Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

18.4.06

Número 035 - nova fase

Por do sol no Planalto Central...
Editorial


Recebi vários emails no final da semana passada e início desta trazendo esta charge, realmente muito bem bolada.

Esta semana concedi uma entrevista à Revista virtual Honoris Causa, onde discuti algumas questões relativas à formação de professores, cotas, qualidade de ensino universitário, entre outras.
Se quiser me dar o prazer de ler e comentar, acesse
http://www.revistahonoriscausa.org/entrevista.htm
Aproveite para ver as demais partes do site, sempre muito interessantes!

Uma notícia da imprensa chamou a atenção. Já havíamos colocado aqui vários artigos falando a respeito das opções que o Brasil tinha com relação à implantação da TV Digital. E vários especialistas afirmaram que agora não era a melhor hora para fazer a escolha, na medida em que os grupos de pressão usariam de todos os meios para conseguir resultado favorável, utilizando-se do fato de que estamos iniciando a campanha eleitoral.
Pois bem, a noticia foi esta:

As emissoras de TV venceram a guerra da TV digital. Hoje, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, assinou em Tóquio, com o chanceler japonês Taro Aso, um memorando de entendimento para instalação no Brasil de um sistema de TV digital baseado no padrão japonês ISDB. Agora, só falta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ratificar a escolha. O que deve acontecer em breve, já que ele dificilmente iria contrariar os radiodifusores em ano eleitoral. As redes de TV fizeram campanha pelo ISDB.
"Nossa missão está cumprida", afirmou o ministro das Comunicações, Hélio Costa. Em visita à emissora estatal japonesa NHK, Costa ressaltou sua trajetória de homem de televisão. Ele assumiu a pasta com o objetivo de garantir a transição do rádio e da televisão brasileira para a tecnologia digital com o mínimo de impacto possível no modelo atual de negócios. Acionista de uma rádio em Barbacena (MG), sua cidade natal, Costa foi repórter do programa Fantástico e chefe da sucursal da Rede Globo nos Estados Unidos, antes de ingressar na política. (do portal Yahoo)


Ou seja, prevaleceram os interesses das grandes redes de comunicação, como a Globo, SBT, Record, Band e outras menores, que desejavam o padrão japonês, em vez de desenvolver o nosso próprio padrão (coisa, aliás, que já estava sendo feita...).
A pergunta que se pode fazer agora é:
- Já que o governo Lula adotou o que as redes queriam, elas, em retribuição, irão poupar o presidente de novos ataques? Deixarão de fazer a oposição que hoje fazem? Passarão a apoiar o projeto de reeleição de Lula?
Vamos aguardar os acontecimentos...



Esta outra charge traz uma outra questão que começa a receber espaço aqui neste boletim. Não se está vendo, com clareza, os cuidados com a saúde pública. Dengue em Uberaba e Triângulo, de um modo geral, já está chegando ao limite da irresponsabilidade. Pessoas já morreram e outras com certeza também irão morrer pelo absoluto descaso das autoridades municipais.
Alem disso, temos também a questão que já deveria estar preocupando a todos: a gripe aviária, que, por enquanto, ainda não chegou à América Latina, mas, segundo os especialistas, isso vai acontecer, mais cedo ou mais tarde. Com quase 100% de certeza, ela deve chegar por aqui no próximo inverno, ou seja, daqui a 3 meses...
O artigo do site No Minimo, do qual retiramos um trecho, faz uma abordagem histórica das pandemias e explica o que é esta gripe aviária.
Em seguida, um outro artigo chama a atenção para efeitos que já se fazem sentir por aqui, apesar de ainda não estarmos contaminados. Ainda!!!

1. A possível pandemia

De tempos em tempos, a humanidade é assolada por alguma pandemia. No século passado, foram três sustos: em 1918, em 1957 e em 1968. Atualmente, o espectro de uma nova ameaça paira sobre o planeta com o vírus H5N1, que causa a gripe aviária. Já passam de cem o número de vítimas fatais causado pelo H5N1 confirmados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde sua reaparição, em 2003, até hoje, foram notificados 186 casos entre seres humanos – sendo 105 fatais, um altíssimo grau de letalidade, embora suas formas de transmissão sejam muitíssimo menos eficazes do que as de um simples resfriado.

A gripe aviária é uma doença que, evidentemente, afeta as aves, mas, muito eventualmente, pode contaminar outras espécies, como porcos e até seres humanos. A possibilidade de uma pandemia está condicionada ao surgimento de um sub-tipo mais contagioso e que seja transmissível entre os seres humanos. Caso isso ocorra, não será mais uma gripe aviária. Passará a ser um vírus de gripe adaptado ao homem, provavelmente mais letal do que o de uma gripe comum, já que, por se tratar de um vírus novo, o sistema imunológico do ser humano não terá defesa contra ele.

Em geral, os vírus da gripe costumam limitar-se a uma espécie em particular (homem, certas aves e pássaros, porcos, cavalos, focas) sem infectar outras espécies. Desde 1959, apenas em quatro ocasiões gripes aviárias propagaram entre seres humanos (com os sub-tipos H5N1, H7N3, H7N7 e H9N2).

O mais preocupante de todos é justamente o H5N1. E por dois motivos: ele foi capaz de ultrapassar a barreira das espécies em três oportunidades na última década e ele apresentou mais vítimas fatais entre os seres humanos. Isso não quer dizer que os outros sub-tipos devam ser negligenciados. Por enquanto, a incapacidade de contágio entre seres humanos evita que o H5N1 vire uma pandemia. Mas, mesmo que esse estágio não ocorra, o risco pode persistir durante muito tempo – enquanto o vírus circular com freqüência entre as aves.

Até agora os cientistas ainda não têm absoluta certeza de como se dá a transmissão do H5N1. Segundo a OMS, não se sabe ainda exatamente por quê, mas a maioria dos casos de contaminação humana ocorreu no meio rural ou na periferia de centros urbanos. Aparentemente, os riscos deveriam ser maiores em momentos como o abate ou a preparação de aves contaminadas. “Por motivos desconhecidos, foram registrados pouquíssimos casos entre os grupos presumíveis de alto risco: criadores de aves, pessoas que trabalham nos mercados de pássaros vivos, funcionários de abatedouro aviário, veterinários, pessoas que cuidam das vítimas sem equipamentos de proteção adequados. Também causa perplexidade a inexplicável concentração de casos entre crianças e jovens saudáveis”, explica a OMS.

Na semana passada, cientistas anunciaram a descoberta de certas características do H5N1 que podem explicar por que o vírus ainda não é transmissível entre os seres humanos, o fator que impede a deflagração de uma epidemia. Ao contrário do vírus de uma gripe comum, que se concentra na superfície das vias aéreas, o H5N1 se localizaria em células muito internas do aparelho respiratório. Isso dificultaria sua propagação através do espirro ou da tosse, formas convencionais de difusão da gripe.

Vírus existem aos borbotões no planeta, embora sejam conhecidos apenas uma pequena parcela. A maioria não apresenta grandes riscos ao homem. Os grandes problemas aparecem quando ocorrem alguns fatores: mutações; recombinações ente os vírus existentes que podem se transformar em mais potentes; uma perturbação das condições onde eles existiam anteriormente; a transmissão entre seres humanos.

Em sua maioria, os vírus são “associados” a determinados animais. Muitos vírus conhecidos são “hospedados” por roedores (caso da febre coreana) e insetos (a febre do vale do Nilo, por exemplo). Quando uma doença contagiosa ocorre de forma extensiva em um local, ela é chamada de epidemia. Quando essa ocorrência se estende a várias áreas, como um continente ou o mundo, trata-se de uma pandemia. Etimologicamente, sua origem é grega e quer dizer “todo o povo”. Uma endemia é a persistência de casos durante todo o ano em uma determinada região, sem relação aparente entre eles.

Originária do norte da África e endêmica em algumas regiões do globo, a cólera já teve várias pandemias. A encefalite epidêmica, que não tem tratamento, teve um surto nos anos 20 do século passado. A mais famosa pandemia da história foi a peste negra que devastou a Europa entre 1347 e 1352. Durante esses cinco anos, morreu um terço da população do continente, cerca de 25 milhões de pessoas.

O século passado vivenciou três pandemias de gripe. A mais conhecida foi a gripe espanhola, que na verdade surgiu na China. Foi detectada pela primeira vez em fevereiro de 1918, em Cantão. A primeira onda foi menos letal, no terceiro dia de contágio o doente permanecia acamado. Nas duas ondas seguintes, alguns meses mais tarde, a doença matava em três dias. A gripe espanhola chegou a contaminar 28% da população norte-americana. E a expectativa de vida nos EUA recuou dez anos. A estimativa é de que ela tenha matado entre 40 e 50 milhões de pessoas.

Em 1957, apareceu a gripe asiática (vírus H2N2, do sub-tipo A); em 1968, a gripe de Hong-Kong (H3N2, do sub-tipo A). Essas duas foram bem menos mortíferas do que a espanhola. A asiática teria feito 2 milhões de mortos. A última vitimou a metade. Desde então, surgiram outras formas mais brandas. Em 1977, por exemplo, surgiu a gripe russa.

O grau de mortalidade de uma pandemia depende de quatro fatores: o número de pessoas infectadas, a virulência do vírus, características próprias e vulnerabilidade das populações atingidas e a eficácia das medidas de prevenção. Por esses motivos é absolutamente impossível prever o número de mortos antes de uma pandemia.

As três pandemias do século passado deram a volta no planeta em seis ou nove meses. Na época, o tráfego aéreo não era tão intenso quanto atualmente, o que certamente contribuiria para uma maior velocidade de propagação hoje em dia. Em compensação, o desenvolvimento da medicina e da eficácia na difusão da informação são fatores que provavelmente facilitam o controle dos novos casos. Foi o que ocorreu em 1997, quando surgiu a gripe do frango (o mesmo H5N1 de agora, mas menos agressivo). Ele foi identificado inicialmente em Hong-Kong. Foi o primeiro vírus aviário a infectar um ser humano sem antes ter passado por outro mamífero, como o porco. Na época, para evitar uma epidemia, foram mortas 1,5 milhão de aves domésticas em três dias (toda a criação da ilha chinesa). Desde então, os cientistas monitoram o H5N1.

Leia a entrevista de Paulo Zanotto, doutor em virologia pela Universidade de Oxford, publicada no site No Mínimo. http://nominimo.ibest.com.br/ procure a seção de Entrevistas.

2. VÍRUS GLOBALIZADO -

Queda nas exportações de frango já provoca centenas de demissões, principalmente na região sul do país. Estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) adverte para impacto econômico da doença, principalmente nos países em desenvolvimento. Integração global da economia eleva impacto de uma epidemia. (leia mais)
Brasil

Volta o problema do Xuxu (ou será Chuchu?), que posa de paladino da ética, mas que fazia a mesma coisa que critica no PT...só que está sendo desmentido e, como não alavanca sua candidatura, o próprio partido dele já está pensando em tira-lo da jogada...

Do portal Terra
O presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, desmentiu ontem o ex-assessor de comunicação do governo de São Paulo Roger Ferreira, ao afirmar que o banco estatal tratava da destinação de verbas publicitárias diretamente com Ferreira, por meio da gerência de marketing. O presidente do banco, vinculado ao governo paulista, também contrariou a defesa do próprio ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), segundo o qual "o governo do Estado não interfere em banco público" e "o critério de distribuição da mídia do governo é eminentemente técnico".

"O que cabe à diretoria do banco? Aprovar as políticas gerais de propaganda. Não cabe a mim dizer onde colocar os anúncios", disse o presidente, afirmando que a escolha dos veículos onde seriam feitos os anúncios da Nossa Caixa se dava diretamente entre a gerência de marketing do banco e o Sistema de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo (Sicom), subordinado diretamente à pasta de Roger Ferreira.

Mais três artigos corroboram o que estamos afirmando há algumas semanas. A campanha eleitoral que se avizinha promete ser a mais violenta de todos os tempos...E o terceiro artigo já mostra o que poderá acontecer com Lula caso venha a ser reeleito. É claro que a comparação que o autor faz é um pouco forçada, mas não deixa de ser interessante a leitura.

1. Ricardo Kotscho, do site No Mínimo, compara o Brasil ao oriente médio...

Será que alguém ainda se comove com a foto de Mohammed Salem, da agência Reuters, publicada no alto da primeira página da “Folha de S. Paulo” da última terça-feira - jovens palestinos carregando nos braços duas menininhas feridas após mais um ataque israelense na faixa de Gaza?
A repetição das cenas de dor e violência resultantes dos confrontos entre israelenses e palestinos estampadas nas capas de jornais do mundo todo, ano após ano, já faz parte de uma rotina trágica que parece não chocar mais ninguém.
Não sei se morre mais gente todo dia aqui ou no Oriente Médio pelas mais diferentes razões, que vão da intolerância religiosa ou racial às condições de vida das populações mais carentes, passando pelo narcotráfico e pelo crime muito bem organizado. Mas é certo que a indiferença diante da morte no atacado parece ser a mesma, tanto que matanças em série já nem merecem destaque nas primeiras páginas da nossa imprensa.
Enquanto isso, vão desaparecendo as fronteiras entre noticiário político e policial, de tal forma que as enxurradas de denúncias de corrupção e outros crimes não comuns são superadas umas pelas outras, causando mais desencanto do que indignação, logo passando a fazer parte da paisagem, sem chamar mais a atenção do distinto público.
Em meio ao tiroteio interminável entre situação e oposição para saber quem tem mais culpa no cartório dos malfeitos, o conflito político ganhou vida própria e entrou pela campanha eleitoral. A menos de seis meses das eleições gerais, o clima de beligerância chegou a tal ponto que já se compara placidamente esta campanha presidencial a um Fla-Flu, como se não estivesse em jogo o destino do país.
Não se discutem planos, propostas, um projeto nacional. Os analistas políticos já dão de barato que esta será uma “campanha sangrenta”, sem que ninguém se dê conta do que isso representa para a nossa jovem e frágil democracia, a duras penas conquistada. Até agora, as instituições democráticas e a estabilidade econômica resistiram à interminável crise política, mas até quando?
Numa longa entrevista de que participei na semana passada com o ex-ministro Ciro Gomes, a ser publicada no próximo número da revista “Caros Amigos’, ele constatava nunca ter visto violência igual em seus 30 anos de vida pública. Já não há mais mediação entre os agentes políticos, reparou ele, não há mais limites nem regras na guerra política. Até familiares de candidatos estão sendo atirados no centro de um ringue sem juiz.
Ciro nos chamou a atenção para o perigo iminente dessa escalada de intolerância, que mais adiante pode contaminar o eleitorado, deixando a “campanha sangrenta” de ser mera força de expressão para se tornar um risco real. Não que os candidatos resolvam matar uns aos outros, é claro. Mas, no momento em que se divide o eleitorado entre eleitores ricos com educação superior de um lado e, de outro, os pobres ignorantes mal informados para explicar os resultados das pesquisas, cria-se um cenário de confronto que uma hora pode sair dos confortos das colunas da imprensa e do Congresso Nacional para os botecos e as ruas da vida real.
Estão esticando a corda além do que o bom senso recomenda, detonando sem piedade biografias, vidas privadas, bem sucedidas carreiras profissionais. Neste clima de “ninguém presta”, cresce como mato em tempo de chuva a campanha do voto nulo, que já toma conta da internet como aconteceu no ano passado durante a campanha do plebiscito sobre o comércio de armas. A seguir nessa balada, entre mortos e feridos não se salvará ninguém, como acontece há décadas no Oriente Médio.
Tempos atrás, quando ainda havia clima para conversar, falei com amigos no governo e no alto tucanato sobre a necessidade de se defender um mínimo de civilidade na disputa eleitoral para preservar as instituições. Pelo jeito, fracassei no meu papel de bombeiro voluntário, mas acho que a gente poderia aproveitar esses dias de Semana Santa para refletir um pouco sobre o que cada um de nós é capaz de fazer para tornar o ar mais respirável e o convívio menos belicoso.

2. ELEIÇÕES 2006 - ANÁLISE
Sem disputa de rumos, eleição pode virar guerra de denúnciasAté aqui, a disputa não está centrada no debate de rumos gerais, mas sim em nuances do mesmo modelo. Assim, a diferença entre os candidatos tende a perder nitidez. Neste contexto, guerra de acusações pode ser o centro da campanha eleitoral. > LEIA MAIS Política 17/04/2006

3. Eleição presidencial de 2006 poderá repetir 1950
A campanha eleitoral presidencial de 2006, bem como seus desdobramentos, poderá lembrar as eleições de 1950, em que Getúlio Vargas, pelo voto popular, retornou à Presidência da República, tendo disputado contra os candidatos brigadeiro Eduardo Gomes (UDN), Cristiano Machado (PSD) e João Mangabeira (PSB).
Os adversários do presidente Getúlio Vargas, que desde a campanha o acusaram de corrupto, autoritário e de praticar assistencialismo, não deram trégua no segundo governo, levando o presidente ao suicídio em 1954. Os adversários do presidente Lula, igualmente, não lhe darão trégua alguma na campanha nem no segundo mandato, caso seja reeleito.
Naquela eleição, como nesta, a candidatura de centro, que poderia constituir-se na terceira via, foi traída por seu partido. Em 1950, o candidato do PSD, Cristiano Machado, foi abandonado pelo partido, que apoiou majoritariamente o candidato do PTB, Getúlio Vargas. Foi nessa época que surgiu a expressão “cristianizar”.
Neste pleito, igualmente, a tendência é que o partido de centro, o PMDB, que poderia se constituir em real alternativa de poder, ou não lance candidato ou “cristianize” seu candidato, apoiando o atual presidente ou mesmo o candidato da oposição.
As coincidências estão até nos preconceitos. Naquela época, o candidato da UDN, brigadeiro Eduardo Gomes, numa frase infeliz, disse que não precisava de voto de marmiteiro, ofendendo os operários, que votaram maciçamente em Getúlio Vargas.
Agora, FHC, o principal patrono da candidatura tucana, também numa frase infeliz, ofendeu os pobres do Brasil, ao dizer que as pessoas de origem humilde que ascendem socialmente ficam deslumbradas e vulneráveis à prática de corrupção.
Tal como em relação a Getúlio Vargas em 1950, o objetivo da atual oposição é de impedir um novo mandato para o presidente Lula. Se não conseguirem derrotá-lo no voto, vão propor seu impeachment, conforme antecipam os jornais com quase seis meses de antecedência do pleito.
Prudentemente, parece que a oposição desistiu de ir para as ruas pedir o impeachment do presidente nesse período pré-eleitoral e decidiu concentrar sua luta no campo institucional, dentro do Congresso, porque se o fizesse, muito provavelmente haveria resistência de setores dos movimentos sociais, fato que criaria um clima de instabilidade no País.
De qualquer modo, a julgar pelo clima político de agora, as eleições deste ano e um eventual segundo mandato do presidente Lula serão muito tumultuados.
* Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e Diretor de Documentação do DIAP.


O filosofo Leandro Konder, na Folha de São Paulo de 13 de abril, escreveu artigo muito interessante sobre esquerda e direita no Brasil.

Ninguém pode pretender negar diversos progressos no movimento da história. A humanidade, hoje, se beneficia de conquistas importantes na área da medicina, por exemplo. Podemos ser operados com anestesia, suavizar dores com analgésicos. Dispomos de meios de transporte rapidíssimos, helicópteros, aviões. Nossas casas têm luz elétrica, água encanada, esgoto. Vemos filmes, acompanhamos seriados na TV, ouvimos rádio. E, cada vez mais, utilizamos os computadores, a internet.
Tal como está organizada, a sociedade gira em torno do mercado, de acordo com um sistema que alguns chamam de “economia de mercado”, e outros, de “capitalismo”. Até hoje, não surgiu nenhum sistema tão capaz de fazer crescer a economia. As experiências feitas em nome do socialismo não manifestaram força própria suficiente para competir, no plano do crescimento econômico, com o capitalismo.
O modo de produção capitalista não tem vocação suicida, e nada indica que ele esteja a ponto de morrer de morte natural. Seus representantes na arena política recorrem à repressão quando necessário e fazem concessões quando conveniente. Os trabalhadores têm feito conquistas significativas, do século 20 para cá; visivelmente não sentem saudades do tempo em que eram obrigados a jornadas de trabalho de 12 horas.
Parte dos trabalhadores –mais que no passado- chega mesmo a integrar-se à burguesia. Esse, porém, é um caminho que só pode ser percorrido por poucos. Alguns progridem. Faz parte da lógica do sistema, contudo, que as massas permaneçam excluídas. A cooptação de setores da representação política das classes médias está sendo mais resoluta, mais eficiente. O individualismo característico dessas confusas camadas intermediárias as torna muito vulneráveis à sedução das classes dominantes.
Temos uma situação histórica favorável ao bloco conservador. Nas atuais condições, a direita vem administrando suas contradições internas. A política econômica do governo do PT, as posições neoliberais do PSDB e as diferentes tendências reunidas no PMDB tranqüilizaram a direita nos últimos anos. Tanto no PT como no PSDB e no PMDB os líderes posicionados um pouco mais à esquerda (não quer dizer que eles sejam de esquerda) foram marginalizados.
A esquerda está desarticulada. O naufrágio da União Soviética não arrastou só os partidos comunistas: mais de 15 anos se passaram, e o estilhaçamento ainda afeta dolorosamente diversas organizações socialistas.
No Brasil, o quadro é complexo, angustiante. Há pessoas de esquerda no PT, no PC do B, no PSB, no PDT e até no PSDB. Há muita gente de esquerda circunstancialmente sem partido. E há a valente iniciativa da senadora Heloisa Helena, o PSOL. Mas ainda não há um programa alternativo maduro que se contraponha à euforia do programa conservador, aplicado por gente que foi de esquerda e aplaudido pela direita.
Nas atuais condições em que exerce a sua hegemonia, a direita “moderada” conseguiu infiltrar seus critérios no discurso da esquerda “moderada”. Os “moderados” dão o estilo. O conteúdo é dado pela “leitura” oficial da economia.Antigamente, eram os marxistas que polemizavam em torno da economia, apoiados no “materialismo histórico”. Alguns chegaram a falar num “materialismo econômico”. Tinham a convicção de que estavam na crista de uma onda que os empurrava inexoravelmente para adiante, para promover a transformação das relações de produção e o crescimento das forças produtivas.
A fé determinista na dinâmica da economia contribuiu para que a esquerda tradicional, despreparada, sofresse contundentes derrotas. Duras lições da história política convenceram a esquerda a conviver com sua diversidade interna, em sua luta pela ampliação das liberdades e pela superação das desigualdades.
A economia é um nível essencial da realidade histórica; nela, os seres humanos agem, fazem escolhas, tomam iniciativas. Não há nada de inexorável em seus movimentos. Os marxistas se dispuseram, então, a discutir as motivações dos sujeitos que modificam a realidade objetiva. Passaram a debater idéias extraídas de Gramsci, Lukács, Adorno.
Curiosamente, no momento em que os marxistas (e, com eles, a esquerda em geral) sublinhavam a significação crucial dos valores, da ética, a direita assumia a centralidade da economia e passava a acreditar que possuía a chave da compreensão correta (e da solução) dos problemas que nos afligem no presente.
Essa chave é o instrumento simbólico mais eficiente da ideologia dominante (que, como dizia Marx, é sempre a ideologia das classes dominantes): é ela que insiste em nos convencer que as desigualdades sociais são naturais, que não há alternativa para o capitalismo, que o socialismo já foi tentado e fracassou. É ela que sustenta que as liberdades precisam se enraizar nas elites para depois, lentamente, chegar ao povão. Empunhando a chave, com a costumeira cara-de-pau, a direita pede paciência aos trabalhadores e promete que, com o tempo, eles vão se beneficiar de melhores condições materiais de cidadania, tal como aconteceu com as conquistas da medicina, os aviões e os computadores, que demoraram, mas vieram.
Permito-me perguntar: vieram mesmo?
Leandro Konder, 70, advogado, doutor em filosofia pela UFRJ, é professor titular de filosofia da educação da PUC-RJ. É autor, entre outras obras, de “Filosofia e Educação” (no prelo) e “História das Idéias Socialistas no Brasil”.

Mas o que conta mesmo é o ufanismo, não? Cesse tudo que a musa antiga canta que outro valor mais alto se alevanta. E bota alto nisso... lá na imensidão do espaço, numa estação orbital, um sorridente astronauta brasileiro ergue, orgulhoso a bandeira nacional. E a grande imprensa baba de satisfação por aqui...
Será que devemos ter, realmente, orgulho do “nosso” astronauta? O ilustre astrônomo Ronaldo Mourão parece discordar...

São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2006
Como um dos parceiros no projeto de construção da ISS (Estação Espacial Internacional), o Brasil assumiu o compromisso de construir algumas peças - ao custo de US$ 120 milhões. Além de dar treinamento, a Nasa se encarregaria de enviar Marcos Cesar Pontes ao espaço; tudo sem custo adicional.Sob o ponto de vista político, a Missão Centenário só terá repercussão no Brasil nas classes menos esclarecidas.
Entretanto, o Brasil não tem honrado o compromisso de arcar com os custos das peças,enquanto outros países fazem suas contribuições para a montagem da estação. Em conseqüência, os astronautas dessas nações têm prioridade para voar, e Pontes acabava sendo preterido, ficando sempre para o fim da fila. A situação se agravou com o acidente do Columbia, em 2003, quando a frota norte-americana de veículos espaciais foi desativada. O transporte para a ISS passou a ser feito com a espaçonave russa Soyuz. Esta, porém, tem tripulação de só três astronautas, enquanto a lançadeira comportava sete.
A redução do número de assentos fez com que a fila de espera em que estava Pontes aumentasse. O vôo de Marcos Pontes (444º astronauta ao espaço) é, na realidade, uma grande jogada eleitoreira do governo.

Ela não irá contribuir em nada para reafirmar o programa espacial brasileiro. Na realidade, Pontes poderia ir ao espaço em 2009, de graça, sem pagar os US$ 10 milhões, se o Brasil tivesse cumprido o acordo de construir algumas peças para a ISS. É mais importante cumprir essa tarefa do que enviar um brasileiro ao espaço, pois ela irá gerar um desenvolvimento tecnológico no Brasil. Muito mais importante é destinar recursos para tornar realidade nosso programa espacial. Há mais de 10 anos, o nosso veículo lançador de satélites, o VLS, está sofrendo uma "sabotagem governamental", pois as verbas foram reduzidas no fim do governo Sarney, que estabeleceu o acordo de colaboração espacial durante visita à China. Nosso programa espacial não será beneficiado com o vôo do astronauta brasileiro. Convém salientar que as críticas relativas à Missão Centenário não atingem Pontes, que, competente, vai levar a bom termo as oito experiências programadas. No entanto, os ganhos científicos serão muito reduzidos. Não são experiências prioritárias. Elas poderiam ser realizadas em 2009. Sob o ponto de vista político, a Missão Centenário só terá repercussão no Brasil nas classes menos esclarecidas. Aliás, a associação do envio do astronauta brasileiro com o vôo do 14 Bis vai colocar em evidência que o Brasil, em cem anos, sofreu um grande atraso. Naquela época, fomos os primeiros a controlar a dirigibilidade dos balões e a levantar vôo com um veículo mais pesado que o ar, graças à iniciativa de Santos Dumont. No presente, o governo gasta US$ 10 milhões para colocarmos um astronauta no espaço -sendo que mais de 30 países já o fizeram-, usando lançadores de outros países. Talvez seja por causa disso que não existe em relação ao astronauta o mesmo senso de patriotismo que envolve o feito de Santos Dumont. Na realidade, o que existe é certa euforia, e não patriotismo. É esse espírito que o governo atual quer captar para a sua reeleição. Criticar o gasto desnecessário não é falta de patriotismo. Ao contrário, é um ato de patriotismo -e até mesmo de coragem, durante determinados regimes. Na verdade, a falta de sensibilidade dos governos em relação à pesquisa científica e tecnológica no Brasil constitui um ato de desrespeito dos políticos com o futuro de nossa pátria. A Índia e a China já têm os seus lançadores há mais de dois decênios. Começaram seus programas na mesma época que o Brasil. A Índia vem lançando os seus satélites por meios próprios. A China foi o terceiro país a colocar um astronauta no espaço com seus lançadores. Não lançou nenhum homem no espaço com o auxílio de outro país. O importante é que as autoridades do governo do Brasil compreendam que o programa espacial é fundamental para a economia (o transporte de satélites é um comércio muito lucrativo) e para a segurança nacional, assim como para o progresso cientifico e tecnológico, tendo em vista o seu efeito nas mais diferentes indústrias, como na eletrônica. O atraso do nosso programa espacial já deveria ter provocado uma CPI sobre o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro. Quando a URSS colocou o primeiro satélite artificial em órbita, houve um questionamento por parte dos políticos norte-americanos para saber a razão pela qual os EUA não conseguiram fazê-lo com sucesso antes dos russos. Até o sistema de ensino foi questionado. No Brasil, se perdermos a Copa do Mundo, será uma verdadeira crise...
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, 70, astrônomo, doutor pela Universidade de Paris, é criador e primeiro diretor do Museu de Astronomia e Ciências Afins (RJ). É autor de mais de 70 livros, dentre os quais "Anuário de Astronomia 2006".


Robin Hood às avessas – José Paulo Kupfer, do site No Mínimo, mostra as injustiças do sistema tributário brasileiro, que arrecada mais dos pobres do que dos ricos...

Todo mundo está careca de saber que a carga tributária, no Brasil, é excessiva. Mesmo os carecas ficam com os cabelos em pé quando se lembram que o equivalente a quase 40% da produção total do país é desviado para os cofres públicos.
Há uma sensação generalizada de que o governo promove um ataque em pinça ao bolso do cidadão, sem uma contrapartida minimamente condizente com o que arrecada. Em resumo, é consenso que a carga tributária é alta, muito alta. Pelo menos uns 10 pontos percentuais acima da média das economias semelhantes à nossa.
Não existe vivente que discorde do fato de que os serviços de saúde, educação e segurança, entendidos como atribuições básicas do Estado e em nome dos quais, em teoria, se promove o butim tributário, são mais do que precários. Não é de hoje que se formou a convicção de que, no Brasil, tributa-se como na Suíça, mas o retorno sob a forma de bem-estar social propiciado por essa tributação se parece com o oferecido em Uganda.
Causa muito menos estridência, no entanto, o fato de que, além de ser alta, a carga tributária é muito, mas muito mal distribuída. A grita costuma aumentar quando o contribuinte se defronta, como agora, com a obrigação de fazer a declaração anual de imposto de renda. Alcançada pelas garras do leão fiscal essa parcela da população, que não chega a 10% do total, se sente vítima impotente de uma expropriação.
Não se trata de um sentimento fora de propósito. Só que, quem quiser que não acredite, esse grupo de brasileiros com alguma renda para ser taxada, do ponto de vista tributário, é privilegiado. Qualquer sistema tributário que mereça o nome obedece ao princípio segundo o qual quem pode mais paga mais. Não no Brasil. Aqui paga mais impostos quem pode menos. Talvez porque a voz das maiores vítimas quase nunca seja ouvida, disso se fala quase nada.
Se a carga tributária média anda beirando sufocantes 40% da renda, o que dizer da constatação de que, para os que recebem até dois salários mínimos, a carga vai a 49% da renda, enquanto os que ganham acima de 30 mínimos suportam uma carga de 26%? Com requintes de ineficiência: consideradas as diversas faixas de renda, a inversão obedece a uma escala perfeita, taxando mais forte na exata e inversa medida da renda. Dá a impressão de que, se algum gênio tributário fosse contratado para fazer esse serviço sujo, jamais alcançaria tal precisão.
O “milagre” acontece porque contribuições, taxas e, principalmente, impostos indiretos têm, no sistema tributário brasileiro, um peso muito maior do que os impostos diretos. Como mostra um estudo recentíssimo da Fipe/USP, realizado sob encomenda da Federação de Comércio paulista, os impostos indiretos, cobrados de forma uniforme de ricos e pobres, no consumo de produtos, respondem por 90% da carga tributária dos mais pobres e por menos de 60% do que é pago em impostos pelos mais ricos.
O santo que faz o milagre acontecer é a combinação perversa de pobreza com má distribuição de renda. Como a soma das rendas não é lá essas coisas, os governos descobrem que, para arrecadar mais, têm de cobrar impostos sobre o consumo, o faturamento, a folha de pagamento.
Isso também explica por que, no Brasil, entre outras distorções tributárias, os alimentos são tão duramente taxados, sobretudo nas regiões mais pobres, com a carga média sobre a comida chegando perto de 25%. A lógica econômica informa que, quanto mais baixa a renda, maior tende a ser, proporcionalmente, o consumo de bens essenciais, princípio que vale tanto para as pessoas e famílias como para as sociedades.
Vai daí que, se não embutirem impostos nos alimentos e outros bens essenciais, do que viverão os estados? É o fim da picada, mas faz sentido. Assim, caímos num círculo vicioso e não mais sabemos se o sistema é distorcido porque a renda é concentrada ou se a renda concentrada leva à distorção.
Sistemas tributárias são como impressões digitais das sociedades. Robin Hood às avessas, o sistema tributário brasileiro faz parte da famigerada lista de peculiaridades tupiniquins que contribuem para manter concentrada, década após década, a renda pessoal e regional.

Zuenir Ventura no site No Mínimo: afirma: Presídio não, escola sim! Uma crítica aos projetos daquele menino que é secretário de segurança da própria esposa, num estado que hoje brinda o país com as maiores cenas de violência... e que pretende virar presidente!!! Socorro!!!

O governo do estado do Rio quer construir em Nova Friburgo um Presídio-Casa de Custódia para abrigar uma população inicial de 500 presos de toda a região. A cidade está se mobilizando contra a idéia, argumentando que uma prisão desse porte “fará a violência aumentar, atraindo quadrilhas e comparsas dos bandidos presos que virão para Nova Friburgo”. A campanha “Presídio não” pergunta por que em vez disso o governo não traz para a cidade um hospital, uma universidade estadual, projetos para geração de empregos e, principalmente, mais escolas?
Sabe-se que hoje a educação não é só uma questão cultural, mas também econômica e social. Ela é uma das soluções preventivas contra a criminalidade. Em países onde o governo construiu escolas em vez de presídios, os níveis de delinqüência juvenil diminuíram significativamente. A repórter Ciça Guedes entrevistou os economistas Sergio Guimarães Ferreira e Fernando Veloso, que acabam de publicar o livro “Rompendo com o marasmo”. Eles mostram como é possível reduzir os índices de criminalidade com políticas de incentivo aos jovens para que concluam o ensino médio.
Entre os dados inquietantes, há este: em tempo de permanência na escola, o Brasil se coloca em último lugar num ranking de cinco países com renda e características culturais semelhantes ao nosso. Nossos jovens entre 15 e 17 anos de idade só ficam na escola 4,9 anos, abaixo da Costa Rica (6,1), México (7,2), Argentina (8,8) e Coréia do Sul (10,8). Considerando que nesse quadro são precisos dez anos para se avançar um, pode-se calcular o tempo que vamos levar para alcançar, por exemplo, a Argentina. Somos a Coréia do Sul dos anos 70, o México dos 60 e os EUA dos 20 (onde a média de permanência agora chega a 12,1 anos). O pior é que, como sempre invertendo prioridades, continuamos gastando mais com o ensino superior do que com o fundamental, enquanto aqueles países universalizaram primeiro o ensino fundamental e médio para só depois, nos anos 90, fazerem o mesmo com o nível superior.
Os friburguenses não entendem por que o casal Garotinho não leva escolas para a cidade em vez de cadeia. O Rio é um dos poucos estados que não pode alegar falta de recursos para isso. Só com a recente inauguração da plataforma P50, o governo do estado vai receber por ano R$ 240 milhões a mais de royalties do petróleo. A resposta pode ser outra. Segundo as pesquisas eleitorais, Garotinho teria, como candidato a presidente da República, três vezes mais votos entre os eleitores de baixa escolaridade. Escola pra quê?
Num de seus últimos programas de rádio, “Palavra de paz”, de grande audiência, um ouvinte do Paraná deu o testemunho de que foi curado de conjuntivite depois que pediu uma oração a Garotinho. “De um dia para o outro o olho estava bem sequinho”, revelou. Há “curas” também para pedra nos rins, problemas cardíacos e até homossexualismo. Em meio a esses pedidos há muitos para que ele seja eleito presidente da República. Claro. Se ele já opera essas curas aqui embaixo, na planície, imagina quando chegar lá em cima, no planalto


Nuestra América

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Emir Sader
Mário Maestri afirma que a vitória dos milhões de franceses que foram às ruas contra a Lei do Emprego do primeiro ministro Villepin fez o neoliberalismo tremer. Será que foi isso mesmo? Vamos ver os argumentos dele.
A França se levanta e saboreia vitória - Por Mário Maestri
Instala-se na população francesa a consciência de que os contratos temporários, corte de direitos, diminuição de salário, privatizações, desregulamentação etc., objetivam maximizar os lucros à custa dos trabalhadores. Em 2005, a população francesa rejeitou simplesmente a constituição neoliberal da UE.Leia http://www.novae.inf.br/pensadores/derrota_neoliberalismo.htm

Notícia curta, da agência Estado:

A Alemanha adotará medidas para abrir os arquivos nazistas sobre o Holocausto para historiadores e sobreviventes, anunciou ontem a ministra da Justiça, Brigitte Zypries. Ela disse que a Alemanha trabalhará em parceria com os EUA para tornar públicos 30 milhões de documentos guardados na localidade alemã de Bad Arolsen


Noticias
1.Vagas para professores de Historiografia/UFU
A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) abre concurso para preenchimento de 2 vagas para professor na área de Historiografia. As inscrições estarão abertas entre 24 e 28/4/2006. Mais informações em www.ufu.br ou pelo e-mail: inhis@ufu.br.
2. Concurso para Professor de Historia Econômica/FEA-USP
Estão abertas ate' 12/5/2006 as inscrições do concurso para professor de Historia Econômica na Faculdade de Administração e Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Somente poderão candidatar-se os portadores do titulo de Doutor. Mais informações em www.anpuh.org/Concursousp.htm
3. Vagas/UNITINSA
Universidade Federal do Tocantins (UNITINS) abre concurso para preenchimento de vagas para professor auxiliar, assistente e adjunto. As inscrições estarão abertas de 14 a 24/4/2006, e poderão ser realizadas exclusivamente via internet em www.uft.edu.br Edital e outras informações sobre as diferentes áreas atendidas estão disponíveis no site.
4. IV Congresso Internacional do Barroco Ibero-Americano/UFMG
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) realizara', nos dias 1,2 e 3/11/2006, o IV Congresso Internacional do Barroco Ibero-Americano. As inscrições para apresentação de trabalhos estão abertas ate' 30/4/2006, e as inscrições para ouvintes, ate' 1/11/2006. Mais informações em www.fafich.ufmg.br/cibi2006.
5. Foi lançada a versão 2006 do Programa Educação de Chico Mendes.
Com este projeto, o MEC visa “dar continuidade à construção permanente da educação ambiental e à promoção de um círculo virtuoso na busca do conhecimento, pesquisa e geração de saber”, segundo divulgação de sua assessoria de imprensa, “além de ações transformadoras a partir das escolas e das comunidades locais”.
O Programa prevê um apoio financeiro, proveniente das Ações Educativas Complementares, para projetos de grupos de escolas de um mesmo território que encontrem-se em articulação para promoção de ações em prol do meio ambiente, com recursos disponibilizados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.
Além de ações diretas na comunidade escolar e seu entorno, serão contempladas formação de professores e alunos, assim como a elaboração da Agenda 21 nas escolas e a criação das Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida - Com-Vidas.
Até o dia 30 deste mês podem ser encaminhados projetos ao FNDE. Uma cópia deve ser enviada também para a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade - SECAD -, responsável técnica pelos projetos. O MEC, por meio de sua Coordenação Geral de Educação Ambiental, promove um debate interativo nesta quarta-feira, 19, a partir das 14h, para esclarecer dúvidas. Antes mesmo do início do debate, os interessados podem enviar suas perguntas e acompanhar a discussão pelo endereço: http://adi.proinfo.mec.gov.br
Livros e revistas
1. O numero 59 da revista digital Espaço acadêmico já esta' disponível em www.espacoacademico.com.br
2. Foi lançado primeiro numero do boletim de Historia Emblemas. Esse boletim semestral é uma realização do Grupo de Pesquisa Narrativas e Imagens do Brasil do curso de Historia da Universidade Federal de Goiás (UFG). Mais informações pelo e-mail: juliobentivoglio@gmail.com.
3. Edição 2 de "História, imagem e narrativas"
Já está no ar a segunda edição de nosso periódico semestral, contando com cinco artigos e uma resenha (ver títulos e autores abaixo) totalizando 143 páginas, além de uma novidade em arquivo de áudio para download.
http://www.historiaimagem.com.br
a- A Taula de Sant Miquel (séc. XIII) do mestre de Soriguerola
(Baixa Cerdanha - Catalunha)
Prof. Dr. Ricardo Luiz Silveira da Costa - Professor adjunto de História Medieval - Ufes
Carolina Bianchi dos Santos - História, PIVIC/Ufes
b- Em busca de uma cidade ideal: Representações de poder no Rio de Janeiro do Vice-Reinado
Denise Maria Deodato Silva - Mestranda em História Política - IFCH/UERJ
c- Análise historiográfica da primeira visitação do Santo Ofício da Inquisição ao Brasil (1591-5)
Fernando Gil Portela Vieira - Mestrando, PPGH/UFF
d- Augusto Malta e o olhar oficial - Fotografia, cotidiano e memória no Rio de Janeiro – 1903 / 1936 Fernando Gralha de Souza - Mestrando, UFJF/PPGHIS
e. As mil faces do herói: o mito, o cavaleiro e suas razões androcêntricas nas HQ’s de aventura
Carlos Manoel de Hollanda Cavalcanti - Mestrando - UFRJ/PPGHC
f- RESENHA:
IMAGENS NÓRDICAS. Resenha de GRAHAM-CAMPBEL, James. The Viking World. London: Frances Lincoln, 2001. Ilustrado, 220p.
Prof. Dr. Johnni Langer - Pós-doutorando em História Medieval pela USP, bolsista da FAPESP.
4. A edição nº 37 da revista Fórum tem uma entrevista exclusiva com Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Política Externa da Presidência da República e um dos principais intelectuais do PT. Ele trata com transparência os temas internacionais e tece críticas à política econômica conduzida pelo ex-ministro Antonio Palocci. Garcia também discute a relação entre o PT e o governo e vaticina: "não precisamos de um partido de presépio'" Na entrevista Marco Aurélio diz que a oposição ainda sonha com a Alca e com o retorno do ciclo de privatizações. Perguntado se a política de integração continental seria mantida num governo de direita, Garcia é enfático na resposta: "Não (...). Nós vamos enfrentar uma turma de riquinhos. E isso não é uma tarefa para esse pessoal da Daslu." Para ler mais ou conhecer a revista, visite o www.revistaforum.com.br

Dossiê Dia do Índio
Hoje, 19 de abril, é o dia do Índio. Relaciono abaixo alguns sítios interessantes para quem leciona e mesmo para todos aqueles que se interessam pelos antigos donos da terra.