Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

28.10.09

Numero 209



Neste número, iniciamos com uma noticia um tanto ou quanto surrealista, acompanhada de um comentário. Na seqüência, veremos o que a Academia tem dito recentemente sobre os movimentos sociais no Brasil. Que, aliás, está bem de acordo com o que mídia sempre disse, e que aparece no artigo O vandalismo da classe dominante brasileira.
Leituras recomendadas: O historiador e suas fontes – Soledad do Recife – coleção Grandes cientistas do Brasil.
Links recomendados: Um novo blog, o Chá com Letras - Relatório aponta 4.234 diferentes tipos de violações aos direitos humanos – É necessário uma nova Abolição? – Impactos econômicos do Bolsa Família – Barack Obama, o hipnotizador – E as novidades do Café História.
Notícias: vestibular na FDV – bolsa de pesquisa do ICAM – submissão de artigos para a revista Mundos do Trabalho – Conferência Os mouriscos e a Inquisição – Encontro regional de História Oral.

Numa sociedade que só legitima a educação como meio de chegar ao emprego, resta a sensação de tempo perdido com uma qualificação que não recompensa o esforço
Alcione Araújo

Difícil explicar o que é difícil de entender; difícil entender o que é difícil de explicar. Parece impasse pedagógico – até o é, mas não só. E também esbarra na inépcia do cronista para entender/explicar o que for. Mas o fato não surpreende: o Brasil sempre frustra expectativas surgidas de analogias com outros países, ou outras épocas da sua própria história. A dinâmica da vida real transborda a moldura imaginada e cria situações surpreendentes, melancólicas e até bizarras.
A empresa municipal de limpeza urbana do Rio de Janeiro abriu concurso para selecionar garis – varrem ruas e recolhem lixo. Cerca de 120 mil pessoas disputam os R$ 486,10 mensais, para 44 horas de trabalho semanal, mais vale-transporte, vale-refeição, plano de saúde e adicional por insalubridade. Afora a exigência de conclusão dos quatro anos do ensino fundamental, a seleção será feita apenas por testes físicos, como corrida, barra, flexão abdominal e levantamento de peso.
Eis a realidade que ultrapassa a imaginação: entre os inscritos há 3.180 com curso superior incompleto, 1.026 com superior completo, 22 com mestrado e 45 com doutorado! O pasmo me deixou boquiaberto: ex-professor universitário, conheço as ásperas pedras do caminho e sei o quanto se rala sobre elas para chegar a esses títulos – hoje banalizados. O que foge à compreensão é o desperdício de qualificação dos candidatos, dispostos a trabalho braçal por um salário mínimo! Eles se inscreverem nesse concurso não é o mal, esse é apenas o sintoma do mal.
Vou ao menos tentar entender. Na maioria das especialidades, o doutor acumula cerca de 20/25 anos de estudos e tem 25/35 anos de idade. No mestrado e superior são menos anos de estudo e idade. Não é de imaginar alguém nesses níveis de qualificação equilibrando-se na traseira de um caminhão ou atirando sacos de lixo na carroceria, pelas madrugadas – a não ser em situações de guerra, revolução, exílio, fuga, doença etc. É bizarro tanta qualificação disputando em testes físicos – sob risco de patética reprovação! –, com candidatos que reclamam que deveria ser o concurso apenas para os que não tiveram oportunidade de estudar!
Virou mantra que a educação é urgência nacional e a qualificação indispensável ao emprego. No caso, cabe perguntar: para que se qualificar, se não há emprego? Ou: se não há emprego, para que se qualificar? A cobra engasga mordendo o próprio rabo e não responde. A explosão do ensino privado produz zilhões de graduados que, sem emprego e quem sabe sem qualificação, perambulam pelos concursos públicos. Com os fracassos, declina a expectativa, podendo chegar ao lixo. Essa trajetória não exclui eventuais candidaturas em seleções ao mestrado e doutorado, que foram mais rigorosos, mas se curvaram à imperativa viabilidade econômica nas instituições privadas e à produtividade nas públicas. Em certas especialidades, disputadas bolsas são salários para graduados sem emprego, além de completar a formação precária da graduação. Porém, são temporárias... Numa sociedade que só legitima a educação como meio de chegar ao emprego, resta a sensação de tempo perdido com uma qualificação que não recompensa o esforço. Assim, o conhecimento perde mérito, a educação perde credibilidade, e o investimento, público ou privado, parece desperdiçado. O quadro final são pais decepcionados, filhos frustrados e sociedade perplexa. Difícil explicar o que é difícil de entender; difícil entender o que é difícil de explicar. Mas, se educação e qualificação não salvam, o que ou quem nos salvará do infeliz doutor gari?








Novos e sutis discursos acadêmicos reforçam ataques aos movimentos sociais

Escrito por Valéria Nader – Da Redação do Correio da Cidadania
24-Out-2009
As investidas dos grandes veículos de comunicação contra os movimentos sociais, a cada vez que estes intensificam a sua atuação, não são mais novidade para aqueles que acompanham a conjuntura política e social e as interpretações de mídia associadas a essa conjuntura. As críticas frontais àquilo que seria considerado vandalismo, desordem ou uma afronta ao direito de propriedade sempre foram a reação imediata e notória da mídia corporativa e dos poderosos interesses econômicos a ela atrelados. O ‘outro lado’ surge no máximo ali nos cantos ou pés de página, em rasas e insuficientes pinceladas.
Menos notório, no entanto, é o fato de que, a esse método mais tosco de criminalização dos movimentos sociais, vem sendo a cada dia mais associada uma outra forma de desqualificação desses movimentos, mais sofisticada e sutil. Não é tão recente assim, mas, utilizada em proporção bem menor, fica mais difícil a percepção pelo público.
O MST e uma das causas do movimento, a reforma agrária, são os dois temas que mais mobilizam as iras midiáticas, pela dimensão que adquiriram no contexto nacional. E já nos idos do governo FHC antevia-se essa nova forma mais sutil em busca de desprestigiá-los, diante do modo insidioso como determinados discursos acadêmicos procuravam desconstruir o movimento e suas bandeiras, a partir de aparente neutralidade.
Entrevista concedida pelo sociólogo José de Souza Martins ao Programa Roda Viva em maio de 2000 foi emblemática da maneira como um discurso intelectual, que destacava estudos acerca da questão agrária no Brasil, adotava tática sutil de desmerecimento da atuação do MST. O movimento estaria perdendo seu importante caráter de criatividade, uma vez que, cada dia mais, se tornava portador de uma ‘ideologia partidária’, segundo destacado pelo entrevistado. À época em que o PT ainda era oposição, por ‘ideologia partidária’ subentendia-se ‘ideologia petista’.
Pode-se fazer intensa discussão e questionamento quanto às reiteradas afirmações do próprio MST no que se refere à sua autonomia relativamente a partidos e governos. Mas o tom e organização dados à fala do sociólogo, bem como a lógica de sua argumentação, não deixaram passar despercebido aos observadores atentos a tentativa que estava em jogo. Ao mesmo tempo em que se desqualificava de modo ‘elegante’ o MST, erigiam-se as bases para que, ao governo FHC, mesmo com seu modelo desestruturador da agricultura familiar, pudesse ser creditado um avanço da questão agrária no Brasil.

O governo Lula e a mídia

No governo Lula, o presidente operário teoricamente amigo dos movimentos sociais, criou-se situação esquizofrênica. Setores mais à esquerda enxergam um evidente distanciamento do atual governo relativamente às demandas dos sem terra quanto à execução de uma autêntica reforma agrária - a partir de uma grande ambigüidade em suas relações recíprocas. Os críticos mais à direita, por sua vez, vêm insistentemente acusando o MST de se utilizar de modo indevido dos recursos públicos, ao mesmo tempo em que ‘simularia’ críticas à política federal.
Para aqueles que defendem mudanças estruturais e uma real emancipação da população, não restam dúvidas quanto ao afastamento de Lula das causas populares e da reforma agrária. E o fato é que, nesse afastamento, acaba por se reforçar o ataque perverso, vindo de tantos outros fronts, a que estão sujeitas as causas sociais. Um dos mais perversos tem sido as novas ‘construções intelectuais’ sobre a viabilidade histórica e a efetividade da reforma agrária na atual conjuntura, bem como sobre a oportunidade de um movimento como o MST.
Tecidas agora no contexto de um governo originalmente mais próximo das causas populares, tais ‘construções intelectuais’ são elaboradas paralelamente às criminalizações diretas do movimento, e são particularmente visíveis em momentos em que os sem terra intensificam suas ações. Logo após o tradicional abril vermelho de 2007, por exemplo, dentre as noções ventiladas com maior peso, chegou-se mesmo a negar à reforma agrária qualquer sentido atual. Algumas circunstâncias seriam decisivas para esta noção: a conclusão da urbanização, tornando desnecessária a reforma agrária como propulsora do mercado interno; a diversificação do mundo rural, incrementando a oferta de alimentos de forma a suprir a demanda; e a difusão da informação, tornando inócua a justificativa política quanto à democratização no campo.
O geógrafo aposentado da USP Ariovaldo Umbelino, nesse mesmo ano entrevistado pelo Correio, chamava atenção para o quão parcial e manipulado é o uso das estatísticas, a fim de se chegar a tais conclusões. Sobre a questão da urbanização, "utiliza-se sistematicamente o indicador do percentual de população rural em relação à população urbana. E é claro que este vem caindo. Mas ninguém olha qual é o dado da população rural total, número que não caiu como estão dizendo", ressalta Umbelino. Quanto à oferta de alimentos, o geógrafo fez uma indagação básica: "Se estivesse resolvida a questão da oferta de alimentos, por que precisaríamos importar arroz, importar feijão?".

O MST, a Cutrale e os novos discursos ‘acadêmicos’

Em vista dos últimos acontecimentos envolvendo o MST e a Cutrale, artigo na Folha de S. Paulo de 14 de outubro, do sociólogo Zander Navarro, vem novamente trazendo uma bateria de argumentos questionadores da reforma agrária. Começa-se por questionar a repercussão do Censo Agropecuário 2006, que teria sido ‘monótona’, na medida em que ressaltou à exaustão as desigualdades na distribuição da terra. Teria sido, além disso, ingênua ao situar a agricultura familiar como um agrupamento oposto a um ‘indefinido’ agronegócio.
O Censo Agropecuário divulgado recentemente pelo IBGE, abrangendo o período de 1995 a 2006, revela evidentes distorções na distribuição da propriedade e da produção no Brasil. Aqueles que possuem propriedades inferiores a 10 hectares tiveram áreas reduzidas de 9,9 milhões para 7,7 milhões de hectares, representando apenas 2,7% de todas as propriedades agrícolas do país. Por outro lado, 31.889 fazendeiros, possuidores de propriedades com extensões acima de mil hectares, respondem pela titularidade de 98 milhões de hectares. Quanto à concentração da produção, a agricultura familiar, responsável por mais de 80% dos alimentos que chegam às nossas mesas, produziu 50 dos R$ 141 bilhões do Valor Bruto da Produção Agrícola de 2006. E recebeu apenas R$ 6 bilhões de crédito.
Para o sociólogo supracitado, esses seriam, no entanto, dados que teriam gerado uma repercussão meramente ‘impressionista’ e nenhuma análise. Questões em sua visão essenciais foram negligenciadas: a expansão dos estabelecimentos com eletricidade, o crescimento da soja e a forte redução do pessoal ocupado. O termo agricultura familiar não conformaria, ademais, um conceito, tratando-se de algo meramente descritivo. Assim como seriam ‘fantasmagóricas’ e ‘míopes’ as denúncias sobre a existência de latifúndios improdutivos, vez que as reais causas das desigualdades sociais não mais seria a propriedade rural, mas, sobretudo, processos urbanos.
Não é de surpreender que, a partir dessas noções, o sociólogo ressalte os ‘enfáticos’ dados do Censo pelos quais 55% do total de estabelecimentos respondem por 81 % do valor da produção, o que sinalizaria um ‘princípio férreo de produtividade’. Pensar a partir de dados tão agregados é, realmente, a maneira mais adequada para respaldar a sua visão sobre a agricultura. Um modo no mínimo parcial de enxergar a realidade. E talvez bem mais ‘impressionista’ do que aquele que faz opção por visualizar os dados relativos à superioridade da agricultura familiar no valor total da produção.
A negação da questão agrária

Em entrevista à Revista Fórum em 15 de outubro, o ex-deputado constituinte e diretor desse Correio Plínio de Arruda Sampaio ressaltou que "estamos em meio a uma ofensiva fortíssima da direita e da mídia da direita. O motivo que eu vejo é que tem já um palanque para 2010. E isso reflete um pouco das contradições internas no seio da burguesia agrária, que está sendo esmagada pelo grande agronegócio. Ela está ficando meio ensanduichada entre a pequena agricultura e o grande capital, avassalador. Esse setor, que é de grandes proprietários, não quer ouvir falar em mudança da propriedade ou em qualquer coisa que possa desapropriar".
Não é preciso, portanto, ir muito mais adiante para entender o que está por trás dos ataques da mídia contra o MST e dos novos e cuidadosos discursos que vêm sendo construídos. Afinal, cada um olha para o seu rebanho, e é para a defesa dos poderosos capitalistas agrários que se voltam discursos acadêmicos tais como os citados ao longo desse texto. "O discurso contra a reforma agrária é feito para encobrir essa realidade cruel da estrutura fundiária brasileira, a serviço de interesses determinados e de grupos políticos específicos. Essa argumentação tem o propósito de encobrir ideologicamente todo esse quadro que envolve a apropriação privada da terra no Brasil", ressalta o geógrafo Ariovaldo Umbelino.
Em artigo recém publicado neste Correio, o economista Guilherme Delgado, a partir de uma reveladora retomada histórica da questão agrária nacional, também comenta a negação dessa questão por parte do capital agrário. "Esse divórcio da política agrária relativamente aos fundamentos do direito agrário não é efeito sem causa. Reflete uma estratégia privada dos grandes proprietários fundiários, associados ao grande capital e ao Estado, produzindo e reproduzindo no Brasil a chamada ‘modernização conservadora’ da agricultura, no âmbito da qual se nega peremptoriamente a existência de uma questão agrária nacional".
Olho vivo
Está na mesa do presidente a proposta de atualização dos índices de produtividade da terra, defasados desde 1975, corroborando com a estrutura agrária nefasta, em benefício do grande capital fundiário. Ao mesmo tempo, e não coincidentemente, crescem no Congresso as movimentações em torno da instalação de mais uma CPI do MST. Olho vivo no que vem por aí.
Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania.
Brasil de Fato – edição 347 - de 22 a 28 de outubro de 2009
editorial

O vandalismo da classe dominante brasileira


HÁ DUAS SEMANAS, as elites dominantes brasileiras usaram todo seu arsenal a disposição: rádios, redes de televisão, jornais impressos, colunistas de plantão, jornalistas pré-pagos, parlamentares oportunistas, ruralistas e até autoridades judiciais para denunciar um vandalismo sem precedentes: a destruição de mil pés de laranjas por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Isso era inconcebível. “Queremos punição!” Bradavam, exigindo nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para criminalizar o MST e todos os que lutam por mudanças neste país. Afinal, nada melhor do que manter o mundo perfeito em que vivemos; não precisa mudar nada e muito menos lutar por mudanças.
Alguns mais afoitos chegaram a concluir: é o fi m do MST. Outros, com verso e prosa declaravam o fim dos movimentos sociais e da reforma agrária. E num só coro, todos clamavam: basta de vandalismo, desses pobres diabos do campo!
Mas a realidade brasileira e a luta de classes é bem mais dura do que seus confortáveis apartamentos e seus diferenciados rendimentos, pagos pelas empresas de comunicação (ou pelo povo?).
Independente das pacatas laranjas e das manipulações da Cutrale/Coca-Cola, detentora de 50 mil hectares distribuídos por mais de 30 fazendas, as duas semanas que se seguiram deram uma demonstração cruel do vandalismo estrutural e ideológico que domina as mentes e a política da classe dominante. Vamos recordar apenas alguns fatos, já que a memória tão curta da grande imprensa os calou:
1. Um incêndio mal explicado numa favela da região oeste de São Paulo deixou centenas de famílias sem absolutamente nada. Ninguém procura explicar porque, em pleno século 21, famílias de trabalhadores ficam expostas a essas condições de vida e riscos absurdos, na maior e mais rica cidade do hemisfério sul;
2. Enchentes e temporais transformam pacatas cidades do interior e grandes metrópoles em verdadeiros infernos. Mas ninguém explica para a população a causa das mudanças climáticas e das “vinganças” da natureza;
3. Oitenta e três trabalhadores da construção civil foram resgatados pela Polícia Federal, pois estavam trabalhando “em condições análogas à escravidão”. Sabe onde? Nada menos do que numa hidrelétrica, na região dos Parecis (MT). Logo as hidrelétricas, que representam tanto progresso;
4. Fazendeiros armados atacam um acampamento dos povos indígenas Kaiowa-guaranis, na região de Dourados (MS), colocam fogo em seus barracos e pertences e os expulsam. Os indígenas perderam tudo, menos a dignidade. Não houve mortes, milagrosamente, porque realizaram a ação à luz do dia, certos da impunidade. Detalhe: as terras da fazenda são dos povos indígenas. Quem é o verdadeiro invasor?;
5. Não bastassem os fatos do Brasil rural, eis que a violência social emerge sem controle nas cidades. Num final de semana no Rio de Janeiro, um helicóptero derrubado, dezenas de mortos, entre moradores, traficantes e policiais. Oito ônibus incendiados. A notícia poderia ser algum distante cenário de guerra, mas não, é na “cidade maravilhosa”. Muitos bairros do Rio vivem em guerra entre traficantes, polícia e milícias armadas e alimentadas pela classe dominante;
6. E a enfermidade social desse vandalismo estrutural, praticado pelas elites, aparece também nas atitudes pessoais de uma classe disposta a tudo para proteger seu patrimônio material. O irmão de um ex-governador de São Paulo, da “fi na flor” paulistana, assassina o próprio fi lho, por causa do mau uso do seu automóvel, e depois se suicida. Triste pobreza ética;
7. O capitalismo propagandeado pela imprensa é o melhor dos mundos. Na agricultura seria um sucesso, com suas empresas e seus venenos. Ledo engano. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) acaba de anunciar que neste mês a humanidade atingiu a marca de 1 bilhão de seres humanos que passam fome todos os dias. É mais do que vandalismo dos que controlam os estoques de comida, já que a produção existente é suficiente. É um verdadeiro genocídio acobertado pelas elites e por seus meios de comunicação.
Como se vê, os fatos nos remetem a uma boa reflexão sobre os vandalismos praticados todos os dias pela classe dominante. Isso nos ajuda a pensar sobre quem são os responsáveis e até quando se repetirão.




VALE A PENA LER


O HISTORIADOR E SUAS FONTES
Autores: Carla Bassanezi Pinsky (Org.), Tania Regina de Luca (Org.)

Como o pesquisador, na prática do seu oficio, pode trabalhar com fotografias, obras literárias, cartas, diários, discursos e pronunciamentos, testamentos, inventários, registros paroquiais e civis, processos criminais, materiais produzidos por órgãos de repressão ou mesmo com as inúmeras fontes do patrimônio cultural?
Em O historiador e suas fontes, um grupo de historiadores experientes responde a essa questão, sugerindo um repertório variado de fontes interessantes e suas formas de utilização.
A obra mostra também por que certos documentos adquirem maior ou menor relevância ao longo do tempo e em que isso afeta a História e a memória. Fala ainda de como os debates historiográficos, ao sabor das tendências modernas e pós-modernas alteram o uso das fontes históricas e afetam o ofício do historiador.
O historiador e suas fontes é, portanto, uma instigante discussão sobre teoria e prática da História.
Editora Contexto
Preço: 43 reais
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Sol: a mártir do pernambucano Urariano Mota
As palavras do cabo Anselmo descritas por Urariano fizeram-me estremecer de raiva. Episódios de traição maligna medraram na minha mente. Lembrei-me do episódio do “Cadelão Taimes”, onde eu e meus outros amigos fomos abandonados por um “anselmo” do grupo que se passava por amigo, justo nas ocorrências da censura e prisão do Jornal. Descobria ou relembrava, não sei até agora discernir corretamente, que aqui em Piraju também existiu e ainda vive um traidor com atitudes similares às do mentiroso. A resenha é de Luiz de Almeida.
Leia a resenha em http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16207&boletim_id=607&componente_id=10181
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NAVEGAR É PRECISO

Boaventura de Sousa Santos
O mundo (não todo, mas uma boa parte) vive hoje em estado de hipnose e o hipnotizador é Barack Obama. A hipnose consiste numa mudança radical de percepção sobre o que se passa no mundo sem que na realidade haja razões para sustentar tal mudança.
http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4456&boletim_id=606&componente_id=10169

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O Café História conta um pouco sobre um dos maiores empreendimentos acadêmicos dos últimos anos, o Arqshoah. Trata-se de um arquivo virtual cujo objetivo é contar, através de testemunhos e documentos, a relação entre pessoas que escaparam do nazifascimsmo na Europa e o Brasil. O Arqshoah é fruto de uma parceria entre a USP e diversas instituições.
E mais:
Livro conta a história da motocicleta
Documentário homenageia o irreverente Chacrinha
Historiadora diz que Lênin morreu de sífilis
Historiografia francesa perde um de seus mais ilustres historiadores.
Acordo entre Brasil e EUA culmina com lançamento de portal que com importantes documentos digitalizados
Você conhece Sylvia Platt?
Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com

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:: Relatório aponta 4.234 diferentes tipos de violações aos direitos humanos
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&cod=42297&lang=PT

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Um novo blog : http://www.chacomletras.com.br/
Com formato de website, este blog apresenta, em sua página principal, além dos post’s, pequena mostra de fotos de viagem e um vídeo de música, e em sua estrutura de apoio, cinco links com conteúdos direcionados aos temas-chave: Literatura, Filosofia e Música.
Visite e deixe seus comentários lá!
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AÇÃO AFIRMATIVA
É necessária uma nova abolição?
Muniz Sodré
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=561CID001

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Impactos econômicos do Bolsa Família
http://colunistas.ig.com.br/jpkupfer/2009/10/16/impactos-economicos-do-bolsa-familia/

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NOTICIAS


Estão abertas as inscrições para o 6º Programa de Bolsas de Auxílio à Pesquisa para estudantes de pós-graduação com projetos de tese relacionados a diferentes aspectos da história e cultura de Minas Gerais.
Inscrições e informações através do site do ICAM: www.icam.org.br
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O Vestibular de “Verão” da Faculdade de Viçosa - FDV será no dia 13 de dezembro do corrente ano, de 8:00 h às 13:00 h. O período de inscrição vai de 09/11/2009 a 09/12/2009, podendo a inscrição ser feita na Secretaria da FDV ou no endereço www.fdvmg.edu.br, onde estarão disponíveis mais informações.
O vestibular é uma das formas de ingresso na FDV. O candidato pode ingressar, também, como portador de diploma de nível superior (se for o caso), por transferência (se estiver em outra Instituição de Ensino Superior), como bolsista do PROUNI (via ENEM) ou se estiver em lista de espera no vestibular da UFV. Como novidade, a FDV estará realizando vestibular, também, para o curso de Engenharia de Produção.

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Revista Mundos do Trabalho

Foi prorrogado até o dia 20/12 o prazo para submissões de artigos para a edição n. 3 da Revista Mundos do Trabalho, dossiê Processos e condições de trabalho.
A submissão de artigos deverá ser feita no endereço:
http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho
Em caso de dúvidas envie mensagem para revistamundosdotrabalho@gmail.com

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Conferência

"Os Mouriscos e a Inquisição"

Profª Drª Isabel Maria RibeiroMendes Drumond Braga
docente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Data e Local: 16 de novembro de 2009 no Auditório da Casa de Cultura Japonesa
Av. Prof. Lineu Prestes,159 - Cidade Universitária - Butantã - São Paulo


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Humanidade em Guerra"
Exposição fotográfica retrata violência de conflitos armados
São Paulo recebe, entre os dias 20 deste mês e 15 de novembro, a exposição de fotos “A Humanidade em Guerra", promovida pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). A abertura da mostra acontecerá na terça-feira (20), às 19h, para convidados, e ficará disponível ao público a partir de quarta (21), na Matilha Cultural (Rua Rêgo Freitas 542 - Centro - próximo à igreja da Consolação).
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Entre 9 de outubro e 22 de novembro a Galeria Alberto da Veiga Guignard recebe a exposição Mulheres Reais – modas + modos no Rio de Dom João VI. Dividida em vários módulos a mostra dá um panorama da época tratando desde o figurino de importantes nomes da realeza, como D. Maria I, Carlota Joaquina e Leopoldina até as vestimentas usadas por suas mucamas.
ServiçoEvento: Mulheres reais – modas + modos no Rio de D. João VILocal: Galeria Alberto da Veiga Guignard
Data: 09 de outubro a 22 de novembro
Horário: 2ª-feira, 18h-21h / de 3ª-feira a sábado, 9h30-21h / domingo, 16h-21h
Entrada franca
Balcão de Informações: (31) 3236-7400
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Domingo no Palácio
O Coral Cefet Minas, em parceria com o Chorus Exsultate Voces de Divinópolis, apresenta a Missa de Réquiem em Ré Menor, de Wolfgang Amadeus Mozart.
01° de novembro, domingo, 11h
Foyer do Grande Teatro do Palácio das Artes, em Belo Horizonte.


Evento
Encontro Regional de História Oral