Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

18.1.06

Número 022 - nova fase




Uma casa em ruínas

Quem, na época do ouro farto, habitou essa casa, em Mariana? E em tantas outras casas que já desabaram? E em tantas outras que irão desabar porque o descaso para com nosso patrimônio é muito grande.
É importante que lancemos os olhos para o que ainda resta, que façamos projetos para restaurar e conservar, antes que tudo vire pó.
Trabalhar essas questões é um dos objetivos do curso de pós-graduação que estamos tentando implantar na Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte.
Mais do que um diploma, o importante é a consciência e a ação em prol do patrimônio mineiro.


Ainda falando em memória, veja na Seção Sites interessantes que a Fundação Getulio Vargas disponibiliza centenas de documentos sobre a era JK. Há também um link para um site que disponibiliza vários vídeos da época. Muito interessantes!


Vamos às novidades de hoje.

1. Se alguém duvidava que políticos do Brasil todo recebiam “por fora”, aí está a prova. Neste link você poderá ver a lista de todos os beneficiados pelo caixa 2 de Furnas, empresa dirigida por uma pessoa indicada pelo governador mineiro, que também recebeu. A lista tem inúmeras surpresas. Deputados nanicos (no tamanho) que esbravejam e ameaçam até bater no presidente...também receberam... e tantos e tantos outros... confira!!!

http://www.pontoflash.com.br/furn@s/


2. Nesta segunda-feira, foi criada a CPI das Privatizações para investigar o período de 1990 a 2002 e os critérios utilizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a iniciativa privada.

A CPI das Privatizações estava na fila para ser criada. O presidente da Câmara assinou o ato nesta segunda-feira após a conclusão da CPI da Exploração de Crianças e Adolescentes. A Comissão é a terceira tentativa dos governistas de criar um palco político contra a oposição. No começo do ano passado, eles conseguiram criar e instalar a CPI do Setor Elétrico, mas sem quórum suficiente, ela foi arquivada.

Depois, para tentar investigar também a denúncia da compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição em 1997, colocou em funcionamento a CPI do Mensalão, que deveria investigar as denúncias dos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que terminou sem a votação de relatório final.

A CPI das Privatizações investigará mais de 80 empresas e o BNDES por, supostamente, ter aceito critérios duvidosos no processo de desestatização do setor privado. No setor elétrico por exemplo, o banco teria aceitado ações da Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig) como segurança dos empréstimos e, no caso da Eletropaulo, o BNDES também aceitou frágeis garantias dos norte-americanos da AES.

3. A podridão moral da política brasileira continua a ser o alvo da indignação do jornalista Vilas Boas Correa. Vamos anular o voto? Há muitas pessoas querendo fazer isso, mas talvez o artigo do sociólogo Cândido Grzybowski as faça mudar de idéia!

4. No plano internacional, as atenções se voltam para o Irã, que surge no horizonte como a grande ameaça... E os norte-americanos já estão em polvorosa, agitando seus aliados para combater o Mal.

5. Muitos livros novos estão indicados, assim como sites. Na parte dos livros, colocamos uma resenha do lançamento polêmico, que trata das relações entre as famílias Saud e Bush.

6. Na semana que vem nosso boletim será atualizado na segunda feira, dia 23, pois estarei viajando.
Um abraço
Ricardo

Falam amigos e amigas

Parabéns por mais esta edição do Boletim. Está ótima, como sempre.
Concordo com você quando se pergunta o que haveria por trás do Azeredo?!
O mal do país é considerar o sujeito que tem raízes profundas na história política... Azeredo só o é por causa do pai.
Principalmente aqui em Minas, as capitanias hereditárias continuam...Veja Aécio... Pois é!
Então, somos obrigados a conviver com Neves, Azeredos, ACMs, Sarneys, Maias... Sinal de que o empreendimento político dá lucro neste país.
Beijo. Parabéns.
Maria Teresa
Pois é, Teresa... neste número temos mais surpresas... veja o link acima!!!


Festival de besteiras

1. Uma holandesa ofereceu seu filho de um ano de idade pela Internet, gratuitamente, para quem se dispusesse a cuidá-lo. "Ele não é doente, mas tenho tantos problemas na cabeça que simplesmente não posso tomar conta dele", explicava a mãe no anúncio. A oferta, que estava no site www.marktplats.nl, foi retirada.

A mulher holandesa se declarou "uma estressada mãe de quatro filhos". De acordo com a agência de notícias holandesa ANP, havia um endereço de e-mail e um número de telefone para contato no anúncio. A linha telefônica estava fora de serviço ontem à tarde.

Cerca de 150 pessoas teriam acessado o anúncio e uma delas chegou a responder oferecendo dois euros e meio pelo bebê.

2. Livro de senador mostra visão canina da política
O senador norte-americano Ted Kennedy lançou um livro sobre política narrado por um... cachorro.O livro, destinado às crianças, chama-se "My Senator and Me: A Dog's-Eye View of Washington, DC" (algo como "Meu Senador e Eu: A Visão de um Cão sobre Washington, DC"). O narrador é um simpático cãozinho chamado "Splash".Segundo Ted, a idéia é mostrar, pela perspectiva do totó, como é o dia de um senador e como um projeto vira lei.

E eu que pensava já ter visto de tudo neste mundo...

Brasil

No número passado postamos um artigo do Villas-Bôas Corrêa falando da podridão moral da Câmara. Ele volta à carga hoje, mostrando que o problema não é apenas da Câmara... a meleca está em todos os poderes!!!

Villas-Bôas Corrêa
Um tiro no coração

Enquanto o Judiciário expõe sua credibilidade ao desgaste com o privilegiado aumento de vencimentos dos ministros do STF e Lula perde a cerimônia e mergulha na campanha da reeleição, a Câmara ameaça aumentar de 513 para 521 o número de deputados. http://nominimo.ibest.com.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.

Mas uma boa noticia de hoje: os deputados fizeram um acordo... Concordaram em reduzir suas férias a APENAS 55 dias, ou seja, praticamente 2 meses por ano... Igualzinho aos trabalhadores do país.... Só falta agora eles quererem também o 1/3 de férias....

Perante essa podridão toda, ficamos tentados a nunca mais votar. Pra que? Não é tudo a mesma coisa? Quem acreditou na seriedade das propostas éticas petistas está hoje amargurado, calado, olhando pro chão...Cândido Grzybowski, sociólogo e diretor do Ibase, alerta-nos para a necessidade de pensarmos bem se abster-se ou anular o voto é atitude interessante.

Democracia em perigo

"Não votar ou anular o voto poderá ser um render-se diante de dificuldades da democracia, uma espécie de aceitação implícita dos princípios deste capitalismo selvagem e excludente, em sua versão neoliberal, no qual o que importa é cada um e cada uma se virar por si mesmo", alerta o sociólogo e diretor do Ibase, Cândido Grzybowski.Leia: http://www.novae.inf.br/pensadores/votar_sempre.htm

Internacional

1. A agenda do FSM e a luta contra o Império
Marco Aurélio Weissheimer

O Fórum Social Mundial nasceu em 2001 como um contraponto a Davos. De lá para cá, construiu uma agenda própria e começou a formular propostas para uma nova ordem global. E essa movimento assume um crescente caráter de luta contra a política imperial dos Estados Unidos.(leia mais)

2. Antiimperialismo deve ser marca do Fórum Social Mundial em 2006
Verena Glass - Carta Maior - 12/01/2006

Histórico da luta anticolonialista na África e "onda" de governos de esquerda na América Latina devem confluir para criação de uma frente mundial de luta antiimperialista no FSM 2006. Possível presença de Lula, Evo, Kirchner, Vázquez e Michelet em Caracas deve esquentar debate.(leia mais)

3. Pedro Doria
O dilema Irã

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad pôs o mundo em xeque. Ninguém quer um país instável com armamento nuclear mas os diálogos não caminham. Sanções econômicas contra o Irã podem disparar o preço (já alto) do petróleo. E uma guerra lá pode transformar o Oriente Médio o inferno na terra.
http://nominimo.ibest.com.br/notitia/servlet/newstorm.notitia.

E a Condoleezza Rice já avisou que o governo do Irã “passou dos limites”, exigindo, pois, que o mundo ocidental responsável aja com rapidez para encaminhar o problema ao Conselho de Segurança da ONU. O senador republicano John McCain – seria um porta-voz? – disse que os Estados Unidos poderão ter de apelar para a força bruta a fim de deter o Irã. Um pouco mais comedida, Rice insistiu em que ainda se está na fase da diplomacia. Claro, isso não descarta uma outra fase... Hoje os noticiários estão falando que ela e o chefe da política externa da União Européia, Javier Solana chegaram à conclusão de que não há mais o que discutir.

É claro que eu não concordo com a atitude do presidente do Irã, que me parece um belo de um fascista, mas também não tenho como responder às perguntas: Por que os mísseis de Israel, Paquistão, Índia e Coréia do Norte são tolerados? Seriam mais inofensivos do que aqueles que, segundo os EUA o Irã irá construir daqui há uns 4 ou 5 anos? Quem tiver respostas, por favor, envie para o email rimofa@terra.com.br


Livros e revistas

A Editora Contexto já começa com um ótimo lançamento na sua área de interesse:
A História Escrita - Jurandir Malerb (org.).

Este livro não é uma coletânea de textos perdidos em revistas espalhadas pelo mundo, mas um produto intelectual, fruto de inquietações e problemas presentes no trabalho dos historiadores. O autor procurou alguns dos mais relevantes historiógrafos em atividade e escolheu o texto que melhor se adequasse aos propósitos desta obra. Assim, não se trata de uma coletânea (no sentido de sair por aí coletando aleatoriamente), mas de um livro com propósito definido. Nesse sentido, os textos aqui reunidos oscilam da reflexão teórica acerca do conceito de historiografia para a reflexão crítica de uma epistemologia da história, passando necessariamente pelas potencialidades e limites metodológicos que cada caminho apresenta.

Organizador: Jurandir Malerba
Doutor em História e professor visitante na University of Oxford e na Georgetown. É professor de Teoria da História na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita (Unesp, Franca).

Autores:Angelika Epple, Arno Wehling, Carlo Ginzburg, Frank R. Ankersmit, Hayden White, Horst Walter Blanke, Jörn Rüsen, Jurandir Malerba, Masayuki Sato, Massino Mastrogregori.

2. Revista Estudos Avançados 55 – Dossiê sobre a América Latina, a crise Argentina, o futuro do Mercosul e a era Chavez na Venezuela

3. Dicionário de Relações Internacionais de Guilherme A. Silva e W. Gonçalves, ed. Manole, 267 p. R$74,00.

4. Os dentes falsos de George Washington, de Robert Darnton. Cia. Das Letras, 149 p., R$ 39,00 – cultura e fofocas do século XVIII em seis divertidos ensaios.

5. A origem do terror: A história dos clãs Saud e Bush
Por Gustavo Barreto (do site da revista Novae)

Dan Grossi tinha quarenta e nove anos e fora policial por mais de vinte em Tampa, na Flórida, Estados Unidos. Pela manhã, recebera um telefonema para realizar um serviço especial. "Perguntaram se eu estava interessado em escoltar estudantes sauditas de Tampa até Lexington (...), porque o departamento de polícia não podia fazer isso". O dia: 13 de setembro de 2001. A ordem era ir até o aeroporto, onde haveria um jatinho fretado para ele e os sauditas em fuga. Neste momento, os Estados Unidos passavam pela sua maior crise interna em décadas e evidentemente todos os vôos estavam proibidos - uma determinação irrevogável da Federal Aviation Administration (FAA). "Nunca achei que isso fosse dar certo".

Manuel Perez, ex-agente do FBI e encarregado de ajudar na missão, reforçou o ceticismo na operação: "Ninguém está decolando hoje". Havia, no entanto, um diferencial: dentro do jatinho decolariam membros das famílias bin Laden e Saud. Um dos pilotos chegou no começo da tarde ao Aeroporto Internacional de Tampa e disse a Grossi: "Este é o seu avião. Quando quiser, podemos ir".

A história foi contada pela primeira vez no Tampa Tribune, em outubro de 2001, e detalhada por Craig Unger no livro "As Famílias do Petróleo", que organiza e explicita as relações entre os clãs Bush, dos EUA, e Saud, da Arábia Saudita. Uma busca feita por Unger dois anos depois em todos os jornais norte-americanos, usando o sistema Nexis-Lexis, mostrou que nenhuma outra publicação achou o acontecimento de interesse público.

Ordem veio de cima

Viajaram Grossi, Perez e três sauditas aparentando vinte e poucos anos, por volta das quatro e meia da tarde. A surpreendente exceção aberta ao vôo fez Perez concluir que a ordem vinha "do nível mais alto do governo". No mesmo dia, o príncipe Bandar Saud - um dos homens mais poderosos da Arábia Saudita e o mais influente árabe nos Estados Unidos - estava reunido com George W. Bush, pensando de que forma travariam a "guerra contra o terror". A identidade dos sauditas nunca fora revelada oficialmente. Grossi a Unger: "Foi tudo tão depressa. Só sabia que eram sauditas. Tinham boas relações. Um deles me disse que o pai ou o tio era amigo de George Bush pai".

A FAA diz que o vôo nunca existiu. "Não consta em nossos registros (...) Não aconteceu", afirmou Chris White, porta-voz do órgão, ao Tampa Tribune. A Casa Branca também negou. A riqueza de detalhes, no entanto, foi confirmada pelos dois norte-americanos presentes, repercutidas por Unger.

Uma hora e quarenta e cinco minutos depois, chegaram ao Aeroporto Blue Grass, em Lexington, destino comum dos sauditas adeptos de corridas de cavalos. Os bin Laden, boa parte tendo rompido com Osama, são pessoas ricas que estudam em excelentes faculdades e moram em lugares de luxo, como por exemplo uma cobertura no Soho, em Nova Iorque, cujo aluguel custa seis mil dólares mensais. No aeroporto, um norte-americano e um 747 com letras árabes na fuselagem os esperavam. "Em todo o país", conta Unger, "membros da grande família bin Laden, do clã Saud e seus colegas estavam se reunindo em vários locais". Ele contabiliza pelo menos sete outros aviões disponíveis para tal fim.

O FBI também adotou a estratégia de negar a coordenação, mas desmentiu involuntariamente a Casa Branca e a FAA. "Posso declarar sem erro que, seja como for, o FBI não teve nenhum papel para facilitar esses vôos" (agente especial John Iannarelli, em entrevista a Unger). Bandar declarara à CNN: "Com a coordenação do FBI, tiramos todos de lá". Os aviões da família bin Laden, em ação conjunta com a Casa Branca e a família Saud, recolhiam membros em Los Angeles, Orlando (Flórida), Washington e, finalmente, Boston. Pousaram no Aeroporto Logan, em 19 de setembro.

Agente do FBI tentou identificar passageiros

Foi de lá que partiram os dois aviões que se chocaram com as Torres Gêmeas. Dale Watson, ex-agente do FBI, lembra ter "criado a maior confusão no escritório de Bandar" ao tentar descobrir quem estava no avião. O próprio Watson participou da repatriação dos sauditas. Registra-se que quinze dos dezenove seqüestradores dos atentados de 11 de setembro eram sauditas. "Bandar queria que o avião partisse e insistíamos que o avião não ia decolar antes de sabermos exatamente quem estava a bordo".

A ordem também causou a ira e curiosidade de Tom Kinton, diretor de aviação do aeroporto, e de Virginia Buckingham, chefe da Superintendência de Portos de Massachusetts, que administra o aeroporto. "Estávamos no meio do pior ato terrorista da história e íamos assistir a uma evacuação de bin Laden!", disse Kinton. Virginia completou, ao Boston Globe: "Meus funcionários perguntavam: o FBI sabe? O Departamento de Estado sabe? Por que estão deixando essa gente ir embora? Foram interrogados? Foi uma coisa ridícula".

No meio do caminho de Watson, Kinton e Buckingham na busca pela verdade estava o clã Saud, que controla a Arábia Saudita há décadas e possui as maiores reservas de petróleo do mundo. Mantém o poder em aliança com o fundamentalismo wahabita, "seita muçulmana ruidosa e puritana que constituía campo fértil para a criação de uma rede global de terroristas ansiosos por uma jihad violenta contra os Estados Unidos", conforme descreve Craig Unger. As relações com a "terra da liberdade" continuavam, no entanto, conforme O Corão prega: "Não perguntes sobre aquilo que, se te for explicado, poderá trazer-te problemas".

Laços comerciais robustos

A família bin Laden (ou "Binladin"), igualmente, possuía laços tão estreitos com o status quo norte-americano que até mesmo os mais fervorosos críticos da Casa Branca acabam por se impressionar. A robusta construtora Saudi Binladin Group (SBG) fazia operações bancárias com o Citigroup e investia em grandes corretoras como Goldman Sachs e Merril Lynch. A lista de parceiros inclui Disney, Hard Rock Café, Snapple e Porsche. Em meados da década de 90, continua Unger, uniram-se a vários membros do clã dos Saud e se associaram ao ex-secretário de Estado James Baker e ao ex-presidente George H. W. Bush, o Bush pai, para investir no Carlyle Group, enorme empresa privada de investimentos com sede em Washington. Com tanta intimidade, é de se estranhar que a operação não tenha sido mais rápida e eficiente.

Enquanto isso, jornais supostamente "críticos" dos Estados Unidos, como o New York Times, repercutem a idéia de que os serviços de inteligência "falharam" em prevenir os atentados do 11 de setembro. O que Craig Unger demonstra por "A" mais "B" é que parte dos serviços de inteligência estava, na verdade, trabalhando para o esquema de poder que sustentou boa parte das operações terroristas. Unger resume, ao final do primeiro capítulo de seu livro: "(...) por mais horrível que pareça, o relacionamento secreto entre essas duas grandes famílias [Saud e Bush] ajudou a deflagrar o terror e deu origem à tragédia de 11 de setembro".

Talvez não tenhamos a idéia exata do poder da família Saud, mas basta lembrar que os sauditas, para demonstrar apoio na suposta "guerra contra o terror", despacharam nove milhões de barris para os Estados Unidos. Em conseqüência, o preço do barril caiu instantaneamente de 28 para 22 dólares.

Uma pergunta indesejável

Entende-se que parte dos passageiros nada tinha a ver com Osama bin Laden, ou com os atentados ocorridos dias antes. "Por outro lado", escreve Unger, "(...) Uma caçada humana global de proporções sem precedentes estava em andamento. Milhares de pessoas tinham acabado de ser mortas por Osama bin Laden. Não faria sentido pelo menos entrevistar seus parentes e outros sauditas que, conscientemente ou não, poderiam tê-lo ajudado?" Além disso, lembra, em todo o país árabes inocentes foram presos, interrogados e torturados - o que a CIA chama de métodos especiais de interrogatório - pelo simples fato de serem árabes. Segundo indícios levantados por Unger, constata-se que também pelo fato de serem pobres e sem influência no clã Bush.

"Não há por que pensar que todos os membros de sua família [bin Laden] o renegaram", disse Paul Michael Wihbey, filiado ao Instituto de Estudos Políticos e Estratégicos Avançados, ouvido por Unger. O jornalista aponta também outros dois parentes de bin Laden - Mohamed Jamal Kalifa e Kalil Binladin - como personagens envolvidos com o terrorismo e trabalhando ativamente para a Al-Qaeda. A agência de notícias alemã Deutsche Presse-Agentur chegou a noticiar que Kalil era suspeito por possuir negócios em Minas Gerais e possivelmente um centro de treinamento terrorista em Belo Horizonte, ligada ao Hezbollah.

No escândalo Irã-contras, na ajuda secreta dos EUA ao grupo de Osama bin Laden no Afeganistão na década de 70, no apoio ao ditador genocida Saddam Hussein nos anos 80, no apoio dos sauditas à empresa petrolífera de Bush filho (Harken Energy), na Carlyle Group, na Guerra do Golfo em 1991 e, agora, na repatriação de sauditas após o 11 de setembro - em todos os casos acima citados, os clãs Saud e Bush compartilham, citando Unger, "segredos que envolviam riqueza pessoal incalculável, poderio militar espetacular, os recursos energéticos mais ricos do mundo e os crimes mais odiosos que se pode imaginar".

Informações como estas são a ponta do iceberg e servem para começarmos a calcular o grau de desinformação e manipulação na qual a imprensa está imersa, brutalmente distante do verdadeiro jogo de poder existente em duas das maiores dinastias atualmente existentes - uma delas fantasiosamente nomeada "democracia norte-americana

Sites interessantes

1. Guerra dos Farrapos, com destaque para a presença dos negros nos combates: veja no site http://www.forumpassofundoonline.slg.br/index.php?category=all&id=253

2. Visite no Portal do CPDOC, a página "Os anos JK", na qual foram disponibilizados cerca de 250 textos biográficos e temáticos que recuperam figuras de destaque daquele importante período, como Jango e Lott, e temas relevantes como o Plano de Metas e a construção de Brasília. São apresentados ainda cerca de 100 fotos e documentos textuais e uma seleção de depoimentos de atores políticos do acervo de História Oral do CPDOC. Acesse em: http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jk

3. Conheça na íntegra o resultado de duas pesquisas inéditas realizadas recentemente pelo CPDOC, e que foram matéria em diversos jornais do país: "CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO E INSTITUIÇÕES POLÍTICAS: O QUE PENSA O BRASILEIRO?" e "O BRASILEIRO E O TRÂNSITO: UMA GUERRA ENTRE MOTORISTAS E PEDESTRES?" Acesse a partir da home-page: http://www.cpdoc.fgv.br


Noticias

1. Um curso inovador que alia excelência acadêmica e foco no mercado de bens culturais. O aluno estará habilitado a aplicar o conhecimento produzido pela FGV em Ciências Sociais, Economia e História a uma das áreas mais dinâmicas do mundo contemporâneo.
O curso será oferecido em São Paulo e as inscrições acontecerão de fevereiro a março, no site da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas: http://www.gv.br/economia/index.cfm?fuseaction=cursos.mbabcceg
Para mais informações, telefone para (11) 3281-7812 ou acesse nosso portal: http://www.cpdoc.fgv.br/

2. Você ainda pode se matricular no curso de pós-graduação HISTÓRIA, PATRIMÔNIO CULTURAL E TURISMO, oferecido pela Faculdade Estácio de Sá de Belo Horizonte.
São apenas 35 vagas, aproveite a chance!!!