Boletim Mineiro de História

Boletim atualizado todas as quartas-feiras, objetiva trazer temas para discussão, informar sobre concursos, publicações de livros e revistas. Aceita-se contribuições, desde que versem sobre temas históricos. É um espaço plural, aberto a todas as opiniões desde que não contenham discriminações, racismo ou incitamentos ilegais. Os artigos assinados são de responsabilidade única de seus autores e não refletem o pensamento do autor do Boletim.

6.1.09

Numero 170


Neste número temos a continuação do artigo do prof. Mário Maestri, sobre a História e a Historiografia da Guerra do Paraguai.
O conflito em Gaza ocupa boa parte deste boletim. Dois artigos e links para vários outros na seção Navegar é preciso, procuram analisar e compreender o que se passa no Oriente Médio, tarefa das mais difíceis, diga-se de passagem.
Hoje não temos livros e revistas para indicar. E apenas uma noticia. Inicio de ano... esperemos que a partir da semana que vem tenhamos muita coisa para apresentar aos nossos leitores.
Quero agradecer a todos que enviaram felicitações pelo Natal e pelo Ano Novo.
Ricardo


A Guerra contra o Paraguai
História e Historiografia: da instauração à restauração historiográfica
[1871-2002] – parte II
*
Mário Maestri**

Restauração historiográfica
Em fins de 1990, com a consolidação do movimento geral de restauração historiográfica no Brasil, impulsionada pela mídia; por programas de pós-graduação; por agências financiadoras; por grandes editoras, etc., criavam-se as condições ideais para a concretização desse processo quanto à Guerra do Paraguai, de singular importância, devido o caráter central daqueles fatos para a ideologia de Estado e ao sucesso de público de Genocídio americano: a Guerra do Paraguai, de J. J. Chiavenatto.
Em 1989, Francisco Doratioto defendeu a dissertação de mestrado “As Relações entre o Império do Brasil e a República do Paraguai. (1822-1889)”, na Universidade de Brasília. Em 1991, publicou estudo de divulgação, pela Editora Brasiliense – A guerra do Paraguai: 2ª visão – e, em 1996, ensaio mais alentado, pela Editora Ática – O conflito com o Paraguai: a grande guerra do Brasil.
[1] Os cinco anos de diferença entre os dois trabalhos registram importante evolução na leitura dos fatos pelo autor.
Na “Introdução” de A guerra do Paraguai: 2ª Visão, Doratioto prometeu superar as limitações da “historiografia tradicional” que “personalizara” a história, ao “apontar as ambições do ditador Solano López como causadoras da guerra” e da “teoria ‘imperialista’”, então “dominante”, que responsabilizara a Inglaterra pelo confronto. Para o autor, o conflito seria essencialmente produto da “formação e definição do caráter dos Estados nacionais, em que setores da classe dominante seriam hegemônicos na organização estatal e, portanto, mais beneficiados por ela, na região do Rio da Prata.”
[2] Portanto, uma proposta de análise que se dispunha superar a historiografia nacional-patriótica e os lapsos das leituras revisionistas brasileiras.
Em análise sobretudo político-nacional, Doratioto apresenta sinteticamente a conjuntura do Prata quanto aos países envolvidos nos acontecimentos, da crise do regime colonial ao início da guerra, enfatizando a tentativa da burguesia mercantil portenha de impor sua hegemonia regional, grande razão da independência e do isolamento paraguaio, como proposto.
[3] Assinala que a vontade de domínio hegemônico do Prata levou igualmente Império a obstaculizar a reconstituição nacional do Vice-Reinado do Prata em torno de Buenos Aires.
O autor analisa o relacionamento entre o Império e o Paraguai, determinado pela vontade do último de demarcar as fronteiras a partir da situação quando do fim do regime colonial, enquanto o Império, interessado na livre navegação dos rios paraguaios para escoamento da produção mato-grossense, defendia delimitação apoiada no princípio do uti possidetis de facto, ou seja, na ocupação dos territórios por seus habitantes em contínua expansão. Ressalta que o Império e a Argentina mobilizavam-se para que o Paraguai não se tornasse potência regional.
Em 1852, a queda de Rosas e a consolidação da oligarquia mercantil portenha criaram nova situação. Na década seguinte, o esforço autonômico do governo uruguaio blanco levou a que o Brasil se aproximasse da Argentina liberal-mitrista que concordou com intervenção apoiada nos colorados uruguaios, associados à manutenção da submissão em relação à Argentina e sobretudo ao Império. Ao contrário, os blancos uruguaios contavam com o apoio ou simpatia da província de Entre Ríos, dos federalistas argentinos e do Paraguai, interessado em garantir uma saída ao mar.
[4]
Hegemonia compartida

A aquiescência da Argentina mitrista enfraquecida à intervenção imperial selaria a sorte do Paraguai. Segundo o autor, “no final dos anos 1850 e inícios da década seguinte, a hegemonia do Império só não era completa no Prata devido à resistência do governo de Assunção.” [5] O controle do Uruguai e do porto de Montevidéu punha fim à possibilidade de livre saída ao mar do Paraguai e assentava golpe terrível no federalismo argentino, ensejando que o governo paraguaio determinasse, conseqüentemente, a intervenção no Uruguai como casus belli.
Em 1864, a intervenção no Uruguai ensejou o envio de tropas paraguaias para ocupar as terras em litígio com o Brasil, no atual Mato Grosso do Sul, e pedido à Argentina, nas mãos dos liberais portenhos, de direito de passagem de tropas por Corrientes, para atacar ao Império. Em 1856, a Confederação Argentina acordara aquele direito ao Império, contra o Paraguai. A esperada negativa de Mitre de conceder a autorização motivou declaração de guerra à Argentina que enfraqueceu o apoio paraguaio naquele país.
[6]
Apesar da ênfase nas relações político-diplomáticas, o ensaio esforça-se em definir sociologicamente os grandes protagonistas históricos, em superação de historiografia meramente político-descritiva. Juan Manuel de Rosas é proposto como “líder dos produtores de charque para exportação”, apoiado pelos “comerciantes e financistas portenhos, monopolizadores do comércio exterior.” [7] Propõe que os colorados uruguaios representassem sobretudo os “comerciantes” e as “potências européias” vinculados às “idéias liberais”, enquanto os blancos, os “proprietários rurais” “que se opunham à intervenção européias no país”. [8]
Os unitários argentinos são definidos como “basicamente” “comerciantes de Buenos Aires”, que “defendiam um modelo centralizado”, enquanto os federalistas, como grandes estancieiros, “pequenos manufatureiros e comerciantes vinculados ao mercado regional”, favoráveis à descentralização.
[9] Afirma-se que “apenas a burocracia imperial” era capaz de defender a escravidão, ao dispor “de meios diplomáticos e políticos capazes de se oporem às pressões britânicas” anti-tráfico e possuir a capacidade de confirmar as “prerrogativas dos grandes proprietários rurais” de “manter a ordem” e seus “privilégios”. [10] Portanto, um conflito que envolvia as principais classes sociais da região, mais do que as nações nas quais se organizavam.
O autor propõe sobre o governo de Carlos López: “Na ausência de um setor social com experiência administrativa e capital financeiro para tanto, o Estado assumiu essa dinamização, passando a representar os interesses da nascente burguesia rural, ligados à expansão do regime capitalista, com base na exploração da agropecuária e mão-de-obra barata e disciplinada, visando ao mercado externo.”
[11]
Dois caminhos
Sobretudo nas páginas finais, o ensaio empreende justificativa sistemática da ação do Império, acompanhada sempre da apresentação da busca de hegemonia pelas “classes dominantes” do Império e da Argentina que desembocou no terrível drama. É também clara no estudo a tendência a uma leitura relativista da ação das nações, como jogo normal de defesa de seus interesses, estranho a qualquer valoração ética: “A guerra iniciada em 1865 interessava, por diferentes motivos, a todos os Estados envolvidos.”[12] Visão em contradição com a apresentação da forte pugna no interior de Estados como a Argentina e o Uruguai.
Como prometera o autor, o ensaio supera substancialmente as apresentações maniqueísta da historiografia nacional-patriótica brasileira do Dr. Francia, de Carlos Antonio López e, sobretudo, de Francisco Solano López, apresentados como estadistas interessado na promoção de suas nações. Em Guerra do Paraguai: 2ª Visão, não encontramos sequer uma das tradicionais demonizações do chefe de Estado paraguaio ou de suas tropas, próprias à literatura tradicional brasileira.
Ao contrário, o autor tenta circunscrever as razões objetivas da derrota paraguaia, que se deveria, “basicamente” a “dois motivos”. “De um lado, Urquiza faltou aos compromissos que contraíra com Solano López, privando-o de apoio efetivo dentro da Argentina. Por outro, no Uruguai, os blancos não se mantiveram numa resistência prolongada em Montevidéu, como era esperado [...].”
[13]
Na conclusão, o autor retoma a crítica à tese “imperialista”, apresentada como “resultado de bandeiras das lutas políticas dos anos 60 e 70 – como o antiamericanismo e terceiro-mundismo –, projetadas na análise do passado, em busca de fundamento histórico”. Visão não de todo incorreta, apesar de redutora e imparcial, de uma tese inglesa esposada por apenas parte da literatura revisionista, em geral de corte popular-americanista. Lembra pertinentemente que a superestimação do imperialismo sugere a incapacidade dos povos e estados periféricos de determinarem sua própria história.
Uma crítica a [parte do] revisionismo [brasileiros] que não impede o reconhecimento da sua importância historiográfica: “Cabe, porém, ao revisionismo o mérito de demonstrar a fragilidade da historiografia tradicional sobre o tema e questionar a utilização dessa guerra na construção de mitos. Enfim, o revisionismo fez ressurgir o interesse pela guerra [...], a qual, no Brasil, até então era quase exclusivamente motivo para comemorações, nas datas das grandes batalhas, e de referência ao se buscar as origens da construção do Exército que derrubaria a Monarquia em 1889.”
Na sua brevidade, A Guerra do Paraguai: 2 ª Visão, de 1991, constituiu importante contribuição ao conhecimento histórico daqueles acontecimentos que apontava para duas grandes possibilidades de desdobramento: a radicalização crítica da leitura revisionista ou a recaída na defesa apologética das ações do Estado imperial. Paradoxalmente, parecia pender mais para a primeira alternativa.

Uma Nova Leitura

Em O conflito com o Paraguai: a grande guerra do Brasil, de 1996, Doratioto avança a análise, abordando o conflito propriamente dito. O ensaio caracteriza-se pela inflexão do esforço de interpretação sociológica e estrutural dos sucessos e pela ênfase da defesa da ação do Estado imperial, em um viés não raro já claramente nacional-patriótico. [14] Em verdade, o trabalho inicia com a afirmação paradoxal de que o “Império demonstrou [no Paraguai] sua capacidade de travar uma guerra com características inéditas que o obrigaram a mobilizar recursos humanos e materiais em larga escala”. [15] E retoma, igualmente, a proposta de Salles da modernidade das forças armadas paridas no confronto: “Foi o Exército, que o Estado imperial estruturara durante a guerra do Paraguai em padrões modernos de organização e armamento, o instrumento que pôs fim a Monarquia [...].”[16]
No segundo capítulo, empreende apresentação das disputas do Plata anteriores ao confronto, sem o destaque ao amplo papel desempenhado pela oligarquia portenha no conflito do primeiro ensaio, no contexto de uma já permanente absolvição-relativização das responsabilidades do Estado imperial, em geral através da ignorância de questões fundamentais, como a disposição do Brasil em entrar em guerra com o Paraguai, muito anterior ao conflito, e a garantia da independência uruguaia por aquele país, como condição para sua autonomia nacional.
A guerra do mate
O autor utiliza recursos narrativos para elidir contradições históricas, como a referência neutra à “queda de Rosas”, sem registro da também participação do Império, ou a pasteurização textual das responsabilidades imperiais na intervenção no Uruguai, em 1864, com apoio da oligarquia portenha. “O governo argentino, que rompera relações diplomáticas com o Uruguai, reconheceu o direito [sic] de o Império agir contra esse país, sempre respeitando [sic] a integridade territorial [sic] e a independência uruguaias. [sic].”[17]
A abordagem telegráfica da sociedade paraguaia e semi-ignorância do caráter das sociedades brasileira, uruguaia e argentina sinalizam a retomada substancial de análise político-factual, de “trincheira”, desde a ótica das classes dominantes imperiais, da historiografia nacional-patriótica. A própria decisão de Pedro II de prosseguir a hecatombe é elogiada: “Foi a persistência [sic] do imperador, no crítico ano de 1868, em favor do prosseguimento da luta [sic] que abortou qualquer discussão sobre seu fim que não fosse pela vitória militar.” [18]
Ainda que matizada, retoma-se a diabolização tradicional do inimigo, totalmente ausente no primeiro trabalho, como assinalado: “[...] o navio de guerra paraguaio Iporá, [...] tinha ‘à vista do público, uma corda contendo grande quantidade de orelhas humanas, postas a secar, que pertenciam aos infelizes tripulantes da [canhoneira] Anhambaí.” [19] Afirma-se sobre o combate de 3 de novembro de 1867: “A soldadesca [sic] paraguaia, em lugar de continuar a combater, entregou-se ao saque [...].” [20] A tropa imperial, salvo engano, não recebe jamais tal tratamento.
Embrenhado nas contradições da historiografia nacional-patriótica, para explicar a tibieza das tropas imperiais, que reconhece numerosas e bem armadas, retoma os argumentos tradicionais da falta de preparo inicial dos exércitos; de conflitos políticos internos; das “peculiaridades do conflito”, etc., como se esses handicaps negativos contassem apenas para as tropas imperiais.

Pequeno e mal-armado

Sobre a invasão do Rio Grande, afirma: “[...] o Exército brasileiro [em senso estrito] era pequeno e mal armado, contando com no máximo dezoito mil soldados com moral baixo [...].” “Durante a guerra do Paraguai não houve trégua na encarniçada luta política” entre liberais históricos, liberais progressistas e conservadores. “Compreende-se [...] a facilidade com que as forças paraguaias avançaram em território brasileiro”. Esquece que apenas o Rio Grande tinha população maior do que a assinalada para o Paraguai, superando os 430 mil habitantes, em 1872.[21]
A inoperância da Armada dever-se-ia ao fato de seus navios terem “dificuldades para manobrar em vias fluviais” e às “desconfianças de Tamandaré para com o aliado argentino”.
[22] A passividade do almirante nasceria também de sua “idade avançada”, apesar de não ter ainda 57 anos ao assumir o comando no Plata, enquanto que, ao entrar em Assunção, Caxias cumpriria os 66 anos! O autor convém que o substituto de Tamandaré não primou também pela decisão, sem explicar tal fato.[23] Quando da guerra, com a acusação de que Tamandaré sofresse de “decrepitude precoce”, criticava-se ironicamente a sua falta de decisão nos combates. [24]
Acompanham as justificativas do vexame militar imperial no Plata elogios áulicos dos oficiais maiores. Sobre Osório, lemos: “Seu retorno ao Paraguai teve efeito psicológico positivo sobre o Exército imperial, pois esse general gozava de grande prestígio perante os soldados graças à sua capacidade tática [sic], a coragem e frieza em combate e pela camaradagem com os subalternos.” Não se registra como tal prestígio fogueou as tropas imperiais no combate aos paraguaios e não há referimento às duras críticas sofridas pelo general, como as realizadas pelo oficial-engenheiro André Rebouças. [25]
Lê-se sobre Caxias na batalha da ponte de Itororó, em 6 de dezembro de 1868: “[...] Caxias, que acompanhava a luta de uma colina, desembainhou a espada e aos gritos de ‘Vivas ao Imperador e ao Brasil’!, lançou-se sobre a ponte, gritando para a tropa que o seguisse, sendo alvejado [sic] pelas balas dos defensores que chegaram a matar seu cavalo. Graças a esse ato temerário, Caxias conseguiu pôr fim à debandada de seus soldados, que, entusiasmados, retornaram ao ataque e conquistaram a ponte.” [26] Proposta que abandona de todo a historiografia para abraçar a legenda militar-patriótica.
Esses elogios áulicos não são extensivos a Solano López: entretanto, se explicarmos a produtividade dos exércitos como conseqüência direta de seus oficiais superiores, posição para nós inaceitável, o paraguaio mereceria o denominativo de “Napoleão do Prata”, ao conseguir resistir com escassas tropas mal-armadas, por tanto tempo, ao enorme esforço militar aliancista!
Retomam-se as explicações da combatividade paraguaia como produto da repressão; atraso nacional; galvanização carismática. “Durante a guerra o governo paraguaio estendia a punição daqueles acusados de falta grave, como tradição, rendição ou deserção, também aos familiares. [...] todo soldado paraguaio era responsável pelo seu companheiro de trincheira [...].” Fatos que transforma a “fidelidade e sacrifícios extremos que caracterizaram os combatentes paraguaios”, além da sua “combatividade”, fenômenos sem explicação.
[27]
Já em 1979, no citado Ensaio sobre a Ditadura do Paraguai, Raul de Andrada e Silva dissertava longamente sobre a singularidade do exército paraguaio, “um dos setores públicos que mereceu preferencialmente os cuidados do governo” do Paraguai independente, com os “soldos” “superiores aos de qualquer categoria burocrática”. Tropas formadas através do “recrutamento” seletivo dos “jovens mais fortes e bem apessoados de cada localidade”, através de um país essencialmente camponês. Jovens que, ingressando nas tropas como soldados, podiam ascender aos “postos da hierarquia, cujo maior grau era o de Capitão”. Portanto, um exército de perfil fortemente plebeu e nacional, em tudo estranho às tropas imperiais, expressão de um Estado escravista.
[28]

O Soldado e o Oficial

A incompreensão do baixo desempenho dos soldados e dos oficiais imperiais diante da paradoxal resistência paraguaia, sobretudo quando os soldados guaranis defendiam os territórios nacionais atacados, deve-se à ignorância das determinações tendenciais dos exércitos e de seus comandantes pelas estruturas sociais profundas e suas vinculações com as mesmas. A indiscutível genialidade militar Napoleão foi produto de forças militares ensejadas pela França nacional-cidadã parida pela Revolução que identificava a população à nação e alçava ao oficialato seus homens mais capazes.
A surpresa de Taunay com formas paraguaias de combate não enquadradas pela oficialidade era idêntica a dos monarquistas que combatiam os patriotas franceses: “Usavam [...] de uma manobra nova: deitavam-se por traz dos acidentes do terreno e daí nos faziam fogo, deixando ver apenas as cabeças; depois, [...] furtavam-se à nossa vista.”
[29] Luta de homens livres impossível de ser utilizada pelos exércitos imperiais e argentinos sob a ameaça permanente da deserção.
Por além da falsa modernidade, as forças armadas imperiais sofreram sempre a determinação de sociedade escravista não-nacional. Realidade registrada na visão aristocrática da oficialidade brasileira da bravura como valor intrínseco, que valorizava ataques frontais e exposição ao perigo, resultado de mortandades desnecessárias sobretudo de soldados. Falando dos momentos finais da guerra, Taunay recordava: “Osório queria atacar logo de frente desfazendo os meios de resistência do inimigo. ‘Leva-se tudo, afirmava ele, a cachações num instante.’ ‘Mas por que perder inutilmente gente?’” – objetava o conde D’ Eu, que servira em exércitos europeus.
[30]
Realidade fixada na ojeriza de Caxias à tropa formada substancialmente por negros livres, libertos, alforriados, etc., não adaptados a um exército moderno, devido ao caráter não-cidadão e não-nacional do Império, e não à má qualidade racial, como propunha o Barão. Em correspondência confidencial de 13 de dezembro de 1868, o velho militar, fogueado no combate aos cativos sublevados, lembrava que: “[...] todas as vitórias alcançadas, desde que me coube a honra de assumir o Comando do Exército Brasileiro, têm sido em grande parte devidas ao cuidado com que nunca consenti que forças nossas, quer de infantaria, quer de cavalaria se batessem com as do inimigo sem se acharem muito superiores em número.” [31]
Destaque-se no ensaio as interessantes páginas sobre “O açougue paraguaio”: a impopularidade da guerra”, que retomam a tese revisionista da oposição da população brasileira livre ao confronto, o que impediu a constituição do exército nacional proposto, formado por homens livres voluntários, obrigando o arrolamento coercitivo e a compra de cativos, sobretudo quando se esvaíram as ilusões gerais da vitória em alguns meses: “Tais desapropriações [sic] eram bem pagas, a ponto de talvez terem apresentado, segundo Sodré, a maior despesa brasileira no conflito.”

130 Anos Depois

Em 23 de novembro de 1994, a Biblioteca Nacional promoveu seminário sobre a Guerra do Paraguai, sob a coordenação do historiador Carlos Guilherme Motta, com a participação do historiador inglês Leslie Bethell; do sociólogo peruano radicado no Brasil Enrique Amayo; do historiador Fernando Novaes; do historiador argentino radicado no Brasil León Pomer; do contra-almirante Max Justo Guedes; do historiador Eduardo Silva; do historiador Francisco Alambert; do advogado e crítico de arte paraguaio Ticio Escobar e de Alberto da Costa e Silva, então embaixador do Brasil em Assunção.
Patrocinado pelo Banco Real e pela Fundação Roberto Marinho [Rede Globo], com introdução especial de Leslie Bethell, o livro Guerra do Paraguai: 130 anos depois reuniu as breves intervenções desses destacados intelectuais, sobretudo paulistas e fluminenses, não raro sem pesquisas específicas sobre o tema. O trabalho destacou-se sobretudo pela critica do historiador inglês à tese da influência do imperialismo britânico no conflito, não raro retomada como palavra definitiva sobre a polêmica historiográfica.
[32] O livro apresenta alentada “Bibliografia da Guerra do Paraguai”, com trabalhos depositados na Biblioteca Nacional.
Na introdução “A guerra do Paraguai: história e historiografia”, profundamente simpática à “Tríplice Aliança”, Leslie Bethell apresenta a guerra como decisão de Solano López – “erro que traria conseqüências trágicas para o povo uruguaio” –, motivada por razões entre as quais o eventual impulso de “personalidade megalomaníaca” com o objetivo de realizar o “sonho de construir um império”. Assinala igualmente a “pouca atenção por parte dos historiadores” que o conflito conhecia naquele então, não apenas no Brasil.
[33]
No texto “O imperialismo britânico e a Guerra do Paraguai”, questiona a tese da responsabilidade direta e indireta do imperialismo britânico, que lembra ser perfilhada, no geral ou no particular, por autores como Eric Hobsbawm, André Gunder Frank [1929-2005], León Pomer, José Alfredo Peñalba, etc.[34] Registra enorme admiração pela hegemonia mundial do capitalismo britânico no século 19; questiona a determinação mesmo “informal” da política sul-americana pelo imperialismo; sugere as vantagens advindas do relacionamento dos latino-americanos com os súditos da Rainha.
Quando à questão em análise, destaca a importância do Brasil e da Argentina para os interesses do capitalismo britânico na América Latina e a pouca relevância do Paraguai, certamente em parte devido à especificidade daquela nação, da Independência até a Guerra, ou seja, de política estatal de controle público das terras e do comércio exterior, de sentido profundamente anti-liberal e livre-cambista e, conseqüentemente, anti-inglês. Assinala o interesse britânico na “unidade política” da Argentina, ou seja, apoio à oligarquia portenha e à sua política, e na “manutenção da livre navegação nos principais rios da região”.

Progresso & civilização

Leslie Bethell lembra a posição “acentuada e abertamente antiparaguaia” de sir Eduard Thornton (1817–1906), representante diplomático inglês no Plata, que acompanhou as confabulações contra o governo uruguaio “blanco” e defendeu diante da representação paraguaia o direito de interferência armada do Império no Uruguai. Reconhece que Thornton, como “também a maioria das autoridades britânicas apoiavam os Aliados”, pois viam “de modo crítico o regime de López”, considerando, “em última análise”, a Guerra como incentivadora do “progresso e civilização contra retrocesso e barbárie”. Ou seja, meio de imposição do domínio pleno do liberalismo livre-cambista na região, ao igual do que já ocorria no Brasil e na Província de Buenos Aires.
Destaca os importantes empréstimos concedidos à Argentina mitrista e ao Brasil imperial para financiarem a Guerra e o abastecimento permanente dos exércitos da Aliança em navios, canhões, munições, armas, etc., que justifica a partir da estranha idéia de que o capital não se preocupa com a política quando pode lucrar. Aceita que a “Grã-Bretanha praticamente não fez qualquer tentativa de mediação” para finalizar com o conflito, mesmo tendo López proposto, durante a guerra, conceder parte dos territórios reivindicados em troca da paz.
Os dados e as reflexões do historiador inglês corroboram a tese de que, mesmo não sendo a Guerra política incentivada diretamente pelo governo inglês, o ataque dos governos do Império e da Argentina unitarista contou sempre com a simpatia e com o apoio dos interesses britânicos. Primeiro, por “desaferrolhar” região de ordem “barbárica” anti-liberal, que dificultava o “livre comércio”. Segundo, devido os enormes negócios que assegurou ao capital britânico, certamente o grande vitorioso nesse conflito.
Leslie Bethell conclui sua vigorosa defesa do imperialismo em afirmação que fusiona simploriamente governos e populações nas suas respectivas nações, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, apresentando-as como os únicos responsáveis, ontem e hoje, pela hecatombe: “A Grã-Bretanha – e as suas supostas [sic] ambições imperialista – não podem mais ser utilizada como bode expiatório para a Guerra do Paraguai. A responsabilidade primordial dessa guerra cabe à Argentina, ao Brasil e, em escala menor, ao Uruguai e, naturalmente, ao próprio Paraguai. A Guerra do Paraguai foi uma guerra civil [sic] regional, muito embora com uma dimensão internacional muito interessante e digna de nota [sic].”


* Trabalho apresentado no V Encuentro Anual del CEL. “La Guerra del Paraguay: historiografías, representaciones, contextos”. Buenos Aires – 3 de novembro de 2008Mesa Historiografia: Francisco Doratioto (Instituto Río Branco); Mario Maestri (PPGH - UPF); Laura Reali (U. Paris VII)
** Mário Maestri, 60, é professor do Programa de Pós-Graduação em História da UPF, RS. E-mail: maestri@via-rs.net
[1] Doratioto, Francisco. A guerra do Paraguai: 2ª Visão. São Paulo: Brasiliense, 1991. [Tudo é história, 138.]; O conflito com o Paraguai: a grande guerra do Brasil. São Paulo: Ática, 1996.
[2] Id. A guerra do Paraguai: 2ª Visão. Op.cit. p. 14
[3] Id.ib.p. 16
[4] Id.ib. 34
[5] Id.ib. p. 41
[6] Id.ib. p. 40
[7] Id.ib. p.21
[8] Id.ib. p. 19
[9] Id.ib. p. 20
[10] Id.ib. p. 23
[11] Id.ib. p. 27
[12] Id.ib. p. 71
[13] Id.ib. p. 66
[14] Doratioto, Francisco. A guerra do Paraguai: 2ª Visão. São Paulo: Brasiliense, 1991. [Tudo é história, 138.]; O conflito com o Paraguai: a grande guerra do Brasilxe "Brasil". São Paulo: Ática, 1996.
[15] Id.ib. 7
[16] Id.ib. 8
[17] Id.ib. 18
[18] Id.ib.52
[19] Id.ib.20
[20] Id.ib.47
[21] Id.ib. p. 24; Maestri, Mário. Deus é grande, o mato é maior! Trabalho e resistência escrava no Rio Grande do Sul. Passo Fundo: UPF Editora, 2002.
[22] Doratioto, Francisco F. M.. O conflito com o Paraguai. Op.cit. p. 30
[23] Id.ib. p. 44
[24] Rebouças, André Pinto. Diário da guerra do Paraguai (1866). São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiro, 1973. p. 30.
[25] Id.ib. p. 53 et passim.
[26] Id.ib.p. 68
[27] Id.ib. p. 61
[28] Andrada e Silva, Raul. Ensaio sobre a Ditadura do Paraguai. 1814-1840. Op.cit. 185.
[29] Taunay. A retirada da Laguna. Op.cit. p. 131
[30] Taunay. Recordações [...]. Op.cit. p. 52.
[31] Doratioto, Francisco F. M.. O conflito com o Paraguai. Op.cit. p. 70
[32] Castro, M.E. & Marques, M. [Org.] Guerra do Paraguai 130 anos depois. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995.
[33] Id.ib. p. 11-24..
[34] Id.ib. pp. Pp. 133-150; www.scielo.br/pdf/ea/v9n24/v9n24a14.pdf
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Colaboração de Ana Cláudia Vargas:
Faixa de Gaza: a irracional lógica da Guerra

27 de dezembro de 2008
Por Guillermo Sullings Porta voz do Humanismo na Argentina
Os recentes bombardeios por parte de Israel à faixa de Gaza estão comovendo aomundo inteiro. Em primeiro lugar pela quantidade de vítimas, e em segundolugar pelas conseqüências que pode ter uma escalada bélica em um mundo quese encontra à beira de um desastre nuclear.
A pretensão, por parte de Israel, de justificar este sangrento bombardeio, como parte da luta contra os ataques de Hamas, não é mais do que um novo intento de validar um massacre através de hipócritas e irracionais argumentos com os quais os prepotentes belicistas estão levando ao mundo para uma hecatombe.
Deve-se lembrar mais uma vez que o crescimento do terrorismo nos últimos tempos tem sido em boa medida uma conseqüência e uma resposta, violenta e irracional também, no marco da escalada de atropelos por parte das potências bélicas para com as nações mais débeis. Neste contexto, pretender diferenciar a violência dos exércitos formais, que oprimem e massacram povos inteiros, da violência terrorista, que semeia morte e espanto, como se a primeira fosse legal e admissível e a segunda ilegal e reprovável, faz parte da grande hipocrisia da política internacional.
No minúsculo território da Faixa de Gaza vivem, ou tentam sobreviver, mais de um milhão e meio de palestinos, que procuram trabalhar como podem no próprio Israel, subsistindo graças à “ajuda humanitária” da ONU. O recente bloqueio por parte de Israel, com o pretexto deconsiderá-lo território hostil por albergar também o território de Hamas, mostrou até que ponto se tenta manter esta população sob uma permanente chantagem de prêmios e castigos. Nesta situação, não é para se surpreender então do apoio popular que os violentos podem ter dentro da população.
É bom lembrar também que a Faixa de Gaza é um território que pertencia ao Egito e que Israel ocupou 40 anos atrás, até que recentemente ele passou a fazer parte do território controlado pela Autoridade Nacional Palestina. Esta maneira de proceder, invadindo territórios, seja parase instalar definitivamente, ou para depois negociar lentas retiradas a troco de manter o controle e o poder de algum jeito, é a mesma que os EUA e seus aliados usaram para disciplinar o mundo e manejar seus recursos naturais.
Não resulta estranho então, que perante tão prepotente acionar surjam a cada vez reações mais monstruosas, nas quais os poderosos por sua vez tentam justificar o aumento de sua prepotência alimentando o círculo vicioso da violência que pode nos levar rapidamente para uma catástrofe nuclear. Haja vista que a maior parte dos atores dos conflitos vigentes nomundo são potências nucleares. E não se deve esquecer que a crise econômica internacionalatual torna os prepotentes ainda mais perigosos, os quais podem buscar naguerra uma ‘saída política’ para a situação que lhes foi colocada nas mãos.
É claro que todos os conflitos do mundo poderiam ser resolvidos pacificamente desde que avançáramos para uma concepção de uma Nação Humana Universal. Uma Nação na qual todos os países se ocupem de garantir que cada povo possa se desenvolver e tenha um território onde trabalhar em paz, sem pressões nem chantagens. Deve-se compreender também que a intolerância cultural e religiosa são formas da violência desde as que costumam se justificar, com irracional lógica, as escaladas de violência física. Muito deverá ser feito para que os povos tomem consciência de que em um mundo de intolerância e de injustiça, ninguém poderá viver em paz. Mas, nesta forma de consciência, deve-se começar pelo mais urgente: descomprimir as situações de tensão extrema e desarticular os fatores de pressão e chantagem.
Para isso, é fundamental e prioritário que, no mundo todo, as forças invasoras se retirem dos territórios ocupados e que agora mesmo seja iniciado o desarme nuclear.
E, neste caso em particular, Israel não só deveria deixar de atacar imediatamente o povo de Gaza, como também deveria rever sua política intransigente e opressiva para com o povo palestino. E, o povo palestino, por sua vez, deveria tomar consciência de que é necessário buscar uma saída através de alianças de paz com outros povos do mundo e deixar deacreditar na obstinação suicida dos violentos.
Guillermo SullingsPorta-voz do Humanismo na Argentina


JANIO DE FREITAS
A boa companhia

Penso com pena em metade do Estado de Israel, que sofre com o que faz gente do seu povo, em nome do seu país

À PARTE CONSIDERAÇÕES religiosas e étnicas, uma razão forte justificou a criação do Estado de Israel e explica a defesa necessária de sua continuidade: a derrota do nazismo encerrou o paroxismo homicida a que chegara o preconceito antijudeu, mas não encerrou o preconceito. Instituído por não-judeus, o Estado de Israel é fruto de uma razão humanitária, grandeza mais rara do século passado.
A compreensão desta preliminar essencial é, porém, relegada ou recusada por uma corrente muito ampla dos judeus de fora de Israel. É própria dessa corrente, por isso, a investida contra qualquer observação em desacordo com a política externa dos governos de Israel, um após o outro. Ocorre que tal política é influenciada por fundamentalismos e pelo que há de mais reprovável na classe dos políticos em qualquer parte. O que a leva, nos seus momentos de maior autenticidade, a ferir, muito fundo, o mesmo humanitarismo que proporcionou a criação e considera necessária a continuidade, de fato e de direito, do Estado de Israel.
A alternativa que as pressões e os consequentes temores propõem, sobretudo a governantes e jornalistas, é simples: silenciar a crítica ou ver-se equiparado, em algum grau, aos extremistas do preconceito. Mas silenciar é equiparar-se aos hoje condenados, moralmente, porque o fizeram quando os perseguidos e massacrados eram os judeus.
A alternativa não é alternativa. Se, aqui e no Ocidente todo, descendentes dos perseguidos e massacrados de ontem querem hoje a aceitação de uma violência desumana, criminosa e covardemente sádica, só cabe ignorar a cobrança dessa conivência tão bem conhecida desde o nazismo. Fica-se em boa companhia..
Diz uma das pesquisas de opinião que a sanha militar dos poderosos israelenses é apoiada (ou era até pouco) por 52% da população. Cá da minha inutilidade, tenho pensado muito em uma das metades do país dividido. Penso com muita pena no que essa metade sofre, impotente, com o que é feito por gente do seu povo, em nome do seu país. A metade que se opõe, que protesta, que se recusa a usar as armas: essa é a boa companhia. É a parte da humanidade no Estado de Israel.(
Folha de São Paulo, de 6.1.2009)



NAVEGAR É PRECISO

1. Site da Agência Carta maior – WWW.cartamaior.com.br

a. As imagens de Gaza à espera de Obama
Israel e seus aliados nos EUA parecem certos de que com o fato consumado em Gaza, Barack Obama vai cair numa armadilha, tornando-se refém da mesma política ditada pelos neoconservadores a Bush. Resta saber até que ponto o governo Obama estará comprometido com a mudança que o candidato pregou na campanha. A análise é de Argemiro Ferreira em seu artigo de estréia na Carta Maior. > LEIA MAIS
• Fim da era Bush e eleição em Israel: uma das faces obscenas do massacre
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Internet ajuda a furar bloqueio midiático imposto por Israel

Israel proibiu a entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza. Isso não vem impedindo que as imagens do massacre contra a população civil de Gaza circulem diariamente pelo mundo. A eficácia do bloqueio midiático diminuiu significativamente graças à internet. Os vídeos e fotos da rede Al Jazeera circulam diariamente pelo mundo. Quem quiser, pode também ter informações direto de Gaza, pelo blog "Moments of Gaza", mantido por Natalie Abou Shakra (foto). > LEIA MAIS
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Sangue em nossas mãos

As pessoas que jogam nossas bombas não ficam manchadas com sangue. Nosso sistema é simples: não há necessidade de evidência para um julgamento. Uma vez decidamos que alguém é alvo, jogamos uma bomba e ele se foi. Recentemente, o exército adquiriu permissão para matar civis que estejam próximos de um alvo. Isso foi publicado na imprensa, junto à foto de uma sorridente comandante do exército. O artigo é de Shulamit Aloni, ex-ministra da Educação de Israel. > LEIA MAIS
• Robert Fisk: Por que bombardear Asklan é a mais trágica ironia
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Professores repudiam ataque contra Universidade de Gaza

Documento organizado por intelectuais e professores universitários de vários países condena massacre da população da Faixa de Gaza e ataque desferido pelo exército de Israel contra a Universidade Islâmica de Gaza. "Usa-se o mesmo sofisma com o qual se ataca o povo de Gaza: os estudantes e os professores da Universidade seriam do Hamas, o mesmo pretexto dos regimes fascistas para decretar a morte da cultura", diz a carta. > LEIA MAIS
• Esquerda palestina pede fim das divisões e unidade contra Israel

Flávio Aguiar
Gaza: o novo Gueto de Varsóvia

É necessário lembrar, não só aos judeus e aos israelenses, mas a todos os povos do mundo, que permitir que o governo israelense transforme a Faixa de Gaza numa espécie de Gueto de Varsóvia redivivo, é a pior afronta que se pode fazer à própria história do povo judeu que durante séculos foi um dos alvos da intolerância e da construção da desigualdade. - 05/01/2009


2. Site da Revista Ciência Hoje - http://cienciahoje.uol.com.br/134702

Uma universidade para integrar a América Latina
Desenvolvimento científico e tecnológico regional é objetivo da instituição prestes começar a funcionar.

3. Novo site no ar - www.rio.rj.gov.br/arquivo

É com enorme satisfação que concretizamos o projeto Portal Augusto Malta no ano em que o Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ) completa 115 anos na esfera da administração municipal.
Entre no site do Arquivo (www.rio.rj.gov.br/arquivo) e faça uma visita.
Ajude-nos, por favor, a divulgar.
O Portal é interativo e vc poderá fazer contribuições.
Esperamos por outras Instituições detentoras de Malta.
Um abraço
Beatriz KushnirDiretoraArquivo Geral da Cidade do Rio de JaneiroRua Amoroso Lima, 15 Cidade Nova 20211-120Tel.: (21) 2503 3097 ou 2273-3141/ 4582Tel/Fax: (21) 2273-4582www.rio.rj.gov. br/arquivo

4. Blog do Mello - http://blogdomello.blogspot.com/

a.O negro Obama dá carta branca a Israel
O negro (embora ele não goste de ser definido assim) Obama, presidente eleito dos Estados Unidos, enfim disse suas primeiras palavras sobre a chacina israelense em Gaza. Está no Globo: - Quando se trata de relações internacionais é particularmente importante aderir ao princípio de um presidente por vez. Não podemos ter duas vozes saindo dos EUA quando se tem tanto em jogo.
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b. Por que Cuba ainda incomoda tanto à direita mundial?
No aniversário de 50 anos da Revolução Cubana este mês de janeiro, ainda se ouve muito o esperneio, o sapateio da direita contra o pequeno país latino-americano. Mas, por que Cuba segue incomodando tanto?
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c. Deu no New York Times: ‘Deve ser pago um tributo ao extraordinário jovem Fidel Castro’
Calma, isso foi há 50 anos, conforme publicado na coluna de O Globo que reproduz o jornalão dos Marinho daquela época. O comentário era sobre a vitória dos guerrilheiros em Cuba, na revolução que completa 50 anos neste 2009.

5. Site do Observatório da Imprensa - http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br
FOGO SOBRE GAZA
A futilidade do mal -- Verbo Solto
FOGO SOBRE GAZA
Trunfos do jornalismo humanista - Alberto Dines
FOGO SOBRE GAZA
Além das bombas, a batalha das idéias - Leticia Nunes (tradução e edição)



NOTICIAS

1. III Seminário Internacional de Teologia e Historia da Religião
Gostaria que o senhor divulgasse no boletim esse evento que ocorrerá entre os dias 05 e 07 de maio de 2009 na Puc Minas. Esse evento está sendo organizado pela Pelo Programa de pos-graduação (mestrado) em Ciência da Religião, ao qual me integro, e terá como tema "Consciência Planetária e Religião", as incrições ainda estão abertas e todos serão muito bem vindos. Para os que me conhecem, provavelmente vou apresentar trabalho nesse evento. Maiores informações no link abaixo:

http://www.pucminas.br/3simposiotcr/apresentacao.htm