Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

3.1.07

Número 072


EDITORIAL

Dois assuntos principais no boletim de hoje. O primeiro, discutido aqui no Editorial: a morte de Saddam Hussein. Independente de ele ter sido o ditador que foi, causa um certo espanto verificar que em pleno século XXI ainda se use a pena de morte da maneira que foi utilizada. E mais, ver que determinados “líderes” políticos aplaudem isso é o mais surpreendente.

Começo com uma citação do blog do Paulo Henrique Amorim:

George W. Bush, qui ne sait ni pourquoi maintenir ses 140 000 soldats en Irak ni comment les retirer, a salué l'exécution de Saddam Hussein comme "une étape importante sur le chemin de la démocratie". C'est une conception de la démocratie. Elle n'est pas la nôtre. " (do jornal Lê Monde)

Traduzindo: George W. Bush, que não sabe nem por que manter seus 140.000 soldados no Iraque nem como os retirar, saudou a execução de Saddam Hussein como “uma etapa importante no caminho da democracia”. Esta é uma concepção de democracia. Ela não é a nossa.
Creio que isso diz tudo.

Leia no portal Terra a posição de vários países e entidades a respeito do enforcamento de Saddam Hussein. Não transcrevo aqui em virtude das restrições à reprodução existentes no portal.
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1324444-EI8137,00.html

No site da Agência Carta Maior, um artigo do editor a respeito da morte de Saddam: (clique na ementa para abrir a matéria)

O assassinato de Saddam Hussein

Nada há para lamentar quanto a Saddam Hussein e sua trajetória. Mas ele merecia um julgamento em corte internacional. E merecia ser julgado por todos os seus crimes, não apenas que se aproveitasse o primeiro julgamento para enforcá-lo às pressas. - 31/12/2006

O segundo assunto é o clima de barbárie vivido pelos cariocas na semana passada, e que fez relembrar o que os paulistas vivenciaram há alguns meses. Alguns artigos discutem essa questão, na seção Brasil.


FALAM AMIGOS E AMIGAS

1. Professor Ricardo obrigado pelo carinho e dedicação; que 2007 seja repleto de saúde, paz e prosperidade para vc e toda a família,
abraço Vanderlei J. Silva

2. Muito Obrigado pelos boletins enviados, a cada dia que passa está melhor, um feliz ano novo.
Vander Peron

FALANDO DE HISTORIA

30 ANOS DEPOIS

Ato relembra massacre da ditadura contra líderes do PCdoB

No dia 16 de dezembro de 1976, João Batista Franco Drummond, Ângelo Arroyo e Pedro Pomar morreram durante ação dos militares na Lapa. Em ato em São Paulo, familiares de mortos e desaparecidos cobram punição dos responsáveis. > LEIA MAIS Direitos Humanos

BRASIL

1. Flávio Aguiar

Confrontos no Rio

Nova situação criada no Rio de Janeiro, surgida diante da expectativa de alteração na área de segurança, levanta uma discussão crucial para o futuro desta questão na sociedade brasileira – e de seu futuro como um todo. - 29/12/2006

2. Ainda sobre os confrontos verificados no Rio de Janeiro, Alberto Dines, do Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br) fez uma análise interessante. Eu recomendaria a todos a leitura de Guerra Civil, de Hans Magnus Enzensberger, que já recomendei quando tivemos o problema do PCC em São Paulo. Creio que a idéia de uma “guerra civil molecular” ainda é capaz de fornecer subsídios para o entendimento dessas questões que estão se repetindo, e não apenas no Brasil. Enfim... leia o que Alberto Dines escreveu:

VIOLÊNCIA NO RIO

Banditismo ou narcoterrorismo, a questão é política
Por Alberto Dines em 30/12/2006

O último debate travado na mídia americana a respeito do banho de sangue no Iraque foi rigorosamente semântico: "Guerra civil ou resistência?". Para a Casa Branca, uma guerra entre xiitas e sunitas (guerra religiosa, portanto civil) equivalia ao reconhecimento do seu fracasso. Mas a opção contrária (resistência à intervenção americana e ao governo iraquiano) é prova do mesmo malogro. A semântica, como se sabe, não resolve problemas, no máximo ajuda a formulá-los.
Na sua coluna de sexta-feira (30/12), na primeira edição do Globo (pág. 4) depois dos ataques das facções criminosas ao Rio de Janeiro, o analista Merval Pereira preferiu usar o genérico "violência" no lugar de "terrorismo".
Terrorismo, segundo ele, teria uma conotação política, já o banditismo representa a luta pelo poder no submundo do tráfico de drogas & afins. O que aconteceu em SãoPaulo a partir de maio de 2006, e agora se repete no Rio, é muito mais do que isso.
A discordância deste observador não é semântica, mas essencialmente técnica: o banditismo é uma forma de luta ostensiva contra o poder do Estado e contra os paradigmas do Estado de Direito. É, pois, uma ação política inequívoca, mesmo que expressa sem palavras ou manifestos, apenas através da brutalidade.

Cobertura desvalorizada

O que talvez facilitasse a compreensão do fenômeno do banditismo contemporâneo seria a sua caracterização como banditismo de massas, irrestrito e indiscriminado, subproduto do conceito de guerra total, ainda que servida por armas convencionais. Por enquanto.
Este banditismo de massas, diferente do formato e da dimensão da Cosa Nostra, gesta-se nos grandes desvãos da exclusão social e urbana, atende às demandas de todos os segmentos (inclusive políticos e empresariais) e seu principal vetor é o narcotráfico.
A melhor maneira de caracterizar o fenômeno que nos ameaça e ameaça grande parte da América Latina seria enquadrá-lo na chave geral do terrorismo, capítulo narcoterrorismo. Só assim estaremos aptos a entender a gravidade das burradas políticas cometidas pelo quase-ex-governador Cláudio "Já Vai Tarde" Lembo quando recusou a ajuda federal para enfrentar os motins organizados pelo PCC. E só assim estaremos aptos a avaliar a decisão política do governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, de assumir que poderá solicitar a ajuda federal depois de empossado.
A discussão não é semântica, mas taxonômica. Sem descrever, classificar e identificar uma situação crítica será impossível encontrar os meios para acompanhá-la (no caso da imprensa) ou enfrentá-la (no caso das autoridades).
Na fase final do regime militar, a imprensa brasileira fez a opção pelo mercado e entregou-se à obsessão novidadeira. Neste delírio perdeu a noção das pautas permanentes e desgarrou-se dos compromissos com o interesse público. Esqueceu os repórteres e apostou nos colunistas.
A cobertura dita "policial" livrou-se dos velhos setoristas que cobriam as delegacias e hospitais, até ganhou dimensão pelo volume das ocorrências, mas continua confinada às páginas ou cadernos locais, geralmente mirrados. Em ocasiões excepcionais (cada vez mais freqüentes) recebe tratamento VIP que logo evapora.

Tarde demais

Falar em segurança é desagradável, cria inseguranças. Nossa mídia está sendo treinada pelos anunciantes para apostar em futilidades, modismos, leveza. Nas redações criou-se a convicção de que a questão da violência deixa de ser palpitante e crucial para se transformar em chata quando tratada por especialistas.
Prova disso é a edição da Folha de S.Paulo de sexta-feira (29/12), com a extensa cobertura da onda de violência no Rio. No alto das cinco páginas ("Cotidiano", págs. 3-7) vistosos destaques com frases de gente famosa: entre as dez celebridades escolhidas para se pronunciar apenas um deputado e um ex-ministro/economista: as outras oito foram escolhidas no fascinante mundo do entertainment e do jet-set. Nada contra sua condição ou fama, mas a seleção poderia ser demograficamente mais equilibrada.
O problema da violência, banditismo ou narcoterrorismo (qualquer que seja o nome adotado) está entre as prioridades dos eleitores, mas raramente é exposto nos cadernos nobres ou nas páginas de política. É eminentemente político tanto pelo viés de um Cláudio Lembo como pela ótica de um Sérgio Cabral. Mas não merece a mesma continuidade das coisas da política.
A recente serie de reportagens do Globo, denunciando as milícias paramilitares que no Rio e no interior do estado disputam com as diferentes facções o controle de morros e favelas, teve alguma repercussão mas não conseguiu impor-se diante da vocação geral para a inércia e a preocupação com as variedades.
O tema das milícias foi tardiamente reavivado na manchete do Globo da sexta-feira (29). Tarde demais, o que deveria funcionar como advertência transformou-se em fato consumado:
** "Facções se unem contra as milícias e levam terror ao Rio"
CQD. Como Queríamos Demonstrar
.

3. No mesmo Observatório da Imprensa, uma explicação mais detalhada e clara do que são essas milícias. Quem escreveu foi Carlos Brickmann.

ATAQUES NO RIO

O nome não importa. O sobrenome é morte
Por Carlos Brickmann em 30/12/2006

A delegada e deputada eleita Marina Magessi (PPS-RJ) defende as milícias particulares que, segundo diz, estão destruindo o tráfico nas favelas cariocas. A imprensa noticia com tranqüilidade que as milícias, formadas basicamente por ex-policiais, tomaram a favela Boogie-Woogie, na Ilha do Governador, no Rio, e preparam a invasão de outros morros, para expulsar os traficantes. A imprensa levanta também a possibilidade de que a violência do crime organizado, que matou cerca de 20 pessoas no Rio na quarta-feira (27/12), seja uma reação à atividade das milícias.

A julgar pela imprensa, essas milícias são uma beleza! Enfim, alguém com coragem para enfrentar o narcotráfico e o crime organizado! Só que os meios de comunicação padecem de um problema recorrente: a falta de memória. O Rio já teve grupos de policiais com grande autonomia (os Homens de Ouro, a Scuderie Le Coq). São Paulo teve os justiceiros e o Esquadrão da Morte. Deu no que deu.

Imagina-se que estes grupos sejam financiados por empresários empenhados em acabar com o crime; imagina-se que, sem os obstáculos e demoras da Justiça e da Lei, liquidem os criminosos mais perigosos e tragam paz e tranqüilidade aos cidadãos de bem.

Na prática, como atuam fora da lei, esses grupos contribuem para aumentar o número de crimes; na prática, são financiados por bandidos ricos que pretendem eliminar seus inimigos. Na vida real, são criminosos de aluguel, bem armados, bem financiados, sanguinários. Chamem-se Justiceiros, Scuderie, Esquadrão, Homens de Ouro, poderiam chamar-se apenas "assassinos".

Muita gente acha que é isso: para reduzir o crime, só usando os mesmos métodos dos criminosos. Ou, na frase do policial fluminense Sivuca, bandido bom é bandido morto. Mas, se fosse assim, não haveria crime no Brasil. A polícia de São Paulo mata mais gente por dia do que os policiais de Nova York matam por ano. Nunca adiantou: a insegurança pública é visível. A polícia japonesa é dura, mas mata pouco – e lá o crime se mantém num nível baixo.

Excetuando-se uns poucos repórteres, com destaque para Percival de Souza, os meios de comunicação ainda não se dedicaram a analisar estes crimes em nome da lei. Combater o crime exige firmeza, tecnologia, gestão. Brutalidade é outra coisa. Na luta do crime contra o crime, quem sofre é o cidadão de bem.

4. E Xico Vargas, no site www.nominimo.com.br, faz mais críticas contundentes à situação provocada pelo casal Garotinho:

A guerrilha urbana que aterrorizou o Rio na última semana do ano não é só resposta de traficantes à invasão de favelas por milícias que os expulsam. E se for, tem importância apenas relativa. A questão não é essa. O que esse terrorismo indica é o choque entre dois estados paralelos. É isso: temos um novo estado paralelo, que cresceu sob o encolhimento do estado de direito, como há muito vem fazendo o tráfico.

O governo - que só depois de oito anos o eleitor decidiu enxotar de volta para casa - desarmou as defesas da sociedade. Tirou os telefones da polícia, deu-lhe um sistema de comunicações onde qualquer ladrão de galinhas entra, ouve e fala, e condenou policiais a alvos de aprendiz de bandido. Senta-os num carro sem motor ou combustível numa avenida qualquer e chama isso de visibilidade. É o mesmo governo que tirou do comando o coronel que botou a boca no trombone depois de ouvir um pedido indecente de um secretário de estado. Esse governo desmoralizou a polícia.

As milícias, que tanto escândalo causam agora, são velhas conhecidas dos governos do Estado e do município. Na favela Rio das Pedras, onde a mais antiga está há pelo menos 20 anos, sempre foram bem recebidos juízes, secretários de estado e políticos vários, além de graduadas figuras das polícias Civil e Militar. Em todas as comunidades hoje controladas por milícias é saudado por faixas o apoio do deputado federal Rodrigo Maia, filho do prefeito. A polícia sabe disso como também o sabem os governadores, o prefeito, a Polícia Federal e o ministro da Justiça.

Por isso, importam pouco as causas ou o vencedor da guerra que botou em pânico o carioca nos últimos dias do ano. A sociedade já a perdeu. Se o tráfico de drogas for sufocado, reduzido à expressão mínima (o que é bom), quem sufocará as milícias? A polícia? Teremos então uma guerra da polícia contra a polícia? Pior: quem convencerá as pessoas que só pensam em livrar-se do tráfico de que o que muda é só o tipo de crime? Quem explicará que a mudança não se limita a um bando de negros e pobres que passarão a ser achacados nas favelas?

E isso é só o início do novo ano, leitor. Felicidades.

5. Ambientalistas pedem veto a MP que facilita transgênicos

Movimento socioambientalista pede ao presidente que evite a liberação do algodão transgênico da Monsanto e a redução do quorum da CTNBio. Comissão é impedida de votar liberação de milho da Bayer na última reunião do ano. > LEIA MAIS Meio Ambiente 26/12/2006

• Câmara facilita liberação de transgênicos


NUESTRA AMERICA

1. UM ANO DE EVO MORALES

Presidente defende autonomia para ‘reunificar’ Bolívia

Ao ler as últimas pesquisas, o mandatário indígena ficou convencido de que a única maneira de afiançar seu projeto político é atrair o arredio oriente boliviano para o seu lado e de que vai atingir esse objetivo somente se ele mesmo levantar a bandeira da autonomia. > LEIA MAIS

2. PERGUNTAS E RESPOSTAS

Galeano e Chomsky discorrem sobre os EUA e a América Latina

Confira as respostas de duas personalidades proeminentes na América - Eduardo Galeano, escritor e pensador uruguaio, e Noam Chomsky, professor do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT) - a um questionário enviado pela BBC Mundo. -

NOTICIAS

1. O Programa de Pós-Graduação em História (Mestrado) da Universidade Federal de Ouro Preto torna pública a abertura das inscrições para o processo seletivo de 2007. Área de concentração: Estado, Região e Sociedade; linhas de pesquisa: 1) Sociedade, Poder e Região, 2) Estado, Identidade e Região.As inscrições serão realizadas entre 22 de janeiro e 09 de fevereiro de 2007 na secretaria do departamento de História, Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal de Ouro Preto, campus Mariana, entre 10h e 16h.Maiores informações no site da UFOP:www.ufop.br

2. III ENCONTRO DE ESTUDOS ROMANOS:Roma e a Interação com as Sociedades da Antiguidadede

09/04/07 à 13/04/07.

Inscrições, toda terça e quinta de 14:00 às 18:00 h no Nea-Uerj sl 9030a tel: 2587-7295 Ouvinte: R$ 15,00 de 04/01/07 até 05/04/07

Comunicadores: R$ 20,00 com publicação de 04/01/07 até 22/03/07

entregar material impresso e em disquete, em até 10 laudas com bibliografia. Regras de formatação da ABNT

LIVROS E REVISTAS

1. Nas bancas o nº 39 da revista História Viva. Traz um especial sobre Alexandria e os novos achados arqueológicos e um dossiê sobre Che Guevara, o homem por trás do mito. Artigos sobre Leopold Senghor, o arauto da negritude – O que o ocidente deve ao Islã – Dürer, um gigante à luz da Reforma – A versão brasileira da Juventude Hitlerista – Os jornais alternativos que enfrentaram a ditadura – Lampião: o desafio do “governador do sertão”.

2. Nas bancas o nº 15 da Revista de História da Biblioteca Nacional. José Murilo de Carvalho escreve sobre Todos os Nomes do Brasil. Ainda, artigos sobre Brasilia, a correspondência entre Manuel Bandeira e Ribeiro Couto, a vanguarda militante do pintor Antônio Manuel, os amuletos mágicos e profanos, o primeiro projeto constitucional brasileiro, os hospitais do século XIX, o charme da contrabandista Joana d´Entremeuse, estratégias de sobrevivência da classe média em São Paulo, os enforcados da Conjuração Baiana, o humor é o caminho para dinamizar as aulas de história, maçons: pedreiros do inferno. Entrevista com Vitor Serrão.

3. História e Luta de Classes nº 03
Escravidão, Historiografia e Luta de Classes
Maria do Carmo Brazil – Mário Maestri – Pedro Paulo Funari – Théo Loubarinhas Piñeiro
Custo da Revista R$ 15,00, mais R$ 3,40 de despesa de Correio mais R$ 2,90 taxa bancária para emissão do Boleto do Banespa. Total R$ 21,30.
Para adquirir esta revista enviem seu e-mail juntamente de seu endereço postal para o seguinte e-mail: hlc03@portalpopular.org.br
Indique, também o melhor dia para pagar o boleto.
Logo chegará no seu computador um e-mail para imprimir o boleto de pagamento. A seguir enviaremos pelo correio a encomenda com a revista.

4. Uma notícia ruim: a revista Nossa História, depois de 38 números, deixa de circular. No site do Observatório da Imprensa, Mauro Malin postou uma explicação da redatora da revista:

Editora faz balanço da Nossa História
Postado por Mauro Malin em 2/1/2007 às 9:33:10 AM


Cristiane Costa foi a última editora da revista Nossa História, fechada no fim do ano. Ela lamenta que agências de publicidade tenham considerado pouco comercial a revista. Cristiane escreveu para o Observatório da Imprensa o seguinte balanço da trajetória da Nossa História.
“Durante três anos, ou 38 números, a revista Nossa História aproximou o grande público de um grande tema. Agora, em dezembro de 2006, publicou seu último número. Foi uma decisão empresarial que surpreendeu a redação. Mas que tem sua razão de ser uma vez que, mesmo com alta vendagem, era considerada pouco comercial pelas agências de publicidade. Cultura até vende revista, e o número de exemplares vendidos em banca da Nossa História oscilava entre 35 mil e 60 mil, dependendo da capa, mas não vende jóias, cosméticos, carros, acreditavam os anunciantes. Sem anúncios, a Nossa História se tornou um empreendimento pouco comercial e era quase um mecenato sem Lei Rouanet. Teve uma vida até muito longa, se pensarmos nestes termos.
Mesmo cumprindo plenamente sua função social: apresentar ao grande público, formado por estudantes, professores, advogados, médicos e até meu guardador de carro – que sempre me pedia um exemplar – o que de mais moderno vem sendo pesquisado nas nossas universidades, a revista Nossa História agora chega ao fim. Nestes três anos, desfez mitos, apresentou temas inéditos, desnaturalizou velhas certezas. E mostrou que a História tem muito a esclarecer sobre o presente do Brasil.”



FILMES HISTÓRICOS

91. Entre o Céu e a Terra - Guerra do Vietnã ****

92. Platoon - Guerra do Vietnã ***

93. Apocalypse Now - Guerra do Vietnã ***

94. Nascido Para Matar - Guerra do Vietnã **

95. Pecados da Guerra - Guerra do Vietnã **

96. O Franco Atirador - Guerra do Vietnã ***

97. Hair - Guerra do Vietnã/Movimento hippie *****

98. Culpado por Suspeita - Macartismo ****

99. Cine Majestic - Macartismo ***

100. Cidadão Chon - Macartismo **

101. As Bruxas de Salém - Inquisição/Macartismo ****

102. Dr. Fantástico - Guerra Fria - sátira ***

103. Código de Ataque - Guerra Fria ***

104. Qualquer um do 007 (dos antigos) - Guerra Fria (o vilão é sempre russo...) *

105. Eleni - Guerra civil (Grécia) **

106. Z - Totalitarismo grego ***

107. Luta por Igualdade - EUA – anos 20/30, sindicalismo, conflitos raciais **

108. FIST - Sindicalismo – EUA, década de 30 ***

109. Malcom X - EUA - séc. XX (conflitos raciais) **

110. Mississipi em Chamas - EUA – séc. XX (conflitos raciais) ****

111. Uma História Americana - EUA – séc. XX (conflitos raciais) ***

112. JFK - A Pergunta que não quer calar - EUA - década de 60 *

113. Os 13 dias que abalaram o mundo - Crise dos mísseis – Cuba, 1962 ***

114. Nixon - EUA - década de 70 **

115. Todos os Homens do Presidente - EUA - década de 70 **

116. Rambo III - EUA – década de 80/invasão soviética no Afeganistão *

117. Faça a Coisa Certa - EUA – década de 80 (conflitos raciais) ***

118. Todos a Bordo - EUA – década de 90 (conflitos raciais) ****

119. Pão e Rosas - EUA – década de 90 (imigração ilegal) ****

120. Nova York Sitiada - Terrorismo – década de 90 ***