Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

23.1.08

Número 123




EDITORIAL

Começo este Boletim com uma nota triste. Hoje cedo, minha ex-aluna Cláudia Adriane Torres me telefonou, pedindo que inserisse aqui a notícia do falecimento de um seu colega de turma, pois ela não tinha como avisar a todos, e como a grande maioria lê o Boletim, todos poderiam ficar sabendo.

* Rogério Wagner de Oliveira Tonaco
* Turma de História UNIBH - 2000 a 2003.
* Falecido em 21/01/2008
* O corpo foi cremado ontem dia 22/01/2008 no Cemitério Parque Renascer em Contagem.
Fui professor do Rogério e lamentei muito ter sabido de seu falecimento. Lembro-me bem dele, sentado meio de lado, costas para a janela e anotando tudo com atenção nas aulas, participando ativamente dos trabalhos, ora meio apavorado com a quantidade de leituras que tinha de fazer, ora brincando com o grupo,mas sempre otimista. Pena que tenha ido tão cedo, com certeza teria ainda muito que produzir para a sociedade!


O tema do criacionismo de novo na pauta. Como se pode ver no comentário da Folha de São Paulo, os criacionistas não dão trégua...

Criacionismo, não

GRAVES E COMPLEXOS problemas não faltam à ministra Marina Silva, em suas atividades na pasta do Meio Ambiente. Como se estes não bastassem, sua participação no 3º Simpósio sobre Criacionismo e Mídia, promovido pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo, veio a colocá-la em dificuldades de outro tipo, diante das quais o cargo que ocupa no Estado brasileiro recomenda cautela que não soube observar.
Em palestra intitulada "Meio Ambiente e Cristianismo", Marina Silva valeu-se de sua formação evangélica para transpor em chave religiosa o tema da preservação dos recursos do planeta.Nada que inspirasse maiores reparos, portanto -assim como não se discute o direito de um ministro professar, pessoalmente, qualquer tipo de crença ou descrença religiosa.
Os adeptos do criacionismo, entretanto, não se contentam com pouco -e depois da conferência a ministra foi instada, em entrevista, a dar sua opinião sobre o ensino das teorias antidarwinistas. Num estilo próximo ao dos neoconservadores americanos, considerou que "as duas visões" devem ser oferecidas aos alunos, para que "decidam" por si mesmos.
Sob uma aparência de equanimidade, a tese faz parte de uma investida anticientífica que, com firmeza, cumpre repudiar. Pode-se, é claro, sustentar que a fé pessoal é compatível com o espírito científico; que religião e ciência não se opõem.
Talvez não se oponham, mas certamente não se misturam. E é isto o que o criacionismo tenta fazer, sem base comprovada, e com um aparato de falácias que um estudante médio, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, não tem condições de identificar. Que a religião fique onde está, e não se faça de ciência: eis uma exigência, afinal modesta, mas inegociável, da modernidade.
A questão da febre amarela já está beirando as raias da paranóia. Pessoas que tomam a vacina que vale por 10 anos apenas uma semana depois de tomarem uma dose e quase morrem por causa disso, gente que não está em área de risco e busca desesperadamente os postos de vacinação....tem de tudo, para todos os gostos!!!
Vale a pena ler o que está abaixo, transcrito do Blog do Renato Rovai, há esclarecimentos muito importantes a respeito da campanha que se faz sobre a febre amarela.

Mosquito não é tucano e nem estrela
(18/01/2008 11:34)

Acabo de receber da ex-secretaria de Educação de São Paulo Cida Peres uma nota que foi publicada no blog do jornalista Luis Carlos Azenha. É excelente porque assinada pelo médico Pedro Saraiva que com base em dados técnicos e estatísticas desmonta a tese de que estaríamos vivendo um surto de febre amarela e que o tal mosquito é um petista terrorista.

Leiam a seguir trechos. Se quiserem ler o texto completo, visitem o site do colega de blogosfera Azenha.
Tive acesso a um texto da jornalista da Folha, Eliane Cantanhêde (que aliás, parece ser casada com um dos donos de uma produtora ligada às campanhas eleitorais do PSDB), que dizia o seguinte logo no primeiro parágrafo: "Com sua licença, vou usar este espaço para fazer um apelo para você que mora no Brasil, não importa onde: vacine-se contra a febre amarela! Não deixe para amanhã, depois, semana que vem... Vacine-se logo! "

E depois de alguns parágrafos em que não esclarece nada, termina assim: "O fantasma da febre amarela, portanto, paira sobre o país como um alerta num momento crucial, para que a saúde e a educação sejam preservadas antes de tudo o mais. Senão, Lula, o aedes aegypti vem, pica e mata sabe-se lá quantos neste ano --e nos seguintes"
Alguns esclarecimentos:
Colunistas falam de epidemia com uma facilidade incrível para quem não entende o que quer dizer o termo. Epidemia não é o aparecimento de casos de uma doença no jornal. Uma epidemia só se caracteriza quando ocorre um aumento maior que 2x o desvio padrão sobre a incidência média de uma doença nos últimos anos.
Não vi até agora nenhum jornal mostrar a incidência da febre amarela nos últimos 10 anos para uma comparação. Repare na média de casos do período FHC e Lula, será por isso que ninguém mostra os números?

1996 - 15 casos
1997 - 3 casos
1998- 34 casos
1999 - 76 casos
2000- 85 casos e 42 mortes
2001 - 41 casos e 22 mortes
2002 - 15 casos e 6 mortes

2003 - 64 casos e 22 mortes - obs: 58 dos casos diagnosticados na região sudeste, principalmente MG
2004 - 5 casos e 3 mortes
2005 - 3 casos e 3 mortes
2006 - 2 casos e 2 mortes
2007 - 6 casos e 5 mortes
(Fonte: Ministério da Saúde)
Todos esses casos são da forma de transmissão em área silvestre da febre amarela. Desde a década de 1940 que não há relatos da transmissão urbana da febre amarela. Veja bem, transmissão em zona urbana é diferente de diagnóstico em zona urbana. A forma silvestre é endêmica principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste e se comporta de forma cíclica, com surtos a cada 5-7 anos. Até o momento (15/01/08), apesar de toda histeria, apenas 2 casos foram comprovadamente de febre amarela este ano. E todos contraídos em áreas silvestres. Ou seja, nada de anormal.
Feitos os esclarecimentos, vamos aos comentários sobre a cobertura da mídia.
1- Estão noticiando morte de macacos, supostamente com febre amarela, como se isso fosse um sinal de que a doença está fora de controle. O pior, vários dos macacos noticiados tiveram exame negativo para febre amarela. Ou seja, estão noticiando apenas morte de macacos.
2- Estão noticiando as mortes por febre amarela como um fato novo do governo Lula, como se ninguém morresse da doença nos anos anteriores. Estão confundindo a ausência de casos urbanos com ausência de casos em geral.
3- E o mais grave, estão criando pânico na população e levando a uma corrida desnecessária e prejudicial aos postos de vacinação. Os comentários dos leitores nas edições da internet do Globo, por exemplo, são assustadores. A mídia informa mal os leitores, e deixa que o boca-a-boca crie teorias da conspiração contra o governo. A vacina da febre amarela não é vitamina C. Ela é feita com vírus vivo atenuado e por isso apresenta contra-indicações e efeitos colaterais. Quem não mora em área de risco ou não vai viajar para uma, não precisa e não deve receber a vacina. Além de tudo, ainda há o risco de falta da vacina para quem precisa.
Se na remota hipótese de alguém morrer por tomar desnecessariamente a vacina a senhora Eliane Cantanhede vai se responsabilizar? Ou vai culpar o governo de novo?
Em vez de focar nos inúmeros problemas reais do nosso sistema de saúde, a imprensa prefere criar factóides que em nada ajudam a população.


FALAM AMIGOS E AMIGAS

A amiga/colega Conceição Oliveira envia:

MEC terá de esclarecer denúncia de fraudes na compra de livros didáticos
O Ministério Público Federal na Bahia (BA) instaurou inquérito civil para apurar as fraudes relatadas por professores da rede pública de ensino na indicação das obras que integram o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático). Os professores têm procurado o MPF para noticiar a falsidade de suas assinaturas nos formulários de escolha dirigidos ao MEC (Ministério da Educação), acrescentando que os livros indicados são de matérias diversas das que eles lecionam.
O MPF solicita que o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) apresente informações sobre as acusações e esclareça o procedimento adotado nos últimos três anos pra seleção dos livros didáticos do PNLD e encaminhe relação constando as editoras e o nome dos livros adotados nas escolas públicas da Bahia. Além disso, a procuradora da República Juliana de Azevedo Moraes, responsável pela condução do procedimento, pede que o FNDE encaminhe a listagem contendo os nomes de todos os professores selecionados no Estado para indicação do livro didático, juntamente com a escola ou o endereço para onde foi remetido o formulário.
O caso - De acordo com o MPF, a imprensa local divulgou em dezembro do ano passado reportagens com denúncias de professores da rede pública de ensino. Os docentes relataram diversas irregularidades no PNLD, que este ano envolve R$ 968 milhões de verbas públicas federais.
Dentre as irregularidades citadas nas reportagens, constam centenas de formulários fraudados com uso não-autorizado de nomes de professores de várias regiões do Estado. Muitos deles sequer conhecem as escolas para as quais "escolheram e pediram" os livros ou moram a centenas de quilômetros de tais instituições. Depois da divulgação, outros professores começaram a procurar o MPF para registrar a falsidade de suas assinaturas nos formulários de escolha. O MPF aguarda que os profissionais de ensino que tiveram seus nomes utilizados sem autorização ou as suas assinaturas falsificadas comunique ao órgão para complementar as investigações que estão em curso.

AGÊNCIA CÂMARA Brasília, 7 de janeiro de 2008.
Projeto submete material didático à análise prévia do MEC
Reportagem: Luiz Cláudio Pinheiro
Edição - Regina Céli Assumpção
Alice: "É inadmissível que o material, comprado com recursos públicos do Fundeb, não seja avaliado pelo MEC."
O uso de recursos do Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica (Fundeb) para a compra de material didático-escolar deverá ser subordinado à avaliação prévia do Ministério da Educação (MEC). É o que determina o Projeto de Lei 1645/07, da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que altera o artigo 70 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei 9.394/96).
A deputada explica que, em alguns estados e municípios, o material didático fornecido pelos programas do governo federal vem sendo recusado, ou ignorado, e substituído por apostilas que, em sua avaliação, muitas vezes têm conteúdo precário. Além disso, segundo a deputada, essas apostilas são adquiridas por contratos ou licitações nem sempre transparentes, e a custo excessivamente elevado.
Opção de escolha
Pela lei vigente, estados e municípios podem usar recursos do Fundeb para comprar material didático, a despeito de a União já manter programas com essa finalidade.
Trata-se de uma prerrogativa legítima e coerente com a concepção de autonomia, diz Alice Portugal, pois a escola que considera os livros do MEC inadequados para o seu projeto pedagógico precisa ter a opção de escolher seu próprio material didático. "Contudo, é inadmissível que esse material, comprado com recursos públicos do Fundeb, não seja avaliado pelo MEC", alerta a deputada, explicando que o objetivo do projeto de lei é apenas "corrigir esse equívoco".
Tramitação
Sujeito à análise em caráter conclusivo, o projeto será examinado pelas comissões de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação (inclusive quanto ao mérito); e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta PL-1645/2007: www2.camara.gov.br
Comissão aprova divulgação antecipada de material escolar
Educadores denunciam imposição de apostilas
Comissão aprova material escolar com advertência educativa

FALANDO DE HISTORIA


1. Fogo sobre o Camboja
Novas informações revelam: bombardeios dos EUA sobre o país, entre 1965 e 73, foram cinco vezes mais intensos que se supunha, e possivelmente os mais pesados da História. Brutalidade entregou população ao extremismo genocida do Khmer Vermelho — presságio do que pode ocorrer no Iraque
Taylor Owen , Ben Kiernan (do site do Le Monde Diplomatique)

2. A Derrota Jesuítica no Litoral do Brasil
Mário Maestri*
Após a Descoberta, houve aqueles que definiram os americanos como seres irracionais, próximos aos animais, que teriam que ser regidos por povos civilizados. Especialmente o tupinambá da costa brasílica possuiria os atributos do selvagem. Desconheceria a lei, o Estado, a religião. Viveria nu como as feras, em moradias de ocasião, alimentando-se rusticamente. Ignoraria a lei natural fornicando sem travas e cevando-se da carne humana. Sem alma, seria refratário à palavra divina. Na Antiguidade, Aristóteles apresentara o homem inferior como destinado pela natureza à escravidão. Entre os detratores do americano destacava-se o colono escravista.
O reconhecimento da selvageria do americano manteria a Igreja à margem da gestão mesmo espiritual das imensas populações do Novo Mundo. O papado impugnou a negação do americano como ser pleno. Para o unitarismo cristão todos os homens descendiam de Adão e Eva e eram capazes de participar da comunhão cristã através da conversão que os arrancaria da miséria espiritual e material. As Américas haviam sido encobertas pela Providência para que os ibéricos às descobrissem à verdade divina, usufruindo os frutos fartos da obra pia.
Apenas chegado à Bahia, em 1549, queimando de ardor missionário, Manuel da Nóbrega e seus companheiros foram viver entre os tupinambás, que elogiaram pela integridade civil e moral e pela disposição e inclinação à boa nova. Eram frugais e desconheciam inveja, egoísmo, avareza. Não terem religião e Estado era vantagem, e não dificuldade à conversão. Manoel da Nóbrega afirmaria, confiante: «[...] deixando os maus costumes que eram de seus avós, em muitas coisas [os brasis] avantajam-se aos cristãos, porque melhor moralmente vivem e guardam melhor a lei da natureza.»
A divergência sobre o americano ensejou tensão entre colonos, interessados na redução do índio à escravidão, e o jesuíta, voltado à sua integração ao cristianismo e a ordem colonial pela conversão consentida. Entre os sacerdotes que acompanharam os colonos na desqualificação dos nativos encontrava-se o bispo Pedro Fernandes Sardinha, trucidado e devorado, em junho de 1556, pelos caetés ou pelos tupinambás, após o naufrágio do navio em que retornava a Portugal.
Muito logo feneceu o otimismo de Manuel de Nóbrega e de seus acólitos sobre o americano. A conversão que propunham subentendia verdadeiro salto no vazio, o abandono da organização social tradicional por ordem colonial que arrancava ao nativo suas melhores terras e o reduzia à escravidão. Os americanos resistiram à colonização e desertaram as costas pelo refúgio dos sertões agrestes, reduzindo a pó o esforço missionário. Muito logo, Manoel da Nóbrega informava Portugal que, dos sacerdotes no Brasil, afora «o padre Luís da Grã», o «padre Paiva, um pouco» e o «Padre João Gonçalves», «que tem muita caridade», «todos os mais têm muito pouco gosto pelo gentio».
Em 8 de maio de 1558, Manuel da Nóbrega redigiria patética missiva ao rei, na qual afirmava que, devido à oposição dos nativos à conquista de suas terras, os portugueses não ousavam se «estender e espalhar pela terra para fazerem fazendas», aproveitando apenas «as praias». Havia que sujeitar o «gentio», para permitir que os lusitanos estendessem seu senhorio. O jesuíta não propunha a colonização com «povoadores pobres». Que viessem homens com cabedais suficientes para comprarem cativos. No seu plano, os nativos que se opunham aos colonos seriam «senhoreados» e «repartidos» entre os portugueses ou obrigados a viverem sob as ordens dos jesuítas, «quietos sem se mudarem para outra parte». Optava pela ocupação colonial do litoral a ferro e fogo e pela cristianização do americano pela escravidão e força.
A proposta de Manuel da Nóbrega seria aplicada implacavelmente por Mem de Sá, o terceiro governador-geral do Brasil [1558-72], que nos primeiros anos de sua governança impôs sem dó a pax lusitana às comunidades do litoral. O jesuíta José de Anchieta registraria a gratidão imorredoura dos soldados de Loyola ao governador em longo poema laudatório, Feitos de Mem de Sá, sobre as batalhas do herói na sua saga sangrenta contra americanos e franceses. De gestis Mendi de Saa constitui registro paradoxal da desqualificação do americano para que se impusesse sem travas a ordem colonial no Brasil.
* Mário Maestri, 59, é professor do Curso e do Programa de Programa de Pós-Graduação em História da UPF. E-mail: maestri@via-rs.com.br

BRASIL

1. Quem diria...os aliados também brigam!!! Assim, onde vamos parar???

O dia em que o DEM denunciou o PIG

Movimento de boicote ao IPTU leva o prefeito do Rio de Janeiro a denunciar caráter partidário do jornal "O Globo". Para César Maia (DEM), o jornal "não aceita um governante com autonomia e independência". Aliados há algum tempo, DEM e Globo trocam escaramuças.
Gilson Caroni Filho (da Agência Carta Maior)

Bastou que seu projeto político fosse ameaçado pelo movimento de boicote ao IPTU, que uniu moradores de oito barros da Zona Sul, um da Zona Norte e um da Zona Oeste, para o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM) admitir o que, até então, apenas setores das forças democráticas afirmavam explicitamente: a imprensa está estruturada como partido e atua com tal.
Embora com ingredientes folhetinescos, a trama que nos interessa envolve mídia e poder. A ação se passa em terras cariocas e seus protagonistas têm origens distintas e propósitos inconfessos. São dois aliados que, já algum tempo, trocavam escaramuças: a direção regional do DEM (PFL) e a TV Globo.
César Maia, dublé de regente de vaias e prefeito blogueiro, vinha acusando a emissora de promover uma campanha direcionada, com objetivos de atacar sua imagem pessoal junto à classe média, estrato que sempre lhe deu sustentação político-eleitoral. As queixas remontam à cobertura dada à intervenção que o governo federal fez na área de saúde, em março de 2005. Ano passado, Maia voltou a reclamar do foco dado ao tema favela. Segundo ele o alvo era sua administração.
Para ele, “a diversidade de matérias, de uso de imagens fortes com até fotomontagem na capa, o que não há caso no jornalismo internacional de ponta, a personalização de responsabilidade na figura do prefeito, exatamente quando a taxa de crescimento das favelas no Rio se aproxima da taxa de natalidade tinha por objetivo servir a uma campanha política e, portanto, destrutiva e criminalizar a população favelada".
Mas a gota d'água para “o imperador dos factóides” ainda estava por vir. O protesto, motivado pela situação calamitosa em que se encontra a cidade, e que pode comprometer 34% da arrecadação da prefeitura com o IPTU. Ameaçando só pagar em novembro ou dezembro, os representantes do movimento deixam claro seus objetivos: reduzir o caixa do município em ano eleitoral e chamar a atenção do Ministério Público quanto ao gasto dos recursos. Um ato público está marcado para domingo, dia 20, na orla do Leblon, bairro da Zona Sul.
Com o líder do governo, Paulo Cerri, chamando os moradores que aderiram ao protesto de "cidadãos de segunda classe", o desespero bateu forte nas hostes dos demos. Após anos de uma gestão de total descaso com a saúde e educação públicas, o prefeito, acuado, contra-atacou hoje em seu "ex-blog", boletim eletrônico distribuído diariamente: "Os estudiosos dizem que a "doença infantil do jornalismo" é não entender qual seu campo de atuação e sua função, e atuar como um partido político. Ou seja, disputando poder pelo poder, apoiando ou denegrindo. O Globo atua como um partido político no Rio. Não aceita um governante com autonomia e independência. Gosta de governantes submissos, reativos à suas matérias, que se sentem à mesa com intimidade"
Há coisas que só acontecem em brigas de quadrilha ou durante separações litigiosas. O que temos acima é algo inédito e impensável: o DEM denuncia o PIG (Partido da Imprensa Golpista). Ainda que, cautelosamente, lhe defina como agremiação regional. Que as arestas serão aparadas não há dúvidas. Mas que a partidarização da imprensa foi explicada didaticamente, ninguém pode negar. E por um aliado fez dela sua cabeça-de-ponte em várias ações entre amigos. Só podia ser da Globo....

2. JUSTIÇA TRIBUTÁRIA
Por que os bancos choram
Há duas razões para a gritaria dos banqueiros, após o aumento de impostos decidido pelo governo. Rompeu-se a lógica de conceder sucessivos benefícios fiscais ao setor financeiro. E fica claro que é possível uma reforma tributária verdadeira, capaz de reduzir a concentração de renda
Evilásio Salvador
Leia em http://diplo.uol.com.br/

NUESTRA AMERICA

Minha amiga Tereza recomenda esta matéria. Apesar de achá-la meio estilo “Veja”, como gosto de postar matérias controversas, indico o link. E quem quiser pode comentar lá embaixo.
Para ler a notícia, basta clicar no link
abaixo: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI2258816-EI6580,00.html

INTERNACIONAL

1. Candidatos à Casa Branca criticam tratados de livre comércio
Para dialogar com a rejeição do eleitorado a acordos de livre comércio como o Nafta, republicanos e democratas prometem que vão rever tratados em vigência.
(www.brasildefato.com.br)

2.Tom Cruise é o novo Goebbels? (Notícia veiculada nos portais UOL)

Historiador alemão compara Tom Cruise a Joseph Goebbels

Berlim, 20 jan (EFE).- O ator americano Tom Cruise é o "ministro da propaganda" da Igreja da Cientologia, comparável ao alemão Joseph Goebbels, responsável durante o nazismo de agitar as massas e de promover o culto pessoal a Adolf Hitler, dizem dois estudiosos alemães.
A comparação foi feita pelo prestigioso historiador alemão Guido Knopp, autor de diversas reportagens de TV sobre a época do nazismo na Alemanha, e pelo pastor Thomas Gandow, especialista em Igreja da Cientologia da Igreja Evangélica alemã.
Os dois afirmaram ao dominical "Bild am Sonntag" que Tom Cruise inevitavelmente lembra Goebbels em um vídeo interno gravado há quatro anos e mantido até agora em segredo pelos cientológos, e que foi divulgado pelo portal de internet nova-iorquino "Gawker.com".
Neste vídeo, Tom Cruise discursa de um púlpito perante a cúpula da Cientologia, após ser condecorado com sua "Ordem da Liberdade".
"Esta é a nossa era. Uma era da qual todos lembraremos", diz o ator americano, que pergunta aos presentes se a Cientologia deve "limpar o mundo", e que recebe como resposta um clamoroso "sim".
"Esta cena lembra automaticamente a qualquer alemão que se interessa por história o terrível discurso de Goebbels no Palácio dos Esportes de Berlim", afirma Guido Knopp.
No dia 18 de fevereiro de 1943, o ministro de Agitação e Propaganda do nacional-socialismo perguntou às massas se elas "queriam a guerra total", e recebeu como resposta um "sim" em massa dos presentes.
Knopp pergunta ainda se o filme rodado no final do ano passado em Berlim por Cruise sobre o Conde Stauffenberg, o oficial alemão que falhou ao atentar contra Hitler e foi executado imediatamente, tem na realidade fins de propaganda.
"Não me estranharia que faça parte da estratégia da Cientologia de ganhar simpatia através da pessoa do protagonista", comenta o professor de história alemão.
O pastor evangélico Thomas Gandow considera que o vídeo "é mais uma prova de que Tom Cruise não é apenas um simples membro da seita, mas seu ministro da propaganda".
"E mais, Tom Cruise é o Goebbels dos cientológos", afirma.
"Seu filme sobre Stauffenberg tem o mesmo fim para os cientológos que os Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim para os nazistas. Despertar simpatias para um movimento totalitário", afirma categoricamente o religioso protestante.
Na Alemanha, a Igreja da Cientologia conta com cerca de 700 altos membros e de outros seis mil seguidores que contribuem para seu financiamento, e é observada há 10 anos pelos serviços alemães de contra-espionagem, que consideram que defende uma ideologia totalitária e anticonstitucional.


NOTICIAS

1. Saiu o DVD com o filme Giordano Bruno

Giordano Bruno: um homem imerso no seu tempo
Ivy Judensnaider, do Arscientia
Janeiro de 2008
A receita já havia sido testada em Sacco & Vanzetti (1971): bastava somar o talento de um diretor engajado do cinema político italiano, o brilho de um ator conhecido por interpretar personagens heróicos, o preciosismo de um mestre da trilha sonora, e uma história que simbolizasse a busca do ser humano por justiça. O filme Giordano Bruno (1973), de Giuliano Montaldo, com trilha sonora de Ennio Morricone e Gian Maria Volonté na pele de Giordano Bruno, repetiu a receita e funcionou com perfeição, de novo.
Na intenção de resumir a trajetória de Giordano Bruno, filósofo e político queimado pela Inquisição em 1600, o texto da capa do DVD explica tratar-se da história de um homem à frente do seu tempo. É um pequeno equívoco: não à frente de seu tempo, mas como típico homem de seu tempo, Giordano é um filósofo que se preocupa com as questões concernentes ao infinito, às relações entre espírito e matéria, entre o macro e o microcosmo. Além de filósofo e mago, é também o político que procura o diálogo com príncipes, reis e rainhas com o intuito de dirimir os conflitos surgidos das diferenças religiosas. Não apenas por suas idéias, que eram semelhantes às de outros filósofos naturais do período, mas pela certeza de poder produzir e operar no mundo, Giordano Bruno representou um perigo à Igreja e por isso foi perseguido e eliminado.
Nascido no reino de Nápoles, em 1548, Giordano viveu numa época em que a Igreja Católica se encontrava em crise, e o mundo sofria com os conflitos entre vários grupos religiosos, várias monarquias européias, e entre as Coroas e a Igreja. Obstinado e inflexível (nas palavras dos autos inquisitórios que o condenaram), Giordano defende que o filósofo é dono do próprio destino, e que a virtude nasce do conhecimento e da razão. Embora frei, e docente religioso, não é na teologia que Giordano busca explicações; é na filosofia, e por isso ele se apresenta como Filósofo, e por isso ele vaga por tantas religiões, discutindo todas, e argumentando que elas não são terreno seguro e firme para o conhecimento do mundo. Nem mesmo o mundo platônico das idéias é algo além de produto da fantasia e, nessa filosofia não há lugar para um Deus criador, judaico ou cristão. Giordano está em Veneza em 1592, com aproximadamente 44 anos, após a peregrinatio pela Europa que incluiu passagens pela Suíça, França, Alemanha e Londres, e contatos com protestantes, luteranos e ateus. Veneza é, ao final dos Quinhentos, importante centro comercial e, por isso, tolerante e com ares mais liberais do que o restante da Europa católica: ali, até mesmo a Igreja se mostra condescendente. No filme, o diálogo entre um monsenhor romano e um membro da Igreja de Veneza revela: “Veneza é benevolente com os inimigos da religião. Em 100 anos, 1500 Autos de Fé e somente cinco condenações. Em Roma, em cinco anos, 5000 pessoas mortas”. Em Veneza a convite de um rico comerciante, Mocenigo, Giordano expressa a esperança que a eleição do papa Clemente VIII possa permitir um retorno seu ao centro da Igreja, em Roma. Depois, Mocenigo será peça fundamental da acusação do Santo Ofício de Veneza, e Giordano efetivamente retornará a Roma: não por mérito, mas para julgamento e execução.
À sua chegada em Veneza, Giordano comparece a uma festa promovida pela amante de Morosino, importante figura política local. Tido como praticante da magia natural, ele explica à mulher que essa é a magia com a qual todas as crianças nascem e que é destruída pelo tempo, “quando começam a rezar”. Diz Giordano que se deve “aprender a respirar para redescobrir que as árvores, as pedras, os animais e toda a máquina da Terra têm uma respiração interior, como nós. Têm ossos, veias, carne, como nós”. Giordano Bruno procura explicar a magia natural que permite o contato com a respiração cósmica, e que simboliza a alma do mundo em que se baseia sua cosmologia infinitista, magia natural cuja prática é uma entre as oito proposições que acabam por condená-lo à fogueira.
Distinta da magia negra, é a magia natural que tingiu a Renascença com tons mágicos e herméticos, e que procurava entrar em contato com as forças mais elevadas do cosmos. Fruto direto da lenda, essa magia tinha como base o formidável erro histórico envolvendo o Corpus hermeticum, conjunto de obras atribuídas a Hermes Trismegisto, e que se suponha fossem anteriores aos pensadores gregos, embora tivessem sido escritas nos primeiros três séculos depois de Cristo. Estes textos, supostamente exemplares da sabedoria egípcia, haviam se incorporado ao arsenal renascentista após a anuência de autoridades de grande importância (como Agostinho) e, como fontes da prisca theologia, permeariam a filosofia natural de magia e ocultismo. O rico tecido formado pelas ligações entre hermetismo, neoplatonismo e a cabala (tanto cristã quanto judaica) serviria de pano de fundo para a magia natural que supunha poder operar sobre os fenômenos da natureza, percebendo-a não apenas como matéria contínua e homogênea que enche o espaço, mas como uma realidade total dotada de alma. Através de conexões de simpatias ocultas, cada objeto do mundo está ligado ao todo: imerso em pensamento mágico (embora racional e crítico), Giordano Bruno é um mago, da mesma forma como acreditava terem sido Cristo, os Apóstolos e Profetas. Ao longo do filme, são mostradas as conexões que forjariam o modo de pensar tão particular de Giordano e que podem ser estudadas, mais detalhadamente, no belíssimo trabalho da historiadora da ciência Frances Yates, um marco da própria historiografia da ciência. Ao investigar as influências neoplatônicas e hermético-cabalísticas de Giordano, Yates explora a forma bruniana de pensar o Universo e o Homem, concepção essa que, para Alexandre Koyré, é vitalista e mágica, mas “tão pujante e tão profética, tão razoável e tão poética que não podemos deixar de admirar ambos – sua concepção e ele próprio”. Exemplar, Giordano foi o típico homem do seu tempo tentando se desvencilhar das amarras do seu próprio tempo.
Giordano Bruno revela com maestria aquilo que a análise detalhada das obras de Giordano nos confirma: bebendo de várias fontes, Giordano enfrentou as dificuldades dos filósofos naturais dos Quinhentos (e de outros, posteriores, dos Seiscentos) em responder às inúmeras questões sobre o conhecimento do ser humano e da natureza, e do movimento da Terra. Copérnico havia dado o primeiro passo (o de mover a Terra e deter a esfera das estrelas fixas) mas, ainda apegado à astronomia medieval, aumentara o mundo sem torná-lo infinito: preferira torná-lo immensum, incomensurável. Embora a historiografia da ciência apresente Thomas Digges como um dos primeiros a inovar e incluir o conceito de infinitude, é Giordano Bruno quem primeiro nos apresenta a idéia de universo descentralizado e infinito. Nesse mundo infinito, não faz o menor sentido falar em centro, da mesma forma que não faz sentido negar a existência de outros mundos através do espaço, mundos de astros-sóis espalhados pelo oceano etéreo do céu. Giordano não apenas afirmou ser impossível atribuir limites ao mundo, mas defendeu – de forma pública e sistemática – que o universo era infinito, já que Deus (o Deus de Bruno, de ilimitada e inimaginável ação criativa) não poderia ter feito de outro modo. Essa infinitude – jamais compreendida pela percepção sensorial, embora para o intelecto ela fosse o mais seguro dos conceitos –, só não seria maior do que a infinitude de Deus, condição necessária para criar um mundo infinito.
Aos populares e pessoas simples do povo, Giordano explica o que é nuclear no seu pensamento e uma constante nos seus estudos: as artes da memória e da combinação, a ars memoriae e a ars lulliana. “Leite, vaca, grama, prado, chuva, nuvens, céu, astros, Universo. E Deus, se assim quiserem”. A natureza é “uma imagem viva de Deus, se assim quiserem, e os padres não têm nada com isso”. Giordano, dessa forma, traduz as associações e correspondências entre o mundo animal, vegetal e humano. O conhecimento humano, aqui, é derivado de um sistema mnemônico-combinatório, onde a dinâmica da estrutura simbólica explica a própria natureza, ao mesmo tempo em que com ela interage. Giordano pratica a habilidade discursiva, evoluindo do princípio vital do mundo para o de todos e dos indivíduos. Bruno entende que, no inferno, encontram-se as águas de duas fontes: a de Mnemosýe, da memória, e de Lethe, do esquecimento. Os mortos bebem das duas, ou para esquecer os fatos de quando eram vivos, ou para esquecer do mundo dos mortos ao retornarem as almas para a vida: é sobre a transmigração da alma que ele está pensando, o que posteriormente também será objeto de acusação inquisitorial.
Mocenigo quer aprender a arte da profecia, e Giordano explica a diferença entre a magia natural e a magia negra, “coisa de charlatões”. Bruno pratica a magia natural, e não a bruxaria. Ao ensinar a arte da memória, ele pretende transmitir uma forma rápida de conhecer o mundo, oferecendo instrumentos para nele operar. Se o homem é a imagem do universo em miniatura, é através da imaginação e da memória que se podem atingir as verdades ocultas do universo, e não há bruxaria alguma nisso. Não à toa, o filme mostra Giordano manipulando cartas semelhantes ao Tarot de Marselha. Afinal, o Tarot é também parte da arte mnemônica e Giordano, como outros filósofos naturais interessados na construção de sistemas lógicos e simbólicos, acabaria por desenhar o seu próprio jogo de cartas, composto por 67 figuras e 48 imagens arquetípicas do Zodiáco e de demônios decanos. Giordano só pode ensinar a arte da memória: Mocenigo se revolta, e denuncia Bruno à Igreja de Veneza que, em função da pressão de Roma, para lá o envia.
Giordano Bruno reproduz o período de inquisição do filósofo: são mais de sete anos em cárcere privado, com interrogatórios constantes e torturas. O Santo Ofício está dividido, e nem todos estão de acordo com a punição a Giordano. Ao final, prevalece a ala mais conservadora: Giordano é condenado por escrever contra o Papa e a Igreja, colocar em dúvida a virgindade de Maria, negar a transubstanciação da carne, afirmar que Cristo era apenas um mago, defender a existência de mundos inúmeros e eternos, afirmar que a Terra gira em torno do Sol, crer na reencarnação e não no inferno, e defender a magia como prática lícita. Incapaz de assumir a ordem de execução, o Santo Ofício transfere a responsabilidade para o braço secular de Roma. Afinal, “a Igreja não permite derramamento de sangue”.
O Santo Ofício lhe oferece a vida em troca de uma retratação pública. Giordano já abjurara em Veneza, na esperança de poder continuar escrevendo e transitando livremente. Em Roma, porém, abjurar significa enterrar-se vivo. Ele rejeita a concessão. “Não devo crer que deva desprezar a vida. Ou que não tenha medo. Contra a loucura do sangue e da morte, a natureza grita em voz alta que a matéria e Formas não devem temer a morte, por que matéria e Formas são princípios constantes. A eternidade do Todo compreende o Universo. E é tudo e de todos. Em todos os lugares e pontos. E eu amo a vida”. Sua morte não encerra uma existência anacrônica. Não por estar adiante do seu tempo, mas por pertencer a ele, Giordano é amordaçado, e queimado vivo.
Para ver o DVD: Giordano Bruno, de Giuliano Montaldo, com Gian Maria Volonté e Charlotte Rampling, da Versátil Home Vídeo
Para conhecer mais: “Do Mundo Fechado ao Universo Infinito”, de Alexandre Koyré, Forense Universitária, Rio de Janeiro, 2006. “Giordano Bruno e a tradição hermética”, de Frances A. Yates, Cultrix, São Paulo.
Ivy Judensnaider - É economista e mestra em História da Ciência e Tecnologia pela PUC/SP. Trabalha como professora universitária e é escritora. ivy.naider@gmail.com


LIVROS E REVISTAS

1.

Nas bancas o número de janeiro da revista Fórum
Especial Farc: são 12 páginas, incluindo reportagem dentro de um acampamento da guerrilha e entrevista com Raul Reyes, o porta-voz do grupo. O sociólogo John Holloway fala da revolução sem líderes. Vandana Shiva mostra que defender o ambiente é defender os pobres. O movimento Mó! ensina o que é fazer música independente.

2.
SITES E BLOGUES

1. Terramerica
Versão em português da página que trata a questão ambiental na América Latina www.tierramerica.net/português

2. Cristina Moreno Castro disseca os relatórios da Transparência Brasil a respeito dos gastos do Congresso, do Executivo, do Legislativo mineiro.
Leia em http://www.tamoscomraiva.blogger.com.br