Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

28.5.08

Número 140




EDITORIAL

De volta às montanhas mineiras, depois de uma semana em praias da Bahia. Vou colocar algumas fotos do local onde estive, Itacaré, não para deixar vocês babando, porque o lugar é lindíssimo, mas para chamar a atenção para um dado que me parece muito significativo. O nordeste brasileiro está sendo “redescoberto” pelos europeus. O número de empreendimentos que os guias locais não se cansam de comentar, é espantoso. São hotéis, resorts, fazendas dentro da Mata Atlântica voltadas à exploração turística (cachoeiras como a que vocês verão abaixo, que pertence a um italiano). Constrói-se, numa região tão bela quanto paupérrima, um hotel 6 estrelas (é isso mesmo...seis, meia dúzia de estrelas) por um grupo português que irá precisar, evidentemente, de um aeroporto internacional, já que o mais próximo, o de Ilhéus, é muito pobre e muito longe do empreendimento. O tal aeroporto internacional já está projetado, será construído em terras que terão mais alguns quilômetros de florestas destruídas para atender aos interesses dos turistas europeus ávidos para descobrir se realmente existe pecado ao sul do Equador.
O nosso problema não é só a Amazônia....
Amanhecer na praia de São José, praticamente privativa dos hóspedes do Itacaré Village e do Itacaré Eco Resort. Apesar de as praias serem públicas, como há um condomínio fechado aqui, os habitantes não entram.

COLABORADORES

Temos hoje a colaboração do professor Jaime Pinsky. Trata-se de artigo publicado no Correio Braziliense de 11/5/2008, em que ele aborda a criação de Israel e aponta as necessidades presentes para aquela região.

60 anos de Israel

Jaime Pinsky www.jaimepinsky.com.br

Com a colaboração do então presidente da Assembléia Geral das Nações Unidas, o brasileiro Oswaldo Aranha, o Estado de Israel foi criado pela comunidade internacional e comemora agora 60 anos de existência. Para alguns, a (re)criação de um Estado judeu naquela região, quase dois milênios após a destruição dos últimos resquícios de um poder político judaico, pareceu um milagre. Para outros, um acontecimento que contraria a lógica histórica. E, para poucos, principalmente aqueles que esqueceram que o bloco soviético mostrou mais entusiasmo por Israel do que os EUA ou a Inglaterra, o país representava um fato colonial.
Como 60 anos é muito tempo, principalmente numa época em que até acontecimentos são objeto de consumo rápido, vale a pena lembrar os 3 fatores que efetivamente devem ser colocados nos fundamentos do novo Estado: 1) o sonho milenar do “retorno” a Sion, que era mais uma nostalgia do que uma atitude, recitada pelos judeus no final de várias rezas; 2) as condições materiais de existência dos judeus na Polônia e no Império Czarista, que deixaram grande parte da população judaica em situação de miséria, propiciando o surgimento de idéias messiânicas e políticas de autodeterminação nacional; 3) o Holocausto, massacre de metade da população judaica mundial por parte dos nazistas e a destruição da cultura judaica de língua iídiche, que reascendeu a coesão do povo judeu em torno de uma idéia nacional.
A idéia sionista e o Holocausto são fatores que merecem ser um pouco mais esclarecidos. No início do século XX, um jovem pensador judeu russo escreveu uma obra baseada no pensamento marxista em que mostrava a importância de os judeus se espalharem por todos os setores da pirâmide social. Borochov (este era o nome dele) pode ser considerado uma espécie de pai espiritual do kibutz, a colônia agrícola coletiva para onde uma importante parcela de jovens judeus socialistas europeus se mudou. De fato, nos primeiros anos do século, a composição social do que poderíamos chamar genericamente de Palestina era muito curiosa: de um lado, o proprietário de terra árabe que explorava o camponês e sua família numa relação que poderia perfeitamente ser chamada de feudal. De outro, colônias agrícolas judaicas onde ninguém era proprietário dos bens de produção (terra, máquinas, ferramentas) e até mesmo de bens de uso como roupas. Era o comunismo levado a sua última conseqüência, já que cada um dava de si o que podia e recebia o que precisava, dentro dos limites das possibilidades da coletividade. Assim, antes de haver propriamente um choque entre árabes e judeus, houve um choque de caráter social.
Mais tarde ocorreria o Holocausto. Nunca será possível superestimar a importância que o massacre nazista teve sobre os judeus. Devemos lembrar que os judeus estavam na Polônia e adjacências havia 7 séculos (mais que o tempo decorrido da existência do Brasil pós-descobrimento) e que, por ocasião das perseguições nazistas, receberam muito pouca solidariedade de poloneses não-judeus, salvo raras e honrosas exceções. Pelo contrário, sabe-se hoje que poloneses, ucranianos e até lituanos colaboraram grandemente na caça aos judeus, sendo que, em algumas situações, foram bastante ativos nessas tarefas degradantes. O judaísmo polonês desenvolveu uma cultura própria, sustentada em uma língua estruturada no alemão medieval, acrescida de palavras eslavas e hebraicas (língua, por sinal, utilizada por Isaac Bashevis Singer, prêmio Nobel de Literatura). Os nazistas e seus aliados acabaram com o judaísmo de fala iídiche e com 6 milhões de judeus, assassinados apenas por sua etnia, real ou imaginária. E muita gente não conseguiu fugir do nazismo por não ter, simplesmente, para onde ir.
Assim, a idéia de um lar nacional, um abrigo seguro, para onde os perseguidos pudessem se dirigir é facilmente compreensível. Para muitos sobreviventes do Holocausto a única chance era fazer parte de um estado próprio, judeu, Israel.
É verdade que o país talvez não tenha feito jus a todos os sonhos igualitários. É verdade também que esses sonhos não passam atualmente de vaga lembrança, no mundo inteiro, hoje varrido por um pragmatismo assustador. O kibutz deu lugar aos muros de concreto, a integração cedeu à exclusão, e isso é triste. Mas será tão diferente das fortalezas em que nós todos nos entrincheiramos, defendendo-nos, com altos muros, grades e porteiros uniformizados, dos brasileiros pobres e miseráveis? Mais do que julgar levianamente, o que nos resta é desejar que Israel encontre com seus vizinhos um caminho de harmonia e respeito. Todos merecem viver em paz.
Deste mirante se pode ver a beleza da praia de São José, cercada por vegetação luxuriante.

FALANDO DE HISTORIA

1. Ainda Maio de 68, afinal este ano ainda não acabou...

Até para reescrever a história é necessário algum talento. Apenas má fé não basta. Em um artigo sobre a luta armada na ditadura, publicado na "Folha de São Paulo", o professor Marco Antonio Villa sequer se deu ao trabalho de tentar reescrever a história com algum apuro.
Celso Lungaretti
“Em um país sem memória, é muito fácil reescrever a história”, afirmou Marco Antonio Villa, que leciona tal matéria na Universidade Federal de São Carlos, em seu artigo “Falácias Sobre a Luta Armada na Ditadura” (Folha de S. Paulo, 19/05/2008).
Confiante nessa facilidade, Villa não se deu sequer ao trabalho de reescrevê-la de com algum apuro, como se constata neste parágrafo, o mais revelador das intenções subjacentes à sua racionália tortuosa:
Argumentam que não havia outro meio de resistir à ditadura, a não ser pela força. Mais um grave equívoco: muitos dos grupos existiam antes de 1964 e outros foram criados logo depois, quando ainda havia espaço democrático (basta ver a ampla atividade cultural de 1964-1968). Ou seja, a opção pela luta armada, o desprezo pela luta política e pela participação no sistema político e a simpatia pelo foquismo guevarista antecedem o AI-5 (dezembro de 1968), quando, de fato, houve o fechamento do regime.”
Que grupos praticantes da luta armada existiam antes de 1964, quando golpistas armados acabaram com a democracia no Brasil, destituindo o presidente legítimo, subjugando o Congresso, extinguindo partidos e entidades legais, cassando, caçando e torturando?
Refere-se, talvez, às Ligas Camponesas de Francisco Julião, que buscavam timidamente e sem muita eficácia responder à violência desenfreada dos latifundiários. Ou aos grupo dos 11 brizolistas, constituídos a partir da resistência ao golpe tentado em 1961 e que acabaram servindo apenas como espantalho útil para a propaganda direitista: nem desenvolveram ações características da luta armada, nem conseguiram evitar que a tentativa golpista seguinte fosse vitoriosa.
E quais foram os grupos de luta armada criados “logo depois” de instaurada a ditadura militar? A única ocorrência nessa linha se deu, na verdade, dois anos depois: o início de implantação de focos guerrilheiros por parte de militares expulsos das Forças Armadas, em Caparaó. Descobertos em abril/1967, foram presos antes mesmo de entrarem em ação. Parafraseando Apparício Torelly, Caparaó foi a guerrilha que não existiu...
A luta armada começou a entrar verdadeiramente na pauta da esquerda brasileira a partir da conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade, em agosto de 1967. Mas, entre a conversão de Carlos Marighella a essa tese e as ações concretas, houve um hiato de vários meses.
Então, a organização de esquerda que realmente desencadeou a luta armada acabou sendo a VPR, com um assalto a banco que teve toques de comédia de pastelão. No meu livro Náufrago da Utopia (Geração Editorial, 2005), eu reproduzi assim o relato que ouvi de um dos participantes, o marujo Cláudio de Souza Ribeiro (Matos):
— Nós, os ex-militares, estávamos todos sendo procurados, era difícil arrumar emprego. Chegou um ponto em que não havia mais como conseguir dinheiro para o dia a dia. Então, resolvemos expropriar um banco. Naquele momento foi por necessidade mesmo, não como uma opção política. Levamos duas ou três semanas preparando tudo, vigiando a agência, estudando cada detalhe. Adiamos várias vezes, sempre surgia algum imprevisto. Um dia não tínhamos dinheiro mais nem pra comer, então decidimos: é hoje! Lá dentro deu tudo certo. Mas o pessoal estava tão afobado que quase foi embora me deixando pra trás. Tive de correr atrás do veículo...
Segundo o Matos, alguns assaltos depois a VPR decidiu assumir essas expropriações, espalhando panfletos nos locais. E o exemplo foi seguido pelo grupo do Marighella.
O certo é que a luta armada foi secundária, quase irrelevante, ao longo de 1968. Alguns assaltos a bancos e roubo de armamentos, petardos de baixo poder destrutivo colocados na porta do consulado norte-americano e do jornal O Estado de S. Paulo, o carro-bomba lançado contra o QG do II Exército, a morte de um oficial norte-americano que cursava incógnito uma faculdade paulistana. Nem uma centena de militantes envolvidos.
Enquanto isso, as passeatas aconteciam no Brasil inteiro e a maior delas, no RJ, conseguiu reunir 100 mil manifestantes, além dos artistas e intelectuais mais ilustres da época. Os movimentos estudantil (principalmente) e operário é que deram a tônica da resistência à ditadura militar nesse ano de notável ascensão do movimento de massas.
Então, pelo menos em relação a 1968, Villa não está muito longe da verdade ao dizer que “a luta armada não passou de ações isoladas de assaltos a bancos, seqüestros, ataques a instalações militares e só”. Os militares preferiam minimizá-la e a opinião pública era-lhe indiferente.
Omite, entretanto, que o movimento de massas foi enfrentado com arbitrariedades e violência crescentes por parte da ditadura, começando pelo assassinato do jovem Edson Souto numa inofensiva passeata que tinha lugar num restaurante universitário do Rio de Janeiro.
Seguem-se a ocupação militar do município paulista de Osasco, como se o País estivesse em estado de sítio; a sexta-feira sangrenta no RJ, quando 23 pessoas foram baleadas pela repressão e quatro morreram; espancamentos e humilhações a que eram submetidos manifestantes do País inteiro; a generalização das torturas, cada vez mais brutais; a prisão dos cerca de 1.200 universitários que realizavam o congresso da UNE, etc.
Além disso, a ditadura era conivente com a atuação dos grupos paramilitares de direita, que praticaram atentados contra instituições como a OAB e a ABI, seqüestraram a atriz Norma Bengell, espancaram os atores da peça Roda-Viva e assassinaram um secundarista na batalha da rua Maria Antônia (quando agentes das Polícias Civil e Militar que cursavam Direito na Universidade Mackenzie, utilizando armamento privativo de suas corporações, travaram luta desigual com estudantes da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, que só tinham pedras e rojões para se defender).
O próprio AI-5 foi uma resposta ao discurso que o deputado Márcio Moreira Alves pronunciou numa sessão quase deserta da Câmara Federal e à recusa do Congresso em permitir que ele fosse processado (com medo de que esse precedente abrisse caminho para mais cassações).
É indiscutível que, durante todo o ano de 1968, os militares sempre usaram de força desproporcional aos desafios que recebiam, sendo eles os grandes responsáveis pela escalada de radicalização – e não os grupos guerrilheiros, cuja atuação passava quase despercebida.
Quanto à existência de um “espaço democrático” entre 1964 e 1968, é uma afirmação tão risível que faz lembrar a piada sobre meia-virgem – tão inexistente quanto a Batalha de Itararé.
Depois que se instalaram no poder com toda truculência (vale lembrar a humilhação e tortura públicas do lendário dirigente comunista Gregório Bezerra, mundialmente repudiadas) e abusaram das arbitrariedades para adequarem o cenário político a seus desígnios, os golpistas sentiram-se seguros para se comportarem como déspotas esclarecidos por uns tempos. Mas, já na repressão bestial às setembradas de 1967 a máscara caiu.
Da mesma forma, as artes e o pensamento só foram poupados do obscurantismo enquanto os Torquemadas ainda não haviam aquilatado sua periculosidade. Quando a ficha lhes caiu, impuseram uma censura tão furibunda quanto ridícula (pelas intervenções desastradas em assuntos muito além de sua capacidade de compreensão).
O “fechamento do regime” – eufemismo para o estabelecimento no Brasil de um totalitarismo comparável ao da Alemanha nazista – criou, sim, uma situação em que “não havia outro meio de resistir à ditadura, a não ser pela força”.
Com o Legislativo e o Judiciário de mãos atadas, a suspensão do direito de habeas-corpus e a licença para torturar durante 30 dias (prazo de incomunicabilidade que, aliás, os verdugos ultrapassavam a bel-prazer, no meu caso foram 75 dias), o trabalho de massas se tornou suicida para os que o realizavam de peito aberto; e inócuo, no caso dos cautelosos que recorriam a expedientes como o de deixar panfletos nos banheiros de cinemas, restaurantes e locais de trabalho, sem nenhum resultado concreto).
Então, militantes do movimento de massas que não se deixaram intimidar pelo terrorismo de estado, direcionaram-se maciçamente, a partir da assinatura do AI-5, para a luta armada, com os resultados trágicos que todos conhecemos.
Aquele famigerado 13 de dezembro foi um divisor de águas. Dali em diante, a ditadura passou a ter como derradeira adversária a vanguarda armada e nela concentrou seu poder de fogo imensamente superior, até aniquilá-la com torturas e assassinatos (incluindo um sem-número de execuções de resistentes rendidos e indefesos).
A simplificação dessa história equivale à sua desfiguração – e o professor Villa sabe muito bem disso. Acreditou que ninguém percebesse a falácia por ele cometida ao estender aos contingentes que ingressaram na luta armada a partir do AI-5 as acusações que faz aos pioneiros.
E mesmo com estes foi injusto, ao omitir que os de origem militar foram privados de suas carreiras, perseguidos e levados ao desespero pelo arbítrio instaurado no País, não sendo de estranhar, portanto, que acabassem optando por ações desesperadas.
Até para reescrever a história é necessário algum talento. Apenas má fé não basta.
Celso Lungaretti é jornalista e escritor, ex-preso político e autor do livro "Náufrago da Utopia".
Cachoeira de Tijuipe. Situa-se em propriedade particular de um empresário italiano. Ao lado tem lanchonete. A entrada na fazenda é guarnecida por vigias. é necessário pagar uma taxa de 7 reais para entrar.

BRASIL

Ainda a saída da ministra Marina Silva. Três artigos comentam sua saída e fazem questionamentos. Quem os responderá?

1. Gilson Caroni Filho

FREI BETTO (publicado na Folha de São Paulo de 16 de maio de 2008)
Caíste de pé! Tu eras um estorvo àqueles que comemoram, jubilosos, a tua demissão, os agressores do meio ambiente
CAÍSTE DE pé! Trazes no sangue a efervescente biodiversidade da floresta amazônica. Teu coração desenha-se no formato do Acre e em teus ouvidos ressoa o grito de alerta de Chico Mendes. Corre em tuas veias o curso caudaloso dos rios ora ameaçados por aqueles que ignoram o teu valor e o significado de sustentabilidade. Na Esplanada dos Ministérios, como ministra do Meio Ambiente, tu eras a Amazônia cabocla, indígena, mulher. Muitas vezes, ao ouvir tua voz clamar no deserto, me perguntei até quando agüentarias. Não te merece um governo que se cerca de latifundiários e cúmplices do massacre de ianomâmis. Não te merecem aqueles que miram impassíveis os densos rolos de fumaça volatilizando a nossa floresta para abrir espaço ao gado, à soja, à cana, ao corte irresponsável de madeiras nobres.
Por que foste excluída do Plano Amazônia Sustentável? A quem beneficiará esse plano, aos ribeirinhos, aos povos indígenas, aos caiçaras, aos seringueiros ou às mineradoras, às hidrelétricas, às madeireiras e às empresas do agronegócio? Quantas derrotas amargaste no governo? Lutaste ingloriamente para impedir a importação de pneus usados e a transformação do país em lixeira das nações metropolitanas; para evitar a aprovação dos transgênicos; para que se cumprisse a promessa histórica de reforma agrária. Não te muniram de recursos necessários à execução do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal, aprovado pelo governo em 2004. Entre 1990 e 2006, a área de cultivo de soja na Amazônia se expandiu ao ritmo médio de 18% ao ano. O rebanho se multiplicou 11% ao ano. Os satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) detectaram, entre agosto e dezembro de 2007, a derrubada de 3.235 km2 de floresta. É importante salientar que os satélites não contabilizam queimadas, apenas o corte raso de árvores. Portanto, nem dá para pôr a culpa na prolongada estiagem do segundo semestre de 2007. Como os satélites só captam cerca de 40% da área devastada, o próprio governo estima que 7.000 km2 tenham sido desmatados. Mato Grosso é responsável por 53,7% do estrago; o Pará, por 17,8%; e Rondônia, por 16%. Do total de emissões de carbono do Brasil, 70% resultam de queimadas na Amazônia. Quem será punido? Tudo indica que ninguém. A bancada ruralista no Congresso conta com cerca de 200 parlamentares, um terço dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. E, em ano de eleições municipais, não há nenhum indício de que os governos federal e estaduais pretendam infligir qualquer punição aos donos das motosserras com poder de abater árvores e eleger ($) candidatos. Tu eras, Marina, um estorvo àqueles que comemoram, jubilosos, a tua demissão, os agressores do meio ambiente, os mesmos que repudiam a proposta de proibir no Brasil o fabrico de placas de amianto e consideram que "índio atrapalha o progresso".
Defendeste com ousadia nossas florestas, nossos biomas e nossos ecossistemas, incomodando quem não raciocina senão em cifrões e lucros, de costas para os direitos das futuras gerações. Teus passos, Marina, foram sempre guiados pela ponderação e pela fé. Em teu coração jamais encontrou abrigo a sede de poder, o apego a cargos, a bajulação aos poderosos, e tua bolsa não conhece o dinheiro escuso da corrupção. Retorna à tua cadeira no Senado Federal. Lembra-te ali de teu colega Cícero, de quem estás separada por séculos, porém unida pela coerência ética, a justa indignação e o amor ao bem comum. Cícero se esforçou para que Catilina admitisse seus graves erros: "É tempo, acredita-me, de mudares essas disposições; desiste das chacinas e dos incêndios. Estás apanhado por todos os lados. Todos os teus planos são para nós mais claros que a luz do dia. Em que país do mundo estamos nós, afinal? Que governo é o nosso?" Faz ressoar ali tudo que calaste como ministra. Não temas, Marina. As gerações futuras haverão de te agradecer e reconhecer o teu inestimável mérito.
CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO, o Frei Betto, 63, frade dominicano, escritor e assessor de movimentos sociais, é autor de, entre outras obras, "A Obra do Artista Uma Visão Holística do Universo". Foi assessor especial da Presidência da República (2003-2004).

4. Gilson Caroni Filho
Deste mirante se pode ver a praia de Itacarezinho, uma extensa faixa de areia rodeada de palmeiras e coqueiros. Ao longe, bem ao longe, encontra-se um resort, também de propriedade alienígena, com bangalôs construidos em meio à vegetação.
A China enfrenta hoje uma grave crise ambiental. Seus dois principais rios - o Azul e o Amarelo -, que cortam boa parte do vasto território chinês, estão poluídos, assim como o ar do país, que chega a afetar nações vizinhas, como as Coréias do Sul e do Norte.
Tais condições vêm provocando uma série de problemas à sociedade chinesa, traduzindo-se em perdas à economia - em 2007, foram gastos 64 bilhões de dólares com problemas decorrentes da degradação de seu meio ambiente, o equivalente a 3% de seu PIB - conseqüentemente, num empecilho ao próprio desenvolvimento da China.
Desde a eclosão do "boom" econômico chinês, há aproximadamente 10 anos, políticos, ambientalistas, entre outros, não deixam calar a pergunta: e se os chineses começarem a consumir na proporção em que crescem? Preocupam-se porque sabem que o mundo não suportaria um novo Estados Unidos. Não há "infra-estrutura natural" para dar conta de mais de 1 bilhão de indivíduos, em apenas um das centenas de países, vivendo como o american way of life designa.
As autoridades chinesas, aparentemente, já tomam providências, ainda que tais ações reflitam a iminência das olimpíadas de Pequim, em 2008, podendo ser apenas provisórias, sem projeções a longo prazo. Se for o caso, a preocupação persiste: se as atividades chinesas já prejudicam países próximos, dentro de alguns anos poderão ter implicações em todo o ecossistema terrestre.
A situação vivida pela China serve de lição a outros países emergentes, incluindo o Brasil. Regidos ainda por um modelo de desenvolvimento insustentável, por serem utilizados pelas nações mais desenvolvidas como zonas industriais, fazendas, plantações e, atualmente, até como reservas de oxigênio, esses países gabam-se por seus superávits e pelo crescimento na produção e exportação, enquanto superexploram seus recursos naturais. Ao invés de perpetuarem tais condições - quase que de subserviência - os países emergentes deveriam investir em educação, em pesquisas, formalizar patentes e, principalmente, planejar seu desenvolvimento com responsabilidade socioambiental.
Caso não haja uma mudança de paradigma, com a aplicação de modelos que conciliem as necessidades humanas e a preservação ambiental, tanto a China como o Brasil e a Índia poderão seguir o mesmo caminho que os países desenvolvidos já vem trilhando há algum tempo, deixando um ’rastro de sujeira’ que é responsável pelas atuais condições do meio ambiente terrestre.
É preciso, portanto, que os países emergentes se unam para pressionar o resto do mundo a adotar práticas sustentáveis, principalmente os países desenvolvidos. Afinal, num mundo globalizado, em que o fluxo internacional de capitais dita o ritmo de desenvolvimento de países em todo o planeta, aqueles que não adotam estratégias de crescimento agressivas, quase sempre prejudiciais ao meio ambiente, saem perdendo (recebem menos investimentos; são considerados rústicos e obsoletos). Daí a importância de se promover uma transformação radical nos modelos que regem as relações produtivas em escala planetária, a começar pelas principais potências mundiais.
(*) João Reis é estudante de jornalismo e colaborador da Revista Consciência.Net
Publicado em
www.novae.inf.br

Três bons artigos publicados no Le Monde Diplomatique. Clique nos títulos para abrir a matéria. Ou então, vá para os links indicados ao final.

CAPITALISMO GLOBAL
Acossada pela crise, a fortaleza das finanças abre-se para investimentos salvadores de países do Sul. Em teoria, os "donos do mundo" podem perder controle sobre bancos e empresas muito relevantes. Mas os resultados práticos são, por enquanto, desfavoráveis aos "emergentes" (Por Ibrahim Warde) http://diplo.uol.com.br/2008-05,a2392
ÁFRICA
A exemplo da China, Rússia e grandes produtores de petróleo, o Estado brasileiro prepara-se para investir nos mercados globais. Por que a ação dos "emergentes" é ao mesmo tempo desejada e temida, no centro do sistema? Quais as chances de ela alterar os (des)equilíbrios mundiais de poder? (Por Augusta Conchiglia) http://diplo.uol.com.br/2008-05,a2394
ORIENTE MÉDIO
Por meio de uma ampla pesquisa nos arquivos do Estado, eles desmontam os mitos da política oficial e procuram abrir caminho para uma nova relação com os árabes. Graças aos novos estudos, sabe-se, por exemplo, que a ocupação da Palestina sempre esteve nos planos dos sionistas (Por Eric Rouleau) http://diplo.uol.com.br/2008-05,a2396

ARTE&CULTURA

Do Correio Caros Amigos
A tropa do capitão Padilha
por Guilherme Scalzilli
Esperei um pouco para rever “Tropa de elite”, longe dos festejos pela premiação no Festival de Berlim. Gostei mais agora do que na época das polêmicas sobre o suposto caráter fascista do filme, que turvaram suas inegáveis qualidades técnicas e dramáticas e até seus defeitos pontuais. Mas continuo achando o prêmio incongruente, uma espécie de gesto de desagravo do júri presidido por Constantin Costa-Gavras, em reação às críticas negativas da imprensa estrangeira.
“Tropa” é demasiado ortodoxo para tamanha consagração. Seu esmero visual não sobressai na cinematografia recente, brasileira inclusive, devidamente instruída e aparelhada para reproduzir o padrão norte-americano. Seria mais justo com as dimensões da obra se o ator Wagner Moura e o fotógrafo Lula Carvalho ganhassem reconhecimentos pessoais, poupando Berlim de um possível equívoco histórico.
Mas Costa-Gavras sequer prestaria atenção em “Tropa” se visse nele apenas um policial inconseqüente, na linha “Dirty Harry in Rio”. O lendário cineasta, autor de tantos clássicos libertários, provavelmente interpretou o filme por suas declaradas boas intenções, isto é, como uma crua denúncia das instituições policiais.
As acusações de fascismo vieram a calhar para o diretor José Padilha, justamente porque são ridículas, invalidando questionamentos mais conseqüentes. A idéia da apologia no produto artístico não tem sentido sob vigência da liberdade de expressão. Retratar como protagonista um policial corrupto não faz da narrativa um elogio da corrupção. Há grande potencial conscientizador no choque da empatia sedutora contra o racionalmente inaceitável – daí advém a força de tantos anti-heróis inesquecíveis.
Já teci comentários semelhantes sobre o Jack Bauer de “24 horas”. O seriado não comete delito algum, nem o filme brasileiro. Mas, se vamos analisar os personagens, não cabem controvérsias: Bauer e o capitão Nascimento, como seus modelos reais, são criminosos agindo sob a tolerância cínica das autoridades e da sociedade.
Assistir a prisões ilegais, torturas e execuções sumárias pode nos ajudar a compreender o funcionamento de um sistema corrompido que ajudamos a sustentar. Ouvir os argumentos desses bandidos nos induz a confrontar e discutir seu sistema de valores.
Portanto, nessa lógica da abordagem crítica, quando Nascimento defende que os usuários de drogas são co-responsáveis pelas mortes de inocentes, poderíamos concluir: eis a visão típica de um contraventor fardado, que reproduz os argumentos simplistas desse proibicionismo estúpido, arcaico e fracassado, do qual a própria polícia é instrumento. Na vida real, um soldado assassino, em sua brutalidade ilegítima, ignora a tendência mundial rumo à descriminalização da droga, ao abandono da legislação repressiva que leva à violência, à clandestinidade e à corrupção. Esse personagem, para ser crível, não poderia ter opinião diferente.
Mas “Tropa”, como todo filme de tese, evita abstrações, distanciamento e ambigüidades. Em vez de enfrentar a complexidade do tema, Padilha seleciona recortes convenientes e utiliza-os para comprovar um conjunto de argumentos pré-estabelecidos. E a couraça documental garante-lhe uma ilusão de infalibilidade (“conhecemos a verdade porque estivemos lá”), com tal pretensão de esgotar os debates que termina resvalando no mesmo autoritarismo de seus personagens.
A ótica do Bope, maniqueísta e simplificadora, está em toda parte: na supremacia dos soldados, nas motivações dos aspirantes, na alienação dos universitários, no menosprezo pelas teorias de Foucault (tomando a precaução de anular a maior objeção conceitual ao papel das polícias), na ridicularização das iniciativas assistenciais, na frieza cafajeste dos vilões. Não existem subtextos, lacunas ou silêncios; não sobrevivem dúvidas. Prevalece o didatismo das lições de moral, com castigo e tudo, no qual criador e criatura se amalgamam para gritar “Maconheiros filhos da puta!”.
A prova incontestável desse diagnóstico encontra-se num curto depoimento do diretor, escondido nos “extras” do DVD, quando ele defende a visão de Nascimento sobre a responsabilidade dos usuários pelo sustento do crime organizado. Em poucos segundos, somos tomados por uma descoberta estarrecedora: as idéias do personagem reproduzem um ponto-de-vista autoral. Padilha utiliza os policiais para manifestar-se. “Tropa” se transformou, assim, numa peça de propaganda da teoria repressiva e dos fundamentos jurídicos da putrefação institucional que o filme aparentemente denuncia.
Quase fui enganado por Padilha, e por isso compreendo o logro de parte do público e da crítica. As prerrogativas de criador permitem-lhe defender o teor acrítico de sua obra, alegando tratar-se de uma reprodução da realidade em estado bruto. Leni Riefenstahl deu explicações semelhantes para seu “Triunfo da vontade”, que passou de elogio do nazismo a exercício estético num piscar de tolerância. Em ambos os casos, porém, o pendor ideológico repousa por trás do manto das aparências, revelando-se naquilo que elas deliberadamente escondem
.
Guilherme Scalzilli é historiador e escritor, autor do romance Crisálida (editora Casa Amarela).

LIVROS E REVISTAS

1. História, Política e Revolução em Eric Hobsbawm e François Furet
Priscila Gomes Correa
Formato 14x21cm, 276 páginas, R$ 35,00
Annablume/Fapesp
"Mais do que meramente o confronto entre duas obras, esse estudo contrapõe os dois lados do abalo sísmico ideológico que dividiu a segunda metade do século XX. O empenho da pesquisadora, elaborando seu texto dentro dos rigores metodológicos da história intelectual, é recuperar os termos desse debate ampliado, que forma o pano de fundo do embate entre os dois protagonistas. Ao estudar dois casos específicos de criação historiográfica, o que Priscila Gomes Correa está nos oferecendo é um amplo painel dos embates que definiram a fisionomia e os destinos da cultura e da política contemporâneas". Do prefácio de Nicolau Sevcenko.

2. O poder das barricadas: uma autobiografia dos anos 60
O livro do jornalista e escritor paquistanês traça um panorama fundamental para a compreensão da avalanche de protestos que tomou conta do mundo durante o período. Tariq Ali viveu os anos 1960 intensamente, participando de acontecimentos políticos na Europa, na Ásia e nas Américas.
A década de 1960 – e, dentro dela, o explosivo ano de 1968 – ainda hoje é referência em termos de mobilização da juventude, utopia, revolução de costumes e liberação da mulher. Há quarenta anos, jovens do mundo todo se manifestavam contra a Guerra do Vietnã e transformavam as relações pessoais estabelecidas pela moral conservadora. Em todos os cantos, lutavam contra o autoritarismo e a repressão com as armas que possuíam, questionando estruturas sociais e de poder por meio da arte, da música e do comportamento. Se esses anos de luta não conseguiram mudar o mundo como pretendiam seus protagonistas, com certeza imprimiram transformações significativas. O escritor paquistanês Tariq Ali viveu os anos 1960 intensamente, participando de acontecimentos políticos na Europa, na Ásia e nas Américas. Sua trajetória está relacionada aos episódios mais relevantes da década e é relatada em O poder das barricadas: uma autobiografia dos anos 60. O livro traça um panorama fundamental para a compreensão da avalanche de protestos que tomou conta do mundo durante o período.A edição original da obra é de 1987, jamais publicada no Brasil. A Boitempo se baseou na versão de 2005, revista e ampliada pelo autor. Tariq Ali preferiu desconsiderar críticas ao texto original sob o argumento de que “não se deve ajustar a História às necessidades do presente”. Partindo desse ângulo, o livro retrata o que autor chama de “tempos de esperança”, com sua diversidade e riqueza cultural e política. A versão ampliada conta ainda com uma entrevista com John Lennon e Yoko Ono feita por Tariq Ali, em 1971. O poder das barricadas: uma autobiografia dos anos 60 nos leva de Paris a Praga, passando por Hanói e Bolívia, com direito a encontros com figuras como Malcolm X, Bertrand Russell, Chu En-lai, Edward Said e Marlon Brando. O livro captura em detalhes o clima e a energia dos anos 1960, algo inesquecível mesmo para quem considera perda de tempo os acontecimentos do período. O sociólogo Emir Sader, responsável pela orelha do livro, sintetiza o impacto do texto: trata-se de “um grande elogio à militância política, que mostra a descoberta da rebeldia. Não se trata apenas de um livro de memórias, mas de uma introdução à política revolucionária, ao que significa ser militante”.
Sobre o autor
Tariq Ali é jornalista, escritor, historiador, cineasta e ativista político. Nascido em 1943 no Paquistão, atualmente vive na Inglaterra, onde colabora com diversos periódicos e é um dos editores da revista New Left Review. É especialista em política internacional e tem se destacado com análises sobre o Oriente Médio e a América Latina

3. leia em http://cienciahoje.uol.com.br/119469 a resenha do livro Os soldados brasileiros de Hitler, da autoria de Dennison de Oliveira Curitiba, 2008, Juruá Editora 116 páginas – R$ 25,90

4. Nas bancas o número 62 da revista Fórum
1968 e o mundo mudou

5. DIÁSPORA NEGRA NO BRASIL Linda M. Heywood (Org.)
Quase metade dos africanos que cruzaram o Atlântico veio da África Central. Pondo em evidência a zona cultural do Congo e de Angola, este livro ilustra como os povos africanos remodelaram suas instituições culturais, crenças e práticas na medida em que interagiam com os negociantes de escravos portugueses até o ano de 1800. A partir daí, a obra segue os centro-africanos que foram trazidos para o Brasil e mostra como a cultura da África Central foi incorporada pela cultura brasileira. Diáspora negra no Brasil estabelece um novo paradigma que amplia a nossa compreensão da cultura africana e as forças que levaram à sua transformação, durante e após o comércio de escravos pelo Atlântico. Esta obra colabora com a compreensão do papel efetivamente exercido por importante parcela do povo negro em nosso país e abre novos horizontes para historiadores, antropólogos, sociólogos e demais estudiosos da África e sua diáspora.
A organizadoraLinda M. Heywood é professora de História da África e Diáspora Africana na Universidade de Boston, Massachusetts (EUA). Doutorou-se em História Africana pela Universidade de Columbia. Autora de livros e artigos da área, tem sido consultora de várias exposições em museus. Também participou dos programas African American Lives e Finding Oprah’s Roots, patrocinado pela televisão pública norte-americana
Editora Contexto - Preço: R$ 39,00 - Nº Págs.:224

6. Nas bancas o fascículo 7 de A ditadura militar no Brasil. Este fascículo aborda o governo Médici (seqüência do fascículo 6), no aspecto da política interna, marcada pela repressão e pela tortura.

7. Nas bancas o número 56 da revista Historia Viva. Dossiê sobre os gladiadores romanos. Artigos principais: Biografia de Emiliano Zapata – As razões do fracasso da “invencível armada” espanhola – A lenda das caveiras de cristal – A mão invisível da CIA na União Européia – O ataque do corsário francês Duguay-Trouin ao Rio de Janeiro – A criação do Museu Emilio Goeldi. Além de tudo, a revista oferece um DVD de brinde, da série Grandes Exploradores.

8. A saga dos marinheiros da revolta da Chibata agora em quadrinhos:
clique no banner para ver um trecho.



SITES E BLOGUES

1. Blog que discute o Brasil Contemporâneo, mais particularmente a Ditadura militar. Lá estão disponiveis links interessantes comentados, está sendo elaborada uma seção de indicações bibliográficas além de textos. A autora pede aos interessados que visitem, comentem e sugiram temas e melhorias no blog. www.historiadobrasilcontemporaneo.zip.net

2. - O segundo numero da revista Brazilian Political Science Review, periódico cientifico eletrônico semestral, já esta disponível. A revista pode ser acessada em www.cienciapolitica.org.br

3. mais fácil lembrar dos bons (clique no titulo)Leitores elegem mais brasileiros "do bem" do que "do mal". D. Pedro II é tido como o melhor patrício, enquanto o general Emílio Garrastazu Médici, presidente na ditadura militar, o pior.

4. Jeitinho mineiro de fazer queijo será patrimônio cultural imaterial brasileiro (clique no titulo)Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional registrará no Inventário Nacional de Referências Culturais o processo artenasal da produção de queijo em Minas Gerais

5. Hélio Costa: um ministro mineiro que não trouxe nada de bom para as Comunicações (em breve, artigo sobre isso) e não tem muita familiaridade com a Ética. Tanto que seu filho ganhou salário de assessor parlamentar por cinco anos sem nunca ter pisado no Senado. E seu suplente, Wellington Salgado, ficou em seu lugar sem ter ganhado um único voto de mineiros. Conheçam os maus cheiros por trás de uma aparência limpinha.

Homofobia não é crime no Brasil. Surpresos? Nem tanto, vai. Num país que já não se enxerga racista, como já vimos em post anterior, não é estranho que os gays não sejam tolerados. Em tempos de Parada Gay e Dia Mundial contra a Homofobia, o Tamos com Raiva traz a seus leitores uma reflexão sobre o assunto, com direito a fotos de espancamentos ocorridos bem debaixo de nossos narizes. (Na parte de comentários: um breve relato da 12ª Parada Gay de São Paulo).

Policiais no Rio matam 3,64 por dia. Minas deixa de ser segura e tem favelas em momento de tensão. A PM de São Paulo mata 55% a mais neste primeiro trimestre. E o salário dos policiais é de R$ 909 por mês. Quem é bandido ou mocinho nessa história toda?

Leia em www.tamoscomraiva. com.br

NOTICIAS

1. Curso A vinda da Missão Artística Francesa - seus desdobramentos no Neoclássico brasileiro
Venha conhecer os novos rumos que as artes visuais e a arquitetura tomaram, no Brasil, após a chegada da Missão Artística Francesa, em 1816, com o acompanhamento de um delicioso croissant em nosso "pause au café".
4 /6: A Revolução Francesa e seus desdobramentos nas artes européias, O estilo Neoclássico, Jacques-Louis David, - um ícone neoclassicista
6/6: A Missão Artística Francesa, O Neoclassicismo brasileiro e o desenvolvimento das artes no Brasil, Rugendas e outras expedições estrangeiras
11/6: O arquiteto Grandjean de Montigny - a europeização da cidade e suas implicações no cenário colonial, Os Taunay – pai e filho
13/6: O desenhista e pintor Jean-Baptiste Debret e sua relação com o pitoresco do Rio de Janeiro colonial e a escravidão
Horário: 17:30h às 20:00h
cada palestra: R$25,00
pacote completo c/1 visita técnica – R$90,00
PROTUR Escola Técnica de TurismoRua Buenos Aires 2 – sala 206 – Centro – RJ2233-5575 / 22131065 – www.proturescola.com.br

2. Já se encontram abertas as inscrições para a III semana de História Política, que acontecerá nos dias 17 a 20 de Junho de 2008 na UERJ. É um evento organizado pelo corpo discente do programa de pós graduação da UERJ, é bem interessante. Para os mestrandos e doutorandos (em curso), há a possibilidade de apresentar suas comunicações. Já para os que concluíram o mestrado/doutorado, há a modalidade de oferecer um minicurso. E para os ouvintes, emite certificado de participação. Mais informações e a ficha de inscrição (é só copiar, preencher e enviar), estão no site do evento: http://semanadehistoriapolitica.vilabol.uol.com.br

3. Seleção para professor de Antropologia/UFPEA Universidade Federal de Pernambuco(UFPE) esta' com excreções abertas ate' 9/7/2008 para o processo de seleção que visa o preenchimento de vaga de professor, na área de Antropologia. Mais informações em www.proacad.ufpe.br.
4. Seleção para pós-doutorado/CEMAs inscrições para a seleção do pós-doutorado do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), através de bolsas da FAPESP, estão abertas ate' 30/5/2008. Mais informações em www.centrodametropole.org.br.

5. - A revista Estudos Históricos do Centro de Pesquisa e Documentação de Historia Contemporânea do Brasil (CPDOC), esta' recebendo colaborações para seus próximos números, cujos eixos temáticos serão Memória; América Latina; Modernidade e modernização e Estados nacionais. Globalização. Mais informações em www.cpdoc.fgv.br.
- A revista Cadernos IPPUR da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) esta' recebendo no período de 1/6/2008 e 31/07/2008 artigos para os números de 2008. Mais informações em www.ippur.ufrj.br.

6. A UNIRIO, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, torna público que estão abertas as inscrições, de 30/4 a 09/06/2008, para os Concursos Públicos de títulos e Provas nas Ãreas de Conhecimento/ Disciplinas relacionadas no documento disponí­vel no link abaixo que também pode ser consultado em http://www.in.gov.br ou D.O. U. n° 82, quarta-feira , 30 de abril de 2008, Sessão 3, paginas 47 e 48.
Informações adicionais:http://www.unirio.br/eventos/Edital10prof.doc

7. Dia primeiro de junho, domingo, será realizada a Segunda Festa Tradicional Italiana de Belo Horizonte. A Itália comemora 120 anos de imigração e terá uma programação aqui ,em Ibirité e em São João Del Rey. Começa dia 3 e vai até 27 de junho em BH), no Palácio das Artes e para a programação dos outros lugares olhar no site www.festivalpalcoitalia.com.br . Pode-se pegar a programação também no Palácio das Artes. A festa do dia primeiro será na Av Getúlio Vargas entre Rio Grande do Norte e Professor Morais, das 13h as 22hs.

8. Dia 31 de maio começará o festival de bonecos em Belo Horizonte, estendendo-se até dia 8 de junho. Maiores informações no site www.festivaldebonecos.com.br