Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

31.8.05

50 - 002 Nova fase



Nosso Blog recebeu muitos elogios, ainda bem. Houve também quem fizesse algumas críticas, particularmente quanto ao nome Boletim Mineiro de História. Devo confessar que mantive o nome que era, até então, utilizado nos emails que enviava. Mas não estamos fechados: quem achar que o nome deveria ser modificado, por favor, encaminhe sua sugestão para que possamos examina-la com a devida atenção.

Nesta semana – e isso já está ficando muito repetitivo – de novo o tema principal é a crise política. Eu disse, logo que a crise começou, que não me impressionava muito com aquele aparato teatral – ou melhor, circense – das CPIs... ali o que se via e o que se vê são pessoas querendo os famosos 15 minutos de fama, posando de bons moços...só que as cenas são patéticas! E disse já várias vezes que acreditava num número reduzido de cassações, algo em torno de 15. Pois bem, a grande noticia de ontem e que os jornais estampam hoje é que a lista de 18 nomes foi considerada muito elevada pelo presidente da Câmara – o nosso simpático Severino – o qual acredita que 10 seria um número bem mais interessante...

Ou seja, a pizza continua a ser assada...

E em breve teremos o motivo maior para que ela seja servida: o interrogatório de Daniel Dantas deverá jogar lenha na fogueira. Não é atoa que até hoje a oposição tentou evitar que ele fosse convocado: afinal DD e seu banco Opportunity podem revelar coisas constrangedoras sobre o processo de privatização das telefônicas no governo FHC... quem quiser saber mais detalhes disso deve ler toda a semana a revista Carta Capital, a única que tem dito e repetido a necessidade de DD depor. E não se pode esquecer que somente as empresas dele jogaram mais de 150 milhões nas agências do Marcos Valério...

Há muita coisa de podre no reino da Dinamarca....


Falam os amigos e as amigas

1. Parabéns professor Ricardo, é o conhecimento atravessando fronteiras.
Abraço, Paula do Vale.

2. Fantástico!!!
O novo visual do boletim ficou muito bom, facilitando inclusive a leitura.
Parabéns e sucesso sempre. Grande beijo Tatiana Campolina
3. Prezado Prof. Ricardo...
Gostei muito do novo layout do Boletim. O acesso fica mais fácil e mais prático. Talvez a formatação das matérias e do conteúdo ainda possa ser um pouco melhor trabalhado, mas já foi um grande avanço.[...]
Gostei muito também da Vozteca. Na falta de um termo mais apropriado....Sensacional!!!
Sempre à disposição para maiores colaborações... um grande abraço...
Rodrigo C. Dominguez - Mestrando em História Medieval pela Universidade do Porto - Portugal

4. Prof. Ricardo: Acho que o BMH poderia ter continuado com a mesma numeração de edições anteriores. Ele fez só plástica. A alma continua a mesma. Porém, cada dia que passa, mais entusiasmado vou ficando. Parabéns.Cordialmente. Antonio de Paiva Moura.
5. Adorei! Ficou ótimo!
Parabéns!!! beijos, Thaís
6. Prof.:Ricardo,
fiquei extremamente feliz de receber seu e-mail.Se já existia uma admiração pelo seu trabalho e sua persistência, agora eles dobraram. Me sinto honrada em poder dizer que te conheci mesmo não tendo o prazer de ser sua aluna direta. Suas obras e seu profissionalismo soam pelos corredores do Uni-bh ainda hoje e nossos raros encontros pelo corredor me fazem lembrar da pessoa querida que é. Pode ter certeza que serei uma leitora assídua deste magnífico trabalho que com toda certeza nos dará um imenso prazer. Lhe desejo toda a sorte do mundo neste processo.
Parabéns! Carla Machado Silva/ aluna do 7º período do curso de História Uni-bh
7. Ricardo, ficou muito bom o novo formato........
Guilherme Souto


Eventos

1. 2ª Semana de História Universidade de Uberaba
24 a 29 de Outubro de 2005
Programação:
24.10 – Mary Del Priore (PUC-RJ) “Histórias do Cotidiano”
25.10 – Leila Hernandez (USP) “História da África em sala de aula”
26.10 – José Carlos Reis (UFMG) “Pós-modernidade e Historiografia”
27.10 – Durval Muniz Albuquerque (UFRN) “História da Sexualidade”
28.10 – Tirso Saenz (Cuba – Ex Vice-ministro de Che Guevara ) “Cuba: Educação e Revolução”
29.10 – Peça Teatral “Amassando Antônio” ( Cia. Nômade de Teatro)
Informações: www.semanadehistória.cjb.net

2. As inscrições para Encontros Brasil-Portugal podem ser feitas pelos interessados gratuitamente pelo telefone 3499.5045 ou pessoalmente na Secretaria do Departamento de História da UFMG. O Encontro está aberto para todos os interessados.

3. Educação Continuada PEB II Construindo Sempre, um projeto de capacitação de professores do Ensino Médio em serviço. O projeto inicial teve 150 horas/aula e foi aplicado em 2003 a mais de 2 mil professores de escolas públicas do Estado de São Paulo. A versão eletrônica traz 21 módulos de história, geografia, biologia, física, química e matemática. A intenção é distribuir 20 mil cópias para as escolas públicas e o conteúdo está disponível para download. Estadão

4. Palestras Instituto Junguiano - MG -
Setembro 27/8/2005 15:35INSTITUTO CARL GUSTAV JUNG - MG
PROGRAMAÇÃO DE SETEMBRO DE 2005
SEMINÁRIOS 12/09/05: OS PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DA ÉTICA. Paulo Antônio Couto Faria. Graduado em Filosofia e Teologia. Mestre em Teologia pelo Instituto Santo Inácio de Loiola.
19/09/05: DIA SEGUINTE E OUTROS DIAS. FATOS DA VIDA DE OSWALD DE ANDRADE. José Oswald Guerrini de Andrade. Cineasta e musicista. Diretor de Som de diversos filmes sobre o folclore brasileiro. Diretor do filme, "A Ilha da Resistência". Editor do livro, “Dia Seguinte e Outros Dias”, sobre a vida de Oswald de Andrade .
26/09/05: O POLITEÍSMO DE VALORES. O DILEMA ÉTICO NA MODERNIDADE. Alexandre A. Cardoso. Mestre em Ciência Política pela UFMG. Doutorado em Sociologia da Religião pela USP. Prof. e Coordenador do Doutorado em Sociologia e Política, na FAFICH-UFMG.
Horário: todas as segundas-feiras, às 20:00 h pontualmente.Local: Associação Médica de Minas Gerais. Av. João Pinheiro, 161 – Centro (na Av. João Pinheiro entre as Ruas Timbiras e Guajajaras, próximo à Faculdade de Direito da UFMG).Preço: R$10,00. Meia-entrada para estudantes universitários e residentes mediante apresentação de comprovante (carteira de estudante ou comprovante de matrícula).Contato: http://geocities.yahoo.com.br/icgjmg/

5. No Museu de Arte Moderna da Bahia, exposição permanente de obras dos mestres do Modernismo brasileiro. Av. do Contorno, s/nº, Solar do Unhão, Salvador.

6. Seminário Historiografia brasileira: balanço crítico de alguns temas, sob a direção de José Murilo de Carvalho e com a participação de Ronaldo Vainfas, Francisco Falcon, João José Reis e Mary Del Priore. A partir do dia 6 de setembro, na Academia Brasileira de Letras, Av. Presidente Wilson, 203, Rio de Janeiro. Informações pelo telefone (0xx21) 3972-2543

7. A Kelly Cardozo pede para convidar para novas apresentações do espetáculo "Fragmentos Afros da Dança Brasileira" no dia 01/09/2005 às 20:00h no clube dos Oficiais - Rua Diabase / Prado, entrada um quilo de alimento.
E no domingo dia 04/09/2005 no Museu Histórico Abílio Barreto - Av: Prudente de Moraes às 11:00h entrada franca.
8. Seleção para mestrado em Historia Comparada/IFCS-UFRJ (fonte: CPDOC)
O Programa de pós-graduação em Historia Comparada do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) esta' com inscrições abertas, ate' o dia 14/10/2005, para seleção do curso de mestrado. As avaliações constarão das seguintes etapas: prova escrita, exame de pré-projeto de pesquisa, entrevista e prova escrita de língua estrangeira. As linhas de pesquisa da pós-graduação são: historia comparada das diferenças sociais, historia comparada das formas narrativas e historia comparada das instituições e formas políticas. Mais informações em www.ifcs.ufrj.br
9. VI Congresso Brasileiro de Historia Econômica e VII Conferencia Internacional de Historia de Empresas/ABPHE (fonte: CPDOC)
A Associação Brasileira de Pesquisadores em Historia Econômica (ABPHE) promovera', de 4 a 7/9/2005, em Conservatória (RJ), o VI Congresso Brasileiro de Historia Econômica e a VII Conferencia Internacional de Historia de Empresas.
A estrutura do Congresso seguira' o formato adotado nos congressos anteriores, com a realização de mesas-redondas e conferencias, bem como de sessões dos seguintes módulos temáticos: Brasil Colônia (BC), Brasil Império (BI), Brasil Republica (BR), Historia Econômica Geral e Economia Internacional (HEG), Metodologia, Historiografia e Pensamento Econômico (MHPE), Historia de Empresas (HE). Mais informações em http://www.abphe.org.br/congresso2005/index.html ou através do e-mail congresso@abphe.org.br.
10. Revista Historia & Ensino/Chamada para artigos
A revista Historia & Ensino, do Laboratório de Ensino de Historia da Universidade Estadual de Londrina, esta' recebendo artigos ate' o dia 30/10/2005 para compor o numero 12. Mais informações, assim como as normas para publicação, podem ser obtidas através do e-mail
revistahisensi@gmail.com (William Reis Meirelles - editor).

11. Iº Encontro “Universidade e Movimentos Populares: Acesso e Permanência”.

Recebi este convite e divulgo:

No dia 05 de setembro, estaremos realizando uma mesa - redonda, com representantes de Instituições do Ensino Superior – IES e Cursos Pré – Vestibulares Populares da Região Metropolitana de BH, para discutirmos o acesso e a permanência dos jovens de baixa renda, afrodescendentes, no Ensino Superior.
Cada representante das IES, terá um tempo de 10 minutos para fazer uma exposição sobre sua Política de Acesso e Permanência no Ensino Superior.
Os representantes dos Cursinhos poderão formular perguntas por escrito aos convidados, dentro do assunto em pauta.

Realização:

Projeto Cooperativa Social Rede Gespalp /
Centro de Defesa de Direitos Humanos de Betim.

Gostaríamos de contar com sua presença.
Atenciosamente,
Ás 19 horas
Data- 05/09/2005
Local- Funasa (Rua Espírito Santo, 500 – 16º andar – Praça Sete – BH)


Internacional
1. Paz no Oriente Médio?
O pesquisador do Ibase, Maurício Santoro e a estudante de relações internacionais, Patrícia Rangel, traçam o panorama histórico do conflito na região; falam da resistência de famílias de colonos judeus e até mesmo árabes; e analisam as possíveis implicações da retirada. Leia agora: http://www.novae.inf.br/pensadores/gaza.htm
2. Desejo de pastor confunde-se com política externa dos EUA
Esta foi, sem dúvida, uma das mais chocantes notícias da semana que passou. Um pastor norte-americano recomenda matar o presidente Chavez, da Venezuela!!! Ora, independente de gostarmos ou não de Chavez, de o consideramos um populista ou qualquer coisa que seja, estamos falando de um ser humano. E é de se admirar: um pastor que se diz evangélico, cristão, recomendar o assassinato de um ser humano. Como é que era mesmo aquele mandamento recebido por Moisés???
Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior - 24/08/2005Declarações do pastor Pat Robertson propondo que governo dos EUA mate Hugo Chávez foram condenadas pela Casa Branca, mas práticas similares fazem parte da história da política externa norte-americana. Entre o desejo do pastor e a história, a distância é menor do que parece.(leia mais)

3. Objetivos do Milênio descumpridosMais um triste titulo para nosso país...
Marcio Pochmann
Novo relatório da ONU mostra a continuidade do aumento da quantidade de pobres em escala global. O Brasil segue na segunda posição no ranking da desigualdade de renda. Nessa toada, não faltaram aqueles que deverão reivindicar a posição número um.(leia mais)


Brasil

Neste nosso blog faremos o máximo possível para divulgar a mídia alternativa e, sempre que possível procuraremos também mostrar o que a “grande mídia” anda fazendo de porcaria. Os 3 primeiros artigos nos mostram isso. Vejam como a Veja, a Folha de São Paulo e a Época andam fabricando coisas....
1. :: Revista Veja - Laboratório de invenções da elite - Por Anselmo Massad
O caso Collor, a campanha contra o MST, o editor que só permitia foto de "gente bonita", os amigos PSDB, FHC e ACM. Um pouco de muito sobre a revista da família Civita que representa, e difunde, os preconceitos da classe média brasileira.
2. :: Projeto Folha - Ou como desrespeitar inteligências
Confira o monitoramento da NovaE sobre a manipulação do noticiário pelo jornal da família Frias.Leia http://www.novae.inf.br/pensadores/projeto_folha_2608.htm

3. Como Época transformou um boato em capa de revista...
Por: Redação Fórum (reprodução autorizada)
A revista Época deu uma excelente aula de péssimo jornalismo na capa de sua edição número 379. A matéria principal “As tentações do poder” prometia detalhes que comprovariam uma tese: “Favores, presentes, negociatas e sexo. Como a nova corte petista sucumbiu aos encantos de Brasília”.Para comprovar a hipótese, os jornalistas Matheus Machado e Ricardo Mendonça requentaram dois fatos de amplo conhecimento público com um boato de alcova. O primeiro fato é o recebimento de uma Land Rover pelo então secretário-geral do PT, Silvio Pereira. História mais conhecida que a cara de Marcos Valério. O segundo, a festa organizada pela cafetina Geane Corner, a pedido do empresário mineiro.
Mas dois fatos tão batidos não justificariam uma matéria de capa, nem dariam todo o peso à tese dos dois jornalistas. Para reforçar sua idéia, os colegas valeram-se do boato mais baixo que vem correndo Brasília. Pelo menos, desde que o advogado Rogério Buratti fez as denúncias contra o ministro Antonio Palocci.Segundo o boato, as denúncias não teriam sido feitas por Buratti em troca do benefício da delação premiada. Na verdade, Buratti teria se apaixonado por uma prostituta. A profissional seria amante do ministro. Em disputa pela mesma mulher, Buratti teria resolvido detonar o ministro com acusações.Tão baixo e inverossímil, tal boato nunca chegaria a ser publicado por nenhum veículo respeitável da imprensa nacional. Mas adaptado e misturado a fatos requentados, foi usado como capa da revista Época.
Os jornalistas apenas ocultaram a parte mais poderosa e, portanto, perigosa do boato. E divulgaram o dito, atirando na parte mais fraca da história. “A farra acabou com o casamento de 16 anos de Rogério Buratti”....e como Buratti deu aula de jornalismo a dois repórteres“Qual o interesse público dessa informação?”. A pergunta, em tom emocionado, valeu por todo o depoimento de Buratti à CPI da Compra de Votos. Foi mais útil à imprensa brasileira que qualquer indício de corrupção do então prefeito Palocci.Buratti admitiu que, após se separar de sua esposa, namora uma mineira, chamada Carla, como afirma a revista. Mas ela seria uma micro-empresária de tecelagem, e não prostituta. “E mesmo que fosse, não teria direito a mudar de vida? Não teria o direito de reconstruir sua vida ao lado de alguém? Qual o interesse público dessa informação?”, repetia.
E como Época transformou um boteco de esquina em “inferninho” de luxúriasMas o ponto alto da obra-prima de péssimo jornalismo não seria apenas um boato de alcova. Nem o gran finale, em que os repórteres comparam os hábitos petistas no poder aos de Stalin, Fidel, Collor, general Figueiredo, sandinistas e (por que não?) com os nazistas.O melhor da matéria, mesmo, é quando os autores chegam ao humor involuntário. Citam “um bar localizado na quadra 402”. Abaixo, a genial desconstrução desse trecho, feita no site Observatório da Imprensa, pelo jornalista André Deak:
MANÉ DAS CODORNAS
Pega na mentira André Deak
Se as revistas semanais estão concorrendo num concurso de mentiras, gostaria de entregar o prêmio "Mentiras por Parágrafo" a esta edição da revista Época (22/8).Uma informação falsa, por menor que seja, faz desconfiar de todo o resto das informações que a revista traz (menos a data). E o que li foi uma peça de ficção completa. Eis o trecho, e comentários a seguir."Sem qualquer cuidado, um grupo de políticos costumava freqüentar manjados inferninhos da capital. Um bar localizado na Quadra 402 da Asa Norte era um desses pontos de encontro. Deputados federais e ministros se reuniam ali nas quartas e quintas-feiras para apreciar um exótico tira-gosto: o guisado de pescoço de peru. Entre um e outro uísque também solicitavam a famosa codorna do boteco. Na maioria das vezes, varavam a madrugada acompanhados de mulheres bem mais novas e até de seguranças. ‘Eles pegavam uma mesa no fundo, com as garotas. Sentavam no colo e tudo’, conta um garçom do bar. O PT era o partido mais assíduo. O último figurão a ser visto no local foi um ministro que chegou acompanhado por uma jovem com idade para ser sua filha, como recorda o funcionário do estabelecimento. ‘Eu disse para ele: quer mais uma cerveja, ministro? Ele ficou espantado e respondeu: quem disse que sou ministro? Aí eu falei que tinha visto a cara dele na televisão’, conta o garçom. Depois do diálogo, o ministro petista fez sinal de silêncio e pediu discrição."
O bar do texto é o Mané das Codornas, que freqüento desde que cheguei aqui, um ano e meio atrás. Tirando o endereço e a porção de pescoço de peru – que é bem mais ou menos –, duvido de todo o resto.Primeiro, dizer que ali é um manjado inferninho da capital é um baita elogio ao Mané das Codornas. O bar fica numa esquina (pois é, Brasília tem esquina), as mesas ficam na calçada e não tem lugar dentro, só o balcão – de onde saem os pescoços. De infernal, só o atendimento dos garçons, que é bem típico de Brasília.
Imagine um boteco numa esquina, com mesas e cadeiras de plástico, onde uns meio-bêbados e turmas pequenas que saem do trabalho vão de vez em quando. É isso.O garçom e a PMO texto diz que ali se reuniam deputados e ministros para tomar uísque. Se nem eu, que não tenho salário de deputado, não tenho coragem de tomar o uísque do Mané, duvido que alguém tenha. Além disso, é impossível "varar a madrugada" no boteco. Não porque seja ruim, mas porque quase todos os bares de Brasília – inclusive o Mané – fecham à uma da manhã. Aliás, quando passa da meia-noite, eles começam a recolher mesas, garrafas, cadeiras e copos, e só falta mesmo jogar água no pé. Quando chega 0h45, soltam a conta na mesa, sem negociação. Só se os deputados se escondiam no banheiro.
Ah, outra: não tem "mesa no fundo". Não tem fundo. Com as cadeiras todas na calçada, numa esquina, de fato, um ministro tem que ser muito mané para ir ali com garotas "muito mais novas, que sentavam no colo". Bom, talvez daí a preferência pelo Mané das Codornas. Mas duvido.
Olha, de todas as vezes que fui no Mané, nunca vi ministro, senador ou deputado. Ok, não conheço a cara de todos, mas costumo ir lá com amigos que conhecem quase todo mundo – são jornalistas.Todo o trecho está baseado numa entrevista com um garçom que não se identificou. Quem lê e não conhece o Mané das Codornas pode até pensar que é uma espécie de boteco da Augusta ou algo assim, mas o pior é que não é. Chega a ser quase um boteco "família" (e você não deixaria sua família ir a um boteco com garotas de programas ou políticos, deixaria?). Imagino que o garçom não se tenha identificado pelo mesmo motivo dos policiais militares de São Paulo, que quando reprimem manifestantes andam sem identificação. Sabem que vão fazer besteira.
O bode do PT já foi escolhido
Há dois finais de semana, em Brasília, um jovem ex-secretário do governo Marta Suplicy seguiu a cantilena geral de entregar a cabeça de José Dirceu para tentar salvar o PT. Em conversa de bar, garantiu que José Dirceu seria o responsável pela formação de um esquema de caixa 2 no partido, por meio do tesoureiro Delúbio Soares.A diferença é que o ex-secretário argumentava que o dinheiro nem seria para a campanha de Lula. Seria, na versão dele, um fundo para uma campanha presidencial de Dirceu em 2010.No domingo passado, a tática de culpar José Dirceu foi também batida em O Estado de S. Paulo, numa entrevista com Ozeas Duarte de Oliveira, ex-secretário de Comunicação do PT. “Caixa 2 era, na verdade, caixa 1 da candidatura de Dirceu em 2010”, argumentava Ozeas, no título.Além da falta de provas, espanta a mudança rápida de posição de alguns. Antes de ser secretário, o jovem exibia como uma das principais experiências em seu currículo o cargo de assessor de José Dirceu.
Acordão ainda em voga
Ainda paira sobre o Congresso Nacional a penumbra de um acordão entre PT e PSDB para que a crise não gere danos estruturais. Há cerca de quinze dias, uma reunião de assessores parlamentares de parte da bancada governista acabou com certo constrangimento.Houve insistência de alguns assessores para que a bancada governista investigasse mais o envolvimento de alguns tucanos com o empresário Marcos Valério de Souza. E que encurralasse mais o deputado federal Roberto Jefferson, eleito pelo PTB fluminense.A certa altura, um dos assessores ponderou que seria melhor manter a cautela já que “a gente sabe como o Jefferson é inconseqüente”. E, daí, poderiam surgir novas denúncias contra a esquerda. Citou-se como possível fonte de denúncias algumas campanhas eleitorais à prefeitura do Rio de Janeiro.


4. Ausência de políticas públicas incentiva a violência
Fernanda Sucupira – Carta Maior - 26/08/2005
Consulta Nacional sobre Violência Contra a Criança e o Adolescente, organizada pelo Unicef, discutiu as formas em que a violência se manifesta no Brasil e possíveis saídas para o problema. Investimento em políticas públicas para a juventude é uma das principais alternativas.(leia mais)
5. O papel do indivíduo na historia – Mário Sérgio Conti (No Mínimo – Ibest)
Reflexão interessante esta do Mario Sérgio Conti, a propósito da atuação do José Dirceu na história recente do Brasil. Tanto mais interessante quanto oportuna, na medida em que Dirceu se recusa a sair da direção do PT (mesmo de fora ele ainda comanda muitos militantes), produzindo, como já se falou aqui, um risco extremamente desnecessário e perigoso para a própria sobrevivência do partido.

Há um livro de Plekhanov, de 1898, chamado “A propósito do papel do indivíduo na história”, que, como tudo que cheira a marxismo, está completamente fora de moda. Pois bem: Plekhanov foi quem introduziu o marxismo na Rússia. Fundou o grupo Emancipação do Trabalho e, depois, junto com Lênin, o Partido Operário Social-Democratra da Rússia. Na cisão do partido, Lênin liderou a fração bolchevique e Plekhanov, a menchevique. Apesar da ruptura, Lênin sempre teve o adversário Plekhanov em alta conta, sobretudo em questões de filosofia.
No livro, Plekhanov discute o que está no título: se o indivíduo é livre para agir politicamente, ou se é a expressão de movimentos das classes sociais, cujas bases estão na formação econômica do período. É uma discussão complexa. Trotsky polemizou com as idéias de Plekhanov, analisando o lugar da direção revolucionária (o partido) para superar o capitalismo.Discussão complexa e, repita-se, sem sentido nos dias de hoje. Como se sabe, as classes sociais deixaram de existir, os indivíduos são livres e não há por que mudar as estruturas econômicas e, com elas, a sociedade. Pelo bom motivo de que a sociedade é perfeita.
O que há, como não cessam de repetir os ideólogos de plantão, são as celebridades e os excluídos.Plekhanov é pretexto para a pergunta: qual o papel na história desses indivíduos, os políticos?
***
A resposta mais simples é que eles não servem para nada, a não ser nos aporrinhar. A política é um meio de ganhar a vida. Os políticos seguem carreira: são eleitos, defendem isso e aquilo, estão no poder ou na oposição, fazem projetos, discursam – e ganham no fim do mês o seu salário, ou o seu mensalão, ou a sua propina, ou polpudas doações de empresários para as suas campanhas eleitorais.
Exagero? Pois pense na trinca de presidentes citada por Lula na semana passada. Getúlio foi um ditador que “fez” a legislação trabalhista de inspiração fascista. JK “fez” Brasília, uma monstruosidade que alegrou sobremaneira os empreiteiros. E Jânio não “fez” nada a não ser beber, viajar de cargueiro e dizer coisas incompreensíveis.Claro que há grandes políticos brasileiros. Por exemplo o... Não me ocorre nenhum nome no momento.Na crise do momento, há gente fazendo análises pertinentes ou dando testemunhos interessantes. Chico de Oliveira, Giannotti, César Benjamin, Chico Buarque, Wanderley Guilherme dos Santos. Nenhum deles é político profissional. Os políticos só dizem asneiras.
***
O personagem central do fuzuê (junto com Lula) é o deputado José Dirceu. O que fez esse indivíduo na história? Como existe o Google, dá para arriscar uma resposta.José Dirceu foi um jovem provinciano boa-pinta que chegou à cidade grande num tempo de efervescência. Namorou bastante, envolveu-se em política, tornou-se líder estudantil. Seu grande feito na época foi ter sido um dos responsáveis pela organização do Congresso da UNE em Ibiúna. A organização do congresso, um primor de amadorismo e aventureirismo, resultou na prisão de todos os presentes.Dirceu foi preso e, pouco depois, libertado em troca da soltura do embaixador americano, seqüestrado dias antes. Ele se refugiou em Cuba, onde se tornou admirador da ditadura castrista. Lá, organizou um grupo terrorista, o Molipo, e providenciou a reentrada de seus militantes no Brasil. A maioria deles foi presa e assassinada pelos militares brasileiros.Aí fez algo inesperado: abandonou a política. Fez uma cirurgia plástica para alterar a sua fisionomia, arrumou documentos falsos e voltou ao Brasil, ao Paraná, onde viveu com outro nome, Carlos Henrique. Foi um modesto comerciante de sapatos, casou, teve filho. Segundo ele conta, não disse nem à mulher a sua verdadeira identidade. Quando veio a anistia, contou finalmente quem era à mulher, deu-lhe adeus, voltou a Cuba, fez uma nova plástica, para recuperar a face anterior, e embarcou para o Brasil.Em São Paulo, cursou Direito na PUC, entrou no PT e se tornou funcionário do partido.
Aproximou-se de Lula e virou o seu operador político. Quando Lula decidiu fazer o que fosse necessário para chegar ao Planalto (adaptação do programa do PT à vontade da burguesia, marketing político, caixa 2), usou Dirceu como tacão para golpear a democracia do partido, perseguir os dissidentes, criar uma burocracia.Ao chegar ao Planalto, José Dirceu fez o que se vê hoje.
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Li bastante o que Dirceu disse nesse anos todos. Não há uma idéia original. Uma discussão teórica. Um vislumbre, não digo de inteligência, mas de clareza. Ele não sabe escrever. Não tem um artigo que mereça ser citado. Seus discursos são burocráticos.José Dirceu é uma criatura das sombras, da intriga partidária, dos conchavos. Recebeu o apelido de “comissário”, provável associação do seu autoritarismo à mística bolchevique (na interpretação dos seus áulicos e aliados) ou stalinista (na versão dos adversários). Ele não tem nada de bolchevique. Chamá-lo de stalinista é impreciso: como tantos outros, é tão-somente um politiqueiro oportunista.
Seu papel na história se resume a organizar um congresso estudantil fracassado, a fundar uma organização política fracassada (o Molipo) e a galgar postos num partido que foi uma novidade e uma esperança na política brasileira. Partido cuja direção, a começar por ele mesmo, se encarregou de ferir mortalmente.

6. Após caso Dorothy, mortes no campo voltam a crescer no país
A crise política, com todas as televisões focalizando Brasília, nos faz esquecer que o Brasil é bem maior do que a podridão política...o eterno problema da terra continua a produzir suas vítimas!!!
Leonardo Sakamoto - Carta Maior - 28/08/2005
Assassinato da missionária norte-americana no Pará, em fevereiro, chamou atenção do mundo para os conflitos agrários no país. O governo federal prometeu medidas, mas número de mortes aumentou: foram 23 no primeiro semestre de 2004, e 24 no mesmo período deste ano.(leia mais)
7. O ódio de classe da burguesia brasileiraNeste artigo, Emir Sader analisa o terrível discurso de Bornhausen, que teve expressões realmente muito duras e que atingem a todos nós. Afinal, nós pertencemos à “raça” descrita por ele...
Emir Sader
"A gente vai se ver livre desta raça (sic), por, pelo menos, 30 anos", disse o senador Jorge Bornhausen (PFL). Ele merece processo por discriminação, embora no seu meio - de fascistas e banqueiros - é usual referir-se ao povo dessa maneira - são "negros", "pobres", "sujos", "brutos".(leia mais)


Livros e revistas

1. Veja resenhas no www.nethistoria.com

*Templários em Portugal: a verdadeira história (autor: Pedro Silva)
* Os Templários e o Brasil (autor: Pedro Silva)
* Escravos e Libertos no Brasil Colonial (autor: A.J.R. Russell-Wood)

2. Nas bancas o segundo número da REVISTA DE HISTÓRIA, publicada pela Biblioteca Nacional. Traz um dossiê sobre a Loucura, com artigos de Luciana Hidalgo, Ronaldo Vainfas, Laura de Mello e Souza, Maria Clementina Cunha e Magali Gouveia Engel. Além do dossiê, uma entrevista com Richard Graham e artigos sobre as imigrantes espanholas, os cafeicultores, a revolta de Carrancas, biografia de Gustavo Capanema.

3. Livro Sob os olhos de Perón, de Hamilton Almeida, publicação da Ed. Record. Fruto de grande pesquisa, traz revelações sobre a aliança entre Perón e Vargas.

4. Livro O Diário de Nina publicado pela Ediouro. É o diário de Nina Lugovskaia, uma jovem soviética que descreve os horrores do stalinismo.
5. Revista Histórica on-line nº 04
A edição de número 04 da Revista Histórica – agora com código ISSN1808-6284 – traz três artigos importantes para o conhecimento histórico. “A História, a codicologia e os reclames”, de Elizangela Nivardo Dias, visa a apresentar a Codicologia e a inserção dos reclames na mesma, além de dar uma breve explicação de cada uma das ciências que a ela se ligam.“As gravuras brasileiras de Albrecht Dürer”, de Sandra Daige Antunes Corrêa Hitner, apresenta um trabalho inédito no Brasil: uma investigação científica das gravuras de Albrecht Dürer localizadas no país (na Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, na Coleção Fundação Cultural Ema Gordon Klabin e na Coleção do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP).O texto “A criação da Escola de Ferroviários da Companhia Sorocabana”, de Bianca Barbagallo Zucchi, trata da criação da Escola de Ferroviários da Companhia Sorocabana, que foi criada em 1870. Vinte anos depois, essa companhia foi incorporada à ferrovia Ituana, para, na década de 1940, se configurar como a maior do estado.Na galeria “imagens de uma época” há referência aos 51 anos do suicídio de Getúlio Vargas, ocorrido em agosto de 1954. São imagens do acervo do jornal Última Hora, que foi criado a partir do apoio e incentivo de Vargas.
6. Foi lançado o livro "Vozes do Porto: Memória e Historia Oral", de Icleia Thiesen, Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros e Marco Aurélio Santana (orgs). O livro reúne pesquisadores que analisam a memória social construída por antigos moradores da zona portuária do Rio de Janeiro, compreendida atualmente pelos bairros da Saúde, da Gamboa e do Santo Cristo. A abordagem do passado privilegia as relações entre memória e espaço, numa época em que se evidenciam processos de desterritorializacao que redesenham o perfil das cidades e afetam as concepções de pertencimento, alteridade e identidade. Mais informações através do site da Editora DP&A (www.dpa.com.br). (fonte: CPDOC)
7. Foi lançado o livro "Dez anos de pesquisas em ensino de historia: VI Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de Historia", organizado por Jose' Miguel Arias Neto. Mais informações em www.atritoart.hpg.ig.com.br ou através do e-mail atritoart@sercomtel.com.br.
8. A finança mundializada
Carta Maior - Livro desnuda globalização neoliberal: uma intrincada rede de interesses construída pelos mercados financeiros internacionais, sob a necessidade voraz de reprodução do capital que gera ilusões de riqueza, desestrutura países e estimula guerras em nome do lucro.(leia mais)


Sites interessantes

1. O acervo on-line de programas de rádio, músicas, fotos e livros, do Instituto Moreira Salles, é uma pérola. Se o interesse é a música, você faz a busca pelo título da obra, intérprete ou compositor e pode ouvi-la no ato. Deguste, por exemplo, a valsa opus 64 de Chopin na flauta de Patápio Silva ou Carmem Miranda e o grupo da Velha Guarda cantando Tenho um Novo Amor, de Cartola, além da clássica Vou Vivendo, com Benedito Lacerda e Pixinguinha. Os programas de rádio, com entrevistas e seleções musicais, são produzidos pelo próprio instituto. Clique por lá e faça um passeio pelo choro brasileiro ou ouça as jazz bands brasileiras dos anos 20. (fonte de informação: Revista Nova Escola)

2. Veja no www.nethistoria.com

História Geral
- O Santo Ofício da Inquisição: História e Narrativa
- Religião e Guerra no Egito Faraônico
Ensaios e Artigos
- O paradigma revolucionário e os novos agentes: Uma análise sobre as favelas


Dissertações e teses

1. Criar Ilhas de Sanidade: os Estados Unidos e a Aliança para o Progresso no Brasil/Tese Henrique Alonso de A. R. Pereira (henriquealonso@yahoo.com) defendeu, em 11/5/2005, tese de doutorado em Historia, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), intitulada "Criar Ilhas de Sanidade: os Estados Unidos e a Aliança para o Progresso no Brasil", orientado por Antonio Pedro Tota. Este e' o resumo, feito pelo autor: "Aliança para o Progresso foi o principal programa de política externa dos Estados Unidos no inicio da década de 1960. Ela representou o enfrentamento do 'perigo' comunista que teria se instalado na América Latina com a Revolução Cubana em 1959. Dada sua importância geopolítica, o Brasil foi o pais latino-americano prioritário para a ação da Aliança para o Progresso. No Brasil, o foco central da preocupação do governo norte-americano foi o Nordeste. Considerado então como uma 'região explosiva' dadas suas péssimas condições socioeconômicas e o crescimento constante da 'ameaça' comunista. As 'Ilhas de Sanidade', expressão criada pelo embaixador norte-americano Lincoln Gordon, foram o locus privilegiado de atenção do governo estadunidense e da implementação dos projetos ligados 'a Aliança para o Progresso. As 'Ilhas' funcionariam como um exemplo daquilo que os Estados Unidos poderiam fazer de bom não apenas pelo Nordeste e pelo Brasil, mas também por toda a América Latina. O estado do Rio Grande do Norte foi a principal 'Ilha de Sanidade' no Nordeste brasileiro. Os resultados das ações da Aliança para o Progresso estiveram muito distantes da propagada intenção do programa de contribuir para criar governos plenamente democráticos. Durante a década de 1960, e também no inicio dos anos 1970, a América Latina foi varrida por uma serie de golpes de Estado que estabeleceram ditaduras militares. Grande parte destes golpes de Estado, como o ocorrido no Brasil em 1964, teve significativa ajuda do governo norte-americano".
2. Uma casa e seus segredos: a formação de olhares sobre o Museu Mariano Procopio/ Dissertação Carina Martins Costa (mardilha@terra.com.br) defendeu, em 10/8/2005, dissertação de mestrado profissionalizante em Bens Culturais e Projetos Sociais, no Centro de Pesquisa e Documentação de Historia Contemporânea do Brasil (CPDOC), intitulada "Uma casa e seus segredos: a formação de olhares sobre o Museu Mariano Procópio", orientada por Ângela Maria de Castro Gomes. Este e' o resumo da dissertação, feito pela autora: "Esse trabalho busca refletir as possibilidades e desafios da educação histórica em museus. Com este objetivo, selecionamos o Museu Mariano Procópio (Juiz de Fora-MG) como cenário para nossa proposta. O produto proposto e' composto por três partes principais, a saber, o livreto sobre o MMP, as pranchas pedagógicas sobre seu acervo e, por fim, as fichas para adultos, com informações adicionais. Em um primeiro momento, analisamos o processo de constituição do Museu Mariano Procópio e seu acervo, a partir de uma perspectiva histórica. A consecução do produto foi realizada a partir de diálogos teóricos entre as pesquisas do ensino de Historia, da educação e da museologia. Com base na leitura de dissertações e teses sobre educação em museus, mapeamos brevemente as principais questões colocadas pelos pesquisadores a partir dos anos 80. Em seguida, apresentamos nossos pressupostos de educação histórica, aliado a uma discussão sobre a aprendizagem a partir de fontes primarias. A proposta de um produto pedagógico, destinado ao publico infantil, nos levou 'a sondagem de outros materiais produzidos pelos museus. Por fim, apresentamos o processo de produção do material pedagógico".