Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

31.5.06

Número 042 - nova fase




Lançamento do livro História de Minas Gerais em Betim, ontem, dia 30 de maio. Várias fotos estão ao longo deste boletim. Nesta, apareço concedendo entrevista à TV Betim


Editorial

Semana passada utilizei aqui alguns excertos do trabalho de Manuel Castells – Fim de milênio.
Recordando: Em uma reação desesperada ao poder cada vez maior do crime organizado, os Estados democráticos, como forma de autodefesa, recorrem a medidas que atualmente cerceiam, e cercearão, as liberdades democráticas.
Com o Estado-nação sitiado, e as sociedades e economias nacionais já inseguras de suas inter-relações com redes transnacionais de capitais e pessoas, a influência crescente do crime global pode provocar um retrocesso significativo dos direitos, valores e instituições democráticas (p. 241).
Pois bem. Naquele mesmo dia, no turno noturno, recebi um primeiro artigo do site Carta Maior, em que Gilberto Maringoni alertava exatamente para essa questão. E, no sábado, no mesmo site, outro artigo vinha reforçar aquela tese, para a qual insistimos em chamar a atenção de nossos leitores e leitoras. Particularmente quando se vê a profusão de emails que nos chegam diariamente, a maioria dos quais anônimos, que são repassados para dezenas, centenas e até milhares de pessoas, nos quais fica nítido que existe uma orquestração para silenciar aqueles que defendem os direitos humanos. Não estou, com isso, dizendo que os defensores dos direitos humanos não cometem equívocos. Há, na minha opinião, diversos equívocos, que precisariam ser repensados. Mas a grande preocupação é que, do combate aos direitos humanos possa se chegar, rapidamente, ao esvaziamento completo da democracia – tão frágil em nosso Brasil – e abrindo, conseqüentemente, o caminho para governos mais totalitários. Leiam os dois artigos e comentem.

Gilberto Maringoni
Duas semanas depois dos crimes que deixaram a população da maior cidade do país em pânico – e por mais que a situação seja complexa demais para se afirmar quem são os responsáveis por isso –, a parcela conservadora da sociedade aponta o dedo para os defensores dos direitos humanos, agora, vítimas de ameaças. > LEIA MAIS Direitos Humanos 27/05/2006

Ao mesmo tempo em que combate os direitos humanos, parte da elite brasileira continua completamente insana, pois que é mais do que alienada. Os fãs da Hebe Camargo me desculpem, mas olhem este comentário-entrevista que foi postado no blog do Josias, jornalista paulista (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/index.html).
Só não podemos rir da dona Hebe porque sabemos que o que ela expõe de forma tão cândida representa o pensamento de boa parte dessa elite que o governador Cláudio Lembo entendeu de esculhambar. Mas é chocante...

Ao lado de convidadas como Luana Piovani e Costanza Pascolato, e entre baldes de champanhe e edredons de penas de gogó de ganso que custam mais de R$ 7 mil, a apresentadora Hebe Camargo prestigiou o lançamento de um livro na loja de enxovais de luxo Trousseau, no shopping Iguatemi. Ela falou à coluna de Mônica Bergamo sobre os ataques do PCC:

- Como os ataques do PCC, que paralisaram a cidade na semana retrasada, afetaram a sua rotina? No dia daquela pane toda, foi suspensa a minha gravação porque eu não podia pôr em risco meus convidados.

- O que a senhora achou da declaração do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, sobre a "elite branca"? Achei aquilo de uma infelicidade! Ele devia estar muito nervoso, porque ele é uma pessoa de bem, de muito caráter. Estranhei. Quero crer que foi fruto do nervosismo que todo mundo estava vivendo.

- A senhora acha que existe uma "elite branca" responsável... Não, absolutamente! Que culpa tem a elite? O que que é isso? A elite é a mais prejudicada, é a mais intimidada, a mais cobrada! A elite não tem culpa, absolutamente. Gracinha!! [aperta o nariz da repórter, encerrando a entrevista]. Escrito por Josias de Souza às 16h23


Falam amigos e amigas

Não veja!

Sobre a excelente matéria publicada no BMH, nº 41, de 24 de maio de 2006, intitulada “Os senhores da Abril, atire antes, pergunte depois”, escrito por Gilson Caroni Filho, só podemos dizer que de agora em diante, aquela revista passa a ser para nós a “não veja”. Por ser obscena ela deve ser impugnada, isto é refutada, recusada. O autor remete a 2003, quando a “veja” Começou a ser contra-atacada. Calúnia é crime e por isso, a revista acabou fazendo um garotinho ficar sem pirulito por alguns dias. Difamação e mentira também motivaram as pessoas e instituições a processar a revista.
Todos os periódicos que partiram para esse tipo de comportamento acabaram sendo renegados pelo povo, especialmente a classe média onde se concentram os leitores brasileiros. O jornal “O Globo” bajulava a direita e os militares radicais. Até hoje, mesmo com os favores da Rede Globo de Televisão, ele não é preferido pelos cariocas. Fora do Rio de Janeiro, hoje, o Jornal do Brasil circula muito mais. O “Estado de São Paulo” perdeu para a Folha de São Paulo, desde o vigor da ditadura até hoje. A “Tribuna da Imprensa”, no tempo de Carlos Lacerda, só não acabou porque era mantida pelos caciques da UDN. Jogava pesado contra Samuel Wainer e o jornal “Ultima Hora”. Os espiões da Tribuna tinham acesso a documentos e contratos do jornal adversário, mas as falcatruas dos dirigentes da Tribuna ficavam ocultas, por causa do poder da direita lacerdista. Hoje a Tribuna é um jornal de linha melhor, mas paga por ter sido tendencioso no passado.
O jornal “O Binômio”, de Belo Horizonte tinha ódio mortal de Juscelino Kubitschek e horror ao operariado. A mediocridade do jornal levou-o a um fim melancólico. O “Estado de Minas” é visual e tecnicamente, um bom jornal. Tem tudo para ter uma boa circulação em Minas, inclusive, em face de ter tido excelentes jornalistas em suas fileiras. É ridícula a tendência do jornal: omite matérias e notícias palpitantes; destaca fatos sem importância, mas que redundam em prejuízo para as posições progressistas. Por isso o “Estado de Minas” perde para a “Folha de São Paulo”, em circulação no território mineiro. Se quiser sobreviver terá que fazer como o jornal “O Tempo”, circular gratuitamente, através de seus tablóides penduricalhos.
A veja, em breve vai ser preterida pelo povo. Já começamos a ouvir manifestações de antipatia com relação à revista. Soube de um ex-assinante que arrancou o miolo da revista e jogou no lixo. Colocou a capa em um envelope e mandou para a editora com palavras de repúdio pela atual posição do periódico. Geraldinho Rocha de Diamantina recusou-se a vender a revista veja, em sua banca, alegando que tinha nojo dela. A classe média não precisa da revista veja: ela tem muitas concorrentes e, não demora vai cair do galho.
Belo Horizonte, 27 de maio de 2006.
Antonio de Paiva Moura – Professor do UNI-BH

O repórter da TV Betim - canal educativo - entrevista Helena, co-autora do livro História de Minas Gerais


Brasil

1. Bem... critica-se tanto o atual governo que em certos momentos a gente fica até arrepiado ao ler uma notícia como esta abaixo, que reproduzo do site do Observatório da Imprensa. E notem que não foi nenhum jornal ou revista de esquerda que publicou. Foi a Folha de São Paulo, notória e acerba crítica do governo petista:

Verbo Solto – Observatório da Imprensa

A Folha tem uma ótima notícia

Uma pesquisa feita em 10 países mostra que os brasileiros são os que mais criticam a imprensa por ela dar notícias ruins em excesso - 80% dos entrevistados pensam assim, ante 68% dos americanos, por exemplo. [E olhem que os Estados Unidos estão atolados numa guerra infernal, mas essa é outra história.]
Só que hoje, no meio do de sempre, eis uma notícia ótima para ninguém criticar.
Está na Folha, numa matéria além do mais bem feita, assinada pelo repórter Antônio Gois, da sucursal carioca do jornal.
Em três páginas, descontados os anúncios, informa que, comparando o funcionamento dos programas nacionais de transferência de renda em sete países latino-americanos, o Banco Mundial verificou que o Bolsa-Família é o que mais acerta no alvo em matéria de combate à pobreza.
Como dizem os técnicos, é o mais bem focalizado.
Em números: 73% dos reais gastos com o programa chegam mesmo aos brasileiros mais pobres - os 20% da base da chamada pirâmide social.
Para se ter idéia, o índice de focalização é de 58% no Chile, o segundo no ranking. Mas o Bolsa-Família alcança 8,7 milhões de famílias. O Chile Solidário, como se chama o deles, beneficia 230 mil.
O menos bem sucedido, quem diria, é o argentino Chefes de Familia: apenas 1 em cada 3 pesos que consome para atender a 1,5 milhão de famílias chega ao fundo do poço da pobreza.
Querem saber de uma coisa, por falar em Argentina? Para mim, o desempenho de campeão do Bolsa Família devia encher os brasileiros de orgulho, mais até do que a eventual conquista do hexa.
Feliz domingo!

2. O jornalista Mauro Santayana, em sua coluna na Carta Maior, comenta os desastres até agora observados em relação à campanha do chuchu paulista:

Mauro Santayana

Ataque e defesa

A escolha de Alckmin foi desastrosa desde o início. Ela nasceu da preferência das elites de São Paulo, sob o estímulo e exigência do Sr. Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente não se conforma de que o seu tempo já passou. - 26/05/2006

3. E Guilherme Fiúza traz uma análise interessante da campanha que ainda está no começa-não começa: (do site www.nominimo.ibest.com.br)

Todo mundo quer Lula

Lula vai continuar fazendo a festa das empreiteiras e dos funcionários públicos, gastando o dinheiro que não pode, mas sem se afastar de uma certa disciplina fiscal, o que mantém o mercado a seu lado. O segredo para essa equação fechar é conhecido: manter a carga de impostos na lua. Mas isso não tem problema, porque a população, essa distraída, não tem escritório de lobby em Brasília. E fora um gemido ou outro, paga sem reclamar. É um povo resignado.

Geraldo Alckmin diz que tem um plano de redução de impostos, fazendo uma reforma tributária de verdade. Tem a seu favor as medidas nessa linha que tomou em São Paulo. Mas poucos escutam o que ele diz. Além dos que querem Lula por comodismo, interesse particular ou distração, quem está abafando o discurso do candidato tucano são os próprios tucanos.

Difícil que tenha havido outro político brasileiro com tamanho poder de encantamento sobre a imprensa como José Serra. A imprensa ama Serra. Ele é inteligente, bem informado, adora um telefone e conta muita história para os jornalistas. É de fato um sujeito interessante. E ainda tem a mística dos que o consideram um homem de esquerda, outro atributo que costuma dar ibope entre jornalistas. Um desses conceitos de bolso que tem se espalhado muito é o de que Serra hoje estaria à esquerda de Lula. Não quer dizer absolutamente nada, evidentemente, mas faz o maior sucesso.

A suprema ironia é que José Serra é hoje um dos principais aliados da reeleição de Lula. Multiplicam-se notinhas e bordas de noticiário com as impressões digitais de Serra minando a candidatura Alckmin. Uma vitória de Alckmin seria péssima para os objetivos pessoais de Serra – e eis aí um ser humano repleto de objetivos pessoais –, que teve de coadjuvar por uma década o príncipe dos sociólogos e passaria a coadjuvar o picolé de chuchu, sabe-se lá por quanto tempo. Sem falar na revanche pela perda da indicação do PSDB para candidato a presidente.

Há quem diga que Serra é o José Dirceu do PSDB. No aspecto do personalismo e da politização de alguns temas da administração (como a defesa incansável da desvalorização do real para agradar à Fiesp), ele de fato se parece com Dirceu. Mas Serra jamais teria um Waldomiro Diniz como segundo homem da Casa Civil, jamais regeria o dueto Delúbio-Valério para arrecadação de fundos políticos sugados dos cofres públicos. José Serra tem uma combinação de virtudes que falta à maioria dos políticos brasileiros: preparo e personalidade. Pode ser um grande governador de São Paulo. Mas seu espírito público não parece ser suficiente para deixar de envenenar Alckmin. Às favas a instituição partidária.

Uma boa parte dos indignados com Lula está manifestando a intenção de votar em Heloísa Helena. É principalmente gente esclarecida e remediada. São nostálgicos da pureza que Lula encarnava, e que a realidade da vida triturou, muito antes do mensalão. Mas essa gente do bem – que não aprende nunca, como diria Pelé – continua procurando o mundo encantado da política no estilingue romântico do PSOL, nos gritos irresistíveis contra os juros, a desigualdade, a maldade, a calvície e a caspa. É um discurso imbatível. O melhor dos mundos para Heloísa Helena é a reeleição de Lula, para que ela possa herdar a posição mais confortável da política brasileira: ser o Lula de anteontem.

Talvez o mais equilibrado político brasileiro hoje seja o governador de Minas, Aécio Neves. Tem lábia de mel. É amado por todas as correntes políticas por onde passa, fez história como presidente da Câmara dos Deputados. Sabe prestar atenção no cipoal de interesses conflitantes que é a política, tem forte senso de justiça, consegue agradar a um contingente formidável de interlocutores. Mas Alckmin presidente lhe roubaria o posto de próxima estrela da companhia. Por isso, Aécio é um dos maiores torcedores da vitória de Lula, e sempre que pode trabalha por isso, como quando fugiu do palanque de Alckmin em recente visita do candidato a Minas.

É mais do que hora, portanto, de muita gente boa tirar a máscara de indignação com os escândalos do governo Lula. O anti-Lula não encorpa, não se consolida, não decola porque uma boa parte da patrulha ética não deixa. Por conivência, por calculismo ou por inércia. E chovem notinhas sobre erros estratégicos, trombadas e crises na campanha de Alckmin, como se uma eleição ainda totalmente em aberto estivesse perdida. A freqüência com que se publica a grande probabilidade – falsa – da troca de candidato do PSDB é algo difícil de se compreender. Esta campanha, sim, parece ir muito bem. Lula agradece aos quatro ventos.



Alunos do ensino médio, professores e bibliotecários assistem à palestra que antecedeu a noite de autógrafos em Betim

4. Do blog do Josias, uma outra interessante noticia, que interessa muito aos pesquisadores da historia brasileira no período da ditadura militar, como também a familiares de pessoas que foram perseguidas na época.

O Itamaraty e o Ministério da Justiça (Polícia Federal) transferiram para o Arquivo Nacional milhares de documentos secretos produzidos entre 1964 e 1975, sob a ditadura militar. Uma equipe de técnicos da repartição, ainda por nomear, vai catalogar os papéis. Depois, eles estarão disponíveis para consulta pública.
A liberação dessa nova leva de documentos secretos ocorre nas pegadas de providência semelhante adotada pelo governo no final do ano passado. Enviaram-se ao Arquivo Nacional, em dezembro, 13 arquivos de aço com dados colecionados por agentes do extinto SNI. Encontravam-se sob a guarda da Abin.
Diferentemente do que aconteceu com a abertura dos arquivos do SNI, anunciada com espalhafato pela ministra Dilma Rousseff (Gabinete Civil), o novo gesto foi cercado de discrição. O governo receia criar uma demanda por informações que, por ora, o Arquivo Nacional não está apto a atender.

Ainda às voltas com a digestão dos documentos que recebera em dezembro, o órgão não teve tempo de dedicar-se à nova montanha de documentos, cujos segredos desconhece. Os cerca de 30 funcionários que trabalham na Coordenação do Arquivo Nacional em Brasília suam a camisa para atender a uma média mensal de 120 requisições de pessoas interessadas em saber o que há a seu respeito ou sobre seus familiares nos arquivos do SNI.

Daí a preocupação em não fazer alarde em torno da abertura de mais dois armazéns de papéis da ditadura, o do Itamaraty e o da PF. O trabalho do Arquivo Nacional é, por ora, braçal. Tenta-se fechar uma parceria com a Unesco, que se dispôs a financiar a digitalização das informações do SNI.

Hoje, os dados estão armazenados em cerca de 220 mil microfilmes. Juntos, contém mais de 1 milhão de folhas de papel, sem contar os anexos (fotos e livros, por exemplo). Levado ao ambiente digital, o papelório poderá ser consultado com o auxílio da informática. Até lá, o Arquivo Nacional atende como pode às requisições. São formuladas majoritariamente por pessoas que movem ou planejam mover processos para obter indenizações do governo.

O último a obter documentos, na quinta-feira da semana passada, foi César Lamarca. Levou dados a seu respeito e de familiares, em especial seu pai, o guerrilheiro Carlos Lamarca, morto em 1971. Lamarca foi companheiro de armas da também guerrilheira Vanda, codinome que escondia a identidade de Dilma, hoje ministra.
A transferência de documentos sigilosos da ditadura para o Arquivo Nacional é um notável avanço democrático. É indispensável lembrar, porém, que Fernando Henrique Cardoso baixou e Lula manteve legislação que dá ao Executivo o poder de manter sob sigilo eterno documentos ultra-secretos que, a seu juízo, ponham em risco a Segurança Nacional.
Trata-se de uma afronta ao bom-senso, à historiografia, aos valores democráticos e ao próprio espírito da Constituição. Escorados nessa legislação, os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica não movem uma palha para abrir os seus arquivos, mesmo os que se encontram recobertos pela poeira da história.
Escrito por Josias de Souza às 00h42


5. Olha ai o perigo!!! O ataque neoliberal às políticas e responsabilidades dos Estados no plano social não pára...também, encontra ardorosos defensores nas plagas tupiniquins....

PRIVATIZAÇÃO?

Câmara avalia gestão terceirizada de serviços públicos

Projeto de lei enviado por Serra à Câmara Municipal prevê que instituições privadas e sem fins lucrativos façam a administração e a gestão dos setores de educação, meio ambiente, ação social, cultura e esporte, bem como façam compras e usem bens municipais sem licitação. > LEIA MAIS Política 29/05/2006

6. Dados preocupantes para nosso futuro estão nesta análise dos contrastes violentos que marcam a sociedade brasileira:

BRASIL, MOSTRA A TUA CARA

Violência e desigualdade social: o tamanho do problema

Em dois anos, meio milhão de brasileiros deverão estar atrás das grades. Mantendo-se a tendência atual, seria preciso construir um novo presídio a cada 15 dias. Ao mesmo tempo, Brasil possui a segunda maior frota de helicópteros particulares do mundo. Aonde isso vai dar? > LEIA MAIS Política 27/05/2006


Foto da palestra feita pelos autores em Betim

Nuestra América

1. O governo argentino balança entre retomar o controle de seus recursos energéticos, privatizados na época de Menem

NO CAMINHO DE EVO?

Argentinos apóiam a nacionalização dos recursos energéticos

A possibilidade de que a Argentina readquira ações da Repsol é um rumor recorrente nos últimos meses. Publicamente, o presidente Nestor Kirchner nega intenção de nacionalizar recursos energéticos, mas seu governo emite alguns sinais ambíguos. Pesquisa mostra que maioria dos argentinos é favorável à medida. > LEIA MAIS Internacional 24/05/2006

2. No Peru, em 4 de junho, teremos eleições de segundo turno. Alan Garcia aparece como quase vitorioso nas pesquisas. O seu mais forte oponente é Ollanda Humala, cuja plataforma é a de acabar com o seqüestro da nação pelas multinacionais para permitir a melhoria de vida das camadas mais pobres. A oposição procura desqualificar o discurso de Humala acusando-o de ser aliado de Hugo Chávez, da Venezuela. Aguardemos domingo.

"Eu sou um democrata... Eu não vou prejudicar a rentabilidade da nossa economia, do setor de mineração. Mas eu quero que o Estado participe... nós vamos renegociar os contratos que estão prejudicando o nosso país", disse Humala.


3. José Luís Fiori tenta fornecer pistas para a compreensão do fenômeno político que agita a América Latina neste início de século.

A Bolívia, Honduras e o resto do mundo

O que se vê, por todo lado, é uma tendência geral, alimentada pelo problema da segurança energética, que o New York Times identificou como uma “ressurgência mundial das políticas nacionalistas”. Enquanto isto, a “idiotia conservadora” segue falando de “populismo latino-americano”. - 26/05/2006

Cinema

Araguaya: uma epopéia cinematográfica

Estréia em São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro o filme “Araguaya – A Conspiração do Silêncio”, do diretor Ronaldo Duque. 12 semanas de filmagem para traduzir 20 anos de pesquisa sobre o tabu histórico que continua sendo a Guerrilha do Araguaia. - 24/05/2006

Autografando livros para professores de Betim

Noticias:

1. O Instituto Cultural Amilcar Martins convida para o seminário do professor Rodrigo Castro Rezende, sobre sua tese de mestrado As “nossas áfricas: população escrava e identidades africanas nas minas setecentistas”.

Dia 05 de junho às 15 horas. - Auditório do ICAM - Av. Afonso Pena, 867, 19º andar – Edf. Acaiaca - Belo Horizonte

2. Grandes eventos culturais patrocinados pelo Instituto Estrada Real:

a. Festa do Divino, em Diamantina
Programação

26 de maio a 4 de junho - Capela Imperial do Amparo26 de maio - 6 horas: repique de sinos, Alvorada, missa de abertura e bolo de arroz

26 de maio a 3 de junho - 19 horas: Novenário

2 de junho - 18 horas: Procissão dos Milagres (saída da Catedral Metropolitana)

3 de junho: Mastro (saída da Casa de JK e levantamento na Praça do Mercado)

4 de junho - 10 horas: Império e Grupos Folclóricos (saída do Beco das Gaivotas, 21)

4 de junho - 16h30: Celebração Eucarística e Procissão em Honra ao Divino Espírito Santo

b. Festa do Divino, no Serro
Programação

De 26 de maio a 3 de junho, às 19hs: Novena preparatória para a Festa do Divino Espírito Santo

01 de junho – Quinta-feira 19h: Missa, Novena e Tríduo – Igreja do Carmo - 20h: Concerto da Escola de Música Santa Cecília "Tributo a Yanne"

02 de junho – Sexta-feira 19h: Missa, Novena e Tríduo – Igreja do Carmo - 21h: Show Hemisfério – Fusap musical da cultura popular das raízes da América Latina – Praça João Pinheiro

03 de junho – Sábado 5h: Alvorada – Oração das Laudes, repique de sinos, fogos, partilha de alimentos - 19h: Missa, Novena e Tríduo – Igreja do Carmo - 20h: Mastro – Saída do mastro do salão paroquial – espetáculo pirotécnico e resgate folclórico bumba-meu-boi e cavalinhos de jacá.

04 de junho – Domingo Festa de Pentecostes - 12h: Meio dia festivo – repique de sinos, fogos, oração de Angelus, 16h: Saída do Império – Salão Nobre do C.N.S.C. – chegada à Praça João Pinheiro. Procissão Iluminosa com o Divino Espírito Santo – Missa Festiva

c. 6ª Festa do Pastel de Angu

Data: 3 /06/2006

Cidade: Itabirito

3. III Encontro Estadual de História
Poder, Cultura e Diversidade
18 a 21 de Julho 2006 -Campus IV/Caetité-Ba

4. De 06 a 09 de junho acontecerá, em Caicó, o II Encontro Regional da ANPUH-RN e VI Semana de Estudos Históricos do CERES (Centro de Ensino Superior do Seridó).Com o tema:HISTÓRIA, HISTORIOGRAFIA E ENSINO.Tal encontro é também uma oportunidade singular para manter um intercâmbio de idéias e experiências com especialistas de outros centros do país; é também uma oportunidade de integrar a História à sociedade. O evento é uma promoção conjunta da Associação Nacional de História, Núcleo Rio Grande do Norte (ANPUH-RN), com a Coordenação do Curso de História do CERES/UFRN. História, Historiografia e Ensino são os eixos de uma discussão necessária que está associada as considerações da produção do conhecimento histórico que tem lugar e tempo como suas variáveis

5. Seminário “José Bonifácio e a Formação do Estado Nacional”

Palestrantes:Cecília Helena Lorenzini de Salles Oliveira - Professora Titular do Museu Paulista (USP). Historiadora e professora do programa de pós-graduação em História Social FFLCH/USP.

Miriam Dolhnikoff - Professora do departamento de História FFLCH/USP. Coordenadora da área de História do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).

Maria Odila Leite da Silva Dias - Professora Titular de História do Brasil FFLCH/USP e do programa de Pós-graduação da PUC-SP.

Jorge Caldeira (Coordenador) - Doutor em Ciência Política, mestre em Sociologia FFLCH/USP.

Data: 12 de junho de 2006 Horário: 14h00 Entrada Franca

Local Biblioteca Latino-Americana Victor Civita Fundação Memorial da América Latina Av. Auro Soares de Moura, 664 Barra Funda – São Paulo – SPInformações: (11) 3823-4660

7. XXI Semana de Estudos Clássicos (XXI SEC) Ecos da clássica herança: a recepção da cultura clássica ontem e hoje; e IV Encontro de Iniciação Científica em Estudos Clássicos (IV Eicec)Local: Unesp Araraquara.– FCL Data: 30/05 a 02/06

8. Programação do Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro:

a) 06 de junho: 18 horas - (Terça-Feira) Lançamento

Democracia e Ditadura no Brasil

Organizado pelo Prof. Francisco Carlos Palomares Martinho

b) Arquivo da Cidade e EdUERJ

07 de Junho: 15 horas - Quartas no Arquivo

Palestra - A Cidade do Carnaval O espaço Urbano do Rio de janeiro como ator da festa carnavalesca carioca

Professor : Felipe Ferreira - Instituto de Artes da UERJ- Autor do livro sobre carnavalentre eles "Inventando Carnavais" e "O livro de Ouro do Carnaval Brasileiro".

c) 27 de Junho: 15 horas - Quartas no Arquivo

Filme Memórias do Cativeiro

Filme de Guilherme Fernandez e Isabel castro - Lançamento do Labhoi/UFF

Direção acadêmica Hebe Mattos e Martha Abreu

Baseado no livro memórias do cativeiro de Ana Lugão Rios e Hebe Mattos.Com a participação do JONGO DO QUILOMBO S. JOSÉAuditório Noronha Santos Arquivo da Cidade - Rua Amoroso Lima, 15 - Cidade Nova (próximo ao Metrô Praça 11)www.rio.rj.gov.br/arquivoarquivog@pcrj.rj.gpv.br

Sites interessantes

1. Para quem gosta de Historia contemporânea, recomendo o site http://www.panoramainternacional.com/ - muito interessante, inclusive com artigos de jornais do mundo inteiro.

2. Revista Histórica nº 10

www.historica.arquivoestado.sp.gov.br

a) Lituanos e seus descendentes – Reflexões sobre a identidade nacional numa comunidade de imigrantes - Eliane Sebeika Rapchan http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia01/

b) Algumas considerações sobre a repressão e a punição nas Minas setecentistas - André Nogueira e Fernando Gaudereto Lamas http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia02/

c) A cidade de São Paulo no século XIX: ruas e pontes em transformação - Paulo de Assunção http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/materia03/

d) Imagens de uma época: John Wayne http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/imagemepoca/


Livros e revistas



FATO: uma doença fatal detectada em uma família bem-sucedida da elite paulista. CONSEQÜÊNCIAS: quebra de uma aparente harmonia familiar e revelações de segredos guardados por tantos anos. FORMA: narrativas das oito vozes envolvidas na tragédia. RESULTADO: um livro fascinante e envolvente, fruto de uma história real com sabor de romance. AUTOR: o historiador José Carlos Sebe B. Meihy, um dos maiores especialistas em História oral do país. Respeitado por suas pesquisas rigorosas e dono de uma escrita deliciosa, já teve alguns de seus textos usados como apoio para telenovelas. Augusto e Lea: um caso de (des)amor em tempos modernos certamente pode render uma. Das boas. (Editora Contexto, 176 p., $29,00)
A respeito desta obra, assim se manifestou o professor Jaime Pinsky:
Pode um intelectual escrever um livro que mais parece uma obra de ficção, uma novela? Mesmo podendo, é esse o seu papel? O historiador José Carlos Sebe responde positivamente as duas perguntas em seu novo livro Augusto e Lea, que a Contexto acaba de publicar. Ao registrar e organizar as oito vozes que constituem a trama amorosa e trágica da "novela", Sebe tem a consciência de que lida com personagens reais, o que torna a história ainda mais pungente. Utilizando, com desembaraço e maestria técnicas de História oral (o "modus operandi" está descrito na segunda parte do livro), o autor escreve um livro inquietante e perturbador, ao mesmo tempo em que mostra novas possibilidades para o trabalho de intelectuais rigorosos e criativos.