Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

11.6.08

Numero 142




EDITORIAL

Tomo a liberdade de transcrever parte de minha intervenção, há 13 anos atrás, quando participei do I Encontro dos cursos de Historia de Minas Gerais, realizado em Belo Horizonte. Discutindo os problemas da formação de professores, eu afirmei naquela ocasião:

“Não gostaria que as minhas palavras fossem tomadas como preconceituosas, mas devo confessar a minha perplexidade ao examinar a Revista Veja da semana de 12 a 18/03/95 e tomar conhecimento de uma pesquisa que apontou um dado que me parece preocupante. A pesquisa demonstrava algo que empiricamente todos sabíamos: que os alunos das mais elevadas taxas de renda familiar, ao procurarem ingressar em cursos superiores, buscam aquelas instituições e cursos que são socialmente bem considerados, ou, para ser mais exato, aqueles que garantirão uma boa remuneração e a possibilidade de, formados, virem a ser alguém de destaque nesta sociedade competitiva em que vivemos.
Mas, e quanto às licenciaturas? Quem as está procurando hoje? Foram esses dados que levaram à reflexão. Cerca de 56% dos alunos dos cursos de Geografia e 51% dos alunos dos cursos de História estão situados na faixa de renda familiar igual ou inferior a 3 salários mínimos.
As implicações desse dado devem merecer nossa atenção. Sem hipocrisias e sem visões preconceituosas. É um dado concreto, pois está sobejamente demonstrado que famílias cuja renda está no patamar de 3 salários mínimos não conseguem colocar seus filhos em boas escolas. São obrigadas a aceitar as escolas públicas próximas e todos sabemos como estão hoje essas escolas em termos de qualidade de ensino.
Estamos recebendo hoje, portanto, nos cursos de licenciatura de História, não as melhores cabeças pensantes, mas, talvez, as piores. Repito que a porcentagem é assustadora: 51%! São pessoas que fizeram, com toda a certeza, péssimos cursos de1º e 2º graus, tiveram que amargar um bom tempo de cursinhos e que chegam às nossas mãos completamente despreparadas. São pessoas que desconhecem quase totalmente o patrimônio cultural da humanidade. Que da literatura brasileira e estrangeira só leram – e provavelmente muito mal – os livros indicados para o vestibular. São alunos que apresentam dificuldades enormes de concentração, problemas sérios de comunicação verbal e escrita, que muitas vezes são incapazes de escrever um parágrafo inteligível. E esses alunos estão recebendo diplomas e estão se dirigindo ao mercado de trabalho! Eles são os novos professores de 1º e 2º graus!
Esses alunos, em sua imensa maioria, estão freqüentando os cursos noturnos, dado que sua condição financeira determina a necessidade de trabalho. São, portanto, alunos que apresentam, ao lado da deficiência de base, uma outra: não dispõem de tempo para leituras e trabalhos. Será que não estamos massacrando esses alunos ao exigir-lhes o mesmo ritmo de atividades que é exigido dos alunos dos cursos diurnos? Não seria o caso de se pensar, como sugeriu a profª Marisa Lajolo, da UNICAMP, uma licenciatura “diferente” para os alunos dos cursos noturnos?
Diz ela, em artigo publicado no “Estado de São Paulo” de 27/03/95:
Sabe-se também que muitas das vagas noturnas cedo são abandonadas: o cansaço de quem trabalha pesado, o dinheiro curto, a condução escassa, a precariedade das condições de estudo são problemas que explicam a evasão. Mas não são os únicos, nem talvez os maiores. O ranço bacharelesco das licenciaturas, sua difícil sintonia com o mundo contemporâneo, a precariedade de suas perspectivas profissionais, talvez não constituam estímulo muito atraente para encarar ônibus cheios e refeição fria...
Não se questiona se quem chega à aula depois de oito horas de trabalho tem condições de aprendizagem semelhantes às dos alunos para os quais o estudo é atividade predominante, se não única.

Por que trago este assunto à baila? Em função de pesquisa recente, que está reproduzida logo abaixo, em que se constata que aquilo que eu já verificava empiricamente em 1995, a respeito da qualidade dos novos professores que estão sendo despejados no mercado de trabalho fundamentalmente pelas escolas superiores privadas. A situação já chegou a uma proporção assustadora. E os remédios para tentar solucionar a questão...estão demorando muito a serem ministrados... Leiam a pesquisa, está na seção Falando de Educação.


FALANDO DE HISTORIA

Não Existe Um Povo Brasileiro
Mário Maestri* (www.novae.inf.br)

A cultura, língua, história, tradições, etc. luso-brasileiras não podem e não devem ser tidas como as únicas do Brasil. Isso constitui desrespeito e agressão às outras nacionalidades do país, sobretudo porque, sendo essa nação “um país típico de imigração”, “não existe”, no frigir dos ovos, “um povo brasileiro”, mas um “Estado brasileiro, no qual vivem diversos povos”, descendentes de lusitanos, de alemães, de italianos, de africanos, etc. O Brasil deve “servir de pátria” para “todos os povos” de sua terra.
O Estado brasileiro não deve assegurar privilégios, mas garantir a todas os grupos étnicos que constituem a comunidade nacional, “equivalentes e equiparados” direitos de língua, cultura, escola, etc. O reconhecimento ao ensino da história singular de cada comunidade constitui elemento fundamental, “porque somente então” cada uma delas “se reconhecerá como um fator que faz história, e saberá se libertar da sua posição de inferioridade [...].” O monopólio político do “luso-brasileiro” deve dar lugar à representação dos diversos grupos étnicos, já “que nada há, neste mundo, que não tenha sido criado pelos homens – e mesmo que no momento pareça solidamente construído – nada há que não possa ser [...] reconstruído pelos mesmos.” “Brasilidade é e somente pode ser o sentimento de profunda união com o solo [...] e a nação brasileira, [...], sem nenhuma tendência de imperialismo étnico por parte de qualquer etnia isolada”, já que o Brasil deve “servir de pátria” “para todas as raças e todos os povos representados no país” e não apenas ao luso-descendente.
Essa proposta de democratização do Brasil, através de sua racialização, ou seja, do reconhecimento dos direitos de expressão, organização e representação singular dos diversos grupos étnicos que integram a comunidade nacional, que sintetizamos, foi apresentada, em Benneckenstein, em 19-22 de março de 1937, no 3º Congresso Anual do Círculo Teuto-Brasileiro de Trabalho de Berlim, na Alemanha nazista. [1]
Destaque-se que esse programa racista procuravam interpretar direitos democráticos efetivamente desrespeitados, sobretudo das comunidades rurais teuto-brasileiras do sul do Brasil, mantidas, mais ou menos, nos cem anos anteriores, com destaque para o período imperial, em inferioridade lingüística, cultural e política, apesar de importante contribuição à sociedade nacional.
A retórica racial nazista enfatizava, corretamente, o monopólio luso-brasileiro, absolutizando as aparências raciais e desconhecendo as essências sociais. Literalmente soterrava o fato de que o monopólio era exercido prioritariamente por classe dominante com luso-ascendência, e não por aquela comunidade como um todo. Essa interpretação racial da realidade social era imprescindível à conquista nazista do direito de representação dos teuto-brasileiros, no contexto de novas instituições nacionais que mantivessem a velha ordem classista, também em relação à comunidade explorada de origem alemã.
A retórica racista encobriu sempre a militância anti-social nazi-fascista. O poder fora entregue pelo capital, na Itália, ao fascismo, em 1922, e na Alemanha, ao nazismo, em 1933, para jugularem o movimento operário que assaltava a ordem capitalista, restaurando hegemonia e dominação fraturadas. No Brasil e no mundo, as propostas de racialização almejavam substituir os interesses comuns dos explorados por identidades fantasmagóricas de etnia, consolidando e não superando a opressão de classe.
O fato de que essa proposta impugnava a construção-consolidação de Estado-nação brasileiro, mesmo sob hegemonia das classes dominantes nacionais, então em fortalecimento, explica o comportamento contraditório dessas últimas, expresso pela ditadura de Getúlio Vargas – simpatia ideológica ao nazi-fascismo e repressão à sua organização e desenvolvimento no Brasil.
O programa de racialização nazi-fascista foi combatido pela política de nacionalização autoritária do Estado Novo [1937-45] e superadas com a derrota do Eixo, em 1945. Sobretudo, foi ultrapassado pela integração das comunidades de descendentes de italiano e alemães e com o fortalecimento do Estado-nação ensejado pelo empuxe nacional-desenvolvimentista. Nos dias atuais, também no Brasil, a mundialização capitalista enseja a retomada das propostas de racialização, como meio de fragilização do movimento social e dos vínculos nacionais dos Estados periféricos. * Mário Maestri, 59, é historiador e professor do Curso e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF. E-mail: maestri@via-rs.net


FALANDO DE EDUCAÇÃO

Carreira de professor atrai menos preparados
Apenas 5% dos melhores alunos formados no ensino médio querem atuar como docentes do ensino básico, diz estudoBaixo retorno financeiro e desprestígio social da carreira docente são citados entre os principais fatores para perfil identificado no levantamento
FÁBIO TAKAHASHIDA
REPORTAGEM LOCAL
Ao contrário dos países com sucesso educacional, o Brasil atrai para o magistério os profissionais que possuem mais dificuldades acadêmicas e sociais, aponta um estudo inédito a ser apresentado hoje, que utilizou bancos de dados oficiais.
Uma das constatações do levantamento, encomendado pela Fundação Lemann e pelo Instituto Futuro Brasil, é que apenas 5% dos melhores alunos que se formam no ensino médio desejam trabalhar como docentes da educação básica, que abrange os antigos primário, ginásio e colegial.
Os pesquisadores delimitaram o patamar de estudantes "top" naqueles que ficaram entre os 20% mais bem colocados no Enem 2005 (Exame Nacional do Ensino Médio, do governo federal).
Dentro do grupo dos melhores, 31% querem a área da saúde e 18%, engenharia.
Com base nos questionários do Enade (o antigo provão), o estudo identificou que os alunos de pedagogia (curso que forma professores para os primeiros anos do ensino fundamental) vêm de famílias de baixa renda e têm mães com pouca escolarização -condições que apontam maiores chances de dificuldades acadêmicas.
"Para melhorar a qualidade de ensino, o Brasil precisa criar uma nova estrutura para atrair um outro perfil de pessoas para a educação", afirma a coordenadora do trabalho, Paula Louzano, doutora em educação pela Universidade Harvard (dos Estados Unidos).
O estudo, ao qual a Folha teve acesso, será apresentado hoje em São Paulo, em seminário fechado promovido pela Fundação Lemann e pelo Instituto Futuro Brasil.
Coréia e Finlândia
A pesquisa compara a situação brasileira à dos melhores sistemas de educação do mundo, estudados pela consultoria McKinsey, em um trabalho do ano passado.
Segundo a pesquisa, o primeiro dos três pontos que se destacam nas redes de ponta é "escolher as melhores pessoas para se tornarem professores".
Um exemplo estudado foi a Coréia do Sul, primeira colocada no ranking de leitura no Pisa 2006 (exame internacional). Lá, os que vão trabalhar no magistério, obrigatoriamente, devem estar entre os 5% melhores em um exame nacional para o ingresso no ensino superior.
Na Finlândia, segunda no mesmo ranking, os professores são selecionados entre os 10% melhores alunos.
Status
Os dois países buscaram medidas que elevassem o status dos professores -realidade diferente da brasileira. "Nunca vi um aluno daqui dizer que quer cursar pedagogia", afirma Andrea Godinho de Carvalho Lauro, professora do colégio Vértice, o melhor de São Paulo no Enem. "Os pais querem carreiras com mais retorno financeiro e social", diz.
O baixo retorno financeiro no magistério, citado por Andrea, causa divergência entre educadores . O reduzido status social, porém, é consensual.
"Como a profissão é desprestigiada, a maioria daqueles que escolhem trabalhar como professor o faz porque o curso superior na área é mais fácil de entrar, barato e rápido", afirma o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Roberto Leão.
"O pobre, que estuda no caos que é hoje a escola pública, vê na pedagogia uma das poucas opções possíveis de chegar ao ensino superior. Muitos não escolhem a carreira por vocação, mas, sim, porque é onde dá para entrar. É preciso tornar a carreira mais atrativa, para o pobre e para o rico", argumenta o dirigente da categoria.
"Os estudantes que chegam têm muitas dificuldades em conhecimentos básicos", diz Paulo de Assunção, pró-reitor acadêmico da Unifai (Centro Universitário Assunção), instituição de São Paulo com o maior número de matrículas em pedagogia. Para atenuar o problema, a escola tem aulas de reforço em língua portuguesa, matemática, entre outras.
BRASIL

Até que enfim a Folha de São Paulo faz uma crítica aos tucanos!!!
E em editorial!!!


Fatos e suspeitas
Revelações em torno do caso Alstom exigem investigação rigorosa, que o PSDB bloqueia com arrogância e impavidez.
É O KIT dos petistas em atuação. Assim reagiu o governador de São Paulo, José Serra, diante das reações que o caso Alstom começa a provocar no ambiente político. Não que seu partido, o PSDB, seja contrário a investigar as suspeitas de irregularidade nos contratos da multinacional francesa com o Metrô e a Eletropaulo.
Não, de jeito nenhum. Serra prontificou-se a cooperar com as investigações, "se mais informações aparecerem, porque até hoje não apareceram".
Num raro exemplo de convergência na cúpula peessedebista, o ex-governador Geraldo Alckmin acompanhou os trilhos da argumentação de seu notório rival. "Você tem suspeitas. Qual é o fato? Eu acho que nós vivemos um período em que se quer confundir a opinião pública."
Confunde-se a opinião pública, é certo. A confusão começa quando Alckmin dissocia "fatos" de "suspeitas". Há vários fatos. E são esses fatos que despertam suspeitas a respeito das tão propaladas qualidades gerenciais e éticas do tucanato paulista.
Em maio deste ano, um órgão de imprensa insuspeito de petismo, "The Wall Street Journal", publicou a notícia de que a Alstom gastou US$ 6,8 milhões em propinas para ganhar licitação com o Metrô de São Paulo.
Cerca de R$ 13 milhões foram repassados pela Alstom, segundo dados do Ministério Público da Suíça (tampouco um órgão conhecido por ter petistas infiltrados em seus gabinetes), a empresas de fachada, de modo a azeitar as engrenagens do sistema.
Uma das empresas, segundo as autoridades suíças, pertence a um colaborador próximo de Robson Marinho. Este foi coordenador da campanha eleitoral de Mário Covas e chefe da Casa Civil de 1995 a 1997, em seu primeiro mandato. Marinho é hoje conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
O conselheiro admite ter tido suas despesas pagas pela Alstom quando viajou à França para assistir aos jogos da Copa do Mundo de 1998. Foi também, no âmbito do TCE, o único defensor da prorrogação, por dez anos, de um contrato do Metrô com a empresa, previsto para durar três anos apenas.
Eis alguns fatos suficientes para justificar a mais rigorosa investigação. O governador José Serra declarou seu interesse em empreendê-la. Terá provavelmente esquecido de avisar seu líder na Assembléia Legislativa, o deputado Barros Munhoz. A sólida base tucana rejeita a criação de uma CPI para o caso.
Sem dúvida, é o "kit PSDB" que está operando, com especial eficiência, numa Assembléia Legislativa desfibrada por longos anos de governismo. É também o "kit PSDB" que, com impavidez a toda prova, se vende para a opinião pública como exemplo de modernidade gerencial.

INTERNACIONAL

Artigo do Paul Singer, enviado pelo amigo Guilherme Souto

Paul Singer:
O futuro chegou - crise alimentar e energética
O preço do petróleo está batendo recordes quase diariamente. No momento, ele gira ao redor de 130 dólares o barril. O índice dos preços de alimentos da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) foi, em média, 127 em 2006 e 157 em 2007, subindo para 220 em março de 2008 (1998-2000 = 100). Nunca em tempos de paz houve pressões inflacionárias tão violentas a partir do encarecimento de bens essenciais. Por Paul Singer*

Eis a grande novidade dessa dupla crise que se deve às mesmas causas: a redução da pobreza em grandes países periféricos, como a China, a Índia e o Brasil (além de outros), que expandiu fortemente a demanda por derivados de petróleo e por alimentos "nobres" -carne e laticínios, cuja produção exige muito mais trabalho humano, energia e recursos naturais não renováveis, como terra e água.
A elevação dos preços do petróleo e da comida deveria provocar um aumento de sua produção, pois seu encarecimento a torna mais lucrativa. Mas a elevação da produção alimentar esbarra na disponibilidade de terra e água, limitada pela sua poluição pelos elementos químicos utilizados pelos agricultores. O mesmo vale para o aumento da produção de petróleo, limitado pelas reservas exploráveis.
Estamos nos defrontando com um cenário que Celso Furtado previu em 1974, quando escreveu "O Mito do Desenvolvimento Econômico". Ele sustentava que era um mito esperar que o desenvolvimento econômico dos países do Terceiro Mundo lhes permitiria alcançar o nível de vida usufruído apenas pelos povos do Primeiro Mundo, porque não haveria recursos naturais suficientes para que isso pudesse acontecer.
Quase um terço de século decorreu desde então, e o que parecia na época um exagerado temor malthusiano tornou-se consensual, sobretudo desde que se comprovou que o clima da Terra está aquecendo, com conseqüências danosas para os recursos naturais do planeta.
A nova classe média nos países chamados de emergentes passou a ter dinheiro para alcançar o padrão de vida de sua congênere do Primeiro Mundo. Essa mudança seria desejável se ela não impactasse desfavoravelmente sobre a grande massa que continua pobre.
A carestia da comida, causada pelo aumento da demanda dos ex-pobres, empobrece ainda mais os que já gastam a maior parte do que ganham para alimentar a família. Os cereais que lhes mataria a fome tendem agora a ser dados aos animais cujos derivados alcançam preços cada vez mais atraentes.
O funcionamento do mercado mundial de alimentos produz "naturalmente" esses efeitos perversos. Motins da fome estouram em cada vez mais países e, de acordo com a FAO, em 37, dos quais 21 africanos, há crise alimentar.
Premidos pelo desespero dos famintos, cada vez mais governos (inclusive o brasileiro) tratam de restringir a exportação de alimentos básicos para garantir o abastecimento do mercado interno. O que naturalmente agrava a situação dos pobres nos países que dependem de alimentos importados.
A ONU, alarmada com a gravidade da situação, está solicitando das nações mais ricas recursos para impedir que a fome se alastre pelo mundo, pondo em risco não só o combate à pobreza mas também a paz mundial.
Governos terão de adotar medidas de emergência para garantir um abastecimento alimentar mínimo a todos: estatizar os estoques de alimentos para evitar que sejam açambarcados pelos que têm dinheiro para formar estoques privados. E racionar a sua venda, por preços que os mais pobres possam pagar; eventualmente, taxar mais os alimentos derivados de animais para possibilitar o aumento da produção dos alimentos vegetais, indispensáveis à nutrição do conjunto da população; taxar também os derivados de petróleo, para reduzir a utilização do transporte individual e aumentar a do transporte coletivo.
A crise alimentar e energética poderá talvez ser contida por medidas como essas, mas sua resolução exigirá mudanças mais profundas.
Os padrões de consumo terão de ser acomodados à real disponibilidade de recursos naturais, e esta deverá ser alargada por mais investimentos no aumento da produção agrícola sustentável do ponto de vista social e ambiental.
As crises energética e da mudança climática terão de ser resolvidas pelo desenvolvimento de fontes renováveis de energia limpa, única maneira de acabar com as emissões de gases resultantes da queima de combustíveis fósseis.
A crise alimentar não pode deixar de limitar, em alguma medida, a produção de agrocombustíveis, de modo que o desenvolvimento de outras fontes de energia – solar, eólica, hidráulica – terá de receber prioridade.
* Paul Singer é economista, professor titular da Faculdade de Economia e Administração da USP e secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego


LIVROS E REVISTAS

1. Nas bancas o numero 11 do Le Monde Diplomatique Brasil.
A reportagem de capa é O império contra-ataca, mostrando a preocupação dos EUA com a América Latina. Outras matérias: A cultura é a saída – MST: Desafio dos assentamentos – Globalização e território – O polígono da maconha – Holocausto: as raízes do mal..

2. Nas bancas o número 33 da revista de Historia da Biblioteca Nacional.
Dossiê sobre o espiritismo.
Artigos principais: Raul Seixas, o rei da contra-cultura – Graciliano Ramos, prefeito exemplar – A festa do divino na colônia – Entrevista com o químico Ricardo Ferreira – Drummond, literato e incendiário – O museu particular de Pedro II.

SITES E BLOGUES

1. Especial: Meio Ambiente
Nesta semana, o mundo comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente, data criada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972. Fórum preparou um especial fim de semana com as melhores matérias e entrevistas com ativistas e especialistas nas questões acerca do Meio Ambiente. leia

2. No blog do Nassif, http://www.projetobr.com.br/web/blog/5, você pode ver a indicação de como se pode reescrever a História.
Está no ar o site Memória Globo (http://memoriaglobo.globo.com/), que é um projeto oficial da Rede Globo. Ele se dedica a contar a história oficial da emissora em todos os segmentos em que atua: entretenimento, novelas e jornalismo. Neste último, o material é bem interessante, com a inclusão de uma aba chamada Polêmicas Históricas, em que são detalhados casos em que a atuação da Central Globo de Jornalismo foi duramente criticada:
-O Caso Proconsult (1982).
-Os comícios da campanha pelas diretas (1984):
-A edição do debate Collor x Lula exibida pelo Jornal Nacional:
Para quem viveu na época e pôde testemunhar as saias justas daquela emissora de TV, chega a ser hilária a tentativa de “reescrever” o que foi feito...
Ao entrar no blog, procurem a matéria postada no dia 09/06. É só descer a tela que se chega lá!

NOTICIAS

1. Dia 24 de junho no teatro da Assembléia Legislativa o prof. Tiago Menta e mais 5 educadores mineiros, entre estes a profª Maria Luciene que está lançando seu livro "Resgatando os Valores da Escola Pública" (R$ 35,00 nas melhores livrarias a partir da próxima sexta, dia 13/06) estarão promovendo uma Mesa de Debates sobre a Educação em Minas Gerais e uma série de temáticas correlacionadas como:

- o papel social da família frente aos estudantes e suas necessidades.
- as políticas públicas em educação no Brasil e em Minas Gerais.
- as avaliações de desempenho dos professores mineiros.
- o exemplo de projetos construídos em nossas escolas como o ensino do xadrez e a Matemática, ou mesmo da preservação do Meio Ambiente com apoio da COPASA.
- o quadro atual das escolas estaduais mineiras.

Este evento será realizado no teatro da Assembléia Legislativa de Minas Gerais no próximo dia 24 de junho, as 15 horas. Ao final do evento todos receberão certificados.

2. Já se encontram abertas as inscrições para a III semana de História Política, que acontecerá nos dias 17 a 20 de Junho de 2008 na UERJ. É um evento organizado pelo corpo discente do programa de pós graduação da UERJ, é bem interessante. Para os mestrandos e doutorandos (em curso), há a possibilidade de apresentar suas comunicações. Já para os que concluíram o mestrado/doutorado, há a modalidade de oferecer um minicurso. E para os ouvintes, confere certificado de participação. Mais informações e a ficha de inscrição (é só copiar, preencher e enviar), estão no site do evento: http://semanadehistoriapolitica.vilabol.uol.com.br

3. Data: sexta-feira, 20 de junho de 2008
Hora: 14:00
Local: UNIRIO
Cidade: Praia Vermelha-Rio de Janeiro
Detalhes: Prezados colegas
Esperamos que todos possam comparecer para prestigiar esta conferência do Professor Roger Chartier (EHESS) na 6a feira dia 20 de junho às 14h00, no Auditório Villa Lobos (CLA/Unirio). Agradecemos a presença de todos e solicitamos divulgar em todos os Programas das Universidades no Rio de Janeiro e Niterói.

4. http://www.cineop.com.br/cineop/3m/htms/index.asp é o site do Terceiro Festival de cinema de Ouro Preto, que tem início dia 12 e se prolonga até dia 17.
Além da programação que poderá ser conferida no site, é nele também que se faz a inscrição.


INFORME ANPUH JUNHO

1. II Encontro Internacional de História Colonial
De 16 a 19 de setembro de 2008 Na UFRN em Natal. Maiores informações no site: www.cchla.ufrn.br/eihc2008

2. I Encontro de História do Império Brasileiro na UFPB
O "I Encontro de História do Império Brasileiro - Múltiplas Visões: Cultura Histórica no Oitocentos" é uma promoção dos grupos de pesquisa em Imperio da UFPB e tem como objetivo reunir pesquisadores e grupos de pesquisa brasileiros, mais particularmente das regiões Norte e Nordeste, que vêm se dedicando à História Imperial do Brasil. O encontro vai acontecer na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A pretensão é dar início ao primeiro de muitos outros eventos da mesma natureza que poderão ser realizados e acolhidos por outros programas de pós-graduação, criando trocas deexperiências acadêmicas focadas no Oitocentos e nas múltiplas possibilidades de pensarmos a cultura histórica.Organização: Programas de Pós-Graduação em História da UFPB/UFS/UFRN/UFBA.Contato: cristianoferronato@gmail.com ou imperio2008@uol.com.br Site: http://www.cchla.ufpb.br/ppgh/imperio2008

3. IV Simpósio Nacional de História Cultural
Uma realização do GT Nacional de História Cultural, da ANPUH, esta edição, intitulada Sensibilidades e Sociabilidades, ocorrerá entre 13 e 17 de outubro de 2007, em Goiânia, Goiás.Informações: www.historiacultural2008.ucg.br E-mail: historiacultural2008@ucg.br

4. Simpósio Religiosidade na América Colonial
2º G.T. Nacional de História das ReligiõesTema: Tolerância e Intolerância nas manifestações religiosasDe 13 a 16 de outubro de 2008Local: Unesp - Campus de Franca,SP - BRASILMaiores informações no site: http://www.franca.unesp.br/gth/index.php
Os interessados em participar deste Simpósio deverão enviar texto completo para uma das coordenadoras de 01 de maio até o dia 31 de julho de 2008 pelo e-mailmiauq@hotmail.com ou euniciaf@rdc.puc-rio.br
5. 2º Seminário Nacional de História da Historiografia - A dinâmica do historicismo: tradições historiográficas modernas
O seminário acontecerá entre os dias 19 e 21 de agosto neste ano no campus de Mariana, da Universidade Federal de Ouro Preto. As inscrições para comunicação e ouvinte terminam no dia 30 de junho. Maiores informações: www.ichs.ufop.br/seminariodehistoria ou seminario_ichs@yahoo.com.br

6. 1º Congresso Nacional e 2º Regional do Curso de História da UFG/Jataí - Uma Corte Européia nos Trópicos &
1º Simpósio do GT de História Cultural da Anpuh/GO
23 a 26 de Setembro. Maiores informações: www.congressohistoriajatai.org
7. V Colóquio História e Arqueologia da América Indígena
Universidade de São Paulo – 28 e 29 de outubro de 2008
O V Colóquio, assim como os anteriores, pretende ser um foro de discussão dos estudos sobre os povos ameríndios de todas as regiões e épocas, e não apenas sobre os mesoamericanos e andinos da época pré-hispânica ou colonial. Dessa forma, nosso objetivo é, também, incentivar o debate acadêmico com arqueólogos, etnólogos e historiadores de áreas de estudo tão bem consolidadas em nosso país, como a arqueologia e etnologia da Amazônia e a história indígena colonial.Com a expectativa de avançar no cumprimento desses objetivos, convidamos pesquisadores, professores, alunos e demais interessados a assistir ou expor suas atividades acadêmicas (projetos ou resultados de pesquisa) no V Colóquio História e Arqueologia da América Indígena, a ser realizado nos dias 28 e 29 de outubro de 2008, no Departamento de História da FFLCH da USP.Informações e normas de participação:
1 – Data e local: O V Colóquio História e Arqueologia da América Indígena será realizado nos dias 28 e 29 de outubro de 2008 na Sala de Vídeo do Departamento de História da FFLCH da USP, situado na Av. Prof. Lineu Prestes, 338 – Cidade Universitária – CEP 05508 -900 – São Paulo – SP – Brasil. O horário será divulgado posteriormente, junto com o programa, pois depende do número de inscritos.
2 – Participação sem a apresentação de comunicação: Comparecer ao local nos dias e horários programados. Para receber a programação basta enviar um e-mail até o dia 15 outubro de 2008 para cema@usp.br A programação do colóquio será divulgada por correio eletrônico, pelo site do CEMA/USP, que está em construção (www.fflch.usp.br/cema), e afixada em murais da USP (prédios da FFLCH e MAE) até o dia 15 de outubro de 2008.
3 – Participação com a apresentação de comunicação: Enviar uma proposta de comunicação (de duração máxima de 20 minutos) para o Comitê Organizador. A proposta deve conter um resumo da comunicação (de no máximo 1.000 caracteres com espaço) acompanhado por um currículo resumido do(s) proponente(s) ou pela indicação de endereço do currículo Lattes. As propostas serão analisadas para seleção segundo sua pertinência temática no Colóquio. Depois, serão agrupadas em mesas de trabalho por suas afinidades regionais (Mesoamérica, Andes, Amazônia etc.), temáticas ou de abordagens empregadas. Também poderão ser enviadas propostas de mesas completas, com o mínimo de 3 integrantes. Neste caso, deve-se enviar também um título para a mesa de trabalho.
4 – Forma, local e data limite para a entrega de inscrição: O material mencionado no item anterior, de preferência em arquivos tipo Word ou Notepad, deve ser enviado para o correio eletrônico cema@usp.br até o dia 14 de julho de 2008. O recebimento do material será informado ao remetente em até 7 dias.
5 – Resultado da seleção de propostas e programação do Colóquio: Serão enviados para os endereços eletrônicos dos proponentes até o dia 21 de julho de 2008.6 – Certificados: O Comitê Organizador se responsabiliza pela emissão de certificados aos expositores de comunicação e aos ouvintes com pelo menos 70% de freqüência nas sessões do Colóquio.Comitê Organizador CEMA/USPCristiana Bertazoni Martins (Museu de Arqueologia e Etnologia da USP)Eduardo Natalino dos Santos (Depto. de História da FFLCH da USP)Marcia Arcuri (Museu de Arqueologia e Etnologia da USP)Seminário Permanente de História e Arqueologia da Mesoamérica e Andes (5o. ano/2008)
8. I Congresso Internacional do Núcleo de Estudos das Américas -
Tema: " Povos e Culturas das Américas"

I Congresso do NUCLEAS /UERJ/PPGHI Congresso Internacional do Núcleo de Estudos das Américas Povos e Culturas da América Latina Cultura, Globalização, Cidades, DireitosSociais e SaúdeMaiores Informações no site: www.nucleodeestudosdasamericas.com/congresso
9. “Scientiarum Historia”
1º Congresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ
Centro de Ciências da Matemática e da Natureza – CCMN – Ilha do Fundão 22 e 23 de setembro de 2008Maiores Informações no site: www.scientiarumhistoria.ufrj.br
10. Chamadas para publicação e lançamento de revistas
A Revista Digital do LAV – Laboratório de Artes Visuais do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria/RS abriu em 01 de ABRIL de 2008, chamada para publicação para o Número I, a ser lançado em agosto de 2008. A Revista Digital do LAV é uma publicação digital semestral, independente, destinada à divulgação científica de pesquisas na área das Artes Visuais. O objetivo principal é publicar trabalhos inéditos que possam contribuir com o debate acerca de temas voltados para as questões das Artes Visuais, seja na área da Educação e Artes Visuais, das Poéticas Visuais, ou no campo da Teoria e Crítica. O Conselho Editorial da Revista está formado por profissionais de formação e atuação comprovadas nas áreas a que se dispõe a colaborar. Informações no site: http://www.ufsm.br/lav
A Revista Estudos de Sociologia, vinculada ao Departamento de Sociologia e à Pós Graduação em Sociologia da UNESP, Campus de Araraquara, convida pesquisadores, pensadores, professores e estudantes de pós-graduação a submeterem artigos, ensaios e resenhas para publicação. Dá-se preferência a trabalhos que contemplem pesquisa original e inéditos. A revista está indexada no CNPq em diversos campos: sociologia, ciência política, história, economia, ciências aplicadas, educação e psicologia, estando aberta a todas as contribuições que relacionem estas áreas a problemas sociais significativos. A revista, que atualmente já está no 23 número, além da forma impressa também pode ser consultada no endereço: http://www.fclar.unesp.br/seer/index.php?journal=estudos&page=index
Neste sítio também podem ser encontrados os procedimentos para a submissão de textos. O prazo final para o envio de artigos é 20 de maio.
A História Revista, publicação semestral do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UFG, está recebendo artigos de historiadores e pesquisadores para os números de 2009. Os artigos devem ser enviados ao Departamento de História da UFG/FCHF, Campus II, sala 58, CEP 74.001-970 – Goiânia/GO, comissão editorial profa. Dra. Maria da Conceição Silva, Prof. Dr. João Alberto da Costa Pinto e Prof. Dr. Carlos Oiti Berbert Jr. Os artigos devem ser enviados até dia 30 de junho de 2008.
Trajetos - Revista de História UFC
Prazo de envio das colaborações para a Revista Trajetos - UFC, n. 11, 2008, dossiê: História, natureza e cultura: 20 de julho de 2008A Revista Trajetos está aberta para colaborações na forma de artigos, resenhas, traduções, entrevistas e documentos inéditos. As colaborações serão enviadas a dois pareceristas do Conselho Consultivo antes de serem aprovadas pelo Conselho Editorial.Os interessados devem enviar sua contribuição para o endereço:Caixa Postal 12164 Fortaleza-CE CEP 60020-180
Revista História - UNESP
O volume 26, número 2 da revista História, com o dossiê História e Cultura Visual, já se encontra on-line no site do Scielo Brasil www.scielo.br ou através do link a seguir: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=0101-907420070002&lng=pt&nrm=iso
Fênix- Revista de História e Estudos Culturais (out/nov/dez/2007, vol. 4 ano IV, n. 4) já está disponível no endereço http://www.revistafenix.pro.br/
Publicação do livro"A Guerra Santa revisitada: novos estudos sobre omovimento do Contestado", organizado por Márcia Janete Espig e Paulo Pinheiro Machado e publicado pela Editora da Universidade Federal de SantaCatarina já pode ser adquirido através do site: http://www.edufsc.com.br/
11. Concursos
Concurso para professor na área de História Moderna e Contemporânea na Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ).O edital encontra-se publicado na pagina da UFSJ, no seguinte endereço:http://www.ufsj.edu.br/Pagina/concursos/
12. ALB
II Simpósio sobre o Livro Didático de Língua Materna e Língua Estrangeira I Simpósio sobre Materiais e Recursos Didáticos28, 29 e 30 de julho de 2008PUC-RioInformações: http://www.letras.puc-rio.br/2silid/
Simpósio temático “Corpos e identidades midiáticos: o discurso das revistas femininas (impressas, eletrônicas e digitais) em pauta”. Coordenação de Débora de Carvalho Figueiredo (UNISUL) e Najara Ferrari Pinheiro (UCS).Informações: http://www.fazendogenero8.ufsc.br/st48.html.
PARTICIPE DA ENQUETE BIMENSAL DA ALB O que vai mal na esfera da leitura escolar?Entre, vote e comente: http://www.alb.com.br/pag_enquete.asp