Numero 235
Matérias significativas para debates surgiram nos últimos dias. Começamos pela decisão da UFMG de utilizar o ENEM como primeira etapa de seu vestibular. Rude golpe nos cursinhos...como se pode ver neste texto inicial, do sociólogo Rudá Ricci, que me foi enviado pelo leitor Guilherme Souto.
Outro artigo também bem “mineiro” é o do jornalista José de Castro, que analisa a postura do atual governador mineiro e candidato declarado à eleição de outubro.
Do portal do Luis Nassif, e também enviado pelo Guilherme Souto, um artigo comenta sobre as teorias de eugenismo utilizadas pelos nazistas, mas que, na verdade, eram teorias surgidas nos Estados Unidos.
Chamo a atenção de todos para o link sobre a questão do Irã e a atuação da política externa brasileira. Ele foi publicado ontem no portal da Agência Carta Maior. Com uma perspicácia muito grande, o autor discutia as prováveis reações das grandes potências, o que foi confirmado já nos noticiários de hoje cedo. E que nos deixam preocupados, ao percebermos, mais uma vez, que os interesses imperiais se sobrepõe à política, ao entendimento. É esperar para ver...
Novamente entremeamos os artigos com campanhas publicitárias de grande impacto.

Relatos de Sala de Aula: ENEM e apostila - Rudá Ricci
Ontem foi dia de inovação e destempero entre estudantes do Ensino Médio. A UFMG decidiu que a primeira fase de seu vestibular (até então, com questões fechadas) será substituída pelo ENEM. A TV Globo me chamou para gravar uma entrevista dentro de um cursinho pré-vestibular. A diretora da instituição estava indignada, o que estimulou os alunos a organizar uma manifestação. Aí, foi ela que me deixou indignado. Não acho que o papel de um educador é estimular estudantes para defender um negócio. Porque cursinho é um negócio, que vive às custas da necessidade de memorização dos alunos. Nada mais. Acabei discutindo com ela, na frente dos alunos. Expliquei que há dois anos o MEC articula a substituição do vestibular das universidades federais pelo ENEM. Perguntei para os alunos que nos rodeavam se eles foram informados sobre isto. Eles disseram que não. Eu argumentei que aquele cursinho deveria ter explicado isto para eles. A diretora mudou o argumento e disse que o reitor anterior havia empenhado sua palavra que não mudaria o sistema este ano. Ocorre que houve eleição para reitor na UFMG e o eleito não é da mesma corrente que o anterior.
O fato é que o ENEM substituirá, gradativamente, todos vestibulares que, hoje, no Brasil, são realizados por universidade ou faculdade. Este é o modelo utilizado nos EUA. Faz-se uma prova nacional. Na graduação, eles precisam fazer o Scholastic Aptitude Test (SAT), exame que tem questões de matemática, leitura crítica e redações. Cada parte do teste vale 800 pontos. Mais de 2 milhões de estudantes prestam o SAT por ano e podem escolher entre as várias datas determinadas pelo College Board, entidade que administra o exame. Na parte escrita, além das redações, há questões em que é preciso melhorar parágrafos e corrigir sentenças. Elas têm graus variados de dificuldade e são misturadas. O candidato pode começar com matemática, pular para leitura crítica, fazer uma redação e voltar para a matemática. O SAT serviu de inspiração para o novo Enem. O exame brasileiro vai usar, como o americano, a Teoria da Resposta ao Item (TRI), modelo matemático em que as questões são pré-testadas para determinar seu peso na pontuação. Tanto que, no SAT, algumas questões não valem para o resultado final. O College Board as coloca no exame apenas para o pré-teste.
Aí o aluno entra na faculdade e aguarda uma nova apostila. Não consegue pensar por contraditórios, por pensamentos opostos. Porque foi treinado (este é o conceito) para pensar linearmente. O bom e o ruim, o certo e o errado, o preto e o branco, a verdade e a mentira. O mundo seria muito mais fácil se fosse assim. E muito mais chato.

O vôo rasteiro do tucano Anastasia

Eugenia: um dos alicerces do nazismo
Do Blog de Zanuja Castelo Branco
Nazismo: onde tudo começou
Indico a leitura do texto “Quando a plutocracia demoniza os fracos” no site Vi o Mundo. Fala sobre o início da eugenia nos EUA nos anos 30 e 40 e como essa praga se espalhou pela Europa, Asia e outros continentes. Li sem quase respeirar esse texto que faz parte do livro “War Against the Weak”, de Edwin Black. Estou chocada, mas não deveria pq quase tudo que não presta no mundo vem dos americanos. É impressionante.
Vale a pena a leitura.
Nota: O termo eugenia – bem nascido – foi cunhado em 1883 pelo antropologista e matemático britânico Francis Galton (1822 – 1911), que o definiu como melhoramento genético, ou “o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais das futuras gerações seja física ou mentalmente.” Galton também foi pioneiro nos estudos sobre identificação individual por meio das digitais humanas. Influenciado pela teoria da seleção natural de seu primo Charles Darwin, Galton formulou a Teoria da Eugenia, em que discorria sobre o aperfeiçoamento da espécie humana através do cruzamento geneticamente forçado. As ideias eugênicas de aperfeiçoamento racial foram levadas ao extremo pelo regime nazista de Adolf Hitler.
Edwin Black
Finalmente, 60 mil norte-americanos foram coercitivamente esterilizados – legal e extra-legalmente. Many never discovered the truth until decades later. Muitos nunca descobriram a verdade por décadas. Aqueles que apoiaram ativamente a eugenia progressiva incluem as figuras mais progressivas da America: Woodrow Wilson, Margaret Sanger e Oliver Wendell Holmes.

Acordo Brasil-Irã resolve o impasse nuclear?
No fundamental, os termos do acordo são os mesmos da proposta oferecida por Estados Unidos, Rússia e França há oito meses, pela qual o Irã deveria entregar ao redor de 70% do seu urânio enriquecido a mais de 5%. A própria Agência Internacional de Energia Atômica já calculara que a neutralização de 1,2 toneladas do minério seria o suficiente para anular qualquer projeto atômico de caráter militar. A formação de alianças fora da órbita imperial, porém, é tudo o que não interessa a Washington e seus subservientes associados europeus. O artigo é de Breno Altman.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16607&boletim_id=699&componente_id=11730
Por que a América hispânica não se tornou uma só nação
Considerado um dos principais historiadores argentinos, Tulio Halperín Donghi, seguiu o destino de muitos intelectuais argentinos expulsos por uma ordem vertical e sem dissenso nas universidades: foi viver no exterior. Sin Permiso resgatou entrevista concedida por Tulio Halperín em 1997 ao jornal Clarín. Nela, o professor analisa o processo de independência da América Espanhola e a idéia de integração latinoamericana. "No esquema administrativo espanhol não existia uma unidade (burocrática) para as colônias, mas entidades separadas entre si, cada uma vinculada a uma metrópole. Os laços mais fortes foram construídos com a Europa e não entre os vice-reinados", analisa.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16604&boletim_id=698&componente_id=11711
Duzentos anos da Argentina vistos pelo andar de baixo
A historiografia tradicional construiu vários mitos ao redor do processo da independência da Argentina. É uma narrativa repleta de silêncios e lacunas. Nos conflitos internos e externos, os negros, os índios, mestiços e mulatos sempre foram bucha de canhão. Em 1810, por exemplo, havia uma paridade entre homens e mulheres negras na Argentina. Em 1822, os homens negros adultos tinham desaparecido. No primeiro censo moderno da República Argentina, em 1868, os africanos e seus descendentes representavam apenas 9% da população total de Buenos Aires. Após a primeira epidemia de febre amarela, no censo de 1887, restaram só 1,8%. O artigo é de Carlos Abel Suárez.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16600&boletim_id=698&componente_id=11712
A mágica da TV
O Brasil é um dos poucos grandes países do mundo cuja TV não apresenta sequer um programa de debates políticos em suas redes nacionais. Continuamos seguindo o modelo descrito por Bourdieu: uma TV que mostra o irrelevante para esconder o que interessa.
Laurindo Lalo Leal Filho
http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4629&boletim_id=698&componente_id=11723
Bravatas de tucano e agenda de mudança histórica
Talvez o maior paradoxo resida na ilusão de que um candidato empalmado pelas forças conservadoras, como é o caso de Serra, possa alterar a dinâmica da repartição da riqueza em benefício do setor produtivo e dos trabalhadores. Sim, replicam alguns economistas respeitáveis, a China o faz. De fato, faz até mais que isso ao impor a paridade cambial que lhe convém às moedas do resto do mundo. Mas os olhos esbugalhados de Serra não são os olhos oblíquos de Hu Jintao. Tampouco a coalizão demotucana que ele representa neste pleito se confunde com o Partido Comunista Chinês. O artigo é de Saul Leblon.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16598&boletim_id=698&componente_id=11714
Serra, a taxa de juros e a História
A questão verdadeiramente estrutural que distingue Serra e Dilma é de natureza histórica, não retórica. Grosso modo, poder-se-ia condensá-la numa pergunta: desenvolvimento para quem? A resposta opõe, de um lado, os interesses mais retrógrados e reacionários da sociedade brasileira, que tem, objetivamente, em Serra seu estuário neste pleito, e, de outro, Dilma Rousseff, referência de continuidade do amplo espectro de forças aglutinadas em torno do atual governo. É isso que está em jogo nesta campanha presidencial.
Editorial - Carta Maior
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16594&boletim_id=696&componente_id=11667
História a Distância
Site disponibiliza vídeos de centenas de aulas ministradas em algumas das melhores universidades do mundo. História é um dos cursos contemplados
CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS
Museu do Computador reabre com a exposição “História dos Computadores”
Exército vermelho e tropas da Otan celebram vitória sobre os nazistas
NOVOS GRUPOS!
Entre e participe:
Samba e Historia
(http://cafehistoria.ning.com/group/sambaehistoria?xg_source=msg_mes_network)
Itacoatiaras: Arte rupestre no Brasil
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História Intelectual
(http://cafehistoria.ning.com/group/carlosguilhermemota?xg_source=msg_mes_network)
Carlos Guilherme Mota
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Oitocentos Brasil
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História da Capoeira
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VÍDEOS HISTÓRICOS
Mundo Medieval - Um mundo em transformação
http://cafehistoria.ning.com/video/mundo-medieval-um-mundo-em?xg_source=msg_mes_network
Revelando o Misterioso Mundo das Múmias - Documentário em cinco partes.
FOTOS HISTÓRICAS
Óleo sobre o Bosque(1568), tela de Bruegel, pintor Flamengo do século XVI
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BLOG EM DESTAQUE
"13 de maio e a abolição da escravidão. Um marco na construção da cidadania", de Cláudio Roberto de Souza.
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CINEMA DE ARTISTA INÊS CARDOSO
A produção premiada da videoartista Inês Cardoso é tema da sétima edição do Cinema de Artista, que acontece neste mês. O público poderá assistir documentários, ficções e vídeos experimentais que consagraram a artista no Brasil e no mundo. LEIA MAIS
ACERVO AQUISIÇÕES
Três obras de jovens artistas brasileiros serão incorporadas ao acervo do MAM-BA. Os trabalhos foram doados pelo Grupo Iguatemi durante a SP Arte 2010, feira de arte internacional que aconteceu na capital paulista. LEIA MAIS
ACERVO EMPRÉSTIMOS
Mais uma vez, o MAM-BA empresta uma obra do seu acervo para uma importante instituição. A tela Retrato de Oswald de Andrade e Julieta Bárbara, de Flávio de Carvalho, está na retrospectiva do artista, em cartaz no MAM-SP até 13 de junho. LEIA MAIS
CINEMAM RETROSPECTIVA PREMIADOS O CINEMAM ganha mais uma edição trazendo o melhor da videoarte contemporânea em uma mostra inédita em Salvador. Serão exibidas obras premiadas pelo Festival Internacional de Arte Eletrônica SESC-Videobrasil. LEIA MAIS
SEMANA NACIONAL DE MUSEUS AGENDA Atividades educativas e culturais da agenda do MAM-BA voltam a acontecer na 8ª Semana Nacional dos Museus, comemorada de 17 a 23 de maio. A programação busca aproximar o Museu e a comunidade. LEIA MAIS
EDUCATIVO EM FOCO ENTREVISTAS NO AR Entrevistas concedidas pelos professores dos cursos de arte, oferecidos durante a exposição Coleção MAM-BA 50 Anos de Arte Brasileira, podem ser lidas no site do MAM-BA. Não deixe de conferir. LEIA MAIS