contribuir para a solução....
Permitam-me reproduzir aqui alguns trechos de análises daquela década e outra mais atual. Pode parecer, à primeira vista, que são coisas diferentes, mas nossos leitores com certeza perceberão as afinidades entre os textos e elaborarão suas conclusões. Comecemos pelo que as pessoas que ainda ousam freqüentar estádios de futebol podem corroborar:

“O fanatismo manifesta-se quando um membro passa a dar importância maior ao movimento em detrimento de outras práticas de inserção social e, nessa relação, extrapola os limites do respeito à existência do outro. [...] O fanatismo ganha sentido, inclusive, quando o grupo elabora um conjunto de estratégias de atuação que se manifesta em expressões transgressoras, tanto físicas como verbais, do ponto de vista da ordem social estabelecida. Na exaltação dessa prática, o indivíduo rompe com a idéia de que o outro – o rival, o alvo, a vítima – é um sujeito, uma pessoa, um ser humano. Nesse processo, muitas vezes a máxima: ‘Quem não é do meu grupo é meu inimigo’, é levada ao extremo.
Compreender a ação das torcidas organizadas é reconhecer, como uma das possibilidades, que seus filiados são atraídos pela banalização da violência e da transgressão às regras estabelecidas na sociedade; e que, embora sejam cumpridores de diversos papéis sociais – são filhos, pais, estudantes e trabalhadores – uma vez em grupo, abandonam os papéis de cidadãos discretos e se transformam em agressores e arruaceiros.”(
Carlos Alberto Máximo Pimenta, Brutalidade uniformizada no Brasil, In: Faces do Fanatismo, organizado por Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky, Editora Contexto, 2004,p. 278-279).

O segundo trecho é do filósofo alemão Hans Magnus Enzensberger:

“Enfrentaríamos um terror que admite existir a razão de si mesmo, um terror sem ritual, sem objetivo, sem por que, um terror que pode ser praticado por qualquer um e que pode atingir qualquer um [...] teremos então que compreender inevitavelmente o terrorismo como propriedade estrutural de nossa civilização, como fenômeno endêmico que, por assim dizer, surge naturalmente, mascarando-se apenas de caso a caso com intenções, reivindicações e justificativas. Teríamos que admitir também que o terror é politicamente vazio e que ele, bem como os massacres nas ruas e nos estádios de futebol, como a pornografia violenta, a dependência de drogas e os maus-tratos em massa de mulheres e crianças, tem sua razão maior no estado psíquico do conjunto”. (Citado por Robert Kurz em O Colapso da Modernização, Editora Paz e Terra, 1992, p. 202.)

O sociólogo alemão Kurz utilizou o texto acima para corroborar sua análise de que a crise do sistema mundial produtor de mercadorias está engendrando uma “guerra civil mundial em vez da ‘paz eterna’”:

“O mundo único, finalmente realizado e reconhecido como tal, mas condenado à forma fetichista, atacada por crises, do sistema produtor de mercadorias, revela-se como visão de terror de uma guerra civil mundial que está por vir, guerra em que já não haverá frentes firmes, mas apenas surtos de violência cega em todos os níveis.
O jogo do mercado mundial, que absorveu e assimilou todas as outras formas, já não permite que os perdedores voltem depois para casa em sossego, mas sim está destruindo sucessivamente para eles toda possibilidade de uma existência digna. Quando esses homens, povos, regiões e Estados perceberem que nunca mais terão alguma chance de vencer e que as futuras derrotas inevitáveis os privarão de qualquer possibilidade de viver, lançarão, mais cedo ou mais tarde, o tabuleiro no chão e dispensarão todas as regras da civilização mundial. Essas regras democráticas da “razão mundial” burguesa e iluminista são em sua essência abstratas e insensíveis, pois seu verdadeiro fundamento é o automovimento do dinheiro, abstrato e privado de sensibilidade, movimento que faz nascer suas leis históricas destrutivas e as executa mecanicamente até o terrível fim.”
(O colapso da modernização, p. 198-199.)

Há quem não goste de Robert Kurz, seria ele muito “de esquerda”. Pois bem, vejamos um outro autor a quem não se pode fazer tal acusação. Manuel Castells, analisando o impacto do crime global sobre a política, a economia e a cultura, nos mostra o seguinte quadro:

“Não obstante, o maior impacto cultural das redes criminosas globais sobre as sociedades em geral, além da expressão de sua própria identidade cultura, é a nova cultura que elas induzem. Em diversos contextos, criminosos ousados e bem-sucedidos transformaram-se em modelos para uma geração de jovens que não vislumbram perspectivas fáceis de sair da pobreza e, certamente, não vêem uma chance de gozar dos prazeres do consumo e viver aventuras. Da Rússia à Colômbia, observadores chamam a atenção para o fascínio da juventude local pelos mafiosos. Em um mundo de exclusão e em meio a uma crise de legitimidade política, as fronteiras entre protesto, modelos de compensação imediata, aventura e crime tornam-se cada vez mais indefinidas. Talvez Garcia Marquez, melhor do que ninguém, tenha apreendido o sentido da ‘cultura da urgência’ dos jovens assassinos no mundo do crime organizado. Em sua obra de não-ficção, Noticia de un secuestro (1996), o autor descreve o fatalismo e o negativismo dos jovens assassinos. Para eles, não há esperança na sociedade, e tudo, principalmente a política e os políticos, está corrompido. A própria vida não tem sentido, e, na vida deles, não há futuro. Sabem que morrerão logo. Assim, o que vale é o momento, o consumo imediato, boas roupas, boa vida, agitação, tudo isso com a satisfação de despertar o medo, de se sentirem poderosos com suas armas. Apenas um valor supremo: suas famílias e, especialmente, suas mães, por quem fariam qualquer coisa. E suas crenças religiosas, principalmente a devoção por santos que lhes vem valer nos momentos difíceis. Usando de uma linguagem literária arrebatadora, Garcia Marquez reconta o fenômeno que muitos cientistas sociais em todo o mundo têm observado: os jovens criminosos são apanhados entre o entusiasmo pela vida e a realização de seus limites. Assim, eles comprimem a própria vida, reduzindo-a a alguns instantes, vivem-na de forma plena e, então, simplesmente desaparecem. Durante esses breves momentos de existência, a violação às regras e o sentimento de poder compensam o cenário monótono de uma vida mais longa, porém miserável.” (Fim de milênio, de Manuel Castells. Editora Paz e Terra, 1999, p.243).

Ou seja, para não me alongar muito mais, estamos vivendo, sem dúvida, uma nova era de barbárie, preparada durante todo o século XX, como Hobsbawm bem mostrou. Por barbárie, estamos entendendo:

“Primeiro, a ruptura e o colapso dos sistemas de regras e comportamento moral pelos quais todas as sociedades controlam as relações entre seus membros e, em menor extensão, entre seus membros e os de outras sociedades. Em segundo lugar, ou seja, mais especificamente, a reversão do que poderíamos chamar de projeto do Iluminismo do século XVIII, a saber, o estabelecimento de um sistema universal de tais regras e normas de comportamento moral, corporificado nas instituições dos Estados e dedicado ao progresso racional da humanidade; à Vida, Liberdade e Busca da Felicidade, à Igualdade, Liberdade e Fraternidade ou seja lá o que for. As duas coisas estão acontecendo agora, e reforçam seus respectivos efeitos negativos em nossas vidas.” (Sobre História, de Eric Hobsbawm, Companhia das Letras, 1998.)

Que você, leitor, leitora, reflita... e comente; envie para nós as suas reflexões a respeito, vamos publicá-las e debatê-las. Envie seus comentários para bolminhistoria@yahoo.com.br

Mas antes, leia este artigo do mesmo Robert Kurz, sobre o ocaso da juventude dourada do mundo globalizado. Tem muito a ver com o que se falou anteriormente
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O OCASO DA JUVENTUDE DOURADA DA GLOBALIZAÇÃO

Retração econômica destrói ilusões da "classe global" dos anos 90, ligada à internet, propaganda e turismo, e joga por terra produção ideológica da esquerda deslumbrada
Robert Kurz

Por muito tempo as declarações opostas dos intelectuais sobre o caráter da globalização pareciam manter a balança em equilíbrio: são maiores os riscos ou as chances? Temos de lidar com um limite objetivo do desenvolvimento capitalista ou com uma nova era de acumulação do capital? A pobreza global aumenta ou diminui? Levantava-se teoria contra teoria, análise contra análise, estatística contra estatística, interpretação contra interpretação. Na verdade, todo esse debate foi definido por uma intelligentsia que nos centros ocidentais observava de camarote o processo. O raciocínio era platônico; não estava em jogo a própria pele social. Era o jogo das contas de vidro de uma virtualidade que não devia mostrar seu núcleo social duro. Nos últimos anos isso se alterou por completo. Desde o colapso da nova economia no começo do ano de 2000, as crises sociais vêm se estendendo cada vez mais também pelos países ocidentais. Agora não são atropelados apenas grupos marginais sem grande representação (desempregados por tempo indeterminado, dependentes da assistência social, imigrantes e ilegais, pessoas à procura de asilo, mães solteiras, inválidos, os grupos afetados pela velhice desamparada etc.); também o centro da sociedade é atingida. As rendas da grande maioria diminuem, os sistemas de seguro social se decompõem, os serviços públicos são desmantelados, a assistência médica dos cidadãos normais se encontra ameaçada. A privatização dos riscos assume uma dimensão de encargos financeiros que acaba destruindo o padrão de vida anterior e estrangulando a economia interna.

O sonhos de muitos

Mas, sobretudo, a crise socioeconômica atingiu fundo justamente aquela parcela das sociedades ocidentais que menos esperava por isso, a saber: a pretensa "geração fundadora" do ramo da internet e, no sentido mais amplo, as camadas competentes da chamada sociedade da informação ou do conhecimento, que já foram tratadas como as grandes ganhadoras com a globalização. Ainda há pouco o sociólogo liberal Ralf Dahrendorf falou da "classe global" nesse sentido, a qual lhe parecia ser o novo paradigma da dominação social. Essa "classe", segundo Dahrendorf, começou a "dar o tom", a generalizar seus valores, a fazer de suas inclinações específicas os sonhos de muitos. Sem dúvida alguma, isso é correto. E é preciso até mesmo ampliar o círculo social dessa "classe global". A ela se ligam não apenas a indústria de software e as empresas de prestação de serviços pela internet, como a Amazon etc., mas também as tecnologias "duras" de alguns setores da produção e das prestações de serviços industriais que ascenderam no curso da globalização, como a indústria aeronáutica e as empresas aéreas, para não contar os produtores de hardware. Além disso, há os serviços comerciais como a indústria de turismo e de propaganda, que, embora já tivessem tido sua primeira florescência nos tempos do fordismo, passaram a vivenciar um novo surto na sequência da terceira revolução industrial e da globalização. Não em último lugar, trata-se também da "produção ideológica" no sentido mais amplo, isto é, de um campo de atividades da indústria cultural que se expandiu particularmente nos anos 90. Nesse campo se desenvolveu uma larga camada de novos trabalhadores da mídia, a qual criou o slogan "sociedade do conhecimento", divulgando-o de maneira folhetinesca a fim de celebrar a si mesma. São esses pretensos "campos do futuro", especialmente forçados pelo processo de globalização, que foram arrasados mais violentamente pelo ciclone da crise e transformados em zonas de destroços econômicos. Como se sabe, verificou-se que a magnificência toda se baseava apenas em uma conjuntura determinada pelas bolhas financeiras. Nem todas as Bolsas estouraram, mas já uma parte suficientemente grande para causar o revés violento na economia global, o qual derrubou em primeiro lugar os setores de inovação. As novas tecnologias e as novas mídias não desaparecem naturalmente por causa disso; tampouco a globalização é anulada. Mas é mais do que claro que a terceira revolução industrial e a globalização não podem trazer um nova era de crescimento capitalista. As potências tecnológicas e a socialização planetária do século 21 são completamente incompatíveis com as formas socioeconômicas anteriores da modernidade. O Ocidente e os centros asiáticos vivenciam agora o mesmo processo de dissolução social e de barbárie que já se propagou pelas regiões do Terceiro Mundo, fracassadas com a "modernização recuperadora". A ambivalência das interpretações desapareceu; o assunto é decidido negativamente.

Saguões dos aeroportos

É claro que não se trata meramente de um processo objetivo. A consciência social precisa elaborar de algum modo a crise que irrompe. Isso concerne sobretudo àquelas novas camadas sociais que, segundo Dahrendorf, haviam começado a "dar o tom" em termos culturais e simbólicos e cujos campos agora são soterrados. Com que mentalidade e com que ideologia nós temos de lidar nesse contexto? Dahrendorf ilustra a "classe global" com aquelas conhecidas figuras que "passam muito tempo nos saguões dos aeroportos internacionais", tagarelando sem parar em seus celulares. São pessoas que levaram Tony Blair ao poder e assinam sua doutrina do "new labour". Na Alemanha, a etiqueta se chama "novo centro".Não é uma classe de grão-mogóis capitalistas, ainda que Bill Gates conste dela; mas tampouco é uma "classe trabalhadora" claramente definida. Poderíamos designá-la como "empresários de seu capital humano", não importando de que forma eles investem em si mesmos. Muitas vezes são prestadores de serviço móveis, do excêntrico da computação aos animadores dos clubes "Meditérranée".

O tipo se encontra em todo o mundo, mas naturalmente, como a globalização, em densidade diferente. Se no Terceiro Mundo é uma camada urbana diminuta, nós encontramos nos países ocidentais uma ampla base de grupos sociais, com um determinado projeto de vida, que se sentiram como parte da "classe global", pelo menos segundo a possibilidade. Também aqueles cuja posição econômica na verdade já era precária desde o início puderam imaginar para si, com o auxílio das redes sociais (ou do suporte familiar dado pelas gerações mais velhas do "milagre econômico", há muito tempo transcorrido), um futuro no "novo centro", participando de certo modo do "capital cultural" (Bourdieu) dos novos setores aparentemente promissores.Mas é indiferente se se trata dos que ascenderam socialmente na curta era da nova economia ou meramente dos sonhadores ideológicos da "sociedade do conhecimento", dos pequenos empresários da indústria cultural ou dos trabalhadores baratos das mídias: é uma classe de ilusionistas econômicos e políticos. Até mesmo a competência e o profissionalismo ostentados são amiúde meros produtos da simulação.

O culto ideológico pós-moderno da virtualidade tem seus fundamentos tecnológicos nos mundos ilusórios das novas mídias e no espaço de comunicação "desrealizado" da internet. Em termos econômicos, corresponde a isso a arquitetura aérea do capitalismo das bolhas financeiras que hoje chega ao fim; em termos políticos, a encenação de figuras imaginárias preparadas pela mídia e de vocábulos-design conforme o padrão da propaganda comercial. Essa virtualidade determina a consciência da juventude socializada nos anos 90, a qual constitui um segmento substancial da "classe global" difusa. Em geral são pessoas jovens (mais ou menos entre 25 e 40 anos) que definem a imagem do "novo centro".

Grau zero

Por um lado, essa "classe global" jovem não tem passado nem futuro; ela sucumbiu à ausência de história do mercado total. Apesar disso ela é, por outro lado, o produto de uma experiência histórica determinada. Seu grau zero foi o fim do socialismo, o colapso dos movimentos de libertação e dos regimes desenvolvimentistas no Terceiro Mundo, o ocaso do velho paradigma marxista, o emudecimento da crítica social emancipatória e a decadência da reflexão teórica em geral. Em muitos aspectos, pode-se falar de uma "jeunesse dorée", de uma "juventude dourada", leviana, consumista e viciada em diversões. O protótipo dessa designação foi a juventude parisiense contra-revolucionária após a queda dos jacobinos (1794). Foram os filhos de uma minoria rica da grande cidade, como hoje no Terceiro Mundo, separada do grosso de seus contemporâneos. Nos centros ocidentais, ao contrário, é a maioria de uma determinada geração que tem de viver agora seu Waterloo socioeconômico. A "classe global", no sentido mais amplo, é ainda jovem, mas seu futuro já passou. Isso é perceptível não apenas pelos parâmetros econômicos. Muitos não puderam nem sequer assimilar o desastre social em que se dissolveram seus sonhos e suas fantasias. Mas o choque de realidade vai além da experiência de não poder pagar mais o aluguel e de se ver de repente, após as esperanças ambiciosas da nova economia, fazendo bicos deploráveis. Foi também o abalo de 11 de setembro que quebrou o pescoço da pós-modernidade. O simbólico desse ataque terrorista salta aos olhos quando se lê a descrição que Dahrendorf faz da "classe global": "Os que chegaram ao arranha-céu das possibilidades não podem alcançar o topo; hoje em dia o topo está muito longe para a maioria... Mas, enquanto os elevadores só sobem até o décimo andar e outros só começam no 50º, há para todos uma subida. Mas nesse caso se trata daqueles que nem sequer alcançam o andar térreo do edifício das possibilidades". Com um único golpe, a destruição brutal das torres gêmeas e a queimadura do Marco Zero tornou evidente para a "classe global" e seus oportunistas ideológicos que seu "arranha-céu das possibilidades" não é o mundo inteiro e que a "fúria bárbara da destruição" não poupa nem mesmo os centros. O fim das ilusões econômicas é também o fim da "segurança". Para medir como a "jeunesse dorée", agora não mais tão dourada, da pós-modernidade decaída assimila sua própria crise, pode se aduzir como indicador a geração correspondente dos radicais de esquerda. Sem dúvida é uma pequena minoria ideológica, mas que passou, como parte integrante da sociedade, pela mesma socialização e provém do mesmo meio e dos mesmos setores sociais. Justamente porque ela precisa se legitimar no interior dessa relação com a pretensão do pensamento refletido, ela pode servir de sismógrafo para as tendências mais gerais. Essa esquerda virtualizou sua própria radicalidade há muito tempo, conforme o padrão da sociedade circundante. A crítica econômica dura foi substituída em grande parte por um culturalismo brando. Por esse motivo, a minoria de esquerda se encontra tão despreparada diante das catástrofes econômicas e políticas da pós-modernidade em colapso quanto a grande maioria da "classe global". Sob a pressão dos fenômenos reais que não se deixam mais "desrealizar", dissolvem-se os paradigmas de qualquer modo já extenuados de uma crítica social cujos conceitos se tornaram completamente imprestáveis. Na presente crise mundial, o chão social comum das forças sociais concorrentes passa a tremer, as formas categoriais comuns se rompem, o sistema referencial comum choca em seus limites. A ala esquerda da "classe global" e de sua "jeunesse dorée" é completamente incapaz de se colocar esse problema.

Alternativas repugnantes

Uma parte refugia-se em reações regressivas. A reinterpretação culturalista da crítica do capitalismo e do antiimperialismo se aproxima de idéias reacionárias, saturando-se de anti-semitismo e de concepções neonacionalistas. O conceito de "povo", tal como deve ser mobilizado contra as consequências negativas da globalização capitalista, desvela sua qualidade antiemancipatória de estreiteza "étnica".

O espectro da regressão ideológica vai da nostalgia nacional-keynesiana até o projeto folclórico, incluindo a simpatia pelos terroristas suicidas. Uma outra parte da esquerda na "classe global" gostaria de se refugiar atrás dos muros da fronteira imperial a fim de barrar a barbárie lá fora no Terceiro Mundo. De súbito, essa esquerda se torna tão estupidamente pró-americana quanto seus pais eram estupidamente antiamericanos. Invocam irrefletidamente os "valores ocidentais", o "mito de Nova York" e os deleites do consumo de mercadorias. A crítica do capitalismo é abandonada; antes de tudo a máquina militar norte-americana deve criar a "ordem".

Essas alternativas são tão repugnantes que alguns jovens enojados da esquerda da "classe global" decadente quiseram recorrer aos fósseis do marxismo tradicional. Mas o mundo dos proletários das máquinas a vapor está tão distante das condições sociais hodiernas da crise que essa espécie de nostalgia é tomada a sério por muito poucos. A ala esquerda da "jeunesse dorée" pós-moderna declinante mostra em suas reações ignorantes que a "classe global" em seu todo está paralisada. Mas talvez essas pessoas ainda biograficamente jovens, que não podem se desligar da socialização dos anos 90, já sejam na verdade os velhos, e os de esquerda com 30 anos de idade sejam como que "vovôs vermelhos". Nos protestos em massa no mundo todo contra a Guerra do Iraque se manifesta uma nova geração, de pessoas de 15 a 20 anos, para a qual a visão do mundo da geração da nova economia e de sua esquerda é já parte da história. Esperemos que eles venham a compreender melhor que os novos tempos e as novas crises requerem também novas respostas da crítica social emancipadora.
Julho de 2003
Robert Kurz é sociólogo e ensaísta alemão, autor de "Os Últimos Combates" (ed. Vozes) e "O Colapso da Modernização" (ed. Paz e Terra). Ele escreve mensalmente na seção "Autores", do Mais!.Tradução de Luiz Repa.
http://www.geocities.com/grupokrisis2003/


NOTICIAS

1. Coleção Grandes Educadores será distribuída nas escolas

A partir de abril o Ministério da Educação promete distribuir a Coleção Grandes Pensadores. Já estão selecionados os 31 pensadores nacionais e 30 internacionais que farão parte do acervo editado pelo MEC. Essa primeira edição terá de 250 mil a 300 mil exemplares, que serão entregues nas 171.919 escolas públicas da educação básica. Entre os autores selecionados, estão nomes como o de Paulo Freire, Sigmund Freud, Gustavo Capanema, Jean-Jacques Rousseau, Carl Rogers, Cecília Meireles, Anísio Teixeira, Maria Montessori e Lev Vygotsky. Clique em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/2007_educadores.pdf e veja a lista completa dos autores.

2. Inep libera livros para educadores
"Professores, prefeitos, estatísticos, estudantes e especialistas em educação têm à disposição, no MEC, opções interessantes para pesquisas e leituras na área. Entre elas, estão as publicações disponíveis no Centro de Informação e Biblioteca em Educação (Cibec), que podem ser adquiridas gratuitamente, por meio eletrônico ou por encomendas dos Correios.Só no ano passado, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC ao qual o Cibec é ligado, enviou mais de 20 mil publicações a interessados que fizeram pedidos pela internet. Foram 10.913 encomendas enviadas, cada uma com até duas publicações. O envio é feito pelo setor de eventos da Coordenação de Distribuição Internacional do Inep.Para receber as publicações em casa ou onde desejar, o primeiro passo é se cadastrar na página eletrônica do Inep. Com a senha, o interessado faz o pedido eletronicamente e, entre 10 e 20 dias, conforme a região onde está, recebe gratuitamente a encomenda. Não precisa pagar sequer os serviços dos Correios. Na página existe um link denominado meu carrinho, onde os pedidos são feitos. No máximo, duas publicações por mês.Para conhecer as mais de 160 publicações disponíveis, é necessário entrar na página do Inep/publicações e clicar em linha editorial, onde encontra as opções: periódicos, estado do conhecimento, série documental, publicações institucionais, coleções e publicações diversas.

Dentre as encomendas mais pedidas está a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, cujo primeiro número foi editado em 1944 e hoje é publicada a cada quatro meses.Preferidos — As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana é outro documento bastante solicitado. Na lista dos mais pedidos estão livros como Letramento e Desenvolvimento Nacional, de Lia Scholze e Educação Comparada de Manoel Bergstrom Lourenço Filho." Susan Faria
Consulte o site do INEP – www.inep.gov.br

3. Entre as 20 escolas do país com melhores classificações no Enem 2006, apenas três são públicas, segundo os dados divulgados pelo Inep nesta quarta (7). Elas são ligadas a universidades federais.

Na lista encabeçada pela escola particular Instituto Dom Barreto, em Teresina (PI), são representantes do ensino público apenas o Colégio de Aplicação da UFV - Coluni (Universidade Federal de Viçosa), na 7ª colocação; o Colégio de Aplicação do CE da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), em 12º lugar, e a Universidade Federal Tecnológica do Paraná (antigo Cefet-PR), na 19ª colocação.
Veja a lista das melhores colocadas, considerando a média final (de zero a cem) das provas objetiva e de redação:
· Instituto Dom Barreto, Teresina (PI) - 74,17
· Vértice, São Paulo (SP) - 74,12
· Santo Agostinho, Rio de Janeiro (RJ) - 72,31
· São Bento, Rio de Janeiro (RJ) - 72,00
· Santo Agostinho (Barra da Tijuca), Rio de Janeiro (RJ) - 71,71
· Bandeirantes, São Paulo (SP) - 70,84
· Colégio de Aplicação da UFV - Coluni, Viçosa (MG) - 70,42
· Helyos, Feira de Santana (BA) - 70,19
· Bernoulli, Belo Horizonte (MG) - 70,16
· Colégio WR, Goiânia (GO) - 70,12
· Escola Ipiranga, Petrópolis (RJ) - 69,88
· Colégio de Aplicação do CE da UFPE, Recife (PE) - 69,85
· Santo Inácio, Rio de Janeiro (RJ) - 69,83
· Santo Antônio, Belo Horizonte (MG) - 69,79
· Loyola, Belo Horizonte (MG) - 69,79
· União, Três Corações (MG) - 69,72
· Anchieta, Nova Friburgo (RJ) - 69,45
· Juarez de Siqueira Wande, São José dos Campos (SP) - 69,33
· Universidade Tecnológica do Paraná, Curitiba (PR) - 69,15
· Colégio Equipe, Recife (PE) - 69,12

Veja agora as dez melhores classificadas somente entre as escolas públicas:
· Colégio de Aplicação da UFV - Coluni, Viçosa (MG) - 70,42
· Colégio de Aplicação do CE da UFPE, Recife (PE) - 69,85
· Universidade Tecnológica Federal do PR, Curitiba (PR) - 69,15
· Colégio Militar de Belo Horizonte (MG) - 68,69
· Colégio Naval, Rio de Janeiro (RJ) - 68,28
· Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Rio de Janeiro (RJ) - 67,86
· Colégio de Aplicação da UFRJ, Rio de Janeiro (RJ) - 67,52
· EPCAR, Barbacena (MG) - 67,48
· Instituto de Aplicação Fernando Silveira, Rio de Janeiro (RJ) - 66,98
· ETE São Paulo, São Paulo (SP) - 66,86

4. Premio Jorge Zahar de Ciências Sociais
Para homenagear a memória de seu fundador, incentivar a produção cientifica e cultural no pais e difundir trabalhos de excelência acadêmica junto ao publico em geral, Jorge Zahar Editor acaba de criar o Premio Jorge Zahar de Ciências Sociais. Esta premiação anual publicara' uma tese defendida em cursos de doutorado em funcionamento no pais no campo das Ciências Sociais, entendidas em sentido amplo, isto e', incluindo programas de pós-graduação em Historia. O edital 2007 esta disponível em www.zahar.com.br

5. VII RAM - Reunião de Antropologia do Mercosul
Entre os dias 23 e 26/7/2007 acontecera' a VII Reunião de Antropologia do Mercosul em Porto Alegre. Estão abertas ate' 15/3/2007, as inscrições para a submissão de propostas de trabalho (resumos) paras os GT's. Mais informações em www.ufrgs.br/ppgas/7ram/index.html.

6. O Instituto Estrada Real informa:
Férias em Ouro Preto - Concertos na Casa da Elisa (Janeiro e Fevereiro)

Quem passa as férias nas cidades históricas de Minas Gerais tem no roteiro a suntuosidade das igrejas barrocas, museus e ladeiras cheias de história.
Mas em Ouro Preto, é possível fazer um programa único e, com certeza, inesquecível. A cravista e organista Elisa Freixo abre sua casa para concertos aos sábados e domingos durante os meses de janeiro e fevereiro.
Repertório - Composições de J.S.Bach, W.A.Mozart, G.F.Haendel e brasileiros contemporâneos, como Ernani Aguiar e Claudio Santoro.
Horário - Sábados, às 20h/ Domingos, às 17h
Valor - R$ 25,00
Na rua da Glória, um sobrado do século XVIII guarda oito instrumentos de teclado que contam aos ouvidos muitas histórias. É lá que mora a cravista e organista Elisa Freixo, que abre as portas da sua residência e apresenta um leque de opções de concertos para grupos de turistas, congressistas, escolas e ao público interessado em música.
Endereço:
Rua Antônio de Albuquerque, 51 – Pilar
Ouro Preto/MG
Informações e reservas:
Elisa Freixo tel. 31/ 3551 0086
efreixo@terra.com.br

LIVROS E REVISTAS

1. Questões fundamentais da sociologia, de Georg Simmel. editora Jorge Zahar. Neste livro, publicado em 1917, Simmel apresenta uma síntese dos pontos fundamentais de sua perspectiva sociológica, discute o campo e o método da sociologia - por ele concebida como o estudo das formas de sociação - e fornece exemplos de sociologia geral, pura, formal e filosófica. Mais informações em www.zahar.com.br

2- "A política da língua na era Vargas - proibição do falar alemão e resistências no Sul do Brasil", de Cynthia Machado Campos, editora UNICAMP. O livro retrata as determinações legais do Estado brasileiro na era Vargas, na tentativa de identificar formas de afirmação do português como língua nacional. A pesquisa envolve grupos de imigrantes do Sul do pais e seus descendentes, na maioria alemães e italianos, que formavam os núcleos que mantinham a pratica da língua estrangeira e eram seriamente desestimulados por forcas interventoras governamentais. Mais informações pelo e-mail: cynthia@cfh.ufsc.br.

3- "Governo, políticas publicas e elites políticas nos estados brasileiros", organizado por Celina Souza e Paulo Fabio Dantas Neto, editora Revam. O livro reúne artigos de nove pesquisadores com dados, analises e interpretações sobre questões da política estadual no Brasil contemporâneo em torno de temas relacionados 'as relações intergovernamentais, 'a dinâmica governativa interna, ao processo de seleção e recrutamento das elites políticas estaduais e 'a formulação e implementação de políticas publicas na esfera estadual. Mais informações em www.revan.com.br.

4. "Flat World, Big Gaps" (Um Mundo Plano, Grandes Disparidades, em tradução livre), Publicado pela ONU, o livro demonstra que a globalização e o liberalismo econômico não contribuíram para a redução da miséria e da desigualdade no mundo.

5. Nas bancas, o nº 40 da revista História Viva. Dossiê sobre a Magna Grécia. Artigos: Freud, segredos de família – La Vie en rose de Maria Antonieta – Espiões no Vaticano – Velazquez, da rua à corte de Felipe IV – Bolívia, a luta para ser nação – A luta do povo guarani – Viagens à URSS em tempos de Guerra Fria.

6. Nas bancas
A revista Fórum de fevereiro traz em 17 páginas a mais ampla cobertura do Fórum Social Mundial realizado em Nairóbi, no Quênia, com uma nova visão da realidade do continente africano. Veja também:- Entrevista com Amelinha Teles, que pede a condenação do coronel Ustra- Motoboys, caminhoneiros e a incompreensão do resto da cidade- A reforma política na ótica dos movimentos sociais- José Mojica Marins fala sobre seu novo filme

SITES INTERESSANTES

1. www.tamoscomraiva. blogger.com. br ::::
Desta vez, José de Castro revelou um pouquinho da caixa preta do Judiciário para nós, reles mortais que não ganhamos 22 mil reais por mês. Ele mostra como muitos juízes se aproveitam do poder que têm para ganhar um por-fora, sem qualquer punição (nenhum dos investigados foi preso; o máximo que levaram foi uma "advertência" ). Conclui com uma análise sobre os concursos públicos para juiz e promotor, que demonstram como o problema já começa pela raiz.

2. Recebi da amiga e colaboradora Ana Cláudia
Caros amigos:
Mais uma edição no ar, novos articulistas , resenhas para os últimos lançamentos em livros, CD´s e Dvd´s, materias especiais sobre literatura. A cada nova atualização, a certeza de que estamos no caminho certo e que a leitura pode sim, nos levar a lugares inimagináveis. Muito obrigado e, continue conosco. Confira os destaques:
Na seção Livros, destaque para " Quando fui outro", de Fernando Pessoa; “ Travessuras da menina má”, novo romance de Mario Vargas Llosa; “ Tantas palavras”, livro que reúne todas as letras do compositor Chico Buarque. Além de dezenas de outras resenhas., confira matéria especial sobre Grande Sertão : Veredas, do escritor João Guimarães Rosa. Aproveite para ler trechos das obras comentadas!
Em DVD Especial tudo sobre o Cirque du Soleil e a caixa com 13 DVD´s lançada pela Sony Pictures...
Em Música , detalhes dos mais novos CDs de Cássia Eller, Oasis, Eric Clapton e uma análise completa de “ Love” mais recente lançamento dos Beatles... Escute trechos dos álbuns comentados!
Na coluna Artigos , textos de Vinicius Tavares, Clauder Arcanjo, Rodrigo Capella. Confira.
Em Direito, o Promotor de Justiça e membro do Ministério Público de São Paulo, Dr. Marcelo Saliba, escreve “ Dicas de segurança” . Não deixe de ler.
Nas seções Em Revista e Textos Escolhidos, conheça vida, obra e textos dos poetas Ferreira Gullar e Vinicius de Moraes.
Rádio LETRAS&LIVROS-FADER. Não deixe de ouvir. Em parceria com a Fader Disclaser, uma das mais conceituadas locadoras de CDs e DVDs de Fortaleza, agora você pode navegar pela rede ouvindo o melhor da música nacional e internacional . É só clicar no banner!
Tem muito mais no Letras&Livros. Participe! Divulgue!
Envie seu texto, comentário, crítica, concorra a prêmios. Estamos esperando por você.
A todos o nosso muito obrigado. Contamos com sua visita.
Vladimir Araújo.
www.letraselivros.com.br

3. Veja, no site do jornal Brasil de Fato:Memória
O legado revolucionário de Caio Prado Jr. (clique no titulo)
O título de um dos maiores intelectuais brasileiros não basta para defini-lo. A contribuição de Caio Prado Jr. - que completaria 100 anos dia 11 - para a esquerda ultrapassa sua obra, considerada fundamental para se entender o Brasil.

FILMES HISTORICOS

La vie en rose de Maria Antonieta
A última rainha da França chega aos cinemas como a jovem simpática e divertida que animou Versalhes com festas, jogos, vestidos sofisticados e penteados originais

Veja comentário do filme em http://www2.uol.com.br/historiaviva/conteudo/materia/materia_86.html